Casa na árvore no Xigera Safari Lodge, em Botswana

De predador a construtor: é a vez do turismo regenerativo

Viajar de maneira sustentável, sem causar danos ao meio ambiente, não é mais o suficiente. O conceito de turismo regenerativo surgiu antes de pandemia, mas ganhou força nos últimos meses. Você sabe do que se trata? E o que tem a ver com hotelaria? Em viagens regenerativas viajantes e empresas não prejudicam o planeta, compensam os danos causados (através de programas de neutralização de carbono, por exemplo), e promovem melhorias

No turismo regenerativo o envolvimento social, econômico e cultural de toda a rede de viagem é maior e mais ético. O oposto do overtourism. O impacto positivo pode acontecer de diversas maneiras, como melhorar as condições econômicas da comunidade local ou recuperar um ecossistema. Ou seja, tornar um lugar melhor do que ele era antes, e não apenas deixar igual.

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Buyout: reservar hotel inteiro é tendência na pandemia

O conceito de turismo regenerativo é relativamente recente. Já o termo “regenerativo” é usado há mais tempo em outras áreas, como arquitetura, design e agricultura, frequentemente associado à economia circular. No Brasil ainda são poucas as referências a viagens regenerativas ou turismo regenerativo. Mas em 2020 a regenerative travel começou a ser discutida mais constantemente por publicações estrangeiras especializadas em viagens ou não, como The New York Times.

Uma reportagem publicada em agosto no jornal americano chamou a atenção para o tema com o título “Move over, sustainable travel. Regenerative travel has arrived”. O texto aponta vários caminhos para ações regenerativas seguidos por organizações sem fins lucrativos, associações de operadores de viagem, escritórios de promoção turística de lugares tão diferentes quanto Nova Zelândia e Bélgica e hotéis. Selecionei outras tendências e novidades do turismo em 2021 para uma reportagem do jornal O Globo, publicada em janeiro

Turismo regenerativo: fachada do Bentwood Inn, em Jackson Hole, Wyoming | Foto de Danny Barnes/Divulgação
Fachada do Bentwood Inn, em Jackson Hole, Wyoming | Foto de Danny Barnes/Divulgação

turismo regenerativo: ‘além do sustentável’

No início da pandemia muito se discutiu como seriam diferentes as viagens pós-vacina. Hoje vemos que não será a covid-19 que tornará o ser humano melhor. Temos que perseverar. Até pelo conceito em si, turismo regenerativo não pode ser considerado um nicho de mercado (como aventura, por exemplo). Também não é um substituto de turismo sustentável. É mais amplo. Mas diversos hotéis em todo o mundo, inclusive no Brasil, já fazem questão de destacar que vão “além do sustentável”. Para dar mais visibilidade a estas propriedades surgiu no final de 2020 a marca Beyond Green, do mesmo grupo que administra a Preferred Hotels & Resorts. E há pelo menos uma agência online usando o termo “viagem regenerativa” no nome: a Regenerative Travel, criada pouco antes da pandemia.

Marcas já existentes também começam a dar os primeiros passos “além do sustentável”. Em reportagem sobre viagem regenerativa publicada no início de 2021, a Forbes destacou o exemplo da Red Carnation Hotels, com 20 hotéis de luxo em três continentes. Através da fundação sem fins lucrativos ThreadRight, a rede hoteleira vai analisar pelos próximos cinco anos a pegada ambiental e o impacto nas comunidades locais das operações da empresa e priorizar ações regenerativas. Os tópicos vão de diversidade e inclusão no local de trabalho ao bem-estar da fauna.

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respeito ao meio ambiente ‘além do básico’

Não por acaso algumas propriedades da Red Carnation estão no portfólio de hotéis de luxo da Beyond Green, como o Ashford Castle, na Irlanda; o Bushmans Kloof Wilderness Reserve, na África do Sul, e o recém-inaugurado Xigera Safari Lodge, em Botswana.

