Oceania Vista

A hospitalidade em alto mar da Oceania Cruises

2023 está sendo um ano bastante fértil para a indústria de cruzeiros. Além da retomada definitiva do segmento internacionalmente, são diversos novos navios inaugurados ao longo do ano, aumentando ainda mais a oferta de leitos e itinerários pelos sete mares. Foi com muita alegria que em maio último atendi ao convite para revisitar a hospitalidade em alto mar da Oceania Cruises na inauguração do Oceania Vista, o mais premium de todos os seus navios – e a primeira grande inauguração da companhia em mais de dez anos.

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Oceania Vista
Oceania Vista. Foto: Mari Campos

Fisicamente ligeiramente maior mas com menor capacidade de hóspedes, o belo Oceania Vista é a primeira embarcação da nova série Allura da frota da armadora. O novo navio para até 1200 passageiros possui 100% cabines com varanda, espaços públicos mais sofisticados, décor irrepreensível nas cabines concierge, novas cabines para solo travellers, novidades gastronômicas e é, sem dúvidas, o passo definitivo da companhia para entrar no mercado de luxo das navegações.

A chegada do Vista foi tão aguardada por cruzeiristas que seus itinerários pelo Mediterrâneo durante o verão europeu já estão quase todos esgotados. Depois, o novo navio seguirá também para Canadá, México e Caribe, e terá itinerários nos mares Egeu e Adriático, incluindo Turquia, Grécia e Terra Santa, no ano que vem. Mais detalhes e informações no site da Oceania Cruises.

Em tempo: vale reservar viagens com a armadora um tico mais mais adiante. A Oceania Cruises deve anunciar em breve que as reservas efetuadas a partir de 1/7/2023 em seus navios virão com seus ótimos pacotes de bebidas e outros benefícios extras já incluídos em todas as tarifas. A ideia é que, como eles mesmos definem, seus navios não sejam all inclusive, mas cada vez more inclusive.

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A HOSPITALIDADE EM ALTO MAR DA OCEANIA CRUISES: laços de família

A Oceania Cruises é uma armadora de cruzeiros diferente de qualquer outra do mercado. Hoje parte da gigante NCL (holding que inclui também a Regent Seven Seas), a Oceania é e sempre foi antes de mais nada uma empresa familiar, fundada em 2002 por Frank Del Rio (de origem cubana e com base em Miami), associado a Joe Watters e Bob Binder. A madrinha de seu primeiro navio foi a própria esposa de Del Rio e Frank Del Rio Jr., filho do casal que desde o começo da armadora trabalhou ligado a ela, é quem assume a companhia a partir de agora.

A viagem inaugural pelo Mediterrâneo e a cerimônia de batismo do Oceania Vista em Valetta, Malta, deixaram essa paixão familiar bem clara, com discursos extremamente pessoais e emocionados de membros da família no palco – entre atrações especiais que incluíram performances teatrais, queima de fogos e até um pocket show de Harry Connick Jr.

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Mas nem por isso o profissionalismo de toda a equipe é menos evidente. A Oceania Cruises é hoje a maior linha de cruzeiros premium do mundo (e famosa por seu apreço e dedicação às ofertas gastronômicas a bordo). Com foco no serviço personalizado, oferece a impressionante marca de dois funcionários para cada três passageiros e um chef para cada dez viajantes em seus navios. “Não conheço nenhum hotel no mundo tão bom quanto este navio”, entusiasmou-se Harry Sommer, CEO da NCL, durante o batismo da nova embarcação.

Harry comentou também, durante a coletiva de imprensa na véspera do evento, sobre o ritmo acelerado de reservas nos navios da armadora. “Desde agosto passado, e principalmente de novembro de 2022 para cá, o ritmo de reservas tem sido impressionante”, declarou. E foi apoiado por Frank Jr: “Para ser honesto, não imaginávamos que os negócios fossem se recuperar tão rapidamente quanto aconteceu”. Os negócios andam tão bem que em 2025 deve ser inaugurado o novo navio Allura, que já está sendo construído em Gênova.

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Como é o novo Oceania VISTA

A viagem inaugural do Oceania Vista apenas para convidados foi um belo cruzeiro pelo Mediterrâneo com escalas em destinos da Itália, França e Malta. O novo navio, o primeiro da nova classe Allura, marca os 20 anos de fundação da armadora e marca sua entrada em um novo nicho de cruzeiros.

