Oceania Vista

A hospitalidade em alto mar da Oceania Cruises

2023 está sendo um ano bastante fértil para a indústria de cruzeiros. Além da retomada definitiva do segmento internacionalmente, são diversos novos navios inaugurados ao longo do ano, aumentando ainda mais a oferta de leitos e itinerários pelos sete mares. Foi com muita alegria que em maio último atendi ao convite para revisitar a hospitalidade em alto mar da Oceania Cruises na inauguração do Oceania Vista, o mais premium de todos os seus navios – e a primeira grande inauguração da companhia em mais de dez anos.

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Oceania Vista
Oceania Vista. Foto: Mari Campos

Fisicamente ligeiramente maior mas com menor capacidade de hóspedes, o belo Oceania Vista é a primeira embarcação da nova série Allura da frota da armadora. O novo navio para até 1200 passageiros possui 100% cabines com varanda, espaços públicos mais sofisticados, décor irrepreensível nas cabines concierge, novas cabines para solo travellers, novidades gastronômicas e é, sem dúvidas, o passo definitivo da companhia para entrar no mercado de luxo das navegações.

A chegada do Vista foi tão aguardada por cruzeiristas que seus itinerários pelo Mediterrâneo durante o verão europeu já estão quase todos esgotados. Depois, o novo navio seguirá também para Canadá, México e Caribe, e terá itinerários nos mares Egeu e Adriático, incluindo Turquia, Grécia e Terra Santa, no ano que vem. Mais detalhes e informações no site da Oceania Cruises.

Em tempo: vale reservar viagens com a armadora um tico mais mais adiante. A Oceania Cruises deve anunciar em breve que as reservas efetuadas a partir de 1/7/2023 em seus navios virão com seus ótimos pacotes de bebidas e outros benefícios extras já incluídos em todas as tarifas. A ideia é que, como eles mesmos definem, seus navios não sejam all inclusive, mas cada vez more inclusive.

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A HOSPITALIDADE EM ALTO MAR DA OCEANIA CRUISES: laços de família

A Oceania Cruises é uma armadora de cruzeiros diferente de qualquer outra do mercado. Hoje parte da gigante NCL (holding que inclui também a Regent Seven Seas), a Oceania é e sempre foi antes de mais nada uma empresa familiar, fundada em 2002 por Frank Del Rio (de origem cubana e com base em Miami), associado a Joe Watters e Bob Binder. A madrinha de seu primeiro navio foi a própria esposa de Del Rio e Frank Del Rio Jr., filho do casal que desde o começo da armadora trabalhou ligado a ela, é quem assume a companhia a partir de agora.

A viagem inaugural pelo Mediterrâneo e a cerimônia de batismo do Oceania Vista em Valetta, Malta, deixaram essa paixão familiar bem clara, com discursos extremamente pessoais e emocionados de membros da família no palco – entre atrações especiais que incluíram performances teatrais, queima de fogos e até um pocket show de Harry Connick Jr.

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Mas nem por isso o profissionalismo de toda a equipe é menos evidente. A Oceania Cruises é hoje a maior linha de cruzeiros premium do mundo (e famosa por seu apreço e dedicação às ofertas gastronômicas a bordo). Com foco no serviço personalizado, oferece a impressionante marca de dois funcionários para cada três passageiros e um chef para cada dez viajantes em seus navios. “Não conheço nenhum hotel no mundo tão bom quanto este navio”, entusiasmou-se Harry Sommer, CEO da NCL, durante o batismo da nova embarcação.

Harry comentou também, durante a coletiva de imprensa na véspera do evento, sobre o ritmo acelerado de reservas nos navios da armadora. “Desde agosto passado, e principalmente de novembro de 2022 para cá, o ritmo de reservas tem sido impressionante”, declarou. E foi apoiado por Frank Jr: “Para ser honesto, não imaginávamos que os negócios fossem se recuperar tão rapidamente quanto aconteceu”. Os negócios andam tão bem que em 2025 deve ser inaugurado o novo navio Allura, que já está sendo construído em Gênova.