A proposta da Beyond Green é “levar o turismo sustentável para um outro nível” e formar um portfólio com hotéis, resorts e lodges que contribuem para o bem-estar social e econômico das comunidades locais, protegem o patrimônio natural e cultural e respeitam o meio ambiente indo “além do básico” e seguindo os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODSs) das Nações Unidas.

No Delta do Okavango, o Xigera (foto no topo do texto) é um dos 24 membros fundadores da Beyond Grenn, que tem representantes de 15 países em cinco continentes. O ir “além do básico” pode incluir a monitoração de toda a fauna e flora local, um compromisso que o lodge assumiu com o Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais, órgão do governo federal. Ou a encomenda de 90% dos móveis, objetos de decoração e obras de arte para serem feitos a mão por artistas e designers africanos, a maioria jovens. Ou a transformação em compostagem dos resíduos orgânicos da cozinha, doada para as comunidades locais usarem em suas plantações.

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Turismo regenerativo: Comuna do Ibitipoca, fazenda histórica em Minas Gerais | Foto de divulgação
Comuna do Ibitipoca: fazenda histórica em Minas Gerais | Foto de divulgação

‘Regenerative travel’: do Wyoming a Ibitipoca

Outro fundador da Beyond Green está no portfólio da Regenerative Travel. É Bentwood Inn, em Jackson Hole, no Wyoming, construído com madeira recuperada de um grande incêndio no parque de Yellowstone, em 1988. Com apenas cinco quartos, o lodge tem um coordenador de sustentabilidade que supervisiona iniciativas regenerativas, como o plantio de árvores frutíferas pensando na migração de animais selvagens.

Entre os hotéis com os quais a Regenerative Travel trabalha estão alguns razoavelmente conhecidos dos viajantes de luxo brasileiros, como os safari camps Singita na África do Sul, que promovem cursos de educação ambiental para as comunidades locais, e o Sublime Comporta, em Portugal, com uma piscina biológica na qual a água é tratada com plantas aquáticas, criando um ecossistema.

Há também um representante brasileiro na Regenerative Travel, a Comuna do Ibitipoca, em uma fazenda do século XVIII em Minas Gerais. Aqui a compensação de carbono é feita localmente: árvores nativas da Mata Atlântica são plantadas na região em um projeto que tem a parceria das comunidades vizinhas. É apenas um exemplo de como o turismo regenerativo é um convite para, nas palavras da Comuna, “refletir sobre questões globais e agir localmente”.

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Reservar um hotel inteiro: tendência na pandemia

Buyout: reservar hotel inteiro é tendência na pandemia

Como evitar encontrar desconhecidos hospedados no mesmo lugar que você? É só reservar o hotel inteiro, tendência na pandemia principalmente no segmento de luxo, e receber família e amigos como se estivesse em casa. Buyout é o termo em inglês usado no setor de viagens e turismo quando um único cliente fecha um hotel. Acontecia antes da pandemia, em viagens multigeracionais, eventos familiares ou empresariais, ou simplesmente para garantir privacidade a ricos e famosos. Com a pandemia, o buyout ganhou força. O jargão vem do mundo empresarial, onde buyout significa comprar uma empresa, ou parte dela, e assumir o controle.

Além ter acesso a todos os serviços normalmente oferecidos pelo hotel, quem faz buyout também customiza a hospedagem e tem experiências personalizadas. Se o grupo gosta de cozinhar, por exemplo, pode ser possível incluir no buyout o uso da cozinha do hotel. O buyout foi uma das tendências para 2021 que mais me chamou a atenção durante a ILTM, a maior e mais importante feira de viagens de luxo da qual participei mais uma vez em dezembro. Falei sobre buyout, staycation e outras tendências do mercado de turismo de luxo neste meu texto para o jornal O Globo, publicado no início de janeiro.

