O que pode mudar na hotelaria com o coronavírus

A pandemia da Covid-19 já infectou, neste momento, mais de um milhão de pessoas no mundo inteiro e já soma mais de cem mil vítimas fatais. E, mesmo de forma indireta, o vírus já está afetando a vida de milhões de pessoas e das mais diferentes indústrias. A indústria turística, sabemos, é um dos maiores catalisadores do mercado econômico – e foi a primeira indústria a ser atingida massiva e globalmente pela crise, logo no começo da pandemia. Estima-se que anualmente sejam gastos mais de um trilhão de dólares em acomodações e viagens aéreas no mundo. Mas o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus?

“Parar por completo com o mercado turístico afeta severamente também milhões de pequenos negócios, comunidades e famílias que dependem disso”, diz um relatório divulgado esta semana pela ILTM (International Luxury Travel Market). Nas últimas duas semanas, vimos diversos hotéis, de pequenas pousadas de charme a gigantes como o Belmond Copacabana Palace, fecharem provisoriamente suas portas sem data para reabrir.

Os efeitos da crise na hotelaria, em que propriedades devem ter baixa ou nenhuma ocupação por muito tempo, são mesmo inéditos e devem acarretar mudanças expressivas – falo mais sobre tais mudanças na indústria do turismo aqui.

Erik Sadao (acervo pessoal)

Mas algumas propriedades estão aproveitando este tempo para se antecipar e já tentar se adaptar à nova realidade que deve vir por aí, quando for seguro viajar novamente. E é bem possível que a indústria da hospitalidade possa ser pioneira nesta retomada do turismo. “Se conseguirmos nos organizar de maneira a reforçar o ciclo virtuoso que o turismo carrega em sua essência, no bem-estar e na sustentabilidade das áreas onde os hotéis, por exemplo, estão instalados, há uma chance de que o produto viagem seja visto como agente de reconstrução do mundo. Não sabemos se o consumidor sairá dessa experiência mais consciente ou com o lado hedonista aflorado, buscando viver o tempo perdido. Em ambos os cenários, se o turismo se posicionar com clareza nos processos de sua produção e envolvidos, pode transformar a maneira como a viagem é enxergada por gerações futuras”, afirma Erik Sadao, publicitário com mais de 20 anos de experiência no mercado de turismo, incluindo onze deles à frente da diretoria da Teresa Perez, e proprietário hoje da Sapiens Travel.

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Erika Sanches, proprietária do Maitei (acervo pessoal)

Para quem se perguntava o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus, já ficou claro nesta fase da pandemia que a hotelaria em geral terá que se reinventar em alguns aspectos para continuar fazendo sucesso neste cenário dos próximos meses e anos, dos novos padrões de limpeza (muitas propriedades já começaram a adotar os mesmo padrões adotados em hospitais) à nova dinâmica diária em geral. “Há mudanças significativas principalmente nos protocolos de higiene e segurança para a equipe e para os hóspedes, e na transformação do formato do café da manhã para o serviço à francesa. Também vamos focar agora em orientar os nossos serviços ao atendimento do mercado brasileiro, que tem preferências bastante específicas”, conta Thiago Azeredo, diretor comercial da Vila D’Este, em Búzios.

Seja com foco imediatista ou pensando mais a longo prazo, o movimento é uma constante no mercado hoteleiro. “Aqui já organizamos um monitoramento de funcionários para quando voltarmos ao trabalho, como tiragem de temperatura, uso contínuo de máscaras etc”, diz Evelyn Gavioli, proprietária da Pousada Estrela D´Água, em Trancoso, fechada no momento. Érika Sanches, proprietária da Maitei, em Arraial d’Ajuda, também prevê mudanças: “Talvez tenhamos que nos readaptar com os atendimentos realizados nas áreas comuns, como café da manhã, spa etc… Já estamos pesquisando as novas tendências de comportamento. Mas o cenário ainda está muito indefinido, temos que pensar um dia de cada vez”.