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Como é o novo Oceania VISTA

A viagem inaugural do Oceania Vista apenas para convidados foi um belo cruzeiro pelo Mediterrâneo com escalas em destinos da Itália, França e Malta. O novo navio, o primeiro da nova classe Allura, marca os 20 anos de fundação da armadora e marca sua entrada em um novo nicho de cruzeiros.

O design contemporâneo trouxe apenas cabines externas, todas com varanda mobiliada e com ampla iluminação natural. Há mais gavetas e espaços para acomodação de pertences, mais entradas de tomadas e portas usb e usb-c, camas incrivelmente confortáveis (7a. geração do “ultra tranquility mattress”), carpetes de lã natural sem tingimentos e o feature mais elogiado a bordo: banheiros muito espaçosos, com box impressionantemente grandes para esta categoria de cruzeiro e bem-vindos rain showers. Tudo é automatizado/elétrico, do “do not disturb” à abertura das cortinas.

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As cabines Concierge trouxeram o mais interessante mix de cores das acomodações do navio e mimos extras, como lounge exclusivo 24h no deck 9, menu do restaurante principal no serviço de quarto, lavanderia gratuita (três bolsas por itinerário), itens passados sem custos. De olho nos solo travellers, essa categoria de cabines também traz no Oceania Vista esperadas unidades individuais (ainda que com cama single).

A busca pelo design contemporâneo mas longevo se reflete também nos espaços públicos, com muita madeira e muitas curvas. A piscina é pequena mas conta com amplo deck externo, área molhada com deliciosas espreguiçadeiras “over the water” e duas jacuzzis. Tem ainda um belo Aquamar Spa + Vitality Center (com terraço exclusivo com mais duas jacuzzis, além de saunas, academia, salão de beleza, lounges e salas de tratamento), teatro com performances especiais todas as noites, o maior culinary center da indústria de cruzeiros e um art studio com artista residente.

Apesar do tamanho e da capacidade para tantos passageiros, a sábia arquitetura do Oceania Vista não deixa transparecer em nenhum momento a sensação de “lotado” – mesmo que todas as cabines estivessem utilizadas durante a viagem inaugural. Ao contrário dos navios maiores, o próprio deck da piscina do Vista estava sempre tranquilo e era sempre possível encontrar uma cabana ou espreguiçadeira disponível com facilidade.

Embarques e desembarques também ocorreram todos sem filas, atrasos ou estresse em todos os portos de escala, em grande parte graças também à excelente tecnologia de reconhecimento facial de passageiros e tripulantes, que funcionou perfeitamente durante toda a viagem.

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Paixão pela gastronomia – e pelos bons drinks

Com proporção inédita no nicho de um chef para cada dez hóspedes, o Oceania Vista deixa mais claro do que nunca a paixão da armadora pela gastronomia. Com a chancela The Finest Cuisine at Sea®, o novo navio oferece onze opções gastronômicas diferentes, incluindo três novidades em toda a frota: o delicioso Aquamar Kitchen, com menu de pegada “healthy” cheios de sabor e servido sempre à la carte; a padaria The Bakery, anexa ao Baristas, com eclairs, beignets e outras delícias doces e salgadas servidas ao longo do dia; e o restaurante Ember, inspirado em pratos clássicos norte-americanos, do mac&cheese ao NY Steak. Os restaurantes mais tradicionais ganharam “private rooms” que podem ser 100% privatizados.

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Assim como nos demais navios da frota, todos os restaurantes estão incluídos na tarifa dos cruzeiros, sem qualquer cobrança extra ou taxa de reserva para as refeições. Além dos restaurantes citados acima, o Oceania Vista traz ainda o belo Grand Dining Room, cujo refinado menu sempre à la carte muda todos os dias; o Polo Grill, com grelhados em cortes nobres de carne (inclusive Wagyu), peixes, lagosta e outros frutos do mar; o adorável Toscana, com caprichado menu italiano e um imperdível “carrinho de azeites”, com duas dezenas de variedades extra virgem; delicioso Red Ginger, com impecável menu asiático que inclui também menu exclusivo de hashis; o descompromissado Waves Grill, para saladas e lanches ao lado da piscina (e com ótima estação de sorvetes artesanais); o buffet Terrace Café, aberto em todas as refeições e chá da tarde à inglesa e finger food no simpático Horizons. Além disso, o café da manhã servido na cabine também está sempre incluído.