O design contemporâneo trouxe apenas cabines externas, todas com varanda mobiliada e com ampla iluminação natural. Há mais gavetas e espaços para acomodação de pertences, mais entradas de tomadas e portas usb e usb-c, camas incrivelmente confortáveis (7a. geração do “ultra tranquility mattress”), carpetes de lã natural sem tingimentos e o feature mais elogiado a bordo: banheiros muito espaçosos, com box impressionantemente grandes para esta categoria de cruzeiro e bem-vindos rain showers. Tudo é automatizado/elétrico, do “do not disturb” à abertura das cortinas.

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As cabines Concierge trouxeram o mais interessante mix de cores das acomodações do navio e mimos extras, como lounge exclusivo 24h no deck 9, menu do restaurante principal no serviço de quarto, lavanderia gratuita (três bolsas por itinerário), itens passados sem custos. De olho nos solo travellers, essa categoria de cabines também traz no Oceania Vista esperadas unidades individuais (ainda que com cama single).

A busca pelo design contemporâneo mas longevo se reflete também nos espaços públicos, com muita madeira e muitas curvas. A piscina é pequena mas conta com amplo deck externo, área molhada com deliciosas espreguiçadeiras “over the water” e duas jacuzzis. Tem ainda um belo Aquamar Spa + Vitality Center (com terraço exclusivo com mais duas jacuzzis, além de saunas, academia, salão de beleza, lounges e salas de tratamento), teatro com performances especiais todas as noites, o maior culinary center da indústria de cruzeiros e um art studio com artista residente.

Apesar do tamanho e da capacidade para tantos passageiros, a sábia arquitetura do Oceania Vista não deixa transparecer em nenhum momento a sensação de “lotado” – mesmo que todas as cabines estivessem utilizadas durante a viagem inaugural. Ao contrário dos navios maiores, o próprio deck da piscina do Vista estava sempre tranquilo e era sempre possível encontrar uma cabana ou espreguiçadeira disponível com facilidade.

Embarques e desembarques também ocorreram todos sem filas, atrasos ou estresse em todos os portos de escala, em grande parte graças também à excelente tecnologia de reconhecimento facial de passageiros e tripulantes, que funcionou perfeitamente durante toda a viagem.

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Paixão pela gastronomia – e pelos bons drinks

Com proporção inédita no nicho de um chef para cada dez hóspedes, o Oceania Vista deixa mais claro do que nunca a paixão da armadora pela gastronomia. Com a chancela The Finest Cuisine at Sea®, o novo navio oferece onze opções gastronômicas diferentes, incluindo três novidades em toda a frota: o delicioso Aquamar Kitchen, com menu de pegada “healthy” cheios de sabor e servido sempre à la carte; a padaria The Bakery, anexa ao Baristas, com eclairs, beignets e outras delícias doces e salgadas servidas ao longo do dia; e o restaurante Ember, inspirado em pratos clássicos norte-americanos, do mac&cheese ao NY Steak. Os restaurantes mais tradicionais ganharam “private rooms” que podem ser 100% privatizados.

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Assim como nos demais navios da frota, todos os restaurantes estão incluídos na tarifa dos cruzeiros, sem qualquer cobrança extra ou taxa de reserva para as refeições. Além dos restaurantes citados acima, o Oceania Vista traz ainda o belo Grand Dining Room, cujo refinado menu sempre à la carte muda todos os dias; o Polo Grill, com grelhados em cortes nobres de carne (inclusive Wagyu), peixes, lagosta e outros frutos do mar; o adorável Toscana, com caprichado menu italiano e um imperdível “carrinho de azeites”, com duas dezenas de variedades extra virgem; delicioso Red Ginger, com impecável menu asiático que inclui também menu exclusivo de hashis; o descompromissado Waves Grill, para saladas e lanches ao lado da piscina (e com ótima estação de sorvetes artesanais); o buffet Terrace Café, aberto em todas as refeições e chá da tarde à inglesa e finger food no simpático Horizons. Além disso, o café da manhã servido na cabine também está sempre incluído.

Águas, refrigerantes, sucos, cafés e chás estão sempre incluídos em todos os itinerários e navios da armadora. Mas uma novidade importante do Oceania Vista é o novo programa de mixologia, focado em coquetéis mais elaborados e experiências exclusivas para fãs de rótulos raros. A mudança de approach neste setor é tão significativa que deve migrar em breve para todos os navios da armadora.

