O que falar sobre a estratégia de Branded Content da Kontik Viagens?

Semana passada vocês puderam acompanhar aqui mesmo no portal Panrotas uma matéria que anunciava o lançamento de uma nova seção no blog da Kontik Viagens e Turismo, chamada “Spot”. No espaço, a agência corporativa, que tem mais de 60 anos de atuação está entre as 5 maiores do seu segmento no Brasil, publicará artigos de diretores e profissionais da Kontik, além de profissionais convidados.

Enfim, atualmente, vivemos em um universo no mercado de Turismo, onde a massiva maioria das marcas trabalha em sua comunicação, apenas a publicidade tradicional – aquela que, explicando a grosso modo, simplesmente fala do produto ou serviço, querendo ser chamativa e bonita – deixando de lado as estratégias que visam torná-las autoridade ou relevantes para para seu público. Portanto, de cara, já me surpreendi positivamente com o fato da Kontik trabalhar de maneira diferente.

Não tenho acesso a estratégia completa da empresa, mas analisando o blog, que possui matérias com curadoria de temas da área e atividades da instituição é possível notar que eles buscam chamar a atenção com um conteúdo relevante, que visa informar o público, que muitas vezes ainda está na fase de aprendizado e descoberta,sem saber o que quer ainda, com o intuito de fidelizar essas pessoas para que eles virem leads que evoluam para clientes.

Isso acaba se tornando mais qualificado ainda, quando a Kontik insere em sua estratégia, conteúdos de profissionais relevantes, que é a proposta da seção “Spot”. Isso é Marketing de Conteúdo puro, que é  utilizado há anos, e com excelência, por marcas de segmentos diversos, porém, pouco explorado no Turismo, com algumas exceções.

O que é uma pena, pois existe abertura para tal aplicação de conteúdo de marca. O público está carente desse tipo de trabalho, mas as empresa ainda preferem focar sua comunicação em publicações que mostrem apenas promoções, imagens de destinos, pacotes, produtos e serviços de maneira geral. Isso também vale, mas deve ser uma parcela do que sua comunicação entrega para o público.

Mas, vale dar uns toques aqui

Agora, para não falar que simplesmente fiquei aqui “rasgando seda” (com o perdão do termo da época do meu avô) para a Kontik, vale aqui um uma orientação. Eu esperava mais conteúdos já publicados na seção “Spot”, hoje só tem um texto, escrito pelo  Diretor de Marketing e Relacionamento da empresa, Wilson Silva, onde o tema é interessante, mas o conteúdo acaba sendo simples, sem muita informação.

Então, lançaria a seção com mais publicações e um pouco mais densas, com mais construção de ideias. Além disso, abusaria do audiovisual, afinal, hoje, um conteúdo em vídeo já é mais consumido do que o textual.

Existem outras melhorias que podem ser feitas e direcionadas, porém, quero finalizar parabenizando a equipe de marketing e comunicação da agência, que se propõe a fazer algo diferente em sua forma de expor a marca, trabalhando branded content, por meio de estratégias de marketing de conteúdo, utilizando suas lideranças como formadores de opinião para seu cliente. Isso com certeza vai gerar um público cada vez mais qualificado e fiel, que se tornará consumidor da empresa.

COMO ESTÁ A GESTÃO DE CRISE DA AVIANCA BRASIL? Part 2

No fim de janeiro escrevi aqui em minha coluna no portal PANROTAS sobre como estava a gestão de crise da Avianca Brasil, frente a todos os problemas encontrados pela companhia, texto que teve muita repercussão. De lá para cá, muita coisa aconteceu, para pior. A empresa pediu recuperação judicial, perdeu a batalha das aeronaves para as empresas de leasing, cancelou rotas, um verdadeiro caos instalado em uma das principais aéreas do país, inclusive,ontem, dia 25, anunciou o cancelamento de mais 159 voos em aeroportos de todo o país. Mas, e a gestão dessa crise toda, será que evoluiu?

Vou tentar ser direto, pois essa história é muito dinâmica, pelo menos para as perdas da Avianca, já para os clientes e funcionários demitidos, o processo é bem moroso. Porém, de janeiro até agora alguns canais de comunicação foram adequados para responder o público.

Como está o site?

Em janeiro, a crise nem passava perto do portal da companhia, inclusive, na época,  o último release na área de imprensa era falando de um novo voo direto de Guarulhos para Miami, algo surreal. O blog cumpria seu papel de ação de branded content, com conteúdos sobre viagens e afins. Na home, nem sinal do iminente cancelamento de rotas.

Hoje, as coisas estão diferentes, já existe, logo na home, uma chamada sobre o cancelamento dos voos, e ao clicar no “botão” disponível, o usuário é levado para uma página com informações sobre rotas canceladas e procedimentos a serem tomados. Na área de imprensa, o famigerado release que falava do voo de Miami para Guarulho sumiu, agora o foco está no contato com o time de assessoria. Já o blog continua em seu mundo mágico das dicas de viagem, cumprindo seu papel na ANTIGA estratégia de branded content.

