Tasca Mandarin Oriental Jumeira Beach Dubai

EXPO2020 movimenta A CENA HOTELEIRA em Dubai

Até março de 2022, Dubai está praticamente “recebendo o mundo todo” na EXPO2020. Adiada em função da pandemia, a exposição universal acontece pela primeira vez no Oriente Médio, e pela primeira vez dividida em dois anos. E, desde outubro passado, a EXPO2020 movimenta a cena hoteleira em Dubai mais ainda, gerando recordes de reservas em diversas propriedades.

Em novembro último, estive novamente em Dubai. Desta vez, a convite da Emirates, que se responsabilizou pelas minhas primeiras quatro noites de hospedagem no emirado e me levou à EXPO. Dá pra conferir detalhes da classe executiva da companhia, que retorna com o A380 ao Brasil, aqui.

Depois, estiquei minha viagem por conta própria por mais alguns dias (dá pra conferir todos os detalhes no feed e nos destaques do Stories do Instagram @maricampos) e aproveitei para conferir não apenas as principais novidades turísticas do destino, como também como anda a sempre fértil (e expansiva!) cena hoteleira no emirado.

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case do turismo e da hotelaria internacional

Dubai segue sendo um grande case da indústria turística e também da indústria hoteleira. Um destino “inventado” que não deixa nunca de se reinventar e que, com investimentos acertados e constantes no setor, vem tendo retorno bastante satisfatório mesmo em plena pandemia. 

Na alta temporada 21/22, iniciada em novembro passado, as reservas em hotéis do emirado de diferentes estilos e budgets estão batendo recordes – mesmo com aumento considerável nas tarifas, dado o movimento gerado pela EXPO.

Novas atrações e, obviamente, também novos hotéis estão constantemente abrindo suas portas no Emirado que mais cresce e mais cativa turistas internacionais (em grande parte por ser também majoritariamente um destino de expatriados). E a EXPO, aberta em outubro e em cartaz até março do ano que vem, definitivamente está contribuindo mais ainda para esse movimento. 

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O curioso caso da Curio Collection em Dubai

Desta vez, visitei muitos hotéis de diferentes estilos e com diferentes propósitos, mas dividi toda a minha estadia no Emirado em apenas dois deles: o V Hotel Dubai (a convite da Emirates) e o Al Seef Heritage Hotel (inteiramente por minha conta). 

Por acaso (só soube do V Hotel pouco antes da viagem), ambos hotéis são membros da Curio Collection, da Hilton Hotels. E dois hotéis que não podiam ser mais diferentes e antagônicos entre si, bem como o são as diferentes regiões de Dubai nas quais estão localizados. 

O “case” da Curio Collection no destino é mesmo curioso. Para ambos hotéis tenho algumas ressalvas importantes ao serviço, principalmente no que se refere à ausência de compliance com o programa Safe Clean, criado e implantado pela Hilton durante a pandemia. Buffets de café da manhã com hóspedes se servindo normalmente sem máscaras e muitos funcionários com o nariz para fora da máscara ou máscara no queixo foram figurinha constante durante minhas estadias.

Mas, mesmo sem considerar a (tão necessária) segurança pandêmica que estes tempos exigem, há um outro fato que chama a atenção: enquanto o simpático e old fashioned Al Seef, em Old Dubai, vai bem de encontro ao perfil de boa parte das propriedades que geralmente integram a marca Curio Collection, o V Hotel, por outro lado, destoa completamente. Vibe festeira em todos os ambientes, áreas comuns sempre muito movimentadas, barulho nos corredores. E o mais curioso: ocupa o prédio antes ocupado pelo W Dubai em Business Bay (há um novo e lindo W Hotel em Dubai, instalado na “palmeira”) sem mudar uma vírgula, um abajur, no imóvel do antigo hotel da Marriott.

Apesar da mudança de nome e mesmo de rede hoteleira, o rebranding da propriedade não incluiu uma única mudança estrutural ou visual do antigo W. Mesmos quartos, mesmas cores, mesmo décor, tudo absolutamente igual. A única mudança, acredite, foi transformar o clássico W do lobby dos W Hotels em um V vermelho. 

