Meus votos (e minha receita) de prosperidade para o trade em 2024

Olá, querido leitor! Estamos chegando ao final de mais um ano, e é claro que eu não poderia deixar de enviar os meus votos de saúde, felicidade e prosperidade para você e sua família.  

Mas eu também quero aproveitar esta oportunidade para compartilhar com você a minha receitinha dessa tão ansiada prosperidade para o nosso mercado de profissionais de viagens. Vale dizer que termino ano muito otimista, não somente por que otimismo é característico dessa época, mas também porque fazendo o balanço com certos colegas chegamos à conclusão que apesar de um ano um pouco caótico muito foi feito a caminho do sucesso. 

Alguns já conhecem os ingredientes, para outros talvez a minha lista seja uma surpresa, não importa!  Ficam os votos e a certeza de que juntos chegaremos lá.

Segue minha receita de sucesso para o trade do turismo em 2024:

  • Que os chefes de produto tenham tempo e liberdade para desenvolver produtos que atendam às necessidades e aos desejos dos seus clientes, usando as grades tarifárias e plataformas disponíveis dos seus fornecedores. Que eles possam se dedicar à inovação, à inspiração e à comunicação com equipes e fornecedores. 
  • Que as equipes de negociações tenham reuniões e trocas com as equipes de marketing e os objetivos sejam comuns.  
  • Que os vendedores tenham todas as informações necessárias para fazerem excelentes vendas e que façam as reservas com os dados completos. 
  • Que as equipes operacionais desfrutem de uma rotina que os permita analisar e responder pedidos e não os levem a repassar a um receptivo um pedido para o qual já tem a resposta.  
  • Que cada ser participante dessa corrente que formamos, siga se envolvendo profundamente com cada dossier. Que diante das facilidades da IA, sejamos mais humanos do que nunca e sigamos fazendo o melhor de nós mesmos na venda de viagens. 
  • E por fim, que o viajante reconheça o imenso valor agregado de cada serviço elaborado com tempo, garra e paixão por essa equipe maravilhosa que somos nós. Que ele possa desfrutar de cada momento antes, durante e depois da sua viagem com segurança, tranquilidade e encantamento. E que tendo entendido que o barato sai caro, ele volte sempre para nos contar suas histórias e nos confiar seus sonhos. 

FELIZ & PROSPERO 2024!

Um mal PARA O TRADE pior que o Covid-19

Que ano !! Que fase !! Mais grave é saber que para nosso mercado ainda existe um mal pior que o Covid-19

Podemos reclamar do estrago que o Covid-19 vem fazendo em nosso mercado, afinal, como não reclamar? Porém, esse sentimento esteril está nos fazendo perder um tempo precioso. Não podemos fazer quase nada quanto a esse triste fato. 

No entanto, outro fator ameaça nossa profissão gravemente. Não podemos perder o foco do real perigo, um perigo que já não data de hoje e que pede reações urgentes.

Ouço e leio nas redes sociais casos recorrentes de perda de vendas por parte dos agentes de viagens devido a explosão dos canais de distribuição tradicionais. O fenômeno iniciado com a internet e o desenvolvimento das redes sociais tem causado grandes estragos em nosso mercado. Um fenômeno muito pior que o Covid, para o qual não encontramos remédios e vacinas e que nos ameaça (agentes de viagem) de extinção.

Durante algum tempo o Trade ainda conseguiu marcar pontos neste jogo devido ao financiamento ofertado pelas operadoras. Mas em breve não contaremos também com essa vantagem. Receptivos e hotéis podem dispor da mesma facilidade graças a novas máquinas de crédito que parcelam e cumprem a função.

E agora José?

Os agentes “aproveitaram” do recesso forçado pelo Covid e foram estudar. Foi lindo ver todo mundo se formando e se aprimorando para reforçar suas qualidades de consultores, esperando que o diferencial faça toda a diferença para atrair clientes na hora da retomada. Muitos adotaram igualmente o atendimento remoto, evitando assim a vinda do cliente até a loja e aceitando trabalhar nas horas mais esdruxulas.

