NDC e o futuro da relação cias aéreas e TMC's

Independentemente do cenário de incertezas econômicas que vivemos atualmente, podemos dizer que o futuro do mercado de viagens no Brasil é promissor e seu sucesso depende, em grande parte, da demanda corporativa. Com o advento do NDC (New Distribution Capability) paira no ar uma nuvem de preocupação entre aqueles que ainda não entenderam os benefícios que a solução poderá trazer para todos: empresas aéreas, agências de viagens e passageiros.

Na reunião mensal da Abracorp, em que promovemos mais uma edição do fórum de debates com importantes fornecedores do setor, recebemos esta semana os diretores de cinco empresas aéreas que operam voos entre o Brasil e os Estados Unidos: American Airlines, Delta Airlines, Gol Linhas Aéreas, TAM e United Airlines. Os executivos das companhias aéreas puderam debater com os representantes das 30 agências de viagens associadas presentes temas relevantes, tais como: modelos de comercialização, distribuição de conteúdos, infraestrutura e mercado futuro, principalmente relacionado ao cenário de precificação e aos diferentes canais de vendas.

Ao final do debate, que tem por regra a confidencialidade das informações, abrimos espaço para uma pergunta relacionada a esta nova solução de distribuição e que consentidamente fomos autorizados a divulgar: “Com o NDC, como você enxerga o futuro da relação entre as companhias aéreas e as agências de viagens corporativas nos próximos cinco anos?”.

As respostas foram todas no mesmo sentido e corroboram a nossa opinião de que é preciso, cada vez mais, investir na qualificação e na tecnologia, com foco no conhecimento e na satisfação das necessidades e expectativas do cliente.

Confira a opinião dos executivos das companhias aéreas:

“A qualidade do atendimento é fator preponderante na relação empresas aéreas/agências de viagens no futuro. Não vejo de outra forma. Acredito num mercado corporativo forte, focado na qualidade.”
José Trinca, diretor da American Airlines

“Certamente vai melhorar essa relação. Os canais de venda, com o NDC, vão contribuir para esta evolução.”
Luciano Macagno, diretor Brasil da Delta Airlines

“O mercado está cada vez mais profissional e a visão estará sempre em cima dos números, dos resultados e do relacionamento. Novas ferramentas e alianças estratégicas são meios para se alcançar bons resultados. Vejo que o trabalho será muito direcionado, com profissionalismo.”
Lucimar Reis, diretora da United Airlines

“O trade terá participação decisiva no lançamento de produtos e serviços voltados aos passageiros e ao mercado em geral. Além disso, acredito que a transparência vai ajudar a melhorar a gestão dos negócios.”
Igor Miranda, diretor de Vendas indiretas da TAM

“O país, assim como em outras oportunidades, vai evoluir e que o mesmo ocorrerá com as TMC’s. As agências de viagens corporativas deverão valorizar mais o seu serviço junto aos clientes e, assim, entregar um serviço de qualidade cada vez melhor.”
Fábio Mader, diretor comercial da Gol

Para aqueles que buscam capacitação e competitividade, recomendamos garantir vaga no treinamento BSP/Iata, que será realizado dia 2 de junho (terça-feira), das 9:30 às 11:30 horas, no Hotel Novotel Jaraguá, com o apoio da ABAV-SP, Abracorp e AirTkt. O evento é gratuito e dirigido aos diretores e gestores seniors da área operacional das agências. Nas próximas edições serão cobradas taxas de inscrição.