Leia também: De predador a construtor, é a vez do turismo regenerativo

Na Europa, o buyout aumentou no verão passado como contou na ILTM Kevin Triboulet, diretor de Vendas e Marketing do grupo francês Airelles:

“Tivemos muito buyout no verão europeu. Pan deï Palais, em Saint-Tropez, por exemplo, foi reservado várias vezes por famílias e grupos de amigos.”

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Ainda antes do início do verão de 2020 no Hemisfério Norte, a Virtuoso, associação global voltada para experiências de viagens de luxo, chamou a atenção para o buyout:

Buyout oferece privacidade, que frequentemente é uma prioridade para viajantes do segmento de luxo, assim como distanciamento social, que continuará a ter alta demanda por muito tempo depois de as restrições causadas pela pandemia terem sido suspensas”, disse em entrevista a Forbes Misty Belles, diretora geral de Relações Públicas da Virtuoso.

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No Brasil

A tendência chegou ao Brasil. Dois exemplos de hotéis no litoral que oferecem buyout são o cearense Casana (foto no início deste texto), na Praia do Preá, perto de Jericoacoara, e o potiguar Kilombo Villas, em Sibaúma, nos arredores de Pipa. O Casana tem apenas oito espaçosos bangalôs com vista para o mar, incluindo um com dois quartos e outro com beliches. O Kilombo oferece dez acomodações com decorações únicas, uma delas com 230 metros quadrados. Buyout é mais frequente no segmento de luxo, mas também é possível fechar uma pousada econômica.

Coworth Park: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
North Lodge, casa com três quartos em Coworth Park, Ascot | Foto de divulgação

Pode entrar que a casa é sua

Como privacidade e distanciamento social não são problemas para a hotelaria de luxo, com a pandemia aumentou também o aluguel de villas, casas e apartamentos dentro de hotéis e resorts, com todos os serviços. Assim como no buyout, experiências podem ser personalizadas e incluir menus exclusivos, por exemplo. Uma das novidades apresentadas na ILTM foi o North Lodge, casa com três quartos, cozinha e jardim privativo no Coworth Park, da Dorchester Collection, em Ascot, a cerca de 15 km do Aeroporto de Heathrow.

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Do lado de cá do Oceano Atlântico há uma nova villa no Cheval Blanc St-Barth Isle de France, no Caribe. A Villa de France tem cinco quartos, cozinha, duas piscinas privativas e acesso à praia.

“É um novo produto com privacidade para o hóspede se sentir em casa, mas com todos os serviços do hotel”, disse durante a ILTM Anne-Laure Pandolfi, diretora de Relações Públicas e Inovação da marca Cheval Blanc, parte do conglomerado de luxo LVMH (Moët Hennessy Louis Vuitton) que deve inaugurar este ano um esperado hotel em Paris.

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‘Private retreats’

Em uma escala maior, a rede canadense Four Seasons tem hoje mais de 750 opções de hospedagem no que chama de private retreats: apartamentos, casas ou villas dentro dos hotéis. Recentemente, o grupo hoteleiro inaugurou cinco residências no Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. As novas villas do FS Safari Lodge Serengeti têm de um a três quartos e os hóspedes podem fazer safáris exclusivos. Para quem prefere praia, no FS Seychelles uma das novas villas tem sete quartos. Com vista para o Oceano Índico, piscina privativa de borda infinita e cozinha, acomoda até 14 pessoas. Já nas Maldivas a villa de sete quartos pode acomodar até 20 pessoas em uma ilha particular no FS Private Island at Voavah, Baa Atoll.

Residences DC Dubai: reservar um hotel inteiro é tendência na pandemia
Representação do terraço de um dos apartamentos das Residences DC Dubai | Divulgação
Residencial com serviço de hotel de luxo

Para além da hotelaria, o mercado imobiliário de alto padrão incorporou residenciais com grife e serviço de hotel de luxo, entre eles o de concierge. Há lançamentos a caminho neste segmento inclusive no Brasil, como o Rosewood São Paulo. A tendência dos residenciais de luxo com serviço de hotelaria é forte e grupos hoteleiros às vezes fazem o lançamento primeiro no mercado imobiliário. É o caso da Dorchester Collection com as Residences Dubai, previstas para este ano. O novo hotel de Dubai, o décimo do grupo, ficou para setembro de 2022. Em Londres a Dorchester Collection inaugurou recentemente as Mayfair Park Residences, ao lado do hotel 45 Park Lane.