Não há dúvida que graças o Covid, os indivíduos se mobilizaram esperando paliar os danos causados pela diversificação de canais de compras de viagens. Mas será que face aos ínumeros blogs, sites, canais Youtube, Facebook, Instagram com informações errôneas e superficiais nossa especialização fará a diferença. Eu pessoalmente não acredito.

Vejo pessoas que passaram 15 dias na França se apresentando como especialistas e muita gente seguindo, satisfeitos com o parco conhecimento e demasiada simpatia. Vejo hotéis oferecendo a tarifa mais baixa possível para o cliente direto. Vejo clientes passando horas na frente de seus computadores, buscando informações de um lado, preços de outro, acreditando em milagres.

E aí mora o perigo! Quais preços encontrarão?

As medidas tomadas pelos indivíduos que foram estudar, se formar, participaram à formações on-line são louváveis, certo, mas não serão suficientes.

O povo unido jamais será vencido.

Um indivíduo pode muito pouco quando se depara com um gigante. Não é a toa que a música de Sérgio Ortega e do grupo Quilapayún* marcou a história! Ela ressalva uma verdade intransigível. Unidos somos mais fortes! Isso não é loucura de esquerdopata, isso é fato! 

Vejo no grupo de agente de viagens do qual faço parte no WhatsApp. Ali, não somos concorrentes, somos colegas e uns ajudam aos outros, facilitando a vida de todo mundo e festejando a venda do outro como se fosse sua. O covid-19 nos uniu, mas precisamos ir mais longe.

Por essa razão convido membros do trade à se unir. As associações são muitas: ABAV Nacional (Associação Brasileira de Agências de Viagens), ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), ABRACORP (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), AIRTKT (Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens), AVIESP (Associação das Agências de Viagens Independentes do Estado de São Paulo), AVIRRP (Associação das Agências de Viagem de Ribeirão Preto e Região), BRAZTOA (Associação Brasileira de Operadoras de Turismo), CLIA Brasil (Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos), FBHA (Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação) e FOHB (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil).

Essas mesmas entidades se uniram e se dirigiram ao governo em março 2020 para pedir auxílio para o nosso mercado. Mas e entre elas? Quais os objetivos em comum? Como podem se entre-ajudar? Qual o diálogo? Será mesmo que pedir auxílio ao governo basta? Quando entenderão que verdadeiramente unidos seremos mais fortes?

Olhando para o passado para construir o futuro

Você se pergunta: porque estamos falando de politica tarifária em plena crise do Covid-19? Porque eu não estou escrevendo sobre a vacinação iniciada na França? Pois neste momento as empresas estão se reestruturando, se reconstruindo. Senão abordarmos o assunto agora, talvez mais tarde, seja tarde demais.

Voltar a velha estratégia de ética tarifária sim ajudaria muito. O fornecedor deve ter uma tarifa balcão e duas tarifas profissionais ( uma para o agente que tem condições de operar e uma para as grandes operadoras) no mínimo. Dando assim espaço para todos interventores e ganhando de todos os lados. Simples assim!? O que você acha?

Ou será que seguiremos optando por dar tiros uns nos pés dos outros?


Notas *Quilapayún Este grupo mistura instrumentos andinos tradicionais com letras poéticas ou politicamente engajadas em suas canções. Cerca de 35 álbuns foram produzidos e excursionados em mais de 40 países. Em 1972, o grupo foi nomeado embaixador cultural do Chile pelo presidente da república, Salvador Allende. Após a morte de Salvador Allende durante o golpe de Estado do general Pinochet, em 11 de setembro de 1973, a banda, em concerto na França, pediu asilo político. Seus membros viveram na França durante quinze anos. El pueblo unido jamás será vencido se tornou o hino da oposição ao regime.