Rituaali

A nova fase do Rituaali, em Penedo

Engana-se quem define o Rituaali, em Penedo (RJ), como um spa. Engana-se também quem agenda sua estadia ali focando em emagrecimento. Na verdade, trata-se do único hotel do Brasil 100% focado em medicina do estilo de vida.

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O principal foco da experiência ali é propor hábitos de vida mais saudáveis e equilibrados em geral. “Quem tem foco em emagrecer hoje conta com tantos outros recursos, tantos novos medicamentos, não é mesmo? Nosso foco aqui é outro. A ideia é repensar hábitos, reeducar, relaxar, ressignificar o bem-estar”, me disse Lorena Trindade, sócia-diretora do Rituaali.

Rituaali
foto: Mari Campos

Por isso mesmo, é comum que a maioria dos hóspedes da propriedade esteja em processo de grandes mudanças pessoais ou profissionais, da recuperação de burnouts a tratamento de doenças. E, embora casais e amigos se hospedem juntos também por ali, a grande maioria dos hóspedes viaja sozinha ao Rituaali.

Em agosto passado, me hospedei pela segunda vez na propriedade, agora sob o comando de nova equipe médica e nutricional.  A gastronomia saudável, criativa e extremamente saborosa, continua sendo, sem dúvidas, e de longe, o grande destaque da hospedagem – agora sob o comando dos ótimos chefs Neth Rocha e Felipe Diniz.

Fiquei feliz em testemunhar algumas mudanças bastante positivas, sobretudo na condução menos rígida, mais maleável, das estadias, dando ao hóspede mais poder de decisão na conduta do dia-a-dia da hospedagem e, assim, tornando a experiência toda mais prazerosa em geral. Um ótimo exemplo de como a hotelaria pode ser usada como ferramenta para mudar comportamentos e hábitos em prol do bem-estar. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no Rituaali, em Penedo

O nome Rituaali – “ritual”, em finlandês – conecta o hotel com a colônia finlandesa de Penedo da qual fazem parte. Mas, mais que tudo, deixa clara a filosofia básica da propriedade: a repetição consciente de pequenos rituais diários pode trazer maior bem estar à rotina. 

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As acomodações do Rituaali – divididas em apartamentos e chalés (estes últimos com unidades novas e antigas, com design diferente entre si) – foram desenhadas tendo em mente qualidade do sono e desaceleração. São todas bastante espaçosas, com bons banheiros, bom espaço para armazenamento de pertences e belas varandas ou terraços privativos.

Espere cores neutras no décor e blackout eficiente, mas também ausência de televisão ou de quaisquer artefatos para ouvir música. A ideia principal é que o silêncio predomine e que estímulos sejam sempre reduzidos ao mínimo possível; tanto que a conexão wifi é militarmente desligada às 22h em ponto e só é religada de manhã, tentando forçar quem tem hábitos mais noturnos a dormir cedo.

Vale saber que, dada a geografia do mais montanhosa e isolada da região onde o Rituaali foi construído, algumas operadoras de celular não pegam ali. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Dia-a-dia de pequenos rituais

No dia-a-dia do hóspede do Rituaali, há uma agenda diária e semanal de atividades (opcionais) pré-programadas, realizadas coletivamente para os hóspedes, como caminhadas todas as manhãs, palestras pela manhã e à noite, terapias coletivas e, eventualmente, algumas atividades esportivas e workshops de gastronomia. 

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Há também uma agenda individual que combina consultas médicas e duas terapias (banhos terapêuticos ou massagens curtas) ao longo da estadia. Estadias de pelo menos sete noites têm mais acompanhamento médico e mais atividades individuais.

As áreas comuns do Rituaali incluem exuberantes jardins tropicais, que são sempre um convite a passar mais tempo ao ar livre. Há também um complexo de spa com academia, piscinas outdoor e indoor, fria e aquecida, jacuzzi, saunas, cold plunge e diversas salas de tratamento.

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Há também um complexo ao ar livre, afastado do core do hotel, com outra piscina ao ar livre e quadras para vôlei e beach tennis. 

Só estranhei que, desta vez, a minha consulta medica inicial aconteceu só no final do segundo dia da estadia, de modo que meus primeiros dois dias de hospedagem não tiveram nem alimentação nem atividades customizadas. 