“Sem dúvida os residenciais são um dos nossos focos para o futuro próximo”, disse na ILTM Christopher Cowdray, CEO da Dorchester Collection.

Leia também: Como é uma “staycation” em um resort urbano no Rio

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Piscina do novo Anantara Tozeur Resort, na Tunísia

Luxo em cenário de Star Wars e outros novos hotéis de 2020

A versão 2019 da International Luxury Travel Market (ILTM Cannes), a maior e mais importante feira de viagens de luxo, realizada na primeira semana de dezembro na ensolarada Riviera Francesa, esteve como sempre repleta de novidades, entre tendências e produtos, como novos hotéis de 2020. Em estandes lindamente decorados de gigantes da hotelaria, em apresentações para a imprensa, em bate-papos individuais ou em almoços, jantares, coquetéis e festas concorridas em hotéis, restaurantes e até na praia banhada pelo Mar Mediterrâneo, durante intensos quatro dias muito se conversou sobre o mercado de viagens de luxo em 2020. Big players da indústria estiveram por toda a parte e foram muitos os anúncios de aberturas hoteleiras em 2020.

Leia mais: Rosewood anuncia abertura em São Paulo para o final de 2020

Entre tantas novidades, selecionei para a revista Panrotas, semana passada, 20 novos hotéis em diferentes cidades pelo mundo (Paris, Londres e Nova York inclusive) para ficar de olho em 2020.

Você pode conferir a lista completa na edição digital clicando aqui (o texto começa na página 24).

Separei aqui seis hotéis bacanas, fora de grandes centros, para dar uma amostra do que vem por aí na hotelaria de luxo.

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Hotéis novos DE 2020 fora de grandes centros.

Anantara Tozeur Tunisia. Em soft opening desde o final de 2019, este esperado resort no Deserto do Sahara (foto em destaque no topo) fica na região da Tunísia que aparece nos filmes da saga Star Wars como o planeta Tatooine. São 50 quartos e 43 villas a 1h15m de voo da capital, Túnis. Anantara tem hoje 41 hotéis. O 42º (e terceiro na Europa) será o The Marker Dublin, na Irlanda, que reabre no segundo semestre. O projeto do Anantara brasileiro, no antigo Kiaroa, na Península de Maraú, na Bahia, foi adiado.

Leia mais: Hotel carbono neutro, a hospedagem que não deixa pegadas

Novos hotéis de 2020: Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão
Six Senses Bumthang, o quinto lodge da marca no Butão | Foto de divulgação

Six Senses Fort Barwara. A Six Senses, parte do IHG, continua em expansão. Fort Barwara fica a três horas de carro de Jaipur, na Índia. Em uma fortaleza do século 14, terá 48 quartos, dois restaurantes e duas piscinas. O hotel incorporou dois templos, e o spa seguirá a filosofia ayurveda. Em 2020, Six Senses conclui o projeto no Butão e abre em Bumthang. Este quinto lodge forma um itinerário em conjunto com os quatro inaugurados em 2019.

Na torcida para que os roupões do Fort Barwara sigam o padrão de originalidade de outros hotéis indianos de luxo, como você pode ver aqui.