O pacote Premium de bebidas (hoje opcional pago à parte, mas que deve passar a ser incluído em todos os itinerários nas reservas efetuadas a partir de julho) inclui não apenas vinhos e todos os drinks regulares de todos os bares do navio como também todas as criações exclusivas do excelente Founders Bar – craque também em smoked cocktails. Embora o Martinis, o Pool Bar e o Horizons sejam os bares principais do navio, recomendo muito (mesmo!) fazer do Founders Bar o endereço certeiro do drink pre/post dinner; a qualidade dos coquetéis elaborados ali é realmente bastante superior.

O Oceania Vista traz também – embora infelizmente não os tenha utilizado durante a viagem inaugural – os “carrinhos” The Bubbly Bar, com coquetéis que têm champagne ou espumantes como base, e Casino Bar, com seleção especial de bourbons e ryes, para preparação de drinks na própria mesa do hóspede.

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Oceania Vista
Oceania Vista. Foto: Mari Campos

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Boas novas Em sustentabilidade

O Oceania Vista chega mais focado em sustentabilidade, com abolição de plásticos de uso único, motores mais eficientes e parcerias importantes com pequenos e médios fornecedores em diferentes partes do mundo para conseguir ingredientes frescos e de primeira linha. Além disso, tentam trabalhar nos portos de escala com receptivos menores e/ou familiares.

Todas as cabines e restaurantes têm água com e sem gás produzida pelo próprio navio e acondicionada em grandes garrafas de vidro; e todos os hóspedes recebem garrafas reutilizáveis para utilizarem durante os passeios.

A Oceania Cruises criou também um plano de metas que espera ter zero emissões em 2050. Ainda é pouco, sabemos; mas é um passo importante no segmento, sobretudo em uma armadora em franca expansão.

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Sonhos de um bangalô em Bora Bora (e os desafios para mantê-los)

É difícil ficar indiferente à água azul turquesa da laguna de Bora Bora, a ilha mais famosa da Polinésia Francesa. Da janela do avião se vê as pequenas ilhotas, chamadas de motus, que cercam a ilha principal com suas linhas de bangalôs sobre a água. Parecem tentáculos de um polvo entre os corais da laguna. Dormir ao menos uma noite, se possível duas, em um bangalô em Bora Boras é desejo comum a turistas de diversas partes do mundo. Quem chega à distante ilha para realizar o sonho invariavelmente espera encontrar uma hospedagem de alta qualidade. E é neste ponto que os hotéis com bangalô em Bora Bora enfrentam hoje seu maior desafio.

O Monte Otemanu, símbolo de Bora Bora, 727 metros acima do mar | Foto de Carla Lencastre

Entre o final da última década do século passado e a primeira deste século, o turismo no Taiti e em outras ilhas do Arquipélago da Sociedade estava em alta. O impacto do 11 de Setembro foi sentido (americanos representam 1/3 dos visitantes) e os números despencaram. Voltaram a se recuperar nos anos seguintes, lentamente, e tiveram outra grande queda, ainda maior, no início desta década. O mundo e os turistas mudaram, surgiram novos destinos, o padrão de qualidade exigido hoje de um bangalô em Bora Bora é outro.

A Polinésia Francesa ficou mais ou menos no mesmo lugar. Sua beleza exuberante continua a mesma que fascinou o pintor Paul Gauguin no século XIX. Os hotéis seguem os mesmos de anos atrás. O Tahiti Tourisme, agência nacional de promoção do destino, começou a trabalhar no reposicionamento da marca. O número de visitantes chegou a 184 mil em 2017, um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior. Na virada do século, foram quase 260 mil. As redes hoteleiras voltaram a investir. Ainda há muito a ser feito em um bangalô em Bora Bora, inclusive no que diz respeito ao serviço.

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A cor desta água… | Foto de Carla Lencastre

Em uma viagem de duas semanas por quatro ilhas, deu para perceber o quanto a infraestrutura hoteleira está envelhecida, tanto no conceito quanto pelos efeitos físicos do tempo, como a maresia. No item serviço, muitos funcionários parecem desanimados. Em Bora Bora, parada obrigatória de qualquer turista que chega tão longe, conheci mês passado quatro hotéis, de quatro e cinco estrelas. Todos estão em motus em torno da ilha principal e com vista para o Monte Otemanu. O ponto mais alto da ilha, 727 metros acima do nível do mar.