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Cresce a procura também para ver Dubai do alto dos hotéis

Um programão em Dubai é ver o emirado do alto, dia e noite. E boa parte dos hotéis por ali tem tirado proveito disso, instalando bares e restaurantes em seus rooftops que andam cada vez mais concorridos. Afinal, a EXPO2020 movimenta a cena hoteleira em Dubai ainda mais neste final de ano.

Restaurantes como os excelentes (e imperdíveis!) Fi’lia, no (lindo!) SLS Dubai, e Tasca by José Avillez, no Mandarin Oriental Jumeira Beach, têm vistas incríveis para diferentes pontos do emirado – Burj Khalifa incluído no horizonte. A casa do sempre ótimo José Avillez no Mandarin Oriental, aliás, tem menu excelente, ótima trilha sonora, serviço super cuidadoso e uma imbatível sangria da casa. Super bem ventilado com os tempos atuais exigem, deixa a vista à escolha do cliente: o inconfundível skyline futurista do emirado de um lado e a praia de Jumeira do outro.

Rooftop bars em hotéis por lá também são cada vez mais fartos e disputados. Em muitos deles, reservas são mandatórias em qualquer dia da semana, dada a procura crescente por esses espaços. Do alto de (muitas, às vezes) dezenas de andares, as vistas enquanto se saboreia um bom drink definitivamente valem os coquetéis de valores inflacionados. Considere seriamente conhecer Cielo Sky Lounge no Park Hyatt, Treehouse no Taj Dubai, SoBe do W Dubai The Palm e CéLaVi no Address Sky View. Até o Sol Sky Bar, o mais baixinho deles, no sétimo andar do Canopy By Hilton, tem seu charme e uma vista bem interessante a partir de Old Dubai. 

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EXPO2020 MOVIMENTA A CENA HOTELEIRA EM DUBAI

Além do bling-bling das áreas mais contemporâneas (ou seriam futuristas? rs) de Dubai e do clima nostálgico da parte antiga do emirado, muitos dos bons hotéis do destino estão localizados à beira-mar. Fazem sucesso sobretudo entre europeus, que viajam para lá também em busca de escapada pouco convencional de praia. 

Propriedades como Mandarin Oriental Jumeira Beach, One&Only Royal Mirage Resort, Address Dubai Marina, Jumeirah Al Qasr, Anantara The Palm Dubai Resort, Fairmont The Palm e Four Seasons at Jumeirah Beach têm todos excelente estrutura de resort de praia, com ótimos serviços à beira-mar. 

Mesmo o viajante que não se hospeda em um resort “pé na areia” tem a chance de curtir pelo menos um bom dia de praia em Dubai – e dar um belo mergulho no Golfo Pérsico – optando pelo sistema de day use que várias propriedades por ali oferecem. É esse o caso, por exemplo, do Ritz-Carlton Dubai, instalado em plena marina, com vista privilegiada da Ain Dubai (uma das mais novas atrações do destino e mais alta roda-gigante do mundo) de toda sua extensão de praia. E tem tido bastante sucesso no serviço nestes tempos de EXPO.

Ocupando o coração da JBR Beach, o resort conta com um parque aquático com diversas piscinas para adultos e crianças, ampla faixa de areia com serviço de praia e um gostoso restaurante à beira-mar, o La Baie, que serve ótimos drinks e gostosos ceviches, saladas, tostas e outros pratos levinhos, bem bom para o almoço. O day use do hotel vale desde AED150 e inclui serviço de praia com toalhas, água mineral, cadeiras e espeguiçadeiras; dependendo da época do ano, parte do valor do day use pode ser usado como crédito no consumo de alimentos e bebidas no hotel também. 

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Four Seasons Madrid

Madri quer ser polo da hotelaria de luxo

Nos últimos doze meses, a capital espanhola testemunhou a (esperada!) inauguração de propriedades de três das mais luxuosas redes hoteleiras do mundo: Four Seasons Madrid, Mandarin Oriental Ritz Madrid e Rosewood Villa Magna Madrid. E isso parece ser só o começo de uma nova era: Madri quer ser polo da hotelaria de luxo.