Além da discussão de itens pontuais sobre o que pode mudar na hotelaria com o coronavirus, diversos especialistas acreditam que alguns modelos de propriedade talvez terão que se reestruturar por completo. “Os hotéis que se sustentavam na aura do agito das áreas comuns, bares e restaurantes, podem ter que rever a estrutura e toda a sua comunicação. Pode ser que o apetite do cliente se volte justamente pelo contrário: ambientes mais calmos, com áreas amplas, controle de pessoas etc. A hospedagem em vilas, queridinhas de todos, podem ser preteridas, ou até impedidas, por falta de garantia nos procedimentos de higienização. E o mesmo pode acontecer com os hostels e as casas de serviços compartilhados como o Airbnb”, ressalta Sadao.

As redes e propriedades que estão acompanhando as novas tendências que começam a se desenhar neste momento de tantas dúvidas e instabilidades podem sair na liderança no momento da retomada. “Neste exato momento, entregadores na China têm sua temperatura monitorada a partir de gadgets que transmitem informações sobre o estado de saúde, em tempo real, para quem fez o pedido. Em um cenário onde as informações sobre os envolvidos no atendimento se tornem importante, é possível que medidas similares sejam adotadas por hotéis, companhias aéreas, restaurantes e profissionais como guias de turismo do mundo todo. As campanhas da hotelaria de luxo já apostam em uma guinada nesse sentido, a partir do retrato dos envolvidos, das comunidades de onde vem etc”, alerta Sadao.

Com o mundo todo focado na ideia de saúde, manter-se são deverá ser preocupação ainda mais constante para o viajante. Por isso mesmo, as ações e atividades ligadas a wellness, por exemplo, devem ganhar status fundamental na maioria das propriedades hoteleiras.”Se uma onda afirmativa em relação ao bem-estar, já em alta há algumas décadas, acontecer em todos os grupos da sociedade, é possível que a prática de esportes se torne uma espécie de atestado de saúde”, concorda Sadao.

Mas o que especificamente pode mudar no departamento de wellness da hotelaria com o coronavirus? “Por causa das restrições de espaço e adequações que, possivelmente, se tornem o novo normal, é provável que hotéis precisem criar áreas abertas, como rooftop gyms, ou que se reservem os espaços fitness com antecedência para garantir um hóspede, ou poucos, por vez. Espaços e equipamentos nos quartos também podem se tornar uma tendência. Já pensou termos que informar se é “com ou sem fitness” no momento da reserva?”, brinca. A empresária Evelyn Gavioli, da Pousada Estrela D´Água, concorda: “Estas experiências serão ainda mais valorizadas, principalmente as experiências voltadas à natureza e ao bem estar”.

Quem já era focado neste segmento pode sair na vanguarda. “A tendência do wellness já é uma realidade no Maitei desde janeiro de 2019 e já fizemos o investimento e a reformulação nesse sentido. Nosso hotel é referência no assunto e nos dedicamos permanentemente à procura e criação de vivências únicas e transformadoras”, diz Érika Sanches. E completa: “Acreditamos que destinos e comunidades sustentáveis irão se recuperar antes e melhor”.

Evelyn Gavioli, da Pousada Estrela d’Agua (acervo pessoal)

Mesmo com tantas portas fechadas temporariamente pela pandemia, é possível, sim, que a hotelaria já comece a atuar na vanguarda destas mudanças. Solidariedade e pro-ativismo nesta fase serão, mais do que nunca, essenciais. “Como disse o Washington Olivetto esta semana, não é hora de vender; é hora de oferecer serviço. E esse serviço não necessariamente será o que você tem como produto principal. A participação solidária no momento, auxiliando a linha de frente, será a melhor ação de relações publicas para hotéis de áreas atingidas”, diz Sadao.

E completa: “Em Londres, o Claridge’s está funcionando como residência para cerca de 40 profissionais da saúde que trabalham no hospital St. Mary’s, no bairro de Paddington. O Connaught e o The Berkeley estão produzindo comida para vários trabalhadores de linha de frente que atuam na crise. Exemplos acontecem em outras grandes cidades como Tóquio e Nova York se multiplicam. De acordo com as pesquisas reveladas na última semana pelo próprio Panrotas, esforços assim tendem a ser lembrados quando tudo isso passar”. Nós do Hotel Inspectors não poderíamos concordar mais – e inclusive já abordamos o tema aqui, aqui e aqui.

