Começo logo dizendo que sou perfeccionista, mas que venho revendo os impactos que isso traz para minha vida pessoal e profissional. De acordo com a Wikipedia “Perfeccionismo é uma ambição irracional de querer que alguma coisa fique perfeita. Acontece quando estamos trabalhando em algo e, por melhor que esteja, não conseguimos dá-lo por concluído pois nunca achamos que está bom o suficiente. O perfeccionismo é ser demasiadamente duro consigo mesmo. É quase que um autoflagelo”. Assustadora essa definição para mim, pois eu sempre achei que isso era o máximo, fazer as coisas com alto padrão, muita qualidade, alta exigência. Tudo errado.
Comecei a perceber o quanto isso era nocivo às minhas equipes, porque esse comportamento leva a um alto nível de exigência (o que necessariamente não é ruim), mas que traz uma insatisfação permanente, achando que sempre poderia ser melhor, que as pessoas poderiam sempre fazer mais e melhor. Quando ouvia aquela máxima “o ótimo é inimigo do bom” sempre pensava: será mesmo ? Também li a da frase de Voltaire: “Não deixe o perfeito ser o inimigo do bom”, e hoje repenso fortemente essa forma de trabalhar e agir em diversos campos da vida.
A escritora Brené Brown, em seu livro A coragem de seu imperfeito me abriu muito os olhos, ela diz que o perfeccionismo é uma forma de mascararmos nossa vergonha ou medo do fracasso; que ele é mais uma perceção do que uma meta, pois é impossível atingi-lo; e que nos faz sentirmos culpados, porque achamos que não somos bons o bastante. Ela afirma que justamente nas falhas e imperfeições é que está a beleza do aprendizado e da realização; que é preciso substituir esse sentimento ou desejo por generosidade consigo mesmo, humildade e consciência equilibrada. Realmente, as pessoas de sucesso tentam muito, erram muito e aprendem muito até elevar seu patamar de profissionalismo e de acertos.
Compartilhei esses pensamentos porque todos nós profissionais, podemos sofrer dessa síndrome, e também podemos entendê-la para que ela sirva para o nosso dia-a-dia, tanto no trato com nossas equipes como com nossos clientes. Podem perseguir a qualidade, superar expectativas, aprender com erros, mas não adianta buscar o impossível, esse tal de perfeccionismo. Você concorda? Também é perfeccionista?
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