Marca: como se posicionar em tempos de raiva política

Um aviso, este não é um texto partidário ou com viés ideológico, mas um direcionamento de como sua marca/empresa deve se comportar em sua comunicação em tempos de tanta efervescência causada pela debate político. Portanto, guardem as opiniões político-partidárias para o grupo da família no whatsapp, pois aqui vamos discutir Branding e suas aplicações.

Não adianta esconder, por mais que você possa não ser uma pessoa extremamente presente nas redes sociais ou em rodas de conversa, é notável a movimentação que existe em torno da disputa eleitoral brasileira, que eleva a discussão para além de partidos, mas para valores pessoais, afinal, chega um momento que as propostas ficam de lado e o argumento passa a ser se um candidato rouba mais que o outro, se é preconceituoso, enfim.

E tratando-se de Brasil, nós temos o dom de transformar nossos debates em verdadeiras discussões acaloradas, que chegam a agressão moral. A nossa política beira ao fanatismo por um time de futebol.

E aí vem o perigo, afinal, como minha marca/empresa, deve se comportar nesse momento? Devo me envolver no debate e tomar partido de alguém? Será melhor eu me abster da discussão e esperar as coisas passarem? Como lidar com posicionamento político dos meus colaboradores ou em minhas redes sociais? São várias questões que são abertas, mas que não têm respostas simples.

Posicionamento é renúncia

Já falei isso em artigo anterior, e esse é um mantra que repetimos na INSANE Estratégia e Comunicação, minha agência. A partir do momento que uma empresa define seu posicionamento de marca deve respeitá-lo, e isso vai além da volatilidade da opinião das pessoas que estão representando-a, mas deve-se respeitar os reais atributos definidos para aquela instituição.

Portanto, hipoteticamente, se no posicionamento de sua marca diz que ela é “engajada com as transformações políticas, sociais e econômicas do país que opera”, devemos ter uma comunicação muito mais engajada nessas questões, tomando partido, buscando fazer com que seu público a siga em prol dos mesmos ideais.

Agora, se esse ativismo não está previsto em nenhuma construção de marca, devemos ter muito cuidado, pois, nesse caso, assumir um lado, estará muito mais relacionado ao viés de quem é tomador de decisão do que, realmente, nos reais valores da marca.

Não existe certo ou errado. Mas…

…seja responsável pelos seus atos. A partir do momento que a marca escolhe um lado ela se expõe, com isso seu público se dividirá e o foco da sua comunicação será muito mais voltado para o viés da disputa em questão, portanto, deve-se estar preparado para o debate e para renunciar um público consumidor que não pensa da mesma maneira.

Da mesma forma, se no posicionamento da marca está previsto que ela tem tal engajamento, mas na prática se abstém, pode ser vista com rejeição pelo público que a segue pelos seus valores.

E o posicionamento da minha equipe?

A partir do momento que o colaborador está representando a marca deve respeitar seus valores e seu posicionamento, afinal, uma empresa é feita por pessoas, nada impede que tenham opiniões divergentes, mas deve-se ter respeito. Um outro ponto que deve ser ressaltado é que você não pode trabalhar em um empresa somente pelo dinheiro, mas deve ter também uma afinidade de valores, afinal, grande parte do seu dia ou da vida será lá.

Caso exista algum desvio de conduta, esse deve ser avaliado com muita clareza e alinhado com o profissional envolvido. O que não pode, em hipótese alguma, é deixar que o caso caia no esquecimento ou passe sem a devida atenção.

Para concluir, sim, o público está cada vez mais consumindo de marcas que eles tenham uma afinidade de valores maior, ou seja, as empresas precisam ir além dos 4Ps do marketing (Praça, Produto, Promoção e Preço), devem sim buscar a sua essência. Porém, deve-se entender que assumir um partido requer muita determinação e coragem.

E lidar com isso, em tempos de ódio, é ainda mais desafiador, pois, a marca jamais pode baixar o nível do seu discurso, mesmo sendo atacada. Independente de posicionamento, o bom senso deve imperar, assim como o respeito com que está do outro lado, seja de pensamento igual ou diferente.

Não deixe a falta de planejamento falir sua empresa

Sim, o título do artigo representa realmente o que ele quer dizer. Uma empresa  sem planejamento está fadada ao fracasso. Ok, com certeza esse assunto já foi explanado outras vezes e pode parecer óbvio. Mas, chega a ser engraçado, de forma irônica, como o óbvio não consegue ser seguido. Portanto, pensando nas pequenas e médias empresas, vou deixar alguns insights para que vocês consigam evoluir nesse sentido.