Dentre tudo o que pode mudar na hotelaria com a pandemia do novo coronavirus, as mídias sociais também podem ser instrumentos importantíssimos para manter a relevância da propriedade nestes tempos, mesmo para propriedades fechadas, estimulando uma conexão cada vez mais autêntica com os hóspedes. “A conexão via redes permite que o hotel demonstre o que está sendo feito, sem visões alienadas, mas de olho na urgência do momento”, afirma Sadao.  Na coluna da semana passada, mostramos alguns exemplos bem simples que alguns hotéis estão usando para tentar manter a conexão com clientes nas redes.

Erik Sadao (acervo pessoal)

Mas é preciso dosar bem a medida e entender exatamente o que o público quer e precisa neste momento; afinal, mais do que nunca, a conexão entre hotéis, trade e viajantes tem que ser absolutamente real. “Campanhas leves nas redes, com serviços que possam ser úteis para o publico que vive os dias de isolamento, como aulas de yoga ou pilates com os instrutores, aulas com chefs para pratos simples que são a assinatura do café da manhã do restaurante etc”, diz Sadao. E completa: “É possível que a gente presencie o final do conteúdo produzido pela indústria do entretenimento, séries e programas oficiais. Está na hora de proporcionar os quinze minutos de fama, que previu Andy Warhol, às equipes que fazem o serviço acontecer. No momento, elas são mais úteis do que os influenciadores de antes”.

Clique aqui para ler tudo que já publicamos sobre os impactos da Covid-19 na hotelaria

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Coronavírus e a proatividade na hotelaria

Sabemos que o turismo será infelizmente uma das indústrias mais impactadas com a pandemia da Covid-19. O segmento turístico, aliás, foi um dos setores que mais imediatamente começou a sofrer os efeitos destes nossos novos tempos, com uma quantidade sem precedentes de voos cancelados no mundo todo e também uma quantidade inimaginável de hotéis de todos os tamanhos e targets fechando provisoriamente suas portas. Da primeira à última semana do mês de março, em hotéis do mundo inteiro, o cenário não poderia ser mais diferente. E diversos hotéis independentes correm sério risco de fechar suas portas se este cenário se esticar por muito tempo. Mas, mesmo em plena pandemia do novo coronavírus, a proatividade na hotelaria segue extremamente necessária.

Mais do que apenas preencher cartas, documentos e abaixo-assinados pedindo ajuda governamental para manterem seus negócios em pé (que se faz necessária, sim, é claro), esta é também uma época em que parte da indústria hoteleira se mostra ainda mais pró-ativa. Urge utilizar o negócio hoteleiro para colaborar de alguma forma para ajudar (como for possível) que passemos por tudo isso mais rápido e que se repense estratégias para o futuro próximo. 

Várias “boas ações” da hotelaria foram citadas aqui na coluna na semana passada. De campanhas de arrecadação como da Lungarno Collection às redes hoteleiras que estão cedendo seus quartos sem custos a profissionais da saúde e sem-teto na Inglaterra, o setor felizmente começa a se posicionar solidariamente neste novo cenário que tem a maioria dos viajantes do mundo todo fechados em suas próprias casas para tentar frear um pouco o avanço do vírus. 

E é preciso, sim, ser solidário e investir em ações solidárias, mesmo com consideráveis investimentos, para que essa roda possa continuar girando lá na frente, “quando isso tudo passar”. O viajante já está prestando redobrada atenção nos players da hotelaria que estão se manifestando solidariamente, seja com iniciativas pequenas e pontuais (como os programas de fidelidade da Marriott e da Hilton ampliando a validade de pontos e status)  ou como iniciativas gigantes, como os hotéis que recebem sem custos profissionais da saúde. 

A proatividade na hotelaria frente ao novo coronavírus urge também que a hotelaria como um todo se reestruture, já que o nosso modo de viajar deve também mudar consideravelmente quando fronteiras forem reabertas e, com sorte, uma vacina for criada. E, mesmo agora, há espaço também para novas oportunidades no setor trazidas, de alguma maneira, pela própria crise na qual nos encontramos. 

Alguns países em destinos asiáticos – a primeira região do mundo a sofrer os efeitos da pandemia – podem dar exemplos interessantes. A ideia de transformar o propósito dos hotéis em uma espécie de QG da quarentena poderia, por exemplo, servir como uma maneira de ocupar parcialmente os quartos ociosos e gerar alguma renda neste período. 