Águas, refrigerantes, sucos, cafés e chás estão sempre incluídos em todos os itinerários e navios da armadora. Mas uma novidade importante do Oceania Vista é o novo programa de mixologia, focado em coquetéis mais elaborados e experiências exclusivas para fãs de rótulos raros. A mudança de approach neste setor é tão significativa que deve migrar em breve para todos os navios da armadora.

O pacote Premium de bebidas (hoje opcional pago à parte, mas que deve passar a ser incluído em todos os itinerários nas reservas efetuadas a partir de julho) inclui não apenas vinhos e todos os drinks regulares de todos os bares do navio como também todas as criações exclusivas do excelente Founders Bar – craque também em smoked cocktails. Embora o Martinis, o Pool Bar e o Horizons sejam os bares principais do navio, recomendo muito (mesmo!) fazer do Founders Bar o endereço certeiro do drink pre/post dinner; a qualidade dos coquetéis elaborados ali é realmente bastante superior.

O Oceania Vista traz também – embora infelizmente não os tenha utilizado durante a viagem inaugural – os “carrinhos” The Bubbly Bar, com coquetéis que têm champagne ou espumantes como base, e Casino Bar, com seleção especial de bourbons e ryes, para preparação de drinks na própria mesa do hóspede.

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Oceania Vista
Oceania Vista. Foto: Mari Campos

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Boas novas Em sustentabilidade

O Oceania Vista chega mais focado em sustentabilidade, com abolição de plásticos de uso único, motores mais eficientes e parcerias importantes com pequenos e médios fornecedores em diferentes partes do mundo para conseguir ingredientes frescos e de primeira linha. Além disso, tentam trabalhar nos portos de escala com receptivos menores e/ou familiares.

Todas as cabines e restaurantes têm água com e sem gás produzida pelo próprio navio e acondicionada em grandes garrafas de vidro; e todos os hóspedes recebem garrafas reutilizáveis para utilizarem durante os passeios.

A Oceania Cruises criou também um plano de metas que espera ter zero emissões em 2050. Ainda é pouco, sabemos; mas é um passo importante no segmento, sobretudo em uma armadora em franca expansão.

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St. Regis Bora Bora

Hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes 2020

O Forbes Travel Guide criou o conceito de hotel cinco estrelas há 62 anos, nos Estados Unidos. Ao longo destas seis décadas, sua lista de propriedades estreladas tornou-se uma das mais esperadas pela indústria de viagens de luxo. Quais são os novos hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes?

A edição 2020, anunciada às vésperas do carnaval, apresenta 70 novos hotéis em todo o mundo com a classificação máxima. O número chama mais atenção se comparado ao de 2019, quando foram apenas 21 os novos hotéis que entraram no grupo cinco estrelas. O guia reconhece ainda restaurantes e spas. Este ano, no total, são 107 novos premiados, entre os 432 estabelecimentos com cinco estrelas. O FTG analisa centenas de características de cada propriedade, sendo 75% serviço e 25% instalações.

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O único representante do Brasil, e da América do Sul, entre os hotéis cinco estrelas continua sendo o realmente ótimo Belmond Hotel das Cataratas, em Foz do Iguaçu. Outros oito brasileiros, em São Paulo e no Rio de Janeiro, aparecem com quatro estrelas, entre eles o Four Seasons, ou recomendados, como Santa Teresa Hotel MGallery by Sofitel.

