DIVERSIDADE: A TENDÊNCIA QUE É UMA REALIDADE HÁ TEMPOS

Com a crescente polarização da sociedade, ações intolerantes e ultra-nacionalistas têm se tornado frequentes e, inclusive, sendo incentivada por ações de governantes. Seguindo essa crescente, especialistas do mercado de turismo colocaram o apoio a diversidade como tendências para as marcas desse segmento, em 2018.

Tudo isso se tornou muito latente após as crescentes ondas nacionalistas vindas por algumas ações de governantes pelo mundo, como o bloqueio da entrada de algumas nacionalidades nos EUA, imposta pelo presidente Donald Trump, ou o Brexit, na Europa.

Com isso, se tornou cada vez mais importante que as marcas que fazem o turismo pelo mundo acontecer, se posicionarem de alguma maneira. E como falamos no universo do Branding – posicionamento é renúncia. A partir do momento que nos posicionamos de acordo com algum tema, ideia ou causa, assumimos um lado e renunciamos outro. E foi isso que algumas empresas como Delta Airlines, Expedia, Uber, Trip Advisor, entre outras , fizeram na questão das ações intolerantes.

Como isso acontece no Brasil

Mesmo que atualmente não temos sofrido muito com ações governamentais que sejam intolerantes com nossos visitantes, internamente, ações extremistas têm se tornado cada vez mais frequentes em nossa sociedade. Levando para o segmento de turismo, um bom exemplo é o aumento da presença do público LGBT em viagens, que, por mais que sejam um stakeholder importante para o mercado, ainda sofre com preconceito e desrespeito. Vale lembrar que o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo: 1 a cada 25 horas. Atualmente, existem associações e empresas especializadas se engajando na causa, como a Câmara LGBT e a Associação Brasileira de Turismo LGBT , porém, ainda é necessário muito apoio, principalmente de marcas maiores, que eduquem o trade e a sociedade a serem, no mínimo, respeitosos.

Atue em causas que realmente acredita

Quando falamos em posicionamento de marca, temos que ser muito claros com o fato de que não se deve apoiar causas que não estão inseridas nos atributos e nem na verdade da empresa. Por exemplo: é incabível uma instituição se posicionar amigável para o público LGBT, mas na prática, seus colaboradores terem algum tipo de preconceito. Isso, com certeza ficará claro no momento da prestação do serviço e será uma experiência horrível para seu cliente.

No vídeo abaixo eu falo um pouco mais sobre o tema e reforço alguns conceitos expostos no texto. Não deixe de conferir. É só dar o play!

COMO O BRANDING AFETA A RELAÇÃO COM O MEU CLIENTE?

Já conversamos aqui na coluna Mindset sobre a importância de olhar para a marca de sua empresa. Trabalhar estratégias de Branding tem se tornado cada vez mais essencial para uma corporação e convergente com os demais direcionamentos de marketing de uma instituição. Porém, quando se fala em construção de uma marca, estamos abordando um trabalho a longo prazo e muitas vezes com resultados intangíveis, pelo menos em seu início. Isso faz com que os tomadores de decisão não consigam entender sua eficácia e acreditar em seu potencial logo de cara.

Conversando sobre a mensuração do trabalho de Marketing e, também, do de Branding com um cliente que foi professor dessas estratégias, lembro-me de uma passagem onde ele contava como apresentava-as aos alunos. Logo no primeiro dia de aula ele dizia, “Quem aqui na sala acredita em Deus?”, e sempre uma boa parcela da sala levantava a mão. Daí ele completava, “Com Marketing é a mesma coisa, acima de tudo, você precisa acreditar”.

Enfim, apesar da história ser boa, ainda mais contada por ele, que sempre foi muito caricato, não concordo muito com essa tese. Existem indicadores, KPIs e diversos relatórios que podem ajudar nessa mensuração. Por exemplo, falando especificamente de marca, uma forma de conseguir esses parâmetros é: após um tempo do trabalho já sendo executado na praça, fazer uma pesquisa de percepção de marca com seus stakeholder ou uma pesquisa de satisfação com seus clientes para saber como os atributos estão sendo aplicados pelos seus colaboradores.

Falando de clientes, vamos direto ao ponto, respondendo a pergunta central “Como o Branding afeta a relação com o meu cliente?”. Afeta em todos os sentidos, afinal, quando falamos em construção de marca estamos definindo toda a cadeia de atributos que vão refletir no direcionamento da sua relação com o público.