Ao contrário da visita anterior, quando contávamos com algumas sessões com personal na academia, desta vez não tive também, em nenhum momento da estadia, nenhuma atividade esportiva customizada.  Também senti não haver nenhuma aula ligada a dança e movimentos em geral nas aulas coletivas da academia. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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O grande destaque do Rituaali: gastronomia 

A alimentação do Rituaali é quase 100% vegetal (só não pode ser classificada como vegana porque eventualmente fazem uso de itens como mel). E são mesmo as refeições o ponto alto do Rituaali. 

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A cozinha é também livre de alguns estimulantes, como álcool e café – há distintos tipos de chá, inclusive nas acomodações, mas só são servidos “cafés” alternativos, como de cevada ou de milho. Espere pães de fermentação própria, leites e queijos produzidos a partir de oleaginosas, sobremesas sem açúcar.

Sopas, saladas, lasanhas, tacos, pasteis, docinhos… da entrada à sobremesa, tudo ali é cheio de sabor e altamente nutritivo, fazendo excelente uso até dos menos óbvios ingredientes (a moqueca de palmito e banana com arroz de amêndoas foi meu favorito). E é muito bem adaptado às preferências e restrições de cada hóspede. 

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Mas vale saber: embora o emagrecimento não seja meta das hospedagens no Rituaali – eu mesma não emagreci nada da primeira vez que me hospedei lá e emagreci apenas 1kg em seis dias desta ultima visita -, todo hóspede ali passa por uma dieta personalizada e significativamente reduzida em calorias. 

Adotando os pilares da Medicina do Estilo de Vida (alimentação, movimento, sono, gerenciamento de estresse etc), no cotidiano do hotel os dias começam e terminam cedo – o jantar é servido às 18:30, o que pode ser um choque para boa parte dos hóspedes. 

Para alguns, a ausência de cafeína e de proteína animal fica insustentável – testemunhei algumas “escapadas” de hóspedes à cidade justamente para tentar suprir essa carência. Mas, em termos gerais, a maioria tenta se jogar de corpo e alma na proposta médica. 

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Rituaali
foto: Mari Campos

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Novidade a caminho

Nesta nova fase, o Rituaali está ampliando seus serviços e instalações. Ganhou um delicioso mercadinho (que vende inclusive muitos dos produtos alimentícios usados pela cozinha do hotel) e vai ganhar também uma clínica de beleza, oferecendo diversos procedimentos estéticos. A ideia é atender aos pedidos frequentes de parte dos hóspedes por esse tipo de serviço.

O novo espaço criado para a clinica de beleza também está levando à propriedade novas especialidades médicas, incluindo fisioterapia. 

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Amazônia Pouso das Castanheiras

Pouso das Castanheiras: hospedagem imersiva na Amazônia

Viajar para a Amazônia é das experiências mais fascinantes que um viajante pode ter. Até os mais urbanos, como eu, simplesmente perdem o chão diante de tamanho arrebatamento em beleza, grandiosidade e excepcionalidade de experiências. Assim, é mesmo motivo de celebração a inauguração do Pouso das Castanheiras, nova opção de hospedagem imersiva na Amazônia brasileira.

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A charmosa nova casa, localizada à entrada do Parque Nacional de Anavilhanas, a pouco mais de duas horas de carro desde o aeroporto de Manaus, é fruto da primeira investida em hospitalidade de alto padrão de três amigos brasileiros, apaixonados pela região. Banhada pelo rio Negro, a casa em plena floresta preservada ocupa uma propriedade de cerca de 26 hectares repleta das castanheiras que lhe deram nome.

Amazônia Pouso das Castanheiras
foto: Mari Campos

Apostando na hospitalidade sustentável e no turismo regenerativo, trata-se de um espaço onde a floresta dita o ritmo das coisas – mas é o próprio viajante que define sua programação, do horário das refeições às atividades desejadas.

A ideia ali é unir a exclusividade e total privacidade da acomodação (afinal, a casa deve ser reservada por inteiro, idealmente por famílias ou grupos de amigos), sem abrir mão de amenidades de qualidade, boa mesa e serviços de hotelaria.

São três quartos pensados para 6 adultos – mas adaptáveis a um total de 8 pessoas, desde que pelo menos duas sejam crianças. As diárias funcionam com transfers desde e para Novo Airão, refeições, bebidas não alcoólicas e passeios incluídos. Tudo isso com muito conforto, segurança e completa imersão na floresta e na cultura local. E, ah!, wi-fi excelente.