O sucesso no futuro depende de mobilização no presente.
Edmar Bull
Presidente do Conselho de Administração da Abracorp

Alinhamento

No último mês de abril a Abracorp deu início em suas reuniões mensais com as 30 agências de viagens associadas a um inovador sistema de debates com representantes de empresas fornecedoras de nosso setor. Na ocasião, representantes das quatro maiores companhias aéreas que operam voos regulares no Brasil puderam compartilhar informações e emitir as suas opiniões de maneira objetiva e transparente, num bate-papo com regras estabelecidas e que garantem dinamismo e profundidade de análise sobre temas diversos e relevantes para a indústria do turismo como um todo e, em especial, para o mercado de viagens corporativas.
O sucesso da iniciativa foi tamanho que nesta semana faremos a segunda rodada de debates, nos mesmos moldes, mas desta vez com representantes das principais companhias aéreas que operam voos internacionais em nosso país para discutir – no bom sentido – demandas do mercado aéreo Brasil/Estados Unidos. Confirmaram presença: American Airlines, Delta Airlines, Gol Linhas Aéreas, TAM Airlines e United Airlines.
Num momento de especial apreensão no setor de viagens e turismo, com alta do dólar, empresas com orçamento apertado, pedido de recuperação judicial de uma das principais operadoras de turismo do mercado, poder debater com os executivos destas companhias aéreas formas de crescermos todos juntos e com sustentabilidade é realmente muito positivo. Com certeza serão tiradas algumas lições de ambas as partes.
As reflexões tiradas destes debates, acredito, ajudam as agências de viagens corporativas a encontrarem os melhores caminhos para manterem os negócios rentáveis e servem para as companhias aéreas enxergarem, cada vez mais, o segmento de viagens corporativas como fonte de receita essencial e indissociável de uma parceria com as TMC’s. Paralelamente, também fortalece a Abracorp como referência na indústria de viagens corporativas, promovendo seu desenvolvimento e disseminando, junto aos associados, as melhores práticas de operação e relacionamento com os clientes e demais integrantes da indústria de viagens corporativas.
Temos arestas para aparar? Sim e sempre teremos. Mas acredito, acima de tudo, que temos um alinhamento para seguir e este debate vai proporcionar um enorme avanço neste sentido.
Edmar Bull – presidente do Conselho de Administração da Abracorp

Alerta aos governantes

Falta competência à gestão pública no Brasil. Não faltam exemplos que comprovam este fato. Mas, no que diz respeito ao mercado de viagens, a visão imediatista, reforçada pelas difíceis condições e circunstâncias econômicas atuais, que impõem rigoroso controle dos custos, agrava ainda mais a situação.

Ao invés de recorrer à consultoria qualificada das agências de viagens que possuem competência reconhecida por corporações privadas, dos mais variados portes e ramos de atividade; para que façam a gestão de vultosos recursos que elas destinam ao deslocamento de seus colaboradores diretos e indiretos, além de seus clientes, a miopia governamental ganha um novo impulso. Em outras palavras, com o argumento de que para economizar o poder público pensa comprar passagens aéreas, diárias hoteleiras e locar veículos, por exemplo, sem recorrer à consultoria profissional de uma TMC, o risco de déficit só faz ampliar.

Para quem é do ramo fica fácil compreender quais são as consequências nefastas que a compra direta gera para o mercado de viagens e o quanto essa prática pode causar ao já combalido erário público, fruto em sua maioria de impostos recolhidos da população. Para quem não é, a tese da desintermediação pode até parecer plausível. A ideia de eliminar um dos elos que compõem a rede de distribuição soa como “comprar direto da fábrica”, ou seja, “comprar mais barato”. Certo? Errado. Agir assim se assemelha a assumir os perigos da “automedicação”.

O limitado conceito da compra “pelo menor preço”, pressuposto em todos os processos de licitação pública e referenciados na famosa Lei 8666, possibilita que fornecedores apresentem propostas para fazer a gestão de viagens e vençam concorrências ofertando serviços “gratuitos” ou para serem remunerados a preços ínfimos. Resultado: por alguma via, certamente, tais prestadores encontram meios para lucrar.

Assim, pensando justificar um erro com outro erro, o despreparo gerencial no Brasil clama por mudanças!

Edmar Bull
Presidente do Conselho de Administração da Abracorp