Leia mais: O difícil adeus ao plástico na hotelaria

Novos hotéis de 2020: interior do restaurante grifado do primeiro O&O na Europa, em Portonovi, Montenegro
O restaurante grifado do primeiro O&O na Europa | Foto de divulgação

One&Only Portonovi. O O&O de Montenegro será o primeiro da marca na Europa. Banhado pelo Adriático, entre o mar e a montanha, o resort fica a 45 minutos de carro de Kotor, Patrimônio Mundial pela Unesco, e a uma hora de Dubrovnik, na vizinha Croácia. Terá 113 acomodações, entre suítes e villas; dez residências, spa e restaurante do chef estrelado Giorgio Locatelli. Ainda para este ano está marcada a inauguração do O&O Mandarina, na Riviera Nayarit, o segundo resort do grupo no México (um terceiro está a caminho, em Puerto Vallarta). E a abertura do O&O Desaru Coast, na Malásia. Nesta mesma região do Sudeste Asiático, a duas horas de carro do Aeroporto de Singapura, foi inaugurado recentemente um Anantara.

Leia mais: Como será a hotelaria de luxo na era covid-19

Novos hotéis de 2020: piscina com vista para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo
Piscina voltada para o Mar Tirreno no Villa Igiea, em Palermo | Foto de divulgação

Villa Igiea, a Rocco Forte Hotel. Rocco Forte em pessoa anunciou em Cannes a reabertura do Villa Igiea, fora do centro de Palermo. Em um palácio do final do século 19 e com 68 quartos e suítes, a maioria com vista para o mar, será o 14º hotel de Sir Rocco (sétimo na Itália, segundo na Sicília). Hotel desde o início do século 20, Villa Igiea recebeu nobres europeus e celebridades de Hollywood ao longo das décadas, antes de fechar.

Leia mais: Cinco inovações que vão mudar a hotelaria

Novos hotéis de 2020: café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf
Café da manhã com vista para o Caribe no Le Carl Gustaf | Foto de divulgação

Barrière Le Carl Gustaf. O grupo francês Barrière chega a Saint-Barth, no Caribe, e já aceita reservas para a partir de 1º de março. Serão 23 acomodações, todas com vista para o mar, entre quartos, suítes e bangalôs. O hotel boutique terá também uma filial da clássica brasserie Le Fouquet’s, de Paris, que faz parte do mesmo grupo e completa 150 anos em 2020.

Cayo Guillermo Resort Kempinski. A rede alemã baseada em Genebra cresce em Cuba, depois do sucesso do Gran Hotel Manzana La Habana, aberto em 2017. O novo resort à beira-mar, em Playa Pilar, tem 245 quartos. Com 76 hotéis em 31 países, Kempinski pretende chegar a uma centena de hotéis em todo o mundo no próximo ano.

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Como é o novo safári camp Nimali Mara, na Tanzânia

A rede de camps de safári sustentáveis e focados em conservação e preservação da vida selvagem Nimali Africa tem um novo camp na Tanzânia. A rede, que possui também outros dois safári camps na Tanzânia (o Nimali Tarangire, no Parque Nacional Tarangire, a 4h de carro do aeroporto internacional Kilimanjaro, e o Nimali Central, na região central do Serengeti, e que passará por um super upgrade neste 2020), abriu na porção norte do Serengeti o Nimali Mara.

LEIA MAIS sobre o incrível Nimali Mara e safáris na Tanzânia aqui

O novo camp, localizado no parque nacional classificado pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, quase na divisa com Maasai Mara (no Quênia), é o primeiro camp de luxo do grupo, com tendas, áreas comuns e serviço impecáveis. Tudo ali foi instalado de maneira 100% sustentável (da “construção” do camp ao dia-a-dia sem plásticos, sem desperdícios, energia solar, tratamento de água etc), respeitando a paisagem espetacular e tão pecuiiar da região. Ali as savanas são repletas de rochas e, das áreas comuns às tendas, tudo no camp levou a geografia local em consideração.

A proximidade com Maasai Mara garante muitos animais à vista e garante ter avistamentos ainda mais espetaculares durante a grande migração, que acontece de julho a setembro com literalmente milhões de animais passando por ali. Outra vantagem da localização é que a parte norte do Serengeti conta com pouquíssimos lodges e camps. Passei dias ali sem praticamente ver outros carros com turistas.

