Qual o seu propósito? Qual a sua causa?

Se engajar em uma ou mais causas é muito mais do que simplesmente eleger um tema (ou problemática) para defender. É fazer a relação entre seu propósito e as demandas existente na sociedade como um todo. É ser verdadeiro consigo, com seu público e com o nicho que irá atuar. E se você acha que isso é balela, sinto lhe dizer, mas sua empresa está muito atrasada e fora do contexto atual.

Segundo pesquisa da consultoria Edelman Earned Brand, 56% dos brasileiros dizem consumir ou boicotar marcas de acordo com o posicionamento delas diante de questões sociais relevantes. Quem mais? Em 2018, o instituto Akatu realizou uma pesquisa sobre o Panorama do Consumo Consciente no Brasil, que apontou a informação que 59% dos consumidores acreditam que as empresas deveriam fazer mais do que está nas leis para trazer mais benefícios para a sociedade.

É preciso entender que o público mudou, a sociedade não consome da mesma maneira que antigamente, o fluxo de informação está cada vez maior e o que vai ditar o sucesso da sua empresa/marca, será a sua capacidade de diferenciação, além de fazer o básico, que é prestar um bom serviço ou oferecer um bom produto.

Agora que estamos na mesma “página”, quero mostrar um estudo feito pela Cause, consultoria de identificação e gestão de causas, que mapeou os 37 temas que devem pautar as organizações com propósito em 2019. Nele, a instituição dividiu o estudo em cinco áreas (Grupos Identitários, Manifestações Culturais, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia, Panorama Global e Panorama Nacional) e dois grandes recortes geográficos, com os 37 temas que vão movimentar as organizações com propósito neste ano e trouxe também, 140 personagens para prestar atenção no mundo das causas em 2019.

Dos mais de 37 temas, todos são extremamentes importantes e válidos para sociedade, mas quero destacar alguns que podem ter mais relação com o turismo:

  • Combate às mudanças climáticas:

No ano passado, sabe-se que ao menos duas ilhas, East Island e Esanbe Hanakita Kojima, desapareceram, devido o efeito das alterações no clima. Portanto, essa é uma causa relevante, afinal como players do turismo, que visam um planeta funcionando em perfeito ecossistema, principalmente com um turismo sustentável, precisamos que a agressão à natureza seja combatida.

  • Defesa dos mecanismos de incentivo

Um relatório da FGV mostrou que, a cada 1 real investido em cultura via lei de incentivo, 1,59 real retorna para a economia. Fomentar a cultura, também impulsiona o turismo, portanto, a causa é importante para o nosso segmento.

  • Preservação do patrimônio histórico

O turismo histórico é extremamente importante para o nosso mercado, portanto, lutar pela preservação do nosso patrimônio é uma causa justa para as empresas de turismo.

  • Segurança Pública

Sabemos que um dos principais pontos negativos do Brasil, e que afasta os turistas estrangeiros é a falta de segurança no país, sendo assim, essa é uma pauta importante para ser discutida pelo trade.

Enfim, essas foram algumas causas que julguei serem relacionadas com o turismo, porém, vou ressaltar novamente, qualquer causa a ser engajada pela empresa, deve estar totalmente ligada ao propósito da marca. Caso essa relação não seja feita, as ações podem ser vistas como “fake”, gerando revolta do público e podendo desencadear em uma crise.

Tendências de marketing para 2019


Por mais que o título da coluna seja muito enfático, começo dizendo que não quero parecer mais um “guru” do marketing, com indicações infalíveis e frases de efeito que prometem resolver seus problemas. Calma! Na verdade, quero dividir alguns pontos que venho observando no mercado e que devemos acompanhar mais de perto durante o ano.

Confesso que espero que todos já tenham traçado suas metas e construído seu road map para 2019, mesmo assim, ainda dá para inserir alguma estratégia ou conceito que pode te ajudar na evolução de sua empresa. Portanto, veja abaixo alguns pontos que separei para vocês.

A humanização do conteúdo de marca

O Branded Content é uma realidade há anos, porém, ainda hoje existem marcas que não o utilizam da forma correta (sim, estou falando de você que acha que criar posts de data comemorativa vai atrair mais seguidores). O ano passado falou-se muito sobre a consolidação da jornada do consumidor, visando entender cada vez mais o público, já em 2019, espera-se que as marcas humanizem sua comunicação, se aproximando mais dos seus stakeholders de forma única. Fora isso, creio que as marcas utilizem muito mais seu público na hora de produzir seu conteúdo, como uma espécie de co-criação.

Publicidade Mobile

Já escrevi aqui sobre o avanço da publicidade in app, que é uma parte da publicidade mobile, na época enfatizei que essa era uma tendência, porém que já era realidade em alguns países. E agora, em 2019, torno a falar sobre o tema, pois já é uma realidade consolidada também no Brasil, e hoje discutimos formatos dessa publicidade, como vídeos e modelo de publicidade programática, inteligência artificial e o uso de dados.

A segmentação dos influenciadores

A bolha dos influenciadores está cada vez mais inflada e prestes a explodir. Com a preocupação das marcas em cada vez mais se aprofundar em seu público, é esperado que a escolha pelos influenciadores digitais seja cada vez mais por penetração em um nicho, micro influenciadores, do que simplesmente pelo seu engajamento pulverizado.