Leia mais: Sustentabilidade no Santa Teresa Hotel MGallery by Sofitel

A estreia na polinésia francesa e nas Maldivas

Fiquei particularmente feliz de ver que o Forbes Travel Guide chegou este ano a Polinésia Francesa, um dos 16 novos países contemplados na maior expansão global da história do guia. Depois de anos de queda no número de visitantes internacionais, e de hotelaria elegante porém decadente, o arquipélago no Pacífico Sul começa a dar sinais de recuperação. Entre os novos hotéis e spas cinco estrelas na lista Forbes está o St. Regis Bora Bora, que mantém o frescor depois de mais de uma década.

Estive lá e escrevi sobre o St. Regis e, também, sobre o Conrad Bora Bora Nui, na lista do FTG como recomendado, neste link. O outro cinco estrelas da Polinésia Francesa é The Brando. Ainda na Polinésia Francesa, o guia recomenda o InterContinental Bora Bora Resort & Thalasso Spa.

Maldivas é outro país estreante. Aparece na lista com nove hotéis com quatro estrelas ou recomendados e seis hotéis cinco estrelas, entre eles o Four Seasons at Kuda Huraa, que renovou recentemente as acomodações com um ou dois quartos e piscinas privativas do Beach Pavillion.

Leia mais: É seguro usar piscina de hotel e spa durante a pandemia?

HOTÉIS E SPAS CINCO ESTRELAS NA LISTA FORBES Suíte renovada no Beach Pavillion do Four Seasons Kuda Huraa, nas Maldivas
Suíte renovada no Beach Pavillion do Four Seasons Kuda Huraa | Foto de divulgação

marcas e cidades mais estreladas

Four Seasons é a marca recordista no FTG, com a maior quantidade de hotéis cinco estrelas (45, além de sete spas na categoria principal e mais 68 hotéis e spas com quatro estrelas ou recomendados). Peninsula Hotels é a única marca com todos as propriedades, dez no caso, cinco estrelas, além de quatro spas com classificação máxima (os outros são quatro estrelas).

Londres continua a cidade com maior número de hotéis cinco estrelas no guia, 19, o que não surpreende quem acompanha a movimentada e luxuosa cena hoteleira da cidade. Entre as novidades, destaque para o Brown’s, a Rocco Forte Hotel, um dos mais antigos da capital, e o relativamente novo Rosewood London, com um dos melhores bares de hotel de Londres.

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Como é se hospedar no Mandarin Oriental London, hotel e spa cinco estrelas no FTG

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Forbes Travel Guide também avalia spas

Entre os 24 novos spas com a classificação máxima, destaca-se a concentração de prêmios em Los Cabos, no México, que já tinha três spas com quatro e cinco estrelas. As novidades são os spas do One&Only Palmilla (experimentei o spa do O&O Palmilla e é mesmo divino, conto mais aqui), do Waldorf Astoria Pedregal e do Montage, o maior da região, com quase quatro mil metros quadrados. Membro da Preferred Hotels, o Montage Los Cabos ganhou ainda um prêmio inédito, criado este ano pelo guia: o de melhor conta no Instagram. Os critérios foram consistência na qualidade das imagens e em reforçar a marca, campanhas criativas e interação.

O prêmio foi anunciado semana passada durante o Forbes Travel Guide Luxury Summit, em Las Vegas, que reuniu mais de 600 pessoas em um evento carbono zero realizado no Aria Resort & Casino, com quatro estrelas no guia. O Wynn Resorts, com sete estabelecimentos na categoria principal, é recordista em estrelas em Vegas e no mundo. Em sintonia com o viajante consciente, o Aria calculou as pegadas de carbono deixadas pelo transporte e a hospedagem de todos os participantes da conferência e compensou financiando plantio de árvores e fazendas de energia eólica. Porque não dá mais para usar a cansada palavra sustentabilidade apenas no discurso.

A lista completa do Forbes Travel Guide com 1.898 propriedades, entre cinco e quatro estrelas e recomendados, está neste link.

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Hotéis na Nova Zelândia: Auckland e Wellington

Acabei de voltar da Trenz 2019, a maior feira de viagens da Nova Zelândia, este ano realizada em Rotorua, cidade termal na Ilha do Norte. Depois do evento, continuei por ká e estive em Wellington, a convite do Turismo do país, e em Auckland. Destaco aqui alguns dos hotéis na Nova Zelândia.