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Isso mesmo: em plena pandemia, três das principais redes de hotéis de luxo abriram unidades em Madri, impulsionando um novo projeto da cidade de ser um novo pólo do turismo de luxo na Europa. Primeiro, a rede canadense Four Seasons abriu seu primeiro hotel na Espanha, o Four Seasons Madri, em pleno centro da cidade, começando uma transformação importante na região. Depois, agora em 2021, as duas reaberturas hoteleiras mais esperadas do país aconteceram: os agora Mandarin Oriental Ritz Madrid  (antigo e icônico Ritz Madrid) e Rosewood Villa Magna Madrid (antes Villa Magna, então parte do portfólio da Leading Hotels of the World).

Passei o último mês em viagem pela Espanha e, nos meus vários dias madrileños, fiz questão de me hospedar por alguns dias nas três propriedades recém abertas. Você pode conferir detalhes de todas elas também no meu Instagram @maricampos

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Four Seasons Madrid reestrutura turismo de luxo no centro de Madri

Inaugurado há cerca de um ano no número 3 da Plaza Canalejas, em pleno centro de Madri, a passos da Puerta del Sol, o Four Seasons Madrid (diárias desde 615 euros, mais detalhes sobre valores aqui) ganhou logo ao lado um gigante centro comercial de luxo, as Galerías Canalejas, e uma loja da Hermès no próprio lobby do hotel.

O lobby impressiona, com pé direito gigante, concierge e recepção discretos, bar de canto, uma imponente escadaria e a adorável escultura de KAWS em frente ao hall dos elevadores (parte da imensa coleção de arte espalhada por todo o hotel). Os house cars são inconfundíveis Porsche Panamera estampados com o logo del hotel, que chamam a atenção de todo turista que passa pela região.

Do lado de dentro, quartos espaçosos e muito confortáveis, com luxuosas amenidades Hermès. Os hóspedes todos recebem um safety kit com máscaras cirúrgicas e álcool em gel – e há fartura de displays de álcool em gel em todos os ambientes do hotel.

Os grandes destaques ficam por conta do belo spa na cobertura, com direito a piscina climatizada coberta e deliciosos lounges ao ar livre com vista panorâmica para Madri, e a imperdível Dani Brasserie, o mais gostoso rooftop da cidade, com bar e restaurante. A Dani Brasserie, do chef Dani Garcia, abre para todas as refeições também para não hóspedes e serve um excelente café da manhã com pratos à la carte e buffet assistido (com tudo devidamente protegido e individualizado) incluídos. O serviço ali é irretocável: eficiente e cálido na medida, para fazer jus às vistas espetaculares do local.

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Mandarin Oriental Ritz Madrid dá novo twist ao grande ícone hoteleiro da cidade

O novo Mandarin Oriental Ritz, Madrid (diárias desde 850 euros, mais detalhes sobre valores aqui), reaberto neste 2021 após três anos e 99 milhões de euros de reforma, conseguiu manter todo o charme e a história do hotel mais icônico da cidade, aliado agora a uma vibe contemporânea e cosmopolita. 

Até hoje ligado à realeza espanhola (rei e rainha estiveram por lá durante minha estadia no hotel em outubro, por sinal), o novo Ritz foi inteiramente reformado e remodelado e ganhou espaços incrivelmente convidativos – a começar pelo próprio lobby, que ganhou um balcão de canto e uma impressionante instalação de arte no teto que provoca reflexos lindos conforme a luz do dia e da noite vai mudando.

Os quartos todos contam com vista externa, amenidades da Natura Bissé e uma adorável maleta de couro com secador, difusor e chapinha. As suítes têm também serviço de mordomo incluído e impecáveis (nada mini) minibar e room service. O novo spa tem uma imperdível área de piscinas climatizada e aquecida (ambas cobertas), cujo décor foi pensado para ser uma extensão dos novos banheiros dos quartos de hóspedes. 