A busca por um quarto de hotel hoje em dia vai desde viajantes de negócios e turistas que se viram repentinamente “ilhados” após o fechamento de fronteiras e cancelamento de voos até indivíduos que estão buscando lugares alternativos para se auto-isolar da família por duas semanas ante a possibilidade de terem sido expostos ao vírus. Isso, aliás, foi algo que na minha família mesmo consideramos para o último membro que chegou de viagem – e uma atitude que mais pessoas estão de fato adotando também no Brasil (para citar um exemplo bem público, Preta Gil escolheu um flat em São Paulo para seu auto-isolamento após ser diagnosticada com Covid-19).  

Em destinos asiáticos como a Tailândia, alguns hotéis já começam a anunciar inclusive seus “quarantine packages” para este público, com duração de duas semanas e preços bastante competitivos. Em alguns países, como o caso de Singapura, é inclusive mandatório que qualquer pessoa entrando no país faça sua quarentena por duas semanas, mantendo ainda abertas as portas da maioria de seus hotéis.

Em propriedades como as da rede tailandesa A-One, os pacotes incluem refeições entregues nos quartos em trolleys e a promessa de cuidar separadamente de pratos, talheres e roupas de cama e banho destes hóspedes em quarentena. E, é claro, a promessa de que o staff checará diariamente as condições de cada hóspede em quarentena e tomará as providências cabíveis caso algum deles necessite ser levado ao pronto-socorro. 

Na Suíça, o Le Bijou Apart-Hotel ganhou os holofotes do cyberspace nestes últimos dias ao anunciar pacotes de quarentena de alto luxo em seus apartamentos independentes. Numa jogada de marketing, os pacotes mais completos custam milhares de euros por dia e incluem também os serviços diários de médicos e enfermeiros, além de uma testagem para a doença. O upside fica por conta do fato de que passaram a oferecer estadia sem custos para profissionais da saúde em algumas de suas unidades – e alguns dos executivos da propriedade, incluindo o CEO, doaram seus salários para ações de solidariedade durante a quarentena.

O cenário para o turismo parece mesmo bastante desanimador para os próximos meses, mas a proatividade da hotelaria neste período pode ser a chave da retomada depois. Afinal, mesmo com as incertezas frente ao novo coronavírus, novas perspectivas para a hotelaria nacional e internacional, ainda que mínima e bem vagarosamente, devem continuar aparecendo para tentar preencher de alguma forma esse gap. Por aqui estamos torcendo muito.

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A hotelaria e o coronavírus

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Novidades no Fasano Angra dos Reis

A última semana não foi nada fácil, convenhamos; nem está sendo. Em tempos de pandemia do novo coronavírus, estamos sendo forçados a rever hábitos e planos em prol do bem comum, somando esforços para tentar frear os avanços da Covid-19. E nada mais urgente neste momento mesmo! Mas nada impede que sonhemos com as próximas viagens; e é por isso que conto aqui sobre as novidades do Fasano Angra dos Reis.

Na primeira semana de março, fui convidada pelo hotel  Fasano Angra dos Reis para me hospedar ali por três dias e conhecer algumas das novidades que o hotel está lançando neste 2020. Com um apelo extra: a maior parte destas novidades está disponível também para moradores e viajantes que não estejam hospedados no hotel.

LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

Inaugurado em 2017, o Fasano Angra deu cara completamente nova ao antigo Hotel do Frade, no condomínio homônimo, levando à cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, um patamar de serviços na hotelaria que o destino até então desconhecia. O hotel conta inclusive com uma equipe de “mordomos” – super descontraídos, do uniforme ao estilo de abordagem, para combinar bem com a informalidade da propriedade – que assiste o hóspede em todos os momentos da hospedagem, incluindo reservas e passeios. Meu “mordomo” Pedro foi rápido, eficiente e extremamente simpático durante toda minha estadia.

Localizado à beira-mar no condomínio do Frade, o hotel conta com serviço de praia exclusivo e com dois restaurantes – o Praia, pé na areia e bem informal, e o Restaurante Fasano, formal, aberto somente para o jantar. O Praia conta com um excelente buffet de café da manhã incluído nas diárias, servido regularmente até 11h30 da manhã. O complexo do hotel tem também uma panetteria, academia, dois bares, boulevard com lojas de diferentes nichos, kids club completíssimo, piscina indoor e outdoor e um spa de impressionantes dois mil metros quadrados. Com custo extra, hóspedes também podem fazer uso do enorme campo de golfe do condomínio.