O número de visitantes brasileiros cresceu nos últimos três anos por conta do voo direto Auckland-Buenos Aires, lançado pela Air New Zealand em dezembro de 2015. Para números e perspectivas da Air New Zealand em relação a esta ligação direta, clique aqui. Já as metas do Tourism New Zealand estão neste link. Reportagem para a revista Panrotas pode ser lida aqui.

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Hotéis na Nova Zelândia: Auckland

Hotéis na Nova Zelândia: Park Hyatt Auckland
Park Hyatt Auckland, na marina do Wynyard Quarter | Foto de Carla Lencastre

Auckland, maior cidade e porta de entrada no país, está passando por uma transformação recente na hotelaria de luxo, devido ao crescimento da demanda, com altas taxas de ocupação (média de 86,9%). A expectativa é de mais quatro mil quartos até 2023, em quase duas dezenas de diferentes hotéis, principalmente nas categorias quatro e cinco estrelas.

Entre eles, para meados deste ano, é aguardada a inauguração do Park Hyatt Auckland, com 195 quartos. Em 2022, será a vez do Ritz-Carlton, com 265 quartos, e do InterContinental, com 244 quartos. O grupo IHG planeja também um Hotel Indigo, com 225 quartos, para 2021.

Atualização: A abertura do Park Hyatt foi adiada para março de 2020.

Em um prédio novo, em fase final de acabamento, o Park Hyatt terá 195 quartos e fica ao lado da marina do Wynyard Quarter. Antiga área industrial sem grandes atrativos, na última década o bairro passou por transformação urbanística e hoje tem ocupação mista, com novos prédios residenciais e comerciais, além de bares e restaurantes. Nesta região as construções chamam a atenção pela horizontalidade, e têm cinco ou seis andares.

O Wynyard Quarter é também o endereço do Sofitel Viaduct Harbour. O primeiro hotel a ser aberto no bairro vai completar sete anos e tem áreas comuns bem conservadas e convidativas em torno de um bonito espelho de água interno. Mas o grande trunfo da AccorHotels em Auckland é o So/ Sofitel, com 130 quartos, inaugurado no final do ano passado.

A localização é ótima: ao lado das lojas de grife do Britomart e da Queen Street; a poucos metros do Ferry Building, de onde saem barcos para outros pontos de Auckland, e a dez minutos de caminha da SkyTower, torre símbolo da cidade, de onde é possível se jogar em um bungee jump urbano. Em tons escuros, com alguns vibrantes pontos em vermelho, o lobby com piso de mármore negro transborda na categoria design arrojado. O So/ tem um bar movimentado no lobby, o Mixo, e outro no terraço, Hiso.

Hotéis na Nova Zelândia: um dos quartos do M Social Auckland
Um dos quartos do M Social Auckland | Foto de Carla Lencastre

Na categoria lifestyle, gostei do M Social, onde me hospedei, em frente ao porto. Aberto a pouco mais de um ano, é uma nova e moderna bandeira do grupo britânico Millennium Hotels. Todos os 190 quartos neste hotel de 12 andares são de frente, com janelões e decorações únicas. Os quartos têm móveis em madeira clara em estilo escandinavo, ambientes coloridos e divertidos e detalhes náuticos, além de máquina de café expresso e muitas tomadas e entradas USB nos quartos. Oferece um bom café da manhã no bar e restaurante Beast & Butterflies, no térreo, um endereço bem gostoso.

Hotéis na nova Zelândia: Wellington

Em Wellington, o destaque é o QT, marca australiana que investe pesado em design e encontrou um parceiro perfeito no Museum Hotel. O nome não é retórico. O prédio abriga uma incrível coleção de arte contemporânea, com mais de uma centena de obras e ênfase em artistas neozelandeses.  Tem um bar e restaurante lindo e concorrido, o Hippopotamus, com janelões voltados para a marina e o porto; candelabros, dourados, espelhos, garrafas de absinto. Os 63 quartos são coloridos e iluminados, e os roupões são pretos, como os do hotel em Sydney. O QT fica ao lado do fabuloso museu Te Papa, fundamental para aprender um pouco sobre a cultura maori. A rede QT Hotels está se expandindo na Nova Zelândia e tem chegada prevista para Auckland em 2020, com um hotel de 150 quartos.