Um bom exemplo é a ação realizada pela companhia aérea Azul, que anunciou a assinatura da jornalista Ana Maria Braga no cardápio para voos que vão do Brasil para a Europa, para todas as classes. Essa iniciativa reforça a percepção de que a marca preza pela qualidade de seu serviço, muito além do básico de sua atuação, que é transportar pessoas. Com isso, o cliente que estiver em dúvida sobre qual empresa contratar para esse trajeto, passará a considerá-la, buscando um serviço diferenciado.

Voltando para o campo terrestre e falando com quem não consegue investir em uma grande estrela de TV para representar sua instituição. Não pensem que só com grandes ações de Branding vão afetar a relação com seu cliente. Pelo contrário, pequenos gestos ou cuidados são essenciais para tal objetivo e podem não necessitar de um grande investimento. No vídeo abaixo eu falo um pouco mais sobre isso. É só dar o play!

COMO O TURISMO BRASILEIRO TRABALHA A COMUNICAÇÃO

No começo desse ano fui indicado por um familiar a conhecer uma pousada no litoral norte de São Paulo. A praia que ela ficava era pequena, não tinha muita estrutura, porém, a pessoa havia me falado muito bem sobre o período que tinha passado lá, então, pedi que me passasse o contato do local, algo para que eu pudesse saber mais sobre a estrutura, segurança, até porque minha esposa estava grávida e eu precisava me preocupar com diversas outras questões. Enfim, a única coisa que veio foi um nome e um link de um site totalmente amador, desatualizado, feito em plataforma de criação de sites grátis. Procurei mais informações no Google, não achei, busquei nas redes sociais, e nada, eu só consegui mais imagens e informações, após um contato telefônico. Resultado, não me passou confiança, não fui, procurei outro local para passar um final de semana.

É com esse caso que eu começo minha coluna, onde tenho a intenção de falar um pouco sobre a comunicação no mercado de turismo no Brasil. Porém, para deixar minha avaliação mais organizada, resolvi separar minha opinião pelo tamanho dos empreendimentos, afinal, encontrei um abismo entre as empresas médias e grandes e as pequenas e micros.

Empresas Grandes e Médias

Com um alto poder de investimento, as marcas que compõem essa categoria têm um grande poder de promoção e publicização de sua comunicação. É fácil ver uma campanha de massa sendo veiculada na grande mídia, ou essas empresas fechando contratos com agências de publicidade renomadas no mercado. Porém, isso não é garantia de uma comunicação eficaz, muitas vezes falta uma convergência do conteúdo postado na plataforma de comunicação, com pontos que não se conversam. A falta dessa convergência faz com que determinados públicos não recebam a mensagem ou a recebam sem a abordagem correta.

Fugindo um pouco do tema convergência, no mês passado fui até a unidade de uma renomada agência de viagem, presente em todo o Brasil, afinal, fui impactado positivamente por uma informação nas redes sociais, chegando lá, fui muito bem atendido, porém, me chamou a atenção a falta de cuidado com alguns materiais impressos que estavam distribuídos pelo local, pois estavam gastos, desbotados, alguns rasgados e aparentando desatualização. Isso fez com que eu tivesse a impressão de desleixo e fez com que eu me limitasse a aguardar meu atendimento, restando somente para a atendente a responsabilidade de converter o meu atendimento em negócio, já que os materiais de comunicação, que seriam um suporte, pois me gerariam interesse, não cumpriram o seu papel.

Pequenas e micro-empresas

Existem poucas empresas que estão fazendo comunicação da forma correta, em sua maioria a realidade é: site amador, ou sem site, presença mínima nas redes sociais, panfletagem aleatória, disparos de e-mail sem estratégia. Está certo, não, não está certo. Infelizmente é a realidade de uma parcela do nosso mercado e isso é extremamente prejudicial para a empresa, que passa a perder grandes oportunidades, e para o cliente, que deseja adquirir produtos ou serviços de qualidade, mas não é impactado pela comunicação das marcas.

Mesmo sem grande poder de investimento, nada justifica o abismo existente entre algumas empresas e a forma que (NÃO) fazem sua comunicação. Ter uma presença eficaz nas redes sociais, um site que lhe apresente ao público ou uma padronização de como você aparece no Google meu Negócio não requer um investimento alto, apenas vontade e determinação. Isso é o básico! Enfim, para tentar ajudar um pouco, no vídeo abaixo eu coloco algumas dicas de como começar a trabalhar a sua comunicação.