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Amazônia Pouso das Castanheiras
foto: Mari Campos

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Uma casa de sonho em plena floresta

Thiago Cavalli, Thiago Fontoura e Roberto Vietri decidiram transformar sua paixão pela Amazônia e suas experiências pessoais na região e em viagens em geral em um tipo de acomodação que recebesse os hóspedes da forma mais autêntica e confortável possível. As reservas de estadia podem ser feitas diretamente com a propriedade ou através de agentes e consultores de viagem.

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As acomodações do Pouso das Castanheiras – uma suíte e dois quartos com banheiro compartilhado – têm todas camas deliciosas com dossel, ar condicionado e varanda privativa. Só não contam com armários, apenas prateleiras.

Há um amplo living, redes, sala de jantar, cozinha e um amplo deck de madeira com espreguiçadeiras que também é um constante convite para o relaxamento. Ali existe outro espaço para refeições, ao ar livre, com um charmoso carrinho-bar da década de 1970 como apoio. Tudo literalmente imerso na floresta amazônica.

Os móveis do Pouso das Castanheiras foram desenhados com exclusividade pelo arquiteto Dimitri Buriti e muito artesanato e obras de arte locais decoram cada ambiente com esmero.

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Erguida em plena mata, a propriedade equilibra sofisticação e respeito às tradições das construções locais, com uso de materiais locais e técnicas construtivas de baixo impacto. As áreas comuns não se escondem atrás de vidros hermeticamente fechados; pelo contrário, são maravilhosamente abertas para a floresta amazônica, garantindo muita luz natural e ventilação – e permitindo que sons e cheiros da floresta inundem os ambientes.

No cronograma de atividades disponíveis para os hóspedes e incluídas na hospedagem há trilhas pela floresta, visitas a comunidades locais, contemplação de igarapés e igarapós, canoagem, SUP, pôr do sol no rio, focagem noturna de animais… mas também tempo de sobra para descansar, mergulhar ou simplesmente ler um livro. Os passeios são sempre conduzidos por guias locais.

Quando a noite chega, o staff da casa acende uma linda fogueira na clareira; é um programão nos sentarmos ao redor do fogo, contemplando o céu escandalosamente estrelado. No período da seca, me contaram que a casa tem praticamente uma prainha privativa também.

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As refeições são todas preparadas pelo staff do Pouso das Castanheiras. E a experiência gastronômica por ali, no melhor estilo gastronomia de acolhimento, tem assinatura amazônica e merece mesmo menção especial. Toda refeição tem sabores e ingredientes muito frescos e realmente locais ou regionais (o tambaqui na brasa é excepcional!), inclusive no delicioso e farto café da manhã.

Não há cardápio fixo; as opções de cada refeição são discutidas previamente com os hóspedes e adaptadas conforme os gostos e restrições. E, é claro, depende também da própria sazonalidade dos ingredientes.

O Pouso das Castanheiras conta também com um delicioso deck sobre o rio – meu local preferido nos finais de tarde. Sentar confortavelmente ali, com pelo menos os pés na água, completamente imersa nos sons da maior floresta tropical do mundo, acompanhando a grandiosidade do rio e o longínquo vai e vem de pequenas embarcações com uma bela taça de vinho branco geladinho em mãos, com revoadas de pássaros e saltos de botos, me marcou tanto quanto os sensacionais passeios cotidianos.

Hospitalidade de primeira, com DNA 100% brasileiro. Que sorte a nossa.

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Fera Palace Salvador

Review: Fera Palace, Salvador

O edifício de 1934, em estilo Art Déco, impressiona pela fachada. É praticamente um tesouro arquitetônico local. Mas basta passar algumas horas dentro do Fera Palace Hotel, em Salvador, para entender que a propriedade que já recebeu Carmen Miranda, Pablo Neruda e Orson Welles em outros tempos vai muito além das aparências.

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Eis aí um hotel que acompanhou o ritmo dos tempos. Seus interiores foram renovados e modernizados nos últimos tempos, desde que a Fera Investimentos passou a administrar a propriedade em 2017. Mas atualizar seus espaços com as comodidades da contemporaneidade não apagou, de forma nenhuma, sua história – felizmente.