Fiquei hospedada no DoubleTree by Hilton, aberto há menos de um ano. O hotel é bem localizado, quase ao lado do InterContinental e da estação do Cable Car, e perto do porto. Fica em um prédio de 1928, com sete andares e 106 quartos com décor sóbrio inspirado nos detalhes art déco originais e confortos modernos, como máquina de café expresso e muitas tomadas e carregadores USB. Espelhos e detalhes em dourado dão um toque elegante aqui e ali. Parte dos quartos laterais tem janela minúscula, colada a um prédio de escritórios. Ainda que os ambientes sejam espaçosos, a sensação é de entrar em uma caverna. O que é parcialmente compensado pelo restaurante cheio de luz no café da manhã.

Hotéis na Nova Zelândia: DoubleTree by Hilton Wellington
Quarto do novo DoubleTree by Hilton em Wellington | Foto de Carla Lencastre

Leia mais: Marcas de luxo mudam o panorama da hotelaria australiana

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Grandes marcas de luxo mudam o cenário da hotelaria australiana

A Austrália reuniu neste mês de abril em Adelaide, South Australia, cerca de 2,5 mil profissionais de indústria de viagens de todo o mundo para a Australian Tourism Exchange 2018. Durante o evento, o país  anunciou novo recorde de visitantes internacionais: 8,8 milhões de pessoas em 2017, um crescimento de 7% em relação a 2016. Para 2020, a expectativa é chegar aos dez milhões. Com o número de chegadas em alta, foram muitos os novos produtos da hotelaria de luxo australiana apresentados na feira, entre dezenas de outros já consolidados.

Na área de hotelaria de luxo australiana, chamam a atenção as inaugurações recentes ou previstas para breve de propriedades com bandeiras de luxo de grandes redes, principalmente a Marriott International. Para o futuro, daqui a uns cinco anos, há previsões de aberturas de hotéis de grupos asiáticos como Mandarin Oriental e Shangri-La.

Elizabeth Quay, em Perth: endereço da volta do Ritz-Carlton à Austrália | Foto de divulgação/Garry Norris

O Ritz-Carlton Perth, em Western Australia, é aguardado para meados de 2019. Mais adiante, a marca planeja chegar a Melbourne e Sydney. Com 200 quartos, o hotel de Perth será o primeiro RC no país em dez anos. Desde março deste ano esta cidade na Costa Oeste australiana recebe uma nova rota aérea direta de Londres com 17 horas de duração em um Boeing 787-9, o moderno Dreamliner, com capacidade para 236 passageiros. O voo da Qantas, um dos de mais longa duração do mundo, é a primeira ligação direta entre Europa e Austrália.

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O novo InterContinental em Perth, inaugurado no final de 2017 | Foto: divulgação

Perth, que vai sediar a ATE 2019, tem passado por importantes renovações urbanas e da rede hoteleira. No final de 2017 foi inaugurado o InterContinental Perth City Centre, com 240 quartos e 300 obras de arte distribuídas pelas áreas comuns e as acomodações. Semana passada abriu o Westin Perth, outra marca da Marriott, com 386 quartos. Ainda para este ano é esperado um QT, hotel de design australiano que faz sucesso em cidades como Sydney e Melbourne.

Com uma propriedade de 312 quartos em Brisbane, Queensland, o retorno do W Hotels à Austrália será em junho deste ano. O projeto da Marriott de maior impacto está reservado para Sydney. Com algo entre 400 e 500 quartos e inauguração prevista para meados de 2020, o W Darling Harbour tem uma arquitetura ousada. O prédio fará parte de um complexo residencial e de entretenimento, incluindo um Imax, que será erguido acima dos viadutos da área de Darling Harbour. O investimento quase bilionário é de um grupo chinês (o maior mercado emissor para a Austrália). É daqueles projetos que temos que esperar para ver o que realmente vai acontecer.