Bangalôs overwater em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Por fora, todos os bangalôs overwater são parecidos. A sensação de sair do quarto, descer a escada do deque privativo e entrar na água também é a mesma (ainda que debaixo d’água, de snorkel, seja diferente). É mais fácil identificar um resort pela vista do que pelo bangalô. Mas por dentro o estilo e o estado de conservação são diversos. Dos quatro hotéis visitados em Bora Bora, dois precisam de reformas urgentes para continuar no páreo. Outros dois têm feito o dever de casa.

Vista de um dos bangalôs do novo Conrad Bora Bora Nui | Foto de Carla Lencastre

O Conrad Bora Bora Nui, inaugurado ano passado, ainda tem cheiro de novo. No local funcionava um Hilton, que passou por uma reforma milionária para o upgrade de bandeira. Há bangalôs sobre a água, na praia de areias brancas e nos belos jardins. Com piscina privativa ou não. Alguns estão em uma colina com vista panorâmica.

Um dos quartos do Conrad na Polinésia Francesa | Foto de Carla Lencastre

A decoração é impecável. Tão neutra, elegante e cosmopolita que se as cortinas do quarto estiverem fechadas você pode se esquecer de onde está. É difícil encontrar um porém em um hotel deste nível, ainda mais recém-inaugurado. Se há algum é este: o quarto poderia estar em qualquer hotel de luxo mundo afora. O belo spa no topo de uma colina tem mais cor local, talvez porque todas as salas de tratamento tenham amplas janelas sempre abertas para a Polinésia.

Bangalô com piscina e vista para o Otemanu no bem cuidado St. Regis Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outro bom exemplo hoteleiro de Bora Bora também pertence a um grande grupo americano: é o St. Regis Bora Bora, administrado pela Marriott International. Inaugurado há mais de dez anos, chama a atenção seu ótimo estado de conservação, graças a obras de renovação anuais, cada vez em uma área diferente do resort. Espalhado por três motus, o St Regis permite que o local se misture aos bangalôs. O ambiente é de uma casa de praia chique e descontraída. O resort é endereço de um spa com grife Clarins e de um restaurante assinado pelo estrelado chef Jean-Georges Vongerichten, o mesmo do paulistano Palácio Tangará, da Oetker Collection.

Atualização: O St. Regis Bora Bora estreou na categoria cinco estrelas do prestigioso Forbes Travel Guide na edição 2020, a primeira a abranger a Polinésia Francesa. O Conrad Bora Bora Nui foi listado como recomendado.

Leia mais: Os novos hotéis e spas cinco estrelas no Forbes Travel Guide

O lago de ninfeias do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

As marcas do tempo se fazem notar em outros dois resorts, o Bora Bora Pearl Beach e o Sofitel Bora Bora Private Island. Ambos estão em cenários deslumbrantes, mas muito desgastados. E planejam reformas. O Pearl Beach, com um romântico spa em meio a um lago de ninfeias, pretende fechar para obras no final de 2019 e recomeçar.

Um dos bangalôs no jardim do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

A reforma vai incluir o redesenho de todas as áreas comuns e dos bangalôs, atualmente bem ultrapassados, ainda que com simpáticos toques polinésios. A ideia é transformar o resort em um cinco estrelas (hoje tem quatro).

Atualização: Em outubro de 2019 o Bora Bora Pearl Beach Resort & Spa anunciou que reabria em abril de 2020 como um Relais & Châteaux. Com a crise da covid-19, a reabertura foi adiada para setembro de 2020.

Clique aqui para ler todos os textos sobre o impacto da covid-19 na hotelaria

Luz para atrair peixes à noite no Sofitel Private Island | Foto de Carla Lencastre

No Sofitel Private Island, o maior problema é dentro dos bangalôs, com madeiras descascadas, metais corroídos, portas que não fecham. As obras estão previstas para 2019. Agora em maio, a rede francesa AccorHotels vai começar a renovação da propriedade irmã, o Marara. É um resort de quatro estrelas na ilha principal em frente ao motu do Private Island.

E um novo dia amanhece em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outros famosos resorts em Bora Bora são Four Seasons, Le Méridien e InterContinental, este com duas propriedades na ilha. Se você visitou algum deles recentemente, compartilhe a opinião com a gente. A caixa de comentários é sua.

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