A eterna busca por um conteúdo relevante

Compartilhar conteúdo tem sido algo cada vez mais comum entre as marcas que desejam se destacar em seu mercado. Afinal, atualmente, toda empresa que se preze tem pelo menos presença nas redes sociais. Mas, será que estão fazendo isso certo? Você já parou para pensar se o seu público quer mesmo um post ou um e-mail desejando que ele tenha uma feliz páscoa (ou qualquer outra data comemorativa)?

A questão é a seguinte. Hoje em dia, principalmente depois do surgimento do smartphone e da facilidade do acesso à internet, as pessoas passaram a receber informações de múltiplos canais e isso fez com que as marcas precisassem se aprofundar cada vez mais no que iriam oferecer ao seu público. Ou seja, o post ou e-mail de data comemorativa passou a não ter mais vez, a não ser que isso viesse com alguma ação extremamente relevante.

Porém, ser relevante não é fácil, requer muito estudo sobre o mercado e seu grupo de stakeholders. Pode parecer muito simples, mas a premissa da comunicação é comunicar algo, sem segredo, sendo assim, é essencial passar uma informação correta e relevante, ou seja, que seja útil para quem receba a mensagem. Por exemplo: meu objetivo com esse texto é realmente mostrar para vocês que não adianta ter um volume grande de produção de conteúdo, mas resolver um problema ou tirar uma dúvida de quem vai recebê-lo.

Ser relevante é ir muito além do básico que seu público deve saber sobre o seu produto ou serviço, mas, sim, transmitir a experiência que ele vai sentir se for seu cliente. Por exemplo: em 2017, a CVC lançou a campanha “Tô de férias, tô de CVC“, como vocês puderam conferir aqui mesmo no portal Panrotas. Nela, além de uma campanha publicitária convencional, foi criado um programa de TV, apresentado pelo Mário Frias e sua esposa Juliana, onde eles viajavam por diversos lugares, ou seja, passavam para o público a sensação de um cliente da agência.

Tá, você deve estar pensando “se eu tivesse o dinheiro da CVC eu também faria isso e muito mais”. Mas, a questão de ser relevante não está diretamente ligada ao dinheiro investido, mas ao tipo de conteúdo que você produz. Em determinados casos, uma live no Facebook, onde você fala sobre as principais dúvidas que chegaram ao seu SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente) na última semana, pode ser muito importante ao seu público. E isso não necessita deu um grande investimento, apenas de disposição.

Bom, no vídeo abaixo eu dou algumas dicas simples e práticas para que você comece a tentar ser mais relevante em sua produção de conteúdo. É só dar o play.

Qual é mesmo o seu propósito?

Em meu texto sobre Branding, aqui na coluna Mindset, eu falei que um dos pontos importantes de uma marca era ter um propósito. Ao longo das semanas, algumas pessoas me perguntaram qual a relevância de definir um para uma empresa. Que isso seria algo secundário ou até irrelevante, já que existem os conceito de missão, visão e valores, tão difundidos no meio corporativo.

Antes de me aprofundar no propósito, gostaria de esclarecer alguns pontos:

O que é Missão?
O caminho que a empresa vai seguir. Ela deve estar presente em ciclo estratégico.

O que é Visão?
É a definição de qual é o futuro da empresa. Sua projeção para os anos seguintes.

O que é o Valor?
São atributos, princípios e crenças que formam a instituição.

E o Propósito?
É aquilo que se busca alcançar. O que guia e inspira quem faz a marca acontecer.

Após as devidas apresentações, vamos lá. É importante entender que nada se substitui, todas as definições são válidas e importantes para nortear o seu negócio, mas hoje o assunto é o propósito.