Fera Palace Salvador
foto: Mari Campos

Há um nostálgico clima de viagem no tempo ao adentrarmos quartos, corredores e o bar do lobby. Há pisos e várias outras estruturas originais, contrastando com lustres majestosos, esculturas de Nádia Taquary, outro elementos restaurados e o mobiliário modernista das acomodações casa com perfeição com as maravilhosas fotografias (do fotógrafo brasileiro Akira Cravo) que enfeitam suas paredes.

Recepção, lobby e bar do Fera Palace Hotel têm seus espaços anexos com certo glamour Art Déco e bastante iluminação natural durante o dia, graças ao pé direito duplo. Mas é seu rooftop seguramente seu maior símbolo – agora ainda mais cativante com uma bem-sucedida collab com a grife Carolina Herrera.

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Fera Palace Salvador
foto: Mari Campos

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Fera Palace Hotel: orgulhosamente baiano

O antigo Palace Hotel, inaugurado em setembro de 1934 na Rua Chile, primeira rua do país, na década passada foi convertido no Fera Palace Hotel – hoje parte da prestigiosa coleção L.V.X. da Preferred Hotels & Resorts.

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Em outros tempos, este icônico hotel de Salvador recebeu hóspedes como Carmen Miranda, Pablo Neruda e Orson Welles. E seus ambientes já serviram de cenário para algumas produções cinematográficas, como “Dona Flor e Seus Dois Maridos”.

O edifício art déco até hoje se destaca enormemente em meio aos edifícios ecléticos da região: o arquiteto dinamarquês Adam Kurdahl restaurou também os 230 ornamentos externos e as 640 janelas de madeira maciça da fachada, tombada IPHAN.

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O Fera Palace fica localizado a passos do Elevador Lacerda e do Pelourinho – uma região de incontestável beleza histórica e importância cultural que agora, felizmente, começa a ganhar também mais opções gastronômicas no Tirachapéu, a uma quadra do hotel.

Ganhou também um imperdível novo museu quase vizinho, o divino Muncab. E o sempre ótimo Dona Mariquita Casa de Veraneio fica pertinho e vale uma deliciosa escapada: basta apenas descer o Elevador Lacerda e caminhar alguns metros.

São 81 apartamentos e suítes dispostos em nove andares da estrutura triangular modernista do Fera Palace Hotel, com ambientes aconchegantes e um evidente orgulho da história de Salvador estampado nos mínimos detalhes.

Os quartos de entrada são pequenos mas bastante confortáveis. No entanto, quanto mais se “sobe” na escala de categorias de acomodação, mais espaço elas ganham. E algumas têm lindas vistas para o mar – com destaque para as suítes localizadas nos andares mais altos da “quina” do edifício.

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Fera Palace Salvador
foto: Mari Campos

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Paixão pelo Design e pela gastronomia

O “escaninho” (armário de correspondências) atrás do balcão de madeira da recepção, peça vintage, é uma das muitas peças fundamentais do décor do Fera Palace Hotel – e contrasta de maneira absolutamente genial com o ultra tropical papel de parede ao fundo.

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O belo bar decorado com azulejos da década de 1930 serve não apenas ótimos drinks e cafés dia noite como também uma excelente carta de petiscos – funciona muito bem chegar e “jantar” ali mesmo. Há também uma excelente adega no hotel, com mais de 1.000 rótulos diferentes.

No restaurante principal, agora administrado pelo Grupo Soho, tudo servido em louças feitas à mão pela ceramista Beatriz Godoy – e é aberto a não hóspedes (mas faça sempre reserva antecipadamente).

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Serve um ótimo café da manhã (100% à la carte nos dias de baixa ocupação e mesclando à la carte e buffet quando o hotel tem alta ocupação) e tem uma deliciosa carta de releituras de clássicos baianos e novas invenções tanto para almoço quanto para jantar.

Seu rooftop, quase debruçado sobre Baía de Todos os Santos, tem vistas panorâmicas incríveis para o mar e a cidade e é obviamente o espaço preferido dos hóspedes. Com uma deliciosa piscina de borda infinita de 25 metros de comprimento e um bom bar, é frequentemente repaginado em collabs com grandes marcas da moda.