A gastronomia todinha do hotel está à cargo do chef Quique Dacosta – inclusive o room service, de longe o melhor de toda minha viagem. O restaurante Palm Court, com décor bastante clássico, mas agora sob uma encantadora cúpula de vidro, recebendo muita luz natural o dia todo (funciona o dia todo e ali é servido também o delicioso café da manhã). Tem um minúsculo Champagne Bar ao fundo, para jantares especiais. Ao lado do Palm Court fica o luxuoso Deessa, o restaurante gourmet de Quique Dacosta, com direito a muito dourado e décor bem contemporâneo. Com tempo bom e temperaturas mais quentes, abrem o El Jardín del Ritz, todinho ao ar livre, no delicioso jardim do hotel.

O maior destaque fica por conta do Pictura, o novíssimo e imperdível bar do hotel. Acessível através de uma porta espelhada ao lado da recepção, o visual do bar impressiona, com quadros de artistas contemporâneos espanhóis retratados como se fossem pinturas expostas no vizinho Museo del Prado. Os barmen parecem saídos de um filme de James Bond e são excelentes; e os drinks, divinos, vêm sempre acompanhados de deliciosas castanhas e amêndoas tostadas e temperadas. 

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Rosewood Madrid Villa Magna consolida a vocação para o luxo do bairro Salamanca

O Rosewood Madrid Villa Magna (diárias a partir de 700 euros, mais detalhes sobre valores aqui) acaba (literalmente) de abrir suas portas em Madri. Após a esperada remodelação dos últimos 15 meses, quando o grupo Rosewood assumiu de fato a propriedade, o hotel foi inaugurado no último dia 22 de outubro – e, menos de uma semana depois, lá estava eu, a primeira jornalista brasileira a se hospedar no hotel. 

A nova entrada inclui um charmoso acesso para os carros e escada e rampa independentes para quem está à pé. A localização no charmoso bairro de Salamanca é excelente, seja para atividades culturais, gastronômicas ou de consumo. Os novos quartos ganharam décor muito elegante e contemporâneo, incluindo belos bar, living e banheiro, com amenidades da Maison Caulières – e kits de segurança sanitária, com máscara e álcool em gel, repostos diariamente. 

O novo hotel ganhou charmosos restaurante e bar – Las Brasas de Castellana e Tarde.O, respectivamente – e deve ganhar um restaurante estrelado até o final do ano. O principal destaque pra mim é a espetacular cafeteria Flor y Nata, o café contemporâneo mais bonito que já vi em Madri.

Também aberta a não hóspedes, a Flor y Nata tem dois charmosos espaços – um sossegado, com poltronas e mesas, e outro com banquetas e mesa alta, para quem quer apenas trabalhar por ali. Cafés e doces excelentes dia e noite, inspirados nas melhores pâtisseries francesas, e atendimento impecável. Das 16 às 19h30 ainda serve diariamente um lauto afternoon tea à la carte, com suas deliciosas pâtisseries incluídas no completíssimo menu (reserva obrigatória). 

O hotel tem também duas charmosas terrazas ao ar livre, um gramado externo para eventos, impactantes recepção e escadaria e inaugurará em breve seu esperado spa.

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As duas suítes mais caras da Espanha

Como Madri quer ser pólo da hotelaria de luxo, seus novos hotéis trouxeram também as suítes mais caras de toda a Espanha. As suítes reais (Royal suite) dos hotéis Four Seasons Hotel Madrid e Mandarin Oriental Ritz, Madrid, podem chegar a impressionantes 20.000 euros mais impostos por noite. 

A do Mandarin Oriental Ritz, situada no primeiro piso e com vista para o Museo del Prado, é opulenta: 228 metros quadrados divididos em sala de jantar, living, studio privado, dormitório circular com closet, banheiro estilo spa (com sauna a vapor e ducha de pedra natural incluídas), dormitório adicional e lavabo. 

A do Four Seasons tem impressionantes 431 metros quadrados e ocupa o que um dia foi o escritório do antigo presidente do Banesto: além de living e espaços quarto e banheiro, tem um imenso closet, escritório, cozinha, dois dormitórios, sua própria academia e até uma curiosa chaminé. 

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Madri quer ser polo da hotelaria de luxo

De fato, Madri quer ser novo polo da hotelaria de luxo e do próprio turismo de luxo na Europa. Em outubro passado, foi lançada a plataforma MDL – Madrid Capital del Lujo, que reune autoridades locais, governo espanhol e diversos empresários e investidores para tentar alavancar o turismo de luxo na capital espanhola. 