A equipe também merece destaque: das mais afinadas (em todos os sentidos) que já vi em lodges e camps africanos. Chama a atenção que a jovem gerente é a única mulher do grupo – mas lidera com muito carinho e doçura e dá pra ver que todos ali se tornaram uma grande família. E sabem manter os hóspedes satisfeitos e entretidos mesmo nos dias mais chuvosos (peguei muita chuva durante parte da minha estadia ali).

VEJA MAIS detalhes do Nimali Mara e dos safáris na Tanzânia aqui.

A deliciosa área externa das tendas. Foto: Mari Campos.

A beleza do camp chama mesmo a atenção. A arquitetura caprichosa criou dez tendas muito espaçosas, todas elas com uma das faces feita inteiramente de vidro, garantindo vista panorâmica para o Serengeti de absolutamente todos os cômodos. Cada tenda conta com saleta, closet, quarto, imensos banheiros (chuveiro duplo, pia duplo, banheiras de cobre abertas) e uma deliciosa varanda externa com lounge, mesa e cadeiras e uma deliciosa swing bed perfeita para descansar, namorar, ler, meditar.

Além da área de trabalho e das muitas tomadas e entradas USB, todas as tendas contam com wifi de ótima qualidade e – raridade nos camps de luxo similares – telefone e serviço de quarto. A cada manhã os hóspedes são despertados pessoalmente com café ou chá e cookies caseiros. Mas é possível também pedir para jantar no próprio quarto ou mesmo um rosé geladinho à tarde. E mais: como nos demais camps da Nimali, serviços de lavanderia estão sempre incluídos nas diárias.

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Nas áreas comuns, há living, um delicioso bar, piscina e restaurante, tudo com vista panorâmica para o parque. Os detalhes muito africanos incluem tecidos mil, muita madeira e muito cobre. A gastronomia é caprichadíssima (foram as melhores refeições de toda a minha última viagem à África). Mas eles vão além: ao invés de servir todas as refeições sempre no restaurante, a cada dia o staff do hotel vai criando também cenários diferentes ao longo da estadia de cada hóspede. Sempre uma surpresa diferente (e tudo ali dependendo do clima, é claro). Almoço em plena savana, jantar à luz de velas à beira da piscina, café da manhã no alto de uma das enormes rochas dos arredores… e sempre com capricho: mesas, cadeiras, copos, talheres, toalhas, e um serviço irretocável. Mas até nos dias mais chuvosos foram criativos.

A criatividade, verdade seja dita, parece ser marca registrada do grupo: as outras duas propriedades Nimali (Nimali Tarangire e Nimali Central) também se encarregaram de escolher as “locações” mais incríveis e bem decoradas para os meus sundowners enquanto estive com eles. De fato, dos mais bonitos que já vi (e olha que já fiz MUITO safári na vida).

SAIBA TUDO sobre safáris na África aqui.

Ponto importante na hora de reservar: ao contrário de outros camps similares, o Nimali Mara opera sempre com pensão completa (bebidas incluídas), mas game drives, sundowners e open bar só estão incluídos no sistema “game package”.  

Dá para ler mais sobre minhas aventuras africanas e os melhores camps e lodges de safári aqui.

Leia mais sobre hotelaria na África aqui.

A jornalista Mari Campos viajou a convite da Gamewatchers Safaris (que cuidou de todo o itinerário e logística da viagem), da Sariri Terra e da South African Airways.

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Great Plains Conservation abre novo camp de luxo no Quênia

A Great Plains Conservation, que reúne diferentes safari camps em distintos países africanos, abriu neste segundo semestre de 2019 sua mais nova propriedade de luxo no Quênia. O novo Mara Nyika Camp fica localizado na área de conservação Naboisho, adjacente à reserva nacional Maasai Mara, e conta com apenas quatro luxuosas e exclusivas tendas, com capacidade máxima de apenas oito hóspedes.