Atualmente ganhou tons de rosa em todos os seus ombrelones, day beds e espreguiçadeiras graças à parceria com a refinada grife Carolina Herrera. Lindo para descansar durante o dia, perfeito para contemplar o pôr do sol com um bom drink e comidinhas. Em algumas noites da semana, ainda funciona ali um outro restaurante do hotel.

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Zendaya Resort Buzios

Review: Zendaya Búzios

A charmosa Búzios, no litoral do Rio de Janeiro, ganhou recentemente um novo estilo de hospitalidade, ainda bem pouco explorado na região: um resort de luxo focado majoritariamente em famílias. O antigo hotel boutique A Concept foi ampliado, seu conceito foi modificado e ele se transformou no belo Zendaya Resort.

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O resort segue a linha de sofisticação informal da fase anterior da propriedade; mas foi bastante interessante ver como ganhou novas propostas, novas acomodações (incluindo opções dúplex que acomodam até 5 pessoas) e muito mais foco em famílias no geral.

Zendaya Resort Buzios
Foto: Mari Campos

O Zendaya Resort ocupa a antiga residência de veraneio do banqueiro inglês Roger Wright, projetada em 2008 com pé na areia, muita madeira e muito vidro – mas ganhou também outros edifícios anexos.

Localizado na praia de Manguinhos e realmente pé-na-areia, é rodeado de verde e segue em plena expansão, com diversas novidades na agenda para os próximos meses e anos.

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Zendaya Resort Buzios
Foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no Zendaya Resort, em Búzios

No total, são quase 40 mil metros quadrados de área à beira-mar compondo infraestrutura cada vez mais completa do Zendaya Resort. Das onze acomodações dos tempos de A Concept, passou hoje para 47 no total, distribuídas em suítes Master, Superior, Deluxe e Golf Villas. Todas elas, independente da localização no resort, são bastante espaçosas e contam com amplas janelas de vidro e pátios ou varandas privativos.

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Apenas as duas maiores suítes, ambas localizadas no edifício principal, têm de fato vista ao mar. As vistas das demais acomodações são para os jardins da propriedade ou para o belo campo de golfe.

Todas as acomodações contam com serviço de café e chá cortesia, e também água cortesia no serviço de turndown. Os espaçosos banheiros têm amplos boxes, pias duplas, amenidades sustentáveis e vasos japoneses “toto style”. Algumas acomodações oferecem também banheiras.

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Lazer para a família toda

A estrutura para o lazer é bastante completa. O Zendaya Resort possui duas belas piscinas, ambas ao ar livre – mas com uma importante diferença: a localizada em meio aos jardins é climatizada e, por isso mesmo, mais comumente frequentada por famílias com crianças; a outra, bem diante da praia, conta com serviço de bar e vista para o mar.

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Há também uma excelente academia climatizada que conta até com ringue de boxe. Nas áreas externas, quadras de tênis e padel (iluminadas também para jogos noturnos). E o campo de golfe, projetado pelo campeão espanhol José Maria Olazábal, conta com seis buracos de Par 3 e clínica.

Há empréstimo de bicicletas, pranchas de SUP e caiaques, e aluguel de equipamentos para surf, kite e moto aquática disponíveis. O Zendaya oferece também ping-pong, bilhar, futmesa, pebolim, jogos de carta e de tabuleiro, e Playstation.

Mas se a ideia for apenas relaxar, a propriedade acaba de ganhar uma filial do carioca W Spa, com amplo menu de tratamentos e terapias. A massagem relaxante *Sereno*, focada em dissolver tensões e melhorar a circulação sanguínea e linfática, é a mais pedida.

Para as famílias, o lazer dos pequenos também está garantido, mesmo que fujam da água gelada do mar. Os monitores promovem brincadeiras e jogos no pequeno kids club/brinquedoteca, mas também nos jardins e piscinas.

Um novo Kids Club está previsto no cronograma de obras e expansões do resort, assim como um heliponto e novas quadras.

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Zendaya Resort Buzios
Foto: Mari Campos

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Foco na Gastronomia

É preciso destacar em separado o foco na gastronomia nesta nova fase do Zendaya Resort. O chef Felix Sanchez entrou para o time do hotel e está supervisionando toda a parte gastronômica. Felix será também o chef responsável pelo novo restaurante que deve ser inaugurado na propriedade ainda esse ano.

