O transtorno bipolar no Turismo*

Primeiro afirmam que somos muitos importantes, nos consideram como seus parceiros. Depois, garantem que sofrem a pressão do mercado, que impõe como tendência um simbólico ato de infidelidade, mas logo argumentam: “nada que possa comprometer a força do relacionamento que nos une em busca de um objetivo comum”. Com o passar dos anos, entre um e outro flerte, muitos preferem manter o mesmo discurso e continuam apostando na mesma prática. Refiro-me à venda direta no setor de viagens e turismo.

É certo que alguns fornecedores já arriscaram mudar o discurso e passam a defender a tese de que são obrigados a adotar múltiplos canais de venda para garantir a competitividade das suas políticas comerciais. Alegam: já que a concorrência pratica a venda direta, também é inevitável que façamos o mesmo.

Uma atitude iniciada pelas companhias aéreas internacionais, seguida das de bandeira e que é adotada pela hotelaria, locadoras e, absurdamente, também pelo Ministério do Planejamento do Brasil – e, pior, logo após ter sido aprovada no Congresso Nacional uma lei regulamentando a atividade das agências de viagens em nosso país.

Entretanto, é curioso observar que em cenários de retração da demanda, todos eles mudam radicalmente de humor e voltam a bater na porta das agências de viagens clamando por apoio. Enquanto isso, seguradoras prestigiam corretoras; montadoras, concessionárias; laboratórios, consultórios médicos, dentários e farmácias, etc.

De acordo com os especialistas na matéria, os principais objetivos do tratamento são: evitar a alternância entre as fases, a necessidade de hospitalização e ajudar o paciente a agir da melhor maneira possível entre os episódios, impedindo comportamento autodestrutivo e suicídio.

Edmar Bull
PS. – * Alguns sintomas de quem sofre os transtornos da doença bipolar:
Interpretação errada de acontecimentos;
Irritação com pequenas coisas, levando a comentários banais;
Aumento de interesse em diversas atividades;
Despesas excessivas, dívidas e ofertas exageradas;
Grandiosidade, aumento do amor próprio;
A pessoa pode sentir-se melhor e mais poderosa do que toda gente;
entre outros…

Reflexões para 2015

Temos comentado, com frequência, sobre o caráter atípico do ano de 2014. Copa do Mundo e Eleições, considerados eventos de grande porte, alteraram o andamento da rotina produtiva do país – e no nosso segmento, o de viagens corporativas, não foi diferente. Tanto é que o segundo e mesmo o terceiro trimestres do ano destoaram, influindo negativamente na média do desempenho do ano. Não se trata de lamentar o que passou, mas extrair lições para o ano que se aproxima.

Os atores que movimentam o segmento de viagens corporativas devem ficar atentos, reunir dados, rever estratégias, ajustar as planilhas e preparar bem o terreno para receber 2015. Nesse processo, é imprescindível rever custos, levando em conta a expectativa inflacionária, por um lado, e o crescimento de 5% reais do setor, por outro.

Temos de manter e reforçar o mantra sobre o caráter essencial da inovação tecnológica em nosso negócio. A automatização de processos é um caminho sem volta e exige upgrades constantes, para afastar o risco de obsolescência e queda de desempenho. Nosso foco deve recair sobre políticas bem definidas e ajustadas para os clientes de porte médio e pequeno.

Se falamos da necessidade de reduzir custos, precisamos redobrar a atenção para a gestão de despesas. Enxugar gastos ao máximo, reduzir a zero as gorduras excedentes – para garantir a saúde e o sucesso do nosso negócio. Para fechar essa breve reflexão, vamos avançar e até mesmo ousar mais em 2015, no que se refere a treinamento e realização de eventos internos. Afinal, nosso ativo maior são os nossos clientes – atuais e futuros.

Edmar Bull

Agenda positiva com as locadoras

Os números relativos ao mercado de locação de automóveis no Brasil, se comparados com os de países do primeiro mundo, ainda são pouco expressivos. No que se refere à Abracorp, o segmento responde por uma fatia ainda pequena, quando conferimos com o faturamento total da entidade. A participação atual da locação no âmbito corporativo ficou restrita apenas 1,5% do total.

Uma das razões da incipiência do segmento de locações de carros está no fato de o foco das TMC’s priorizarem os maiores faturamentos. Em nossa reunião realizada na última quarta-feira (12), com a comissão de produtos da Abracorp e representantes das cinco maiores locadoras de automóveis do país, chegou-se ao consenso de que o segmento tem um imenso potencial de crescimento. Porém, é preciso criar formas para mudar a cultura do mercado, especialmente a relação entre clientes e agências.

Outro ponto considerado crítico para o crescimento deste mercado recai sobre a utilização, ainda, de processos operacionais pouco automatizados e que não segmentam o atendimento. A necessária padronização promove maiores facilidades no dia a dia operacional das agências de viagens. Como se vê, não basta haver um grande potencial de crescimento. É importante reunir todos os envolvidos neste processo e estabelecer uma agenda positiva. A Abracorp deu o primeiro passo e haverá outros encontros para lidar com o tema.

Edmar Bull