Em minha trajetória, tenho me deparado com diversos tipos de negócios e segmentos, e seus tomadores de decisão procuram a minha empresa, pois precisam de algum direcionamento estratégico, tendo em vista que não estão satisfeitos com seu desenvolvimento. E nunca é fácil implementar uma cultura de planejamento nas empresas, muitas vezes por parecer ser mais fácil deixar as coisas correrem por osmose, sem muita complicação, conforme o barco for navegando. Mas, vou dizer uma coisa, esse é o seu maior erro. Portanto, vou colocar alguns pontos para serem seguidos:

Qual o seu objetivo?

Partindo do pressuposto que você já tem clareza do seu lugar no mercado, faça uma reflexão. Em curto, médio e longo prazo, quais objetivos você quer alcançar? Onde você quer chegar com a sua empresa?

Quais as formas de alcançar esse objetivo?

Defina os caminhos necessários que você deve percorrer para alcançar esses objetivos. Quais ações você deve tomar, seja na organização da sua equipe, em sua estratégia comercial ou em seu posicionamento no mercado.

Como planejo minhas ações?

Crie um  plano de ação, defina o período que você vai atuar em cada frente (isso varia de desafio para desafio), de quem e do que você vai precisar para essa busca e insira etapas para essa evolução.

Como mensurar minha evolução?

É muito importante que existam períodos de avaliação no decorrer do projeto. Não adianta definir um plano de ação de três meses e resolver avaliar o andamento só ao final do período definido. Portanto, seguindo o exemplo trimestral, defina encontros recorrentes para avaliação do andamento com sua equipe, só assim será possível antever problemas e lapidar ações que estejam vigentes. A partir disso, ao término do plano mensure os resultados, veja se realmente os objetivos foram alcançado e passe para a próxima fase da sua atuação.

É importante lembrar que, acima de tudo, de qualquer metodologia, é preciso ter coragem para realmente seguir os caminhos traçados e ter disciplina para segui-los. É comum acontecer de tomadores de decisão não seguirem o próprio planejamento definido. Isso, além de deixar a empresa sem rumo, faz com que a equipe não confie em sua liderança.

 

Pessoas e Tecnologia:  a relação que pode salvar sua empresa

No último sábado, participei do Fórum Mestre GP, do Instituto Mestre GP, que é uma das, se não a única, instituição voltada para a gestão de projetos do universo das empresas de Marketing, Publicidade e Comunicação. Estive lá, afinal, como vocês já sabem, meu business, com a INSANE Marketing e Comunicação e o Portal Mochilaí, é totalmente voltado para esse segmento.

Porém, mesmo não sendo um evento voltado para o turismo, foi possível tirar diversos insights que são determinantes para o sucesso de qualquer empresa. Lá, tive a oportunidade de participar de diversos painéis de discussão, com vários profissionais de grandes agências: Publicis, Ogilvy, Artplan, Y&R e DPZ&T; além de instituições e empresa renomadas: Fundação Getúlio Vargas, Whirlpool e Itaú Unibanco, além do suprassumo do evento, que foi a palestra do José Salibi Neto, coautor do livro Gestão do Amanhã e um dos fundadores da HSM.

E dois pontos me chamaram muito a atenção: 1- Como a gestão de pessoas tem sido determinante no sucesso de uma empresa / 2- Como devemos acompanhar a evolução da tecnologia para não sermos engolidos por ela – esse último tem muito a ver com o segmento do turismo. E vou tentar falar um pouco sobre os agora, no decorrer do texto.

Gerir pessoas é chave do sucesso

Falar de pessoas e como extrair o melhor de cada um no dia-a-dia, é abrir um alçapão de complexidades. Afinal, eu teria que discorrer sobre gerações, estrutura emocional, entre outras coisas. Porém, vou me apegar há alguns insights que foram passados.

Em praticamente todos os painéis, foi falado da importância em manter o colaborador no centro da decisão da empresa. Hoje, é essencial manter o profissional como parte determinante da construção de uma companhia sólida. Para isso, temas como diversidade, liderança compartilhada, seleção às cegas e resiliência devem ser discutidos e aplicados nas organizações.

Tecnologia: saiba como usá-la ou seja engolido

O painel com José Salibi Neto foi um espetáculo à parte, pois só uma pessoa que vive há tempos no mainstream da inovação, sabe o quanto é importante estar atendo ao futuro. E isso é exatamente o que eu vejo que falta em parte do mercado de turismo.

Enquanto de um lado temos plataformas que estão revolucionando o setor, como: Airbnb, Decolar, Trip Advisor, entre outras. Do outro, temos uma enorme parcela que não está sabendo lidar com o avanço desses players  e estão sendo engolidos, gradativamente, por não encararem de frente essas mudanças e buscarem formas de adequar e ressignificar o business.

Então, deixo vocês com uma frase que me fez refletir muito sobre como eu estou me preparando para o que está por vir. “Não adianta saber das coisas quando todo mundo já sabe. Você já está atrasado”, José Salibi Neto.