Divulgado recentemente, o estudo “Desempenho dos Meios de Hospedagem Paulistanos”, elaborado pelo Observatório do Turismo da SPTuris, aponta que no mês de março todas as categorias de hotéis da cidade de São Paulo apresentaram alta na taxa de ocupação e nos valores das diárias.
A taxa média de ocupação dos hotéis da cidade passou de 57,33% em fevereiro para 73,56% em março, alta de 16,23 pontos porcentuais. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o indicador atingiu taxa de 67,55%, houve alta de 6 pontos porcentuais.
Quando se analisa as categorias de hotéis, observa-se que a maior variação mensal na taxa de ocupação ficou por conta da “midscale”, que passou de 53,16% em fevereiro para 73,22% em março. No entanto, em termos de maior taxa de ocupação mensal, observa-se que a categoria “luxo” lidera o ranking com 73,98%.
O crescimento na taxa de ocupação dos hotéis na cidade de São Paulo é reflexo do crescimento da economia, principalmente da ascensão da classe média brasileira. Além disso, não se deve deixar de lado que a cidade de São Paulo é considerada a capital do turismo de negócios no Brasil, o que acaba por impactar positivamente no desempenho do setor hoteleiro.
De acordo com outra pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo (“Perfil dos Hóspedes em meios de hospedagem paulistanos – 2º semestre de 2011”), 45% dos hóspedes que vêm a cidade têm como motivo predominante da viagem o fator negócios (corporativos). Para outros 24,4%, o motivo da viagem está relacionado a participação em eventos (feiras, congressos e convenções). Apenas 12,5% correspondem a lazer e entretenimento.
Por sua vez, o valor da diária média de hospedagem na cidade de São Paulo vem registrando alta acima da inflação, alcançando R$ 296,32, alta de 9,32% quando comparado ao mês anterior (R$ 271,05). Todas as categorias apresentaram alta mensal. A diária média da categoria “econômica” é de R$ 100,59 e da categoria “midscale” é de R$ 159,35. Para se hospedar na categoria “luxo” é preciso gastar algo em torno de R$ 269,66 e na “super luxo”, R$ 511,40.
O aumento constante nos preços das diárias também pode ser justificado pelo crescimento da demanda, ainda mais quando se considera que a cidade de São Paulo vem cada vez mais se consolidando na realização de eventos (feiras, congressos), atraindo cada vez mais turistas. Com o foco global de negócios se deslocando do eixo tradicional EUA/Europa/Japão para emergentes como os BRICs, essa demanda por São Paulo tem crescido ainda mais.
Analisando as regiões da cidade de São Paulo, a maior taxa de ocupação encontra-se na região da Avenida Paulista e Vila Mariana (78,2%). Da mesma forma, é nessa mesma região que se encontra o maior valor da diária, em média, R$ 347,34. Tais dados mostram a característica da cidade como sendo o turismo de negócios, ou seja, os eventos, feiras e congressos são realizados no entorno dessa região, o que facilita o deslocamento. A título de curiosidade, a menor taxa de ocupação hoteleira está situada na Zona Norte da cidade (47,83%), cuja diária média chega a R$ 294,44.
O indicador de rentabilidade dos hotéis da cidade de São Paulo, que considera a diária média e a taxa de ocupação, denominado “RevPar”, foi de R$ 218,58 em março, aumento de 37,5% em relação ao mês anterior (R$ 158,93).
Como se pode perceber, o setor hoteleiro vem vivenciando um bom momento em termos de taxa de ocupação, mas ainda não há muito que se comemorar, pois existem inúmeros gargalos a serem resolvidos para o setor, tais como questões relacionadas a elevada carga tributária. O que deveria ser motivo para o desenvolvimento e para ações que mitigassem os gargalos, nem sempre funciona dessa maneira no País, que ainda dificulta e encarece demais novos investimentos.
A divulgação do plano “Brasil Maior” já foi um grande avanço para o setor, mas deve-se pensar em um plano que vise a expansão do setor, considerando o além Copa do Mundo de 2014. É preciso criar condições para que se possa investir e expandir a atividade nos próximos anos.
Fonte: Economix Digital FECOMÉRCIO São Paulo
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