Do final de 2021 a meados de 2022, outros hotéis de luxo devem abrir as portas na cidade, incluindo o primeiro hotel da marca W (bem em frente ao Four Seasons Madrid, contribuindo para transformar a Plaza Canalejas em novo hub de luxo madrileño), o primeiro hotel da marca Edition (também da Marriott), o primeiro da rede francesa Evok e ainda o Radisson RED e o CR7 Pestana.  Acompanhe meu instagram @maricampos para conferir mais detalhes sobre o tema e esta viagem.

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Hotéis peruanos premiados no WTA Latin America

‘Oscar do turismo’: hotéis peruanos se destacam na América do Sul

O Peru foi o grande vencedor do World Travel Awards Latin America quando o recorte é hotelaria na América do Sul, com hotéis peruanos reconhecidos em diferentes categorias. Em sua 28ª edição, o “Oscar” do turismo, como o WTA é chamado, escolhe seus (muitos) premiados por um mix de votos do público em geral e de profissionais do setor de viagens.

Em tempos de COP 26, a importante Conferência do Clima em Glasgow, na Escócia, começo destacando os prêmios de hotelaria relacionados ao desenvolvimento sustentável. Eles ainda são minoria na extensa lista de categorias contempladas pelo WTA. Mas, mesmo em pequeno número, indicam quem está no bom caminho como inspiração para hoteleiros ou para serem priorizados pelo público final em nossas próximas viagens pelo continente.

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O equatoriano Mashpi Lodge foi eleito o South America Leading Eco-lodge. O país ganhou ainda nas categorias Green Destination e Nature Destination na América do Sul. Na extensa lista de prêmios para os hotéis peruanos, os reconhecimentos na área de sustentabilidade foram para o Tambopata Research Center, Leading Green Hotel pelo segundo ano consecutivo, e o Posada Amazonas Lodge Peru, que recebeu o Responsible Tourism Award (categoria na qual há outros concorrentes além de hotéis), também pela segunda vez consecutiva. Ambos ficam na região de Puerto Maldonado, na Amazônia peruana. O grupo Explora, reconhecido mundialmente por seu trabalho de preservação ambiental e com lodges em quatros países da América do Sul, incluindo um no Vale Sagrado peruano, entre Cusco e Machu Picchu, venceu na categoria Leading Expedition Company.

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Outros hotéis premiados em diferentes cidades no Peru foram Casa Andina Premium Arequipa (Boutique Hotel); Aranwa Cusco (Luxury Boutique Hotel); Belmond Monasterio (Heritage Hotel), em Cusco; Paracas, a Luxury Collection Resort (Leading Resort), no litoral do Oceano Pacífico, ao sul de Lima. Na capital, foram reconhecidos pelo WTA o Belmond Miraflores Park (Most Romantic Resort), o B Hotel (Design Hotel), o JW Marriott Lima (Business Hotel) e o Swissôtel (Conference Hotel, sendo que a marca ganhou também como Hotel Brand). Estive em Lima uma das vezes justamente para participar de uma conferência no Swissôtel, onde fiquei hospedada. Tudo impecável, a estrutura do evento e a hospedagem.

A quantidade de prêmios para os hotéis peruanos impressiona, ainda que não surpreenda. Há anos o país é reconhecido pela excelência da hotelaria e da infraestrutura para o turismo em geral. Mas o principal prêmio do setor de hospitalidade na América do Sul, o de Leading Hotel, ficou com a Colômbia, outro país que vem se destacando no setor de viagens e turismo no continente. O vencedor foi Sofitel Legend Santa Clara Cartagena, que ganhou também na categoria Leading Hotel Suite. Estive neste hotel em duas oportunidades, a mais recente em 2019. Escrevi sobre hotelaria de luxo em Cartagena das Índias, incluindo o inspirador Santa Clara, neste texto aqui.