Redes Sociais: o inferno no mundo digital

Meses atrás, o pessoal do SAC 2.0 estava totalmente perdido, sem saber o que dizer para um público que já estava desesperado. Não sei de quem eu tinha mais dó, das pessoas que se sentiam lesadas ou do profissional que tinha que explicar o inexplicável. Fora isso, havia uma nota de esclarecimento, porém de dezembro.

Enfim, hoje, não tenho acesso aos números de atendimentos do SAC via telefone da Avianca, mas me atrevo a dizer que nas redes sociais a procura pode ser maior. O último post feito no Instagram foi em 26 de fevereiro, já no Facebook, dia 18 de abril saiu um comunicado sobre os voos no feriado da Páscoa. Uma conduta assertiva, afinal tenho a impressão de que qualquer publicação feita nos perfis da marca, que não seja estritamente relevante para a gestão da crise, só servirá para receber mais “enxurrada” de reclamações.

Outra estratégia da Avianca tem sido canalizar todas as respostas para reclamações das redes sociais no Facebook, o que é melhor para a organização do time de SAC 2.0, afinal, reduzem o perímetro de atuação em um universo totalmente pulverizado. Mesmo assim, o time não tem conseguido dar vazão a tudo, por mais que estejam se esforçando. Abaixo coloco alguns prints que tirei das redes da empresa.


Minha conclusão sobre a gestão de crise da Avianca

Por mais que tenham evoluído, ainda estão devendo muito respeito ao público. Como é possível ver nos prints, as pessoas estão desesperadas por contato, recorrendo às redes sociais como última chance de terem um retorno.

Ainda sinto falta de um tomador de decisão, o presidente ou algum porta-voz, dialogando diretamente com as pessoas, porém, como disse em meu último artigo, o que dá a entender é que nem quem está na “casa” hoje quer colocar sua cara para se “queimar” no mercado, ainda mais sem saber para onde a empresa vai. Afinal, mesmo em recuperação judicial, ela pode, sim, se recuperar, ser vendida ou falir de vez. Ou seja, são muitos “poréns” em uma história extremamente complexa e que envolve o sonho de muita gente.

Como cliente da Avianca, profissional de Marketing e de Turismo, a única coisa que eu espero é que tudo se resolva da melhor forma, com menos perdas possíveis para os clientes e para as famílias que dependem da aérea.

Quem é você avaliando a nova marca da Decolar?


No começo do mês, a Decolar, maior distribuidora de viagens da América Latina, divulgou o resultado de uma mudança parcial em sua marca, por enquanto foi divulgada uma identidade visual e um novo slogan, visando deixar a marca mais moderna e próxima do público. E como era de se esperar, a mudança gerou uma verdadeira enxurrada de opiniões dos fãs e críticos, que se dividiram entre declarações positivas, apoiando o progresso da empresa, e negativas, com uma espécie de saudosismo e apego ao antigo formato. E é com a indagação do título que começo essa meu artigo. Quem é você avaliando a nova marca da Decolar?

Antes, é importante contextualizá-los do que levou a empresa a mudar sua “cara”.  A Decolar é a filial brasileira da empresa argentina Despegar, que está há 20 anos no mercado, tendo um expressivo crescimento, principalmente na última década. Essa mudança de marca vem para determinar um marco para a instituição depois dessas duas décadas e prepará-la para o futuro.

Para me ajudar a responder a pergunta do título, eu conversei muito com a especialista em branding, minha amiga/sócia no portal Mochilaí, Dani Biondi, que fez uma análise muito sensata. “A  Decolar apareceu com uma cara mais moderna, se desprendendo de todos os aspectos antigos que carregava visualmente, desde das cores até os elementos do avião e a campainha. A tipografia também foi modificada, juntamente com a retirada do ‘.com’, uma estratégia bem pensada, já que hoje temos outras plataformas de vendas. Com isso, a marca ganhou um tom mais genérico, o que facilita sua aplicação nos meios de comunicação, mas tira toda a lembrança de viagem que levava no logo antigo, o que nos dá a sensação de ser igual as outras marcas que também fizeram seu redesign recentemente.

Eles ainda prometem mais novidades nos próximos meses, mas no site, já conseguimos ver uma melhoria tanto visualmente como na navegação, que ficou mais intuitiva e agradável” .

Enfim, depois de pesquisar e pensar muito,  vejo que na “fila do pão” dos que avaliam a mudança eu sou o “progressista”, quem já via a necessidade de uma mudança que realmente transmitisse a imagem de uma empresa do tamanho que é, mas, acima de tudo, que dialogasse com seu público, se aproximando e fazendo aquilo que tem vocação, que é muito mais do que oferecer tudo para a sua viagem (como dizia o antigo slogan), mas dar condições para seu público viver viajando e ter experiências positivas no mundo (assim como o atual se coloca), pois é com essa mentalidade que você consolida uma grande marca junto ao mercado, junto aos seus fãs.

Hoje, vejo que as mudanças, se bem aplicadas (pois não adianta nada criar atributos e identidade com significados lindos e não vivê-los no dia a dia), creditam a Decolar para não só manter sua ascensão como business, mas também tornar-se uma brandlove.

E você, é o progressista ou o saudosista na “fila do pão” dos que avaliam a nova marca da Decolar?