Confira sete dicas para deixar suas viagens mais sustentáveis daqui pra frente.

Foto: Mari Campos

Os quartos são todos muito espaçosos, e todos com varanda mobiliada (vista para a praia ou para as montanhas). Conheci todas as categorias de quarto oferecidas, inclusive as suítes mais caras, e ainda assim continuo achando a categoria Deluxe Vista Mar a mais charmosa e com melhor custoXbenefício. Há vista lateral para o mar, mas uma enorme varanda com day bed e mesa e cadeiras. A cama e até a banheira partilham da mesma vista – que obviamente pode ter privacidade total através de cortinas e belíssimas persianas de madeira maciça entre o quarto e o enorme banheiro.

Serviço de limpeza e de turndown simpático e eficiente, com fartura de água cortesia no quarto. As boas-vindas são dadas com animadas e coloridas mensagens escritas à mão no espelho de corpo inteiro – e também com os mais gostosos brigadeiros! Além disso, neste modelo de quarto há espaço de sobra nos guarda-roupas, mesmo para quem se hospedar por bastante tempo. Mas fica aqui nossa crítica ao fato de o hotel, assim como todas as demais propriedades Fasano, ainda cobrar as cápsulas de café no quarto, enquanto o mercado de luxo internacional vai na direção contrária (leia mais sobre nosso movimento #freethecafezinho aqui).

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LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

A boa notícia do hotel em 2020 é que suas áreas comuns passam a ficar completamente abertas a não hóspedes também – desde que com reserva antecipada, é claro. Na área gastronômica, o chef Jonathan Lauriola trouxe diversas mudanças. A charmosa Panetteria ganhou nova área ao ar livre e ampliou bastante seu cardápio. Agora, além de salgados, cafés e os italianíssimos gelatos da casa, passaram a oferecer também lanches, quiches e saladas. Uma ótima opção para quem quer fazer apenas uma refeição rápida e descomplicada em qualquer horário do dia.

O Restaurante Praia abre suas portas para não hóspedes no excelente café da manhã, tem buffet de antepastos, saladas e sobremesas aos finais de semana, e novo menu à la carte com seção de pratos para compartilhar em família ou grupo de amigos. O Restaurante Fasano Angra dos Reis traz no jantar um menu italiano bem sofisticado, com ingredientes sazonais – e seu bar tem menu de drinks bastante criativo. A boa mesa do chef passa a estar disponível também no novo serviço de catering lançado pelo hotel para quem contratar um passeio de barco diretamente com o hotel.

O imenso Spa do Fasano Angra também trouxe novidades como os novos programas de bem-estar e estética, com até 3 dias de duração.

Clique aqui para ideias de como deixar a sua casa com jeito de hotel.

Foto: Mari Campos

Como provou-se que o distanciamento social máximo é a arma mais eficiente para tentar diminuir os contágios nesta fase, adiar nossas viagens é imprescindível neste momento. E nós do Hotel Inspectors já adiamos todas as nossas. Mas, quando esta situação toda passar, nós vamos querer e precisar viajar de novo – e é por isso que continuaremos falando de hotéis por aqui. Para inspirar, sonhar e também ajuda-los a planejar as próximas férias.

Salva esta coluna na sua wish list viajante para aproveitar as novidades do Fasano Angra dos Reis para uma bela e revigorante escapada quando este turbilhão passar 😉

LEIA AQUI a review completa do Fasano Angra.

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Como é o novo Juma Ópera em Manaus

Foram dez longos anos de espera, entre o começo do projeto e a abertura oficial das portas (ainda em soft opening) no último dia 2 de fevereiro. Mas, enfim, podemos contar aqui como é o novo hotel Juma Ópera, em Manaus, que está finalmente inaugurado – e nós fomos os primeiros a conhecer a nova propriedade!