A hotelaria brasileira levou quatro prêmios na América do Sul: Six Senses Botanique (New Hotel, e finalista na categoria World’s Leading New Hotel), em Campos do Jordão (SP); Dom Pedro Laguna (Beach Resort), em Fortaleza; Wish Foz do Iguaçu (Family Resort, pelo quarto ano consecutivo), e Saint Andrews (Luxury All Suite Hotel), em Gramado (RS). A lista completa dos premiados da América do Sul no World Travel Awards Latin America pode ser conferida aqui. Os vencedores do WTA nos outros continentes estão neste link.

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Grandes redes estão investindo em resorts all inclusive

Nos últimos dezenove meses, muitas mudanças ocorreram na indústria da hospitalidade, provocadas pela pandemia. Além das transformações e ajustes que se fizeram necessários de 2020 para cá para que hotéis e pousadas se adequassem aos novos tempos, temos visto também a aceleração de alguns movimentos e tendências que já tinham começado no pré-pandemia. E é nesse contexto que um desses movimentos chama a atenção: grandes redes estão investindo em resorts all inclusive. E de maneira cada vez mais consistente.

Algumas das maiores redes hoteleiras do mundo, incluindo Marriott, Hyatt, Hilton e Wyndham, por exemplo, têm investido bastante nisso ultimamente. Entre 2020 e 2021, diferentes marcas hoteleiras que nunca tinham apostado nesse nicho investiram em portfólios all inclusive – tanto em rebranding de hotéis existentes como no lançamento de propriedades novinhas em folha. Mesmo redes que nunca primaram exatamente pelos padrões de serviço estão entrando nessa onda – e até o mercado de luxo quer uma fatia cada vez maior deste segmento.

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Crédito: Westin Porto de Galinhas / Divulgação

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Grandes redes estão investindo em resorts all inclusive

A Wyndham Hotels & Resorts, por exemplo, criou a marca Wyndham Alltra, a primeira do grupo inteiramente dedicada a resorts tudo incluído. Definida de maneira controversa como “upper midscale”, a nova marca se aliou à Playa Hotels and Resorts e está convertendo duas propriedades em Cancun e Playa del Carmen nas primeiras unidades da nova Wyndham Alltra – uma delas exclusiva para adultos. A rede comunicou recentemente que anúncios de novas unidades da marca all inclusive virão em breve. 

A Hilton Hotels também anunciou recentemente dois novos resorts all inclusive em seu portfólio no México. O grupo Hyatt, dono dos já populares Hyatt Zilara e Hyatt Ziva, comprou o Apple Leisure Group e, assim, adquiriu também os Secrets Resorts and Spas, famosos por seus resorts com tudo incluído em diferentes destinos.

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Foto: Marriott/Divulgação

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A Marriott, que já andava flertando com o nicho dos all inclusive há mais tempo, inaugurou nada menos que vinte novas propriedades all inclusive. E anunciou que deve abrir outras 33 (!) até 2025, incluindo um Westin All Inclusive em Porto de Galinhas (PE). O programa All-Inclusive by Marriott Bonvoy parece estar fazendo sucesso, principalmente entre turistas norte-americanos. 

O grande diferencial da Marriott é que, ao contrário de outras redes que chegam agora aos resorts tudo incluído, ela não está focando apenas nos típicos resorts de categoria turística tão comuns ao nicho. Algumas de suas novas propriedades all inclusive fazem parte do luxuoso portfólio da Autograph Collection, o que tem elevado o conceito de “tudo incluído” a outro patamar.

A longo prazo, a rede planeja incluir também marcas como W e The Ritz-Carlton no nicho all inclusive. A ideia da Marriott é deixar o clássico estereótipo dos resorts all inclusive (comida ruim, quartos caídos, buffets com filas intermináveis, drinks aguados etc) definitivamente para trás.

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Crédito: Marriott/Divulgação

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Mudança de mentalidade dos viajantes  

Depois de tanto tempo em casa durante a pandemia, retomar as viagens após completar o processo vacinal tem sido atividade repleta de desafios e inseguranças para a maioria dos turistas – principalmente se a viagem for internacional (tenho falado um pouco sobre isso também no meu Instagram @maricampos).