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O cuidado gastronômico do Zendaya é evidente e todos os pratos que consumi estavam mesmo muito saborosos. Importante destacar que o resort tem uma linda horta sustentável abastecendo as cozinhas de seus restaurantes, garantindo diversos itens orgânicos e muito frescos para os pratos.

Por enquanto, o principal restaurante da casa é o The Jul’s, de paredes envidraçadas para que o mar e a paisagem natural do hotel sejam protagonistas também nas refeições. Serve gastronomia brasileira e internacional do café da manhã ao jantar.

O buffet de café da manhã é bastante extenso, incluindo menu de pratos quentes à la carte, espumantes e uma estação exclusiva para as crianças. Mas Eggs Benedict são curiosamente cobrados à parte.

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Zendaya Resort Buzios
Foto: Mari Campos

No entanto, o maior destaque gastronômico do Zendaya Resort fica, sem dúvidas, com o delicioso e discreto restaurante Sushi 11, um japonês comandado com esmero pelo chef Fábio Mendoza e com excelente serviço.

Aberto para almoço e jantar, tem vista para o campo de golfe e um menu amplo e variado, com opções também para quem não é tão fã deste tipo de cozinha. São tantas opções, servidas sempre de forma tão delicada e saborosa, com apresentação impecável, que uma boa ideia é apostar no omakase. Uma pedida excelente inclusive para quem não está hospedado no resort.

Belíssima experiência de resort no Sudeste, seja em família ou não.

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A hospitalidade diversa do Ibiti

É difícil não se encantar pelo Ibiti, em Minas Gerais. Afinal, essa deliciosa empreitada de turismo regenerativo, sem similar na hospitalidade internacional, é praticamente uma utopia transformada realidade – como bem diz a placa de madeira logo à entrada da reserva.  

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O que começou nos anos 1980 com o sonho do empresário Renato Machado de proteger os arredores do Parque Estadual de Ibitipoca, MG, hoje se converteu em um projeto de vários braços distintos – e do qual o turismo é força importante – que já ultrapassa os 6 mil hectares de área total.

Focado em projeto de rewilding, o IBITI é hoje membro da BLTA (Brazilian Luxury Travel Association) e seu Xodós do Brasil e continua expandindo não só seu território e força sócio-econômica transformadora como também sua vocação para a hospitalidade.

Inicialmente Reserva do Ibitipoca, depois Comuna do Ibitipoca até que virasse simplesmente IBITI, o projeto oferece três modelos já muito bem estruturados de hospedagem turística regenerativa. E inaugura agora a quarta vertente dessa seara hoteleira: sua primeira casa de vidro totalmente automatizada, com vistas surreais para a reserva a partir de qualquer ponto.

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Foto: Mari Campos

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Como é se hospedar no Ibiti

Seu modelo de turismo de baixo impacto, que atua regenerando o meio ambiente, conservando fauna e flora e apoiando sócio-economicamente as comunidades locais, acontece em outras três opções distintas de hospitalidade.

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A primeira investida do Ibiti na hotelaria veio com o adorável Ibiti Engenho Lodge, até hoje a grande estrela do projeto. O casarão construído ao redor de um pátio, com distintas varandas e rodeado por montanhas verdejantes tem apenas 8 grandes suítes, cada uma com uma decoração diferente – mas sempre essencialmente mineiras.

Inaugurado ainda em 2008, suas áreas comuns têm e jeitinho de “casa de vó”, decoradas com muita brasilidade e com a natureza sempre à vista. Tem também spa, sauna e uma deliciosa jacuzzi ao ar livre.

A beleza e aconchego importam, e muito, mas nada disso se compara à calidez do serviço e à primorosa gastronomia tocada pelas “meninas do Engenho” com maestria. Do café da manhã ao almoço mais frugal, do café da tarde ao jantar de vários passos, tudo ali é simplesmente delicioso – e está incluído nas diárias. Cada garfada é uma viagem. E a equipe do lodge ainda é craque em preparar os set ups mais lindos, seja interna ou externamente, para cada refeição.

Engenho Lodge ainda administra a vizinha Casa Carlinhos, com 3 suítes, que deve ser alugada por inteiro mas tem direito de uso dos serviços do lodge.

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A segunda opção de hospedagem é o Ibiti Village, que deu nova vida a Mogol, um diminuto vilarejo de ruas de terra batida que esteve a ponto de desaparecer. Com apenas algumas dezenas de moradores permanentes, teve parte de suas casas originais reformadas e transformadas em 11 acomodações turísticas cheias de conforto.

