Devo confessar que tínhamos um belíssimo plano para o Anuário Braztoa 2021. E esse sonho estava sendo minuciosamente arquitetado há alguns anos, afinal, trata-se de uma publicação histórica: a décima edição de um dos mais importantes produtos da nossa Associação. O que não esperávamos era dividir o protagonismo da comemoração de uma década de pesquisas que mostravam o verdadeiro lugar do turismo no PIB brasileiro, como forte gerador de empregos e renda, com o impacto de um ano atípico, o pior da história do turismo no mundo. Tivemos que dar uma “pausa” e pegar o impulso necessário para alçar saltos ainda mais altos.
Desde 2011, a BRAZTOA tem feito este trabalho – hercúleo, diga-se de passagem – de consolidar dados, entender seus significados e cruzamentos, para interpretá-los e criar inteligência turística. De lá para cá, as linhas dos gráficos referentes ao faturamento e embarques sempre caminharam de forma ascendente, ano após ano, fruto de muita dedicação do grupo de associados Braztoa, diga-se de passagem. Mas, agora, temos que ter a coragem de olhar esses números de frente, digeri-los e fazer o que precisa ser feito: um trabalho focado e pautado em dados reais.
Coragem para enxergar, não obstante quão desafiador isso seja, coisas boas nos números que apresentaremos a seguir. Olhar para os últimos 10 anos de faturamento dos associados da Braztoa e identificar um crescimento de 143%, saindo de R$ 6,2 BI e alcançando a marca de R$ 15,1 Bi, e, ao mesmo tempo, nos deparar com 2020 representando uma redução de 66,78% em relação ao ano anterior, alcançando 4 Bilhões de reais em faturamento, não é uma tarefa fácil, mas um convite para ver a realidade da transformação com olhos atentos.
Mas quero ressaltar que, apesar de ser a mais impactante das crises, esta não é a primeira. Em termos turísticos, nos últimos 20 anos, superamos várias delas: os atentados terroristas em 2001, a epidemia provocada pelo SARS que também iniciou na China em 2003, a crise econômica de 2008, a gripe causada pelo vírus H1N1 em 2009, entre outras. Em todas elas, o turismo mostrou sua força, voltou a crescer e alavancou a economia. E por trás de cada passo para a superação, as pessoas. É nossa humanidade, empatia e capacidade de adaptação que move as empresas e o mundo.
A Organização Mundial do Turismo (UNWTO sigla em inglês) faz uma projeção, diante de três cenários possíveis, mas com a expectativa de que, em 2 anos e meio, o turismo retorne aos patamares anteriores em número de viagens e receitas. Pois é para o agora e para este futuro que estamos mirando com a coragem que tanto tenho citado neste texto.
Se, por um lado, enfrentamos dificuldades, por outro, aprendemos, atingimos a maturidade econseguimos nos olhar no espelho e enxergar nosso devido valor. Embora a intermediação de serviços, por vezes, tivesse sua importância questionada de forma enviesada, a sua relevância ficou evidente diante da crise. A assessoria aos passageiros foi vital para os processos de repatriamento, para orientações quanto a cuidados e procedimentos, para suporte em cancelamentos e remarcações, entre tantas outras necessidades que se tornaram prementes.
Sinto orgulho da trajetória que traçamos até aqui. Do amadurecimento e da transformação que muitos de nós alcançamos em tão pouco tempo, e que, com certeza, não vai parar por aqui.
Construímos este Anuário como um registro positivo, um motivo para nossos associados, empresários, colaboradores, parceiros, fornecedores e toda a rede da qual fazemos parte se orgulharem – afinal, quando a BRAZTOA leva aos setores público e privado a importância do turismo na economia nacional, é deste elo indissociável e do trabalho de cada um de vocês que estamos falando. Um documento que atesta a resiliência e a capacidade do turismo para se reinventar – e para onde vamos olhar e lembrar de que passamos pela maior crise da história do mundo e que esse foi apenas o início de uma nova realidade. Esta é a razão de ser do Anuário Braztoa 2021.
Clique aqui e acesse o Anuário Braztoa 2021 na íntegra.
Boa leitura!
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