A maior procura por propriedades all inclusive pode muito bem estar também associada à ideia de “segurança” que ela muitas vezes traz: mais espaço nos resorts para praticar o distanciamento social, tudo organizado sob o mesmo conjunto de protocolos e regras, senso de familiaridade com os processos cotidianos e nada de surpresas financeiras na hora do check out. 

Vale lembrar que muitos resorts em diferentes destinos estão criando também suas pequenas “bolhas” de segurança ao exigir certificados de vacinação ou testes negativos de Covid-19 como condição fundamental para aceitar a reserva e efetuar o check-in.  

Não à toa, grandes redes estão investindo em resorts all inclusive cada vez mais. Seus executivos defendem que estudos recentes mostram cada vez mais viajantes, de diferentes perfis sócio-econômicos e de diferentes nacionalidades, interessados pela ideia das férias com tudo incluído

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Crédito: Marriott/Divulgação

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Até os mais jovens estão mais abertos aos resorts all inclusive

Um relatório da STR para a Marriott mostrou que mesmo no pré-pandemia a tendência de valorização dos resorts tudo incluído já existia. No primeiro semestre de 2019, hotéis all inclusive teriam gerado $7.9 bilhões em vendas, o que já representava um aumento de 20% em relação aos cinco anos anteriores.

Junto com o relatório, a Marriott também divulgou uma pesquisa online feita com norte-americanos em julho deste ano na qual 54% dos entrevistados afirmaram considerar um resort all inclusive para as próximas férias – número que salta para 70% na faixa de entrevistados entre 18 e 34 anos. No estudo, 75% dos entrevistados disseram ainda que vêm resorts tudo incluído como opções seguras para as primeiras viagens pós lockdown e 84% afirmaram dar preferência a marcas com as quais estejam familiarizados na hora de escolher a hospedagem, independente do destino.

Atingir viajantes mais jovens com propriedades all inclusive pode ser mesmo um diferencial importantíssimo para as grandes redes – inclusive a longo prazo, trabalhando bem a lealdade à marca ao longo da vida do hóspede. Vale lembrar que a Marriott é hoje não apenas a maior rede operadora de hotéis do planeta com também dona de um dos mais bem-sucedidos e utilizados programas de fidelidade da indústria da hospitalidade.

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Foco nas experiências

Mesmo hotéis que não têm planos de se tornar tudo incluído passaram a oferecer gama muito maior de serviços e experiências aos hóspedes durante a pandemia.  Pousadas, hotéis boutique, unidades de grandes redes e resorts, todos tiveram que se adaptar nos últimos dezenove meses. E o chamado “turismo de experiência” ganhou ainda mais força no mundo e no Brasil durante a pandemia. 

O Amplia Mundo e a Braztoa, por exemplo, se uniram para criar cursos destinados a pequenos negócios do turismo para que sejam capazes de criar experiências interessantes e seguras para atrair a demanda reprimida de viajantes – e têm casos hoje de membros da comunidade que aumentaram em impressionantes 1000% seu ticket médio neste ano. 

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No nicho do turismo de luxo, os hotéis Fasano são um bom exemplo do investimento pesado na criação de novas experiências para os hóspedes nestes novos tempos. Até o site do grupo foi agora remodelado para que as reservas já possam ser feitas ali mesmo com as experiências durante a estadia incluídas – reforçando a tendência de “simplificação das férias” apontada pelas pesquisas internacionais. 

O Fasano Angra, por exemplo, aproveitou os atrativos naturais e culturais da Costa Verde para apostar no turismo de experiência. Dentre as novas atividades lançadas pelo resort neste semestre estão caminhada pela Trilha do Ouro com degustação de plantas comestíveis da região, travessia de SUP pela baía de Angra, canoagem pelo manguezal e Rio Grande, piquenique personalizado no bosque e jantar privativo ao luar.

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Piscinas da pousada Estrela d'Água, em Trancoso | Foto: Carla Lencastre

Estrela d’Água: hospedagem pé na areia em Trancoso

Que saudade que eu estava da Bahia! Estou recomeçando a viajar pelo Brasil e priorizando destinos de natureza. Depois de uns dias perfeito no Kilombo Villas, ao lado da Praia da Pipa (RN), sobre o qual escrevi aqui, voltei ao Nordeste. Desta vez, o destino foi o Sul da Bahia. Em Trancoso, me hospedei na Estrela d’Água, uma das pousadas mais charmosas e confortáveis da região, a 1h30m de carro do Aeroporto de Porto Seguro.

