BSP da aviação

Os vários e interessantes comentários que foram feitos em relação ao post que publicamos na semana passada, abordando a necessidade da criação de uma espécie de BSP da Hotelaria, tornaram evidente que nenhum segmento produtivo pode ficar parado no tempo, sem investir em tecnologia da informação.
Porém, os recursos tecnológicos não são por si só um sinal de evolução. O BSP da Aviação, de maneira clara e objetiva, constitui um instrumento tecnológico eficiente para sistematizar e integrar processos de conciliação. Entretanto, como todo instrumento, o BSP não é bom e nem ruim. A sua eficácia depende de como ele é utilizado.
Infelizmente, as partituras que atualmente regem o BSP ampliam de maneira indevida e nada racional a freqüência do faturamento das companhias aéreas. As agências de viagens no Brasil, de acordo com o Copet, são obrigadas a lidar com a absurda quantidade mínima de sete relatórios por mês, que pode ser elevada para oito, quando existir cinco quarta-feiras por mês.
Na nossa opinião as cias aéreas nacionais com o Iata deveriam unificar e diminuir o número de relatórios. Fizemos uma proposta para o BSP e não tivemos resposta. Isso também não é primeiro mundo, certo? Racionalizar processo, reduzindo o retrabalho é indispensável para quem reclama, com razão, do custo Brasil. Afinal, as companhias aéreas de bandeira e mesmo as estrangeiras precisam ser coerentes.

BSP da hotelaria

É impressionante como alguns segmentos do nosso setor avançaram na utilização de recursos tecnológicos, enquanto outros patinam.

De acordo com o site oficial da www.iata.org.br, o primeiro BSP foi instalado no Japão em março de 1971. Desde então o programa foi adotado pela África do Sul e Itália, de onde se expandiu por toda a Europa. Canadá e México, na América do Norte, possuem BSP’s operando. Nos anos mais recentes tem havido um grande desenvolvimento de BSP’s na Ásia e Américas Central e do Sul. Nesta última, Argentina, Colômbia, Equador e Venezuela têm BSP’s em atividade e, desde 1991, os BSP’s do Brasil e Chile iniciaram suas operações.

Em outras palavras, há mais de duas décadas a aviação comercial no Brasil, a exemplo do que ocorre pelo mundo, adotou o BSP – Billing and Settlement Plan para racionalizar a distribuição do produto oferecido pelas empresas aéreas por meio das agências de viagens. Do mesmo modo, a gestão de viagens corporativas evolui, desenvolvendo e integrando sistemas capazes de propiciar aos clientes informações valiosas, enriquecidas com dados obtidos a partir dos meios eletrônicos de pagamento.

Na prática, a difusão do uso rotineiro dos cartões de crédito corporativos virtuais, do tipo EBTA, ou não, das bandeiras Amex, Master Card, Visa, entre outras, proporciona a edição de relatórios gerenciais com níveis de detalhamento indispensáveis. Cada cliente pode monitora e avaliar o montante dos investimentos realizados em tempo real; por centro de custo; empresa aérea; datas de emissão e de embarque; rotas e destinos, entre outras variáveis que compõem as soluções de BI – Business Intelligence.

E como está a hotelaria? Seria adequado criar uma espécie de BSP para o segmento evoluir? Quais são os reais entraves que impedem integrar os sistemas de reservas de hospedagem aos meios eletrônicos de pagamento, majoritariamente adotados no exterior? Como superar o atraso?

Esperemos que o 55º Conotel (Congresso Nacional de Hotéis), que será realizado nos próximos dias 25, 26 e 27 de março, por iniciativa de entidades como ABIH, FBHA, FOHB e Resorts Brasil, tragam respostas que recuperem o tempo perdido e resultem no efetivo desenvolvimento.

O ano começou

O sucesso do Lacte 8 não deixa dúvidas. O mercado de viagens corporativas está mesmo aquecido e com foco direcionado à constante busca da excelência nos serviços prestados pelas TMCs, a partir da correta adequação dos recursos tecnológicos e humanos empregados para proporcionar o que há de melhor em gestão de viagens de negócios, eventos e incentivos.

As companhias aéreas e os hotéis retomam o processo de renovação dos acordos corporativos e setores como de “Oil, Gas & Marine” apostam no Brasil, para a realização de eventos como o 1º Simpósio na América Latina. No próximo dia 25 de março, o Rio de Janeiro será palco para esse evento, após duas edições anteriores organizadas com sucesso pela Global Business Travel Association (GBTA) na Europa. Em atenção ao convite que nos foi feito, estaremos presentes, representados na pessoa do diretor Executivo da Abracorp, Gervasio Tanabe, conduzindo a palestra “Gerenciamento de Preços no Segmento Corporativo”. A vinda desse Simpósio para o Brasil reflete a força da economia brasileira, considerada a sexta maior do mundo, e, também, a pujança do setor petrolífero nacional, que ocupa a 13ª posição no ranking mundial em volume de produção petroquímica.

Antes, porém, o Fórum Panrotas – Tendências do Turismo 2013, que será realizado dias 19 e 20 de março, no Centro Fecomercio de Eventos, em São Paulo, debaterá temas não menos relevantes. Cabe aqui destacar o painel que abrirá o evento, com a participação de ministros de mercados emergentes, abordando reais oportunidades de excelentes negócios em turismo, entre os outros conteúdos que compõem a programação do Fórum. Feliz Ano Novo!