Inteligência Artificial

Hoje, já nos acostumamos com a aplicação de inteligência artificial como forma de deixar o atendimento ao cliente mais prático e simples, tornando a prática já familiar para nós, afinal, quem não conhece a Aura, da Vivo, e a Bia, do Bradesco. A tendência é que essa ferramenta seja potencializada por outras empresas em 2019 e que a AI esteja cada vez mais presente na relação marca X consumidor.

O QUANTO VOCÊ CUIDA DO SEU CLIENTE?

Como diz o “papa” do marketing, Philip Kotler, é mais barato manter um cliente do que conquistar um novo. Por isso, sempre que pensar em investir sua verba de marketing em campanhas para novas aquisições, pense primeiro: o que estou fazendo para manter minha carteira atual. Daí, talvez, valha você pensar em uma campanha de retenção. E é a partir daí que eu lhe pergunto. O quanto você cuida do seu cliente?

Em minhas empresas, eu e meus sócios temos um “mantra” que é repassado para toda a equipe, “o cliente está sempre no centro”. E isso se reflete a todo momento, seja quem for que esteja no processo, sempre buscamos resolver problemáticas ou gerar oportunidades ao nosso cliente.

Porém, vejo que nem sempre isso acontece, não só no meio turístico, mas em âmbito geral. O empresariado brasileiro peca em muitos aspectos, principalmente no investimento em treinamento e capacitação do seu time na hora de atender o público.

Falando especificamente dos players de turismo, tenho dois exemplos que vivi recentemente e gostaria de compartilhar com vocês, um positivo e outro negativo, de como o mínimo de atenção ao cliente pode ser determinante para a fidelização dele.

Primeiro o negativo: o estranho caso do hotel sem luz e sem água

Há cerca de uma semana, estive em um hotel no interior de São Paulo, em uma cidade que tem cerca de 300 mil habitantes. Estive lá, por um final de semana, com minha família, para o casamento de uma amiga. Como decidimos ir de última hora, acabamos pegando um hotel regional, com tarifas relativamente baratas. Chegando lá a estrutura não era ruim, portanto, tive a certeza de ter feito um bom negócio. Porém, no meio da noite descubro que faltava água no quarto, e isso perdurou até o meio da manhã, mesmo após insistentes reclamações e informações desencontradas entre faltar água na rua e a bomba do poço não funcionar, fiquei sem explicação alguma.

Como se não bastasse, quando a água voltou, 30 min após isso acontecer, faltou a energia em metade do hotel, incluindo o meu quarto. Daí, mais uma vez lá vou eu buscar um motivo e nada de ter um explicação coerente. Assim como no caso da água, as justificativas vinham desde a queda de energia no bairro (o que não era verdade, já que os outros estabelecimentos estavam funcionando), até a queda de um disjuntor. Além de não ter uma justificativa plausível, também não conseguiam me transferir para outro quarto, pois não tinham sistema para verificar os locais disponíveis. Enfim, depois de ameaçar pedir meu dinheiro de volta, resolveram meu problema.

O exemplo positivo: a proatividade que valeu um cliente

No começo do ano resolvi que aproveitaria o recesso de fim de ano para fazer uma viagem ao exterior com minha família. Costumo fechar  todos os pontos da viagem de forma isolada, pois gosto de fazer minhas pesquisas sobre os destinos e descobrir coisas novas, porém, pelo fato da minha esposa estar grávida, resolvi buscar uma agência para ter mais segurança em minhas escolhas. Após pesquisar, acabei fechando com uma gigante do setor, sediada no ABC Paulista, local onde moro, que tem unidades em todo o Brasil. Porém, como até o fim do ano minha filha já teria nascido, fui orientado que alguns pontos relacionado ao bebê, como cadeirinha na locação do carro e solicitação de berço no avião, deveriam ser feitos somente faltando um mês para a viagem.

Passado quase o ano todo, entro em contato novamente com pessoa que era responsável pela minha conta, mas descubro que ela não faz mais parte da equipe, que na verdade foi totalmente reformulada. Para ajudar, fico sabendo que as coisas que eu precisava, deveriam ter sido solicitadas, no fechamento da viagem. Pois bem, mesmo antes de eu demonstrar qualquer tipo de insatisfação, vejam só, o novo responsável pelo caso se prontificou a buscar alternativas para a resolução do meu problema. Ele não só buscou, como conseguiu resolver tudo o que eu precisava. E como ponto alto, todo o atendimento foi feito de uma maneira extremamente ágil, por diversos canais de comunicação. Realmente colocando o cliente no centro.

Mais vale um cliente na mão do que o mesmo falando mal

Os dois exemplos acima são de empresas de tamanhos bem distintos, porém, que tiveram um problemas onde precisariam somente a atuação de seus colaboradores para uma resolução satisfatória. Não foi preciso da melhor tecnologia do mundo e nem das melhores condições comerciais. Somente na proatividade do profissional envolvido em colocar o cliente no centro e buscar uma solução. E digo isso mesmo sabendo que no caso do hotel, os problemas terem sido causado por questões de estrutura, porém, se as pessoas envolvidas tivessem realmente se preocupado com o cliente, teriam dado mais atenção e conseguido alternativas para os problemas.

Portanto, sempre que reclamar que não tem cliente, pare e reflita sobre o que você está fazendo para manter aqueles que já consomem seu produto ou serviço.