Foram dias deliciosos de sal e sol. A Estrela é conhecida em Trancoso por ter sido “a casa da Gal”. No caso, Gal Costa, a cantora. A pousada é um clássico local, que vai completar 23 anos. Fica em um terreno 23 mil m² de frente para o mar, em meio a Mata Atlântica e com acesso direto à Praia dos Nativos. O Quadrado está a dez minutos de carro, e o preço do trajeto de táxi é tabelado: cada trecho de ida e volta da pousada custa sempre R$ 30.

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Como são as acomodações

A Estrela d’Água tem 20 suítes (a partir de 40 m²), com jardim ou varanda, e oito bangalôs, que podem chegar a 200 m², distribuídos pelos jardins da propriedade. Fiquei em um dos bangalôs com piscina, ótimo para quem busca privacidade. O jardim privativo do bangalô, além da piscina com espreguiçadeiras, tem um gazebo daqueles onde dá vontade de passar horas, inclusive à noite, admirando o céu estrelado e ouvindo o silêncio.

O espaçoso quarto, com objetos de artistas locais na decoração, dispõe de cama de casal com mosquiteiro, sofá que pode virar cama extra, escrivaninha, armário e minibar bem abastecido, incluindo cafeteira e cápsulas de café expresso de cortesia, o que é sempre gentil. O amplo banheiro, com duas pias, tem ainda uma banheira de hidromassagem. As amenidades são Trousseau, em embalagens de vidro reutilizáveis. O Wi-Fi funciona bem.

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Gastronomia na Estrela d’Água

A pousada tem o Bar da Costa e o restaurante Aldeia de São João, de cozinha brasileira e contemporânea, além de um sushi bar em parte da semana. As mesas são decoradas com álcool em gel e ficam em varandas abertas. O bar, entre as duas piscinas e a praia, serve petiscos e refeições ao longo do dia e o menu está disponível também por QR code. Há um serviço de praia para atender quem estiver nas espreguiçadeiras em frente.

No restaurante é servido o jantar e o café da manhã, esta sem dúvida a melhor refeição da Estrela e incluída em todas as diárias. O delicioso café é à la carte, com um menu que muda ligeiramente a cada dia, sempre privilegiando o que é feito na própria pousada. Nas outras refeições não tive muita sorte. À noite, o melhor foi um negroni perfeito ao som das ondas quebrando na praia. Tudo em Trancoso custa caro, a gente sabe, e na Estrela d’Água não é diferente.

Toda as garrafas de água da pousada são de plástico, tanto no restaurante quanto nos quartos. Conversei com vários funcionários, a maioria da região, sobre o excesso de plástico de uso único em uma propriedade tão bem integrada à natureza. Ouvi frases como “outras pessoas já falaram sobre isso” ou “os hóspedes agora deram para reclamar de garrafa de plástico”. Os comentários só reforçam a minha convicção de que é fundamental que cada um de nós faça a sua parte.

O bar da piscina tem água filtrada nas torneiras e é um bom lugar para abastecer a sua garrafinha antes de sair para caminhar na praia quase deserta. A minha garrafa era sempre devolvida com um simpático “as tartarugas-marinhas agradecem” ou “os corais agradecem”. O restaurante, se você pedir, serve água filtrada no copo. Para amenizar o excesso de descartáveis, a Estrela começou recentemente a separar as tampinhas das garrafas para a Recicla Sul da Bahia, empresa de eventos sustentáveis que produz objetos com plástico reciclado.

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Serviço

A Estrela d’Água faz parte das associações Roteiros de Charme, Tablet Hotels, Condé Nast Johansens e Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). Foi reconhecida com o CN Johansens Awards for Excellence por duas vezes consecutivas, em 2019 e 2020. Diárias para duas pessoas, no final de outubro, custam a partir de R$ 2.015, com café da manhã incluído.

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