A guerra comercial desencadeada pelos Estados Unidos sob a nova administração Trump vem impactando também o turismo. Um recente estudo da Oxford Economics traz informações sobre que o ocorre com visitantes do Canadá, México, China e Europa. Na verdade, a reputação dos EUA no primeiro governo Trump já foi bastante abalada, com impacto direto no turismo. De acordo com Simon Anholt, que cuida do Nation Brand Índex, o projeto “America First” impacta diretamente a imagem do país e o turismo.
No cenário pessimista projetado pelo estudo da Oxford Economics, as viagens internacionais aos EUA devem cair 5,1% em relação a 2024, resultando em uma perda econômica estimada em US$ 64 bilhões somente em 2025. Esse quadro inclui a redução de 0,8% na demanda por quartos de hotel, refletindo uma diminuição na confiança dos turistas internacionais causada pela desaceleração econômica e pela valorização do dólar frente a outras moedas. Em 2023, os Estados Unidos receberam aproximadamente 20,4 milhões de visitantes canadenses, que gastaram cerca de US$ 20,5 bilhões no país.
Para turistas brasileiros, especialmente, essa valorização cambial é particularmente preocupante. Com o dólar mais caro, viagens para os EUA ficam mais caras, afetando diretamente os planos de milhares de viajantes brasileiros. Custos com passagens aéreas, hospedagem, alimentação e lazer aumentam consideravelmente, e isso pode fazer com que os brasileiros revejam suas escolhas de destinos; podem optar por destinos alternativos ou a reduzirem o tempo de estadia no exterior. Podem, ainda, preferir ficar no Brasil.
Por outro lado, essa situação representa oportunidades significativas para o Brasil. O país pode se posicionar estrategicamente como um destino competitivo entre tradicionais visitantes aos EUA ( ingleses, alemães, franceses ), aproveitando a chance para atrair turistas internacionais, especialmente europeus, que busquem alternativas mais econômicas e receptivas. Com um câmbio favorável para os estrangeiros, o Brasil pode explorar sua diversidade cultural e geográfica para ganhar espaço como uma opção atrativa em relação a destinos prejudicados pela guerra comercial.
Além disso, o aumento do turismo doméstico, impulsionado pela alta do dólar, também se apresenta como uma grande oportunidade. Os brasileiros podem direcionar seus recursos para viagens internas, movimentando a economia local e estimulando investimentos em infraestrutura e inovação no setor turístico nacional.
Neste contexto, os esforços na promoção turística internacional podem ter foco direcionado, destacando o clima, a hospitalidade brasileira e a estabilidade geopolítica. Ao mesmo tempo, é crucial aprimorar continuamente a oferta turística doméstica, respondendo à demanda crescente e proporcionando experiências únicas e de alta qualidade para turistas locais.
O que você tem sentido no dia a dia do seu trabalho em relação a esse tema?
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