por Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp
Na última quinta-feira (27), tivemos nossa Reunião Geral dos Associados da Abracorp. É uma instância importante de nossa governança, onde podemos apresentar o andamento dos projetos estratégicos e ajustar os planos de ação com esse grupo.
Aconteceu no Pullman Ibirapuera (SP), da Rede Accor, com o suporte técnico da RCOM na infraestrutura de áudio, parceiros de valor Abracorp, que sempre tem nos apoiado nas atividades da entidade.
No dia do encontro, tínhamos acabado de divulgar os resultados do setor de viagens corporativas. Fechamos em março com expressivo crescimento de 44% em relação ao mesmo mês de 2019. Foi R$ 1,28 bilhão no período, comparados aos R$ 890 milhões em março de 2019. Um faturamento recorde, diga-se.
O faturamento de março deveu-se ao ótimo desempenho do segmento de serviços aéreas, que faturou R$ 820 milhões, 42% acima do mesmo mês de 2919. Serviços aéreos foram responsáveis por 64% de todo o volume dos onze setores analisados. Ênfase para segmento aéreo doméstico, que ficou abaixo apenas 12% em bilhetes emitidos em relação a março 19, com forte crescimento da Latam tanto em oferta como demanda. A Gol continua líder (+34,1%).
As transações de passagens aéreas domésticas nos estimulam a afirmar que o mercado doméstico dá claros sinais de recuperação. Mas a forte recuperação da hotelaria e do setor de locação de veículos continua, além do setor rodoviário, que registrou expressiva elevação (+500%).
Na pauta da reunião estava também o cronograma de implantação do NDC. Retomamos os contatos com os desenvolvedores ARGO, em tratativas de integração com WOOBA, ENVISION, LEMONTECH, RESERVE e WOOBA, para sabermos em qual estágio estaria a integração do NDC ao GDS para 15 companhias aéreas.
O primeiro painel que tínhamos era o de janeiro. Pois bem, de lá para cá, pouco se avançou. Fica aqui o registro.
É nítido e claro que o mercado ainda está muito confuso e preocupado com o tema. É sabido, também, que os GDSs estão em discussões com importantes aéreas no mundo. A afirmação mais comum: estamos prontos. Mas estamos prontos para que e qual versão? Sim, pois o NDC tem, além de tudo, várias versões.
Alento é sabermos que existem companhias aéreas que têm uma visão clara: entrar num projeto desses quando todos os fios estiverem conectados, sem riscos de choque, como afirmou o diretor de distribuição da DELTA AIRLINES, semanas atrás. De fato, entendemos que não é recomendável tentar oferecer experiência ao cliente, fazendo experiências.
Ainda sobre a agenda de negócios, contamos com a presença da equipe da Gol. Foi uma boa conversa sobre mercado e a estratégia da empresa para os próximos anos.
Nesses encontros temos o compromisso de trazer novas tendências, pensamentos para nos ajudar a pensar em modelos de gestão em momentos tão desafiadores. Nessa reunião convidamos o professor e palestrante Fábio Ashcar, autor do livro “Uma Grande Aventura: Conheça a história da Universal Studios”, e do consultor Diogo Kotscho, que atuou como vice-presidente sênior de comunicação do Orlando City SC e Orlando Pride por oito anos.
O tema era Competição e Cooperação. Fábio falou como a Disney e a Universal, mesmo sendo concorrentes diretos, se uniram para criar um mercado ainda maior. Diogo trouxe sua experiência na Major League Soccer, liga americana do nosso futebol, onde atuou por longos anos, após passagem pela Ambev.
Cada um do seu jeito deixou um bom recado: segundo suas experiências, não raro deixou-se de pensar no individual para o bem do coletivo. Eles ressaltaram que essa decisão não é um conto de fadas. É feita com muita discussão e dor. Mas acontece.
A visão de competição, que existe e sempre existirá a relevância da cooperação em busca de melhorias e crescimento do setor, é prioridade de grupo. O grupo cresce e, consequentemente, o integrante do grupo cresce. Essa é a mensagem principal.
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