Durante uma longa viagem pela região nestas últimas semanas, tive o prazer de ser a primeira jornalista brasileira a se hospedar ali – e conheci em detalhes esta bela propriedade construída de maneira ética e sustentável.

O nome Nyika significa “grande planície” e combina perfeitamente com o terreno plano repleto de acácias.  “Cada vez que viemos ao local enquanto planejávamos o camp, nos deparamos acidentalmente com leões e leopardos. Encontramos um dos mais excitantes lugares da África”, diz Dereck Joubert, CEO e fundador da Great Plains Conservation, empresa focada em conservação e preservação da vida selvagem através do turismo sustentável que mantém com sua esposa, Beverly Joubert. O casal é também especializado em fotografia e documentários sobre vida selvagem no continente africano, com diversas produções em parceria com a National Geographic. 

Construído de maneira ética, o Mara Nyika é um camp de luxo que opera 100% com energia solar, trata e reaproveita a água que consome e já nasceu totalmente plastic-free. A caprichada cozinha da propriedade só utiliza ingredientes locais e sazonais, tem índices de desperdícios mínimos e praticamente tudo ali é hand made. 

A ideia ali é ensinar o hóspede a fazer uso ético, racional e sustentável de todos os recursos da propriedade, protegendo o ecossistema tão especial do qual se beneficia em sua visita, mas sem abrir mão do conforto nem dos serviços de hotelaria de primeira linha. 

A decoração honra o romantismo da África Oriental com tendas glamurosamente decoradas dispostas sobre charmosas passarelas de madeira reaproveitada de antigas ferrovias e construções africanas, entre belas acácias. Dentro de cada tenda, quatro áreas bem separadas: uma bela varanda ao ar livre, um charmoso living, o quarto propriamente dito e imensos banheiros, com duchas e banheiras em cobre – tudo com vista para a vida selvagem, é claro.  Todas as facilidades da hotelaria de luxo – roupões, safe box, amenidades de banho, água filtrada, café e chá cortesia – estão ali, acrescidas de charmosos detalhes, como óculos de leitura e câmeras DSLR com lentes objetivas emprestados sem custo para os hóspedes durante sua estadia. Os serviços de lavanderia diários também estão incluídos, assim como pensão completa, bar aberto e atividades na região. 

As passarelas de madeira que conectam cada uma das quatro tendas à área principal (living, restaurante, deck, boutique e wine lounge) dão um certo clima de “casa na árvore” ao local. O serviço geral é primoroso, com uma equipe local muito afinada, comandada com doçura pela adorável queniana Marietta Keru. 

Todos os dias, pela manhã cedinho e nos finais de tarde, os hóspedes têm a chance de sair em excitantes game drives pela região, com excelentes avistamentos de vida selvagem. Ali a gente quase não vê outros carros de safári e consegue aproveitar ao máximo cada saída. Os safáris de final de tarde terminam com impecáveis sundowners em plena savana, com direito a settings quase cinematográficos, incluindo bar completo, confortáveis cadeiras e fogueira enquanto a tarde cai. Com sorte, dá para degustar sua caprichada gin&tonic vendo o sol se por e ouvindo o rugido de leões à distância, como aconteceu comigo. 

Os hóspedes que ficam ali, além de explorarem os 50 mil acres da área de conservação e se aventurarem em safáris também pela reserva Maasai Mara, contribuem diretamente com o sustento das mais de 500 famílias Maasai assistidas pela propriedade. As taxas de conservação garantem a conservação da vida selvagem no ecossistema Maasai Mara. 

Para o ano que vem, o camp ganhará uma honeymoon suite, ainda maior e mais caprichada, que terá piscina privativa. Vale ficar de olho.

Leia mais sobre a Great Plains Conservation e seus luxury safari camps super sustentáveis aqui, aqui e também aqui.

Mari Campos viajou ao Quênia a convite de Sariri Terra, Gamewatchers Safaris e South African Airways.

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