Todas as casas são diferentes entre si e foram decoradas seguindo temas diferentes – como a dedicada a Guimarães Rosa, decorada com frases e obras do genial escritor. Algumas têm cozinhas completas, outras não; algumas possuem apenas um dormitório outras acolhem famílias.

No Ibiti Village a hospedagem também acontece com pensão completa incluída, servida sempre no Yucca, o restaurante vegetariano e orgânico do vilarejo – que tem ainda escola, igreja, posto médico, café, cinema e prainha de rio. Além da inclusão de um passeio guiado por dia, os hóspedes do Village também são contemplados com algumas atividades culturais, como concertos de piano em um Steinway de jacarandá da Bahia de 1874.

CLIQUE AQUI para ver valores e disponibilidade no Ibiti Village.

Foto: Mari Campos

A terceira opção de hospitalidade é o Ibiti Remote, que conta com três acomodações privativas, todas com localizações bem remotas na reserva. Focadas em quem deseja mesmo total desconexão, o acesso a elas se dá, dependendo da acomodação, por trilha, bicicleta, a cavalo ou em veículos 4×4.

A quarta empreitada começa agora, em clima de soft opening, e deve ser oficialmente inaugurada antes do final do semestre. A primeira Casa de Vidro do Ibiti foi construída mais isolada, em uma área mais alta da montanha que acolhe o Village.

Com paredes de vidro abertas para a natureza exuberante do Ibiti, e vibe quase futurista, totalmente automatizada, ali as vistas arrebatadoras estão incluídas a partir de praticamente todo cômodo.

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Foto: Mari Campos

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Dia-a-dia entre descanso e atividades

No Ibiti, independente da acomodação escolhida, o hóspede passa dia e noite imerso na natureza. Todas as diárias no Ibiti Engenho Lodge e no Ibiti Village incluem pensão completa e um passeio guiado por dia.

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O ritmo por ali é sempre lento e silencioso, perfeito para descansar e dar um belo reset mental. Mas a oferta de atividades possíveis também é enorme, incluindo trilhas, cavalgadas, bike, visitas comunitárias, caiaque, SUP, praia de rio e diversas outras experiências.

Margeando o Parque Estadual do Ibitipoca, o território preservado pelo Ibiti é repleto de montanhas, riachos, lagos e quedas d’agua. A vegetação nativa da região divide espaço com áreas recuperadas com reflorestamento e realmente é verde a perder de vista a partir de qualquer canto.

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Não bastasse tanta beleza natural, a propriedade ainda conta com muita arte espalhada por seu território. As mais famosas são as gigantes esculturas que compõem a instalação My Big Family, da norte-americana Karen Cusolito, cuja visitação é permitida apenas aos hóspedes do projeto.

As obras, feitas em metal reciclado, reminiscentes do Burning Man, fizeram tanto sucesso nas redes sociais que já viraram também a cara do Ibiti. Com dimensões que chegam a 6 toneladas e 9 metros de altura em uma única estátua, exigiram uma logística tremenda para serem transportadas à região montanhosa – mas encontraram na Pedra do Tatu, diante de uma das mais belas vistas do Ibiti, seu repouso.

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Foto: Mari Campos

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Além da hospitalidade

A hospitalidade é apenas um dos muitos braços do Ibiti. Além dela e da preservação e regeneração ambiental que deu origem ao projeto, há também produção orgânica de alimentos na Gaia Produtos Ecológicos (inclusive café), reciclagem (o projeto tem seu próprio centro para tal), reaproveitamento (todos os resíduos orgânicos são reaproveitados ali), educação na Life School, reintrodução de animais silvestres em seu habitat original (como os muriquis-do-norte, maiores primatas das Américas).

A ideia principal é sempre que cada projeto tenha empreendedores diferentes e ajude a economia local girar melhor. A hospitalidade regenerativa é sempre o melhor caminho para fazer a indústria turística realmente girar a favor dos destinos.

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Para chegar ao Ibiti: o aeroporto mais próximo é Zona da Mata/Juiz de Fora (IZA). A partir do aeroporto, são pelo menos mais duas horas de carro até a entrada do Ibiti (com estrada de terra na parte final). Outra possibilidade é pousar diretamente na propriedade em helicóptero ou monomotor.

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