O propósito tem que ser o motivo mais honesto e “romântico” da sua existência. A partir dele, as decisões devem ser tomadas, baseando-se na essência da instituição e com um resultado que vai além da simples definição da sua atuação. Por exemplo: uma agência de viagem tem como resultado final de sua atuação, vender pacotes e atender o cliente que deseja viajar. Mas, seu propósito pode ser oferecer as melhores oportunidade de experiências para as pessoas que desejam viajar. A partir disso, se o propósito estiver realmente intrínseco no cotidiano dos colaboradores, o atendimento ao cliente será cada vez personalizado e humanizado, fidelizando seu público.

Buscando mais referências, a sua definição deve ser inspiradora e instigante como o propósito da Disney, que é “criar felicidade para seus guests”(os guests são os clientes, carinhosamente chamados de convidados). E também deve servir para posicionar a empresa. A Latam, por exemplo, colocar a diversidade como raiz do seu propósito, isso faz com que, na prática, suas contratações busquem pessoas de diversas etnias, gêneros, religiões, etc.

E agora eu refaço a pergunta do título. Qual é mesmo seu propósito? No vídeo abaixo eu dou algumas dicas de como definir o propósito de sua empresa.

Esqueça promoção… O que vale mesmo é engajamento!

Calm down Kotler! A ideia desse artigo não é apagar de vez a promoção, ou muito menos, jogar a publicidade para escanteio no mundo das marcas do turismo. A proposta é ir mais a fundo e conversar com você sobre a nova dinâmica das relações com o consumidor e sobre a necessidade de troca de um conteúdo relevante entre a sua empresa e o seu público.

É nítido que o comportamento do consumidor mudou e se você ainda não percebeu isso quero te ajudar enxergar como sua empresa, ou melhor sua marca (sim vamos trabalhar com a nomenclatura certa, mesmo que isso seja assunto para mais centenas de artigos) precisa estar pronta para oferecer o que o consumidor, que deixou de ser passivo e apenas receber a sua mensagem (olha aqui a promoção ), realmente quer: interagir.

Vamos lá. Para começar quero que você responda para si mesmo a seguinte pergunta: QUAL É O SEU DIFERENCIAL? Anote agora sua resposta em um pedacinho de papel ou post-it perdido aí na sua mesa ou no seu bolso. Anotou? Ok. Se você escreveu qualidade de atendimento, preço competitivo, variedade, tradição… Pode rasgar esse papel e jogar fora! Mas, se você escreveu conhecimento do público – tô torcendo para que muita gente tenha escrito isso – parabéns, você está realmente um grande passo à frente.

“Clientes empoderados estão causando uma disrupção em todas as indústrias”. Essa frase de David M. Cooperstein, da Forrester Research, no relatório “Competitive Strategy in the Age of the Customer”, de 2013, resume a revolução com que as marcas estão tendo que se adaptar para conseguir engajar o consumidor. Todas as marcas, inclusive a sua. Não adianta, por exemplo, reclamar que as pessoas deixaram de visitar sua agência para fazer uma compra online do pacote anual de férias que elas sempre compravam com você. O que sua empresa oferece ao seu público? Tradição? Bom atendimento? Aquela revista com sugestões de destino enlatados? Só!? Então, nem que o seu cliente seja seu amigo ele vai comprar com você. Ele quer mais. Quer saber que existe um viela florida que ninguém conhece em Lisboa. Quer saber que aquele restaurante pequenininho no Camininito vende a melhor empanada da Argentina. Quer se sentir realmente parte de um filme infantil retirando a espada da pedra na Disney.

É isso! Isso engaja e transforma o consumidor em fã. São esses conteúdos compartilhados por sua marca que vão fazer o seu bom atendimento e a tradição de anos de sua empresa concretizar vendas e indicações. “Nesta era do cliente, a única vantagem competitiva sustentável é o conhecimento e o engajamento com os clientes”, decreta David M. Cooperstein, para provar que o que vale mesmo é engajar.

Seja obcecado pelo seu cliente, estude seus hábitos, seus desejos e suas experiência. Pergunte o que ele acha, pesquise! Não espere mais que ele te procure. E, o mais importante, dê a ele conteúdo relevante e esteja disponível para escutá-lo. Por que ele vai falar e quer seu ouvido.