Localizado na avenida 10 de Julho, o novo Juma Ópera fica bem diante do Teatro Amazonas, e é um hotel boutique de apenas 41 quartos que deve transformar de vez o cenário da hotelaria da cidade. Os bons ventos hoteleiros já tinham começado a soprar sobre a cidade desde a inauguração do ótimo Villa Amazonia, também no centro histórico (falaremos dele aqui na coluna mais adiante), mas a verdade é que o Opera trouxe um padrão hoteleiro para Manaus.

A convite do hotel, fiquei hospedada no novo Juma Ópera, em Manaus, ainda em fevereiro, durante seu período de soft opening. O complexo do hotel-boutique é formado por dois casarões tombados e restaurados, somados a dois outros prédios construídos do zero no mesmo estilo, com total harmonia externa entre eles. Boa parte dos quartos, o restaurante e também o imperdível rooftop têm vista desobstruída para o genial Teatro Amazonas, inaugurado durante o Ciclo da Borracha. 

CONFIRA AQUI A REVIEW COMPLETA DO NOVO JUMA OPERA, em Manaus.

O ousado projeto foi comandado pelo arquiteto Roberto Vinograd e incluiu fiação toda estruturada de forma subterrânea para que a fachada ficasse livre para ser devidamente apreciada.  A decoração tem projeto assinado pela arquiteta Debora Aguiar, especialista no conceito eco-luxury, com tons suaves nos móveis e objetos e muitos quadros e objetos indígenas pelas paredes e ambientes, como os balaios Baniwa, confeccionados artesanalmente pelos índios desta etnia a partir das folhas de arumã tingidas com urucum e trançadas uma a uma.

Ao todo, são apenas 41 suítes de diferentes categorias e tamanhos (entre 23m² e 66m², com pé-direito alto), no novo Juma Ópera, em Manaus. Todas elas contam com charmosos balcões, e a maioria tem vista para o Teatro. Os quartos têm decoração primorosa, em tons claros e aconchegantes, sempre com elementos amazônicos nas paredes – fotos e objetos em cestaria. Roupa de cama e banho são de excelente qualidade. De alguns dos quartos, é possível ver a cúpula do Teatro Amazonas até mesmo da cabeceira da cama.

Clique aqui para ler sete dicas para tornar suas viagens mais sustentáveis a partir de agora.

Não há água nem café/chá cortesia (tudo é cobrado no minibar e não há máquinas de café nos quartos) e a maioria dos quartos não é exatamente espaçosa; mas há boa funcionalidade em móveis acessórios, mesa de trabalho e armários. A internet grátis é de ótima qualidade, há bom isolamento acústico e os banheiros são bonitos, espaçosos e com bons secadores de cabelo. E a diferença de qualidade de serviço e conforto para o lodge do mesmo grupo na floresta é gritante.

A piscina instalada no rooftop do novo hotel Juma Ópera, com vista panorâmica de Manaus que chega até o rio e com o Teatro bem em frente, é realmente imperdível. Por enquanto restrita unicamente a hóspedes, é deliciosa, discreta, quietinha e com uma vista panorâmica realmente deslumbrante. Só não dá para esperar privacidade, já que o edifício mais alto do centro de Manaus fica logo atrás do hotel, com vista desobstruída para a piscina.

Conheça também o Juma Amazon Lodge, na floresta amazônica.

Foto: Mari Campos

Seu bar e restaurante Ópera, sob comando da chef Sofia Bandelak, já ficaram badalados na cidade: manauaras e turistas se encontram do café da manhã ao jantar no belíssimo restaurante de pé direito alto, com cúpula de vidro e vista para o teatro. O café da manhã ainda era bastante simples durante o soft opening, mas a ideia é passar a servir em breve (de acordo com a gerência do hotel) um bom serviço de buffet com pratos quentes à la carte.

O bar, anexo à recepção, criou uma carta bem empolgante, com drinks exclusivos voltados para ingredientes e sabores amazônicos – mas todos os clássicos estão também disponíveis, é claro. O bar atende também no charmoso terraço à frente do hotel, com petiscos e pratos rápidos, e a equipe de barmen (e barwoman!) é um encanto.