O novo Sofitel em Sydney, à direita, muda o cenário de Darling Harbour | Foto de Carla Lencastre

O Sofitel Sydney Darling Harbour, inaugurado no final de 2017, já mudou o panorama local. É a segunda propriedade em Sydney com esta bandeira de luxo da rede francesa AccorHotels, que opera mais de 200 hotéis em toda a Austrália. Um dos maiores hotéis do país, oEste Sofitel tem 590 quartos distribuídos em 35 andares. O prédio envidraçado realmente se destaca no superturístico Darling Harbour e está no trending topic da hotelaria local.

Fora das grandes cidades do continente, a Marriott abre em Hobart, na remota Tasmânia. The Tasman é o primeiro hotel da Luxury Collection na Austrália. Com 128 quartos, ficaem um prédio histórico  renovado e restaurado.

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Panorama da hotelaria de luxo em Auckland e Wellington, na Nova Zelândia

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Sonhos de um bangalô em Bora Bora (e os desafios para mantê-los)

É difícil ficar indiferente à água azul turquesa da laguna de Bora Bora, a ilha mais famosa da Polinésia Francesa. Da janela do avião se vê as pequenas ilhotas, chamadas de motus, que cercam a ilha principal com suas linhas de bangalôs sobre a água. Parecem tentáculos de um polvo entre os corais da laguna. Dormir ao menos uma noite, se possível duas, em um bangalô em Bora Boras é desejo comum a turistas de diversas partes do mundo. Quem chega à distante ilha para realizar o sonho invariavelmente espera encontrar uma hospedagem de alta qualidade. E é neste ponto que os hotéis com bangalô em Bora Bora enfrentam hoje seu maior desafio.

O Monte Otemanu, símbolo de Bora Bora, 727 metros acima do mar | Foto de Carla Lencastre

Entre o final da última década do século passado e a primeira deste século, o turismo no Taiti e em outras ilhas do Arquipélago da Sociedade estava em alta. O impacto do 11 de Setembro foi sentido (americanos representam 1/3 dos visitantes) e os números despencaram. Voltaram a se recuperar nos anos seguintes, lentamente, e tiveram outra grande queda, ainda maior, no início desta década. O mundo e os turistas mudaram, surgiram novos destinos, o padrão de qualidade exigido hoje de um bangalô em Bora Bora é outro.

A Polinésia Francesa ficou mais ou menos no mesmo lugar. Sua beleza exuberante continua a mesma que fascinou o pintor Paul Gauguin no século XIX. Os hotéis seguem os mesmos de anos atrás. O Tahiti Tourisme, agência nacional de promoção do destino, começou a trabalhar no reposicionamento da marca. O número de visitantes chegou a 184 mil em 2017, um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior. Na virada do século, foram quase 260 mil. As redes hoteleiras voltaram a investir. Ainda há muito a ser feito em um bangalô em Bora Bora, inclusive no que diz respeito ao serviço.

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A cor desta água… | Foto de Carla Lencastre

Em uma viagem de duas semanas por quatro ilhas, deu para perceber o quanto a infraestrutura hoteleira está envelhecida, tanto no conceito quanto pelos efeitos físicos do tempo, como a maresia. No item serviço, muitos funcionários parecem desanimados. Em Bora Bora, parada obrigatória de qualquer turista que chega tão longe, conheci mês passado quatro hotéis, de quatro e cinco estrelas. Todos estão em motus em torno da ilha principal e com vista para o Monte Otemanu. O ponto mais alto da ilha, 727 metros acima do nível do mar.

Bangalôs overwater em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Por fora, todos os bangalôs overwater são parecidos. A sensação de sair do quarto, descer a escada do deque privativo e entrar na água também é a mesma (ainda que debaixo d’água, de snorkel, seja diferente). É mais fácil identificar um resort pela vista do que pelo bangalô. Mas por dentro o estilo e o estado de conservação são diversos. Dos quatro hotéis visitados em Bora Bora, dois precisam de reformas urgentes para continuar no páreo. Outros dois têm feito o dever de casa.