LEIA TAMBÉM: Os desafios da hotelaria na Amazônia durante a pandemia

O menu do restaurante Ópera, ainda que não definitivo nesta fase de abertura, ficou realmente excelente. Há pratos internacionais, mas a maioria deles reflete bem a riqueza e complexidade dos ingredientes e sabores locais. Tive a chance de, durante meus vários dias no hotel, provar diferentes pratos do cardápio e gostei muito de tudo que comi, de entradinhas à sobremesa. Os pratos mais inesquecíveis para mim foram o irretocável risoto de tacacá e o suculento pirarucu.

Há também uma academia e o hotel deve ganhar em breve nova recepção e entrada e também área de convenções. O hotel usa parcialmente energia solar no sistema de aquecimento e tem vários espaços revestidos por cerâmicas de vidro reciclado.

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Um hotel-spa cinco estrelas em Bordeaux

Bordeaux é terra de excelentes bistrôs e grandes rios. Terra muito boa para explorar também em um cruzeiro fluvial, como o que fiz com a Uniworld ao longo de uma semana, visitando as principais vinícolas e vilarejos da região. E Bordeaux é também terra de um premiado hotel-spa cinco estrelas.

Mas a cidade de Bordeaux também é incrível, e vale estadias cada vez maiores para a gente dar conta de visitar todas suas atrações e bairros cheios de personalidade, e ainda ter tempo para provar muitos wine bars e bistrôs. O que pouca gente sabe é que a região de Bordeaux também pode ser destino certeiro para pausa, sossego, relax absoluto. É essa a receita vencedora do belo Les Sources de Caudalie, um hotel de luxo com um premiado spa Caudalie que foi um dos grandes pioneiros do enoturismo da região.

São apenas vinte minutos de carro que separam o hotel-spa cinco estrelas do centro de Bordeaux. O aeroporto da cidade fica também à mesma distância, fazendo do hotel também uma escapada possível para quem tem poucos dias disponíveis.

Inteiramente rodeado pelos belos vinhedos da vinícola Château Smith Haut Lafitte, com mais de 600 anos de história, tem diferentes opções de acomodação dispostas horizontalmente, de quartos convencionais a cottages de sonho, que parecem saídos de um filme de época, repletos de carvalho e pedras calcárias. 

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No hotel-spa cinco estrelas em Bordeaux há também quartos tipo cottage, todos enormes e extremamente recomendáveis. Chalés completos, com hall, sala de estar, quarto, varanda mobiliada, closet e um enorme banheiro (com amenidades da Caudalie, é claro).

Além disso, a propriedade – imensa!, com direito a bosque, fazendinha, lagos etc – é também repleta de obras e instalações de arte espalhadas por toda parte.

Seus excelentes restaurantes fazem todos bom uso do conceito farm-to-table de seus restaurantes, utilizando em seus pratos algumas frutas, ervas e vegetais cultivados ali mesmo. Além disso, os produtos do terroir do sudoeste francês são coisa seríssima para todos eles, por mais distintos que sejam entre si.

O La Grand’Vigne, do chef Nicolas Masse, tem duas estrelas Michelin – e é ali mesmo que é servido diariamente um impecável café da manhã. O La Table de Lavoir é um bistrô tipicamente francês e o descolado Rouge funciona mais com um tapas bar, para refeições mais rápida.

O spa vale o quanto pesa, com vinte diferentes salas de tratamento, duas piscinas, saunas e jacuzzi. Foi ali mesmo que foi inventada a vinhoterapia, que consiste em tratamentos de beleza e relaxamento à base de vinho (as sementes da uva são ricas em polifenóis, poderosos aliados nos tratamentos anti-idade, entre outros benefícios). 

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A estrutura do hotel-spa em Bordeaux e de seus múltiplos e tão variados espaços fazem da propriedade um local perfeito tanto para casais como para famílias com crianças pequenas (a infra para os pequenos, aliás, é impressionante). Há também bicicletas disponíveis para empréstimo, trilhas, piscinas, fazendinha, salas de jogos, espaços lúdicos, biblioteca e academia.  Atividades como visitas à vinícola, piqueniques entre os vinhedos, aulas de culinária e degustações podem ser arranjadas, mediante pagamento extra.

Seja para pré ou pós cruzeiro, o premiado hotel-spa cinco estrelas Les Sources de Caudalie, em Bordeaux, é perfeito para descansar após explorar Bordeaux ou mesmo para escapar de Paris por dois ou três dias.

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