Vista de um dos bangalôs do novo Conrad Bora Bora Nui | Foto de Carla Lencastre

O Conrad Bora Bora Nui, inaugurado ano passado, ainda tem cheiro de novo. No local funcionava um Hilton, que passou por uma reforma milionária para o upgrade de bandeira. Há bangalôs sobre a água, na praia de areias brancas e nos belos jardins. Com piscina privativa ou não. Alguns estão em uma colina com vista panorâmica.

Um dos quartos do Conrad na Polinésia Francesa | Foto de Carla Lencastre

A decoração é impecável. Tão neutra, elegante e cosmopolita que se as cortinas do quarto estiverem fechadas você pode se esquecer de onde está. É difícil encontrar um porém em um hotel deste nível, ainda mais recém-inaugurado. Se há algum é este: o quarto poderia estar em qualquer hotel de luxo mundo afora. O belo spa no topo de uma colina tem mais cor local, talvez porque todas as salas de tratamento tenham amplas janelas sempre abertas para a Polinésia.

Bangalô com piscina e vista para o Otemanu no bem cuidado St. Regis Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outro bom exemplo hoteleiro de Bora Bora também pertence a um grande grupo americano: é o St. Regis Bora Bora, administrado pela Marriott International. Inaugurado há mais de dez anos, chama a atenção seu ótimo estado de conservação, graças a obras de renovação anuais, cada vez em uma área diferente do resort. Espalhado por três motus, o St Regis permite que o local se misture aos bangalôs. O ambiente é de uma casa de praia chique e descontraída. O resort é endereço de um spa com grife Clarins e de um restaurante assinado pelo estrelado chef Jean-Georges Vongerichten, o mesmo do paulistano Palácio Tangará, da Oetker Collection.

Atualização: O St. Regis Bora Bora estreou na categoria cinco estrelas do prestigioso Forbes Travel Guide na edição 2020, a primeira a abranger a Polinésia Francesa. O Conrad Bora Bora Nui foi listado como recomendado.

Leia mais: Os novos hotéis e spas cinco estrelas no Forbes Travel Guide

O lago de ninfeias do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

As marcas do tempo se fazem notar em outros dois resorts, o Bora Bora Pearl Beach e o Sofitel Bora Bora Private Island. Ambos estão em cenários deslumbrantes, mas muito desgastados. E planejam reformas. O Pearl Beach, com um romântico spa em meio a um lago de ninfeias, pretende fechar para obras no final de 2019 e recomeçar.

Um dos bangalôs no jardim do Pearl Beach | Foto de Carla Lencastre

A reforma vai incluir o redesenho de todas as áreas comuns e dos bangalôs, atualmente bem ultrapassados, ainda que com simpáticos toques polinésios. A ideia é transformar o resort em um cinco estrelas (hoje tem quatro).

Atualização: Em outubro de 2019 o Bora Bora Pearl Beach Resort & Spa anunciou que reabria em abril de 2020 como um Relais & Châteaux. Com a crise da covid-19, a reabertura foi adiada para setembro de 2020.

Clique aqui para ler todos os textos sobre o impacto da covid-19 na hotelaria

Luz para atrair peixes à noite no Sofitel Private Island | Foto de Carla Lencastre

No Sofitel Private Island, o maior problema é dentro dos bangalôs, com madeiras descascadas, metais corroídos, portas que não fecham. As obras estão previstas para 2019. Agora em maio, a rede francesa AccorHotels vai começar a renovação da propriedade irmã, o Marara. É um resort de quatro estrelas na ilha principal em frente ao motu do Private Island.

E um novo dia amanhece em Bora Bora | Foto de Carla Lencastre

Outros famosos resorts em Bora Bora são Four Seasons, Le Méridien e InterContinental, este com duas propriedades na ilha. Se você visitou algum deles recentemente, compartilhe a opinião com a gente. A caixa de comentários é sua.

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