Não queremos mais visitantes

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O overtourism e a sustentabilidade são temas que têm sido frequentemente discutidos por aqui, e isso não é por acaso. A superlotação em alguns destinos turísticos está degradando territórios e, consequentemente, minando a potencialidade turística desses locais; colocando esses assuntos nas pautas globais do turismo. Visitantes inconscientes da necessidade de preservação do ambiente, e do respeito à cultura local, fazem com que esses destinos percam suas fontes de negócios. É um problema de quantidade e, também, comportamento.

Isso vem acontecendo com Ibiza. De acordo com o observatório de sustentabilidade da ilha, o overtourism e a deterioração ambiental colocam em risco o potencial turístico do local, que sofre com esses problemas desde 2016. E as consequências do cenário de deterioramento se estendem também para o ambiente marinho. O relatório diz que nove das 48 áreas balneares da amostra estudada, antes classificadas como excelentes, hoje são classificadas como boas, suficientes e, até mesmo, insuficientes; revelando um prejuízo na qualidade das águas balneares ocorrido durante a última década.

Acredita-se que esses problemas são consequências do overtourism e, segundo o observatório, o crescimento no número de visitantes pode estar relacionado à ampliação na oferta de hospedagem, que triplicou nos últimos 6 anos e aumentou em 15% a superfície urbanizada do lugar. Um quadro que não poderá se sustentar assim por muito tempo. A ilha agora diz que quer ter menos visitantes, como já fez Palau e muitos outros lugares.

Na verdade considero um erro medir o sucesso de um destino turístico pelo número de pessoas que o visitam. A melhor conta seria: volume + permanência + gasto; isso é impacto econômico. Mas não para por aí, cada lugar, de acordo com seus produtos e perfis, tem realmente uma capacidade de carga e precisa conscientizar seus visitantes sobre o respeito ao local. O tema já é um grande problema mundial, que pode tomar dimensões insustentáveis se os destinos não trabalharem com planejamento, conscientização e preservação de seus ativos. De que serve um destino de praia se ela for poluída? O que fazer num destino de pesca sem peixes? Como visitar um museu se a quantidade de pessoas impedem a observação das obras? O que será de um destino que acaba com seus ativos e inviabiliza a visitação?

Foco na receptividade

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Conhecido como um povo acolhedor, os brasileiros saem na vantagem quando o assunto é hospitalidade. O Brasil, com sua gente cordial, tem nessa qualidade um dos principais atrativos para estrangeiros visitarem o país. Não é de estranhar, portanto, que o viajante brasileiro também dê importância a essa característica na hora de selecionar seu próximo destino.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Booking.com, 78% dos brasileiros acreditam que proporcionar um ambiente confortável é sinônimo de hospitalidade e 79% afirmam que é importante se sentirem em casa quando estão em uma viagem. No turismo, a hospitalidade pode contribuir no aumento da competitividade entre os destinos. Por isso, lugares que proporcionam uma boa receptividade certamente farão a experiência do turista ser mais calorosa e harmônica.

Nesta mesma pesquisa, depois da análise de 177 milhões de comentários de hóspedes, considerando as principais cidades em que os anfitriões tiveram as melhores pontuações, foram listadas as 10 cidades mais hospitaleiras do Brasil. O estado de São Paulo ficou em primeiro lugar, com três destinos na lista. Em seguida vem Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com duas cidades cada.

            As cidades mais hospitaleiras do Brasil são:

1 – Monte Verde, Minas Gerais
2 – Penha, Santa Catarina
3 – Gramado, Rio Grande do Sul
4 – Canela, Rio Grande do Sul
5 – Ilhabela, São Paulo
6 – Campos do Jordão, São Paulo
7 – Arraial do Cabo, Rio de Janeiro
8 – Ubatuba, São Paulo
9 – Bombinhas, Santa Catarina
10 – Jericoacoara, Ceará

Boa parte desses locais recebe um número considerável de turistas todos os anos. E o fator acolhimento não deve ser uma mera coincidência. Atender as expectativas dos viajantes não só através do que é fornecido mas também de como é fornecido é um diferencial com alto poder de atratividade. Além disso, o envolvimento da população nas ações do turismo trará mais comprometimento e envolvimento.

Google avança sobre a venda direta?

Com os avanços tecnológicos e as novas possibilidades de personalização de serviços, o viajante atual tem buscado formas simples e autônomas de organizar suas viagens. Através de facilitadores como os sites de reservas, e aplicativos que podem ser tranquilamente acessados pelos telefones móveis, eles usufruem da conveniência na hora do planejamento e durante a viagem, e tudo que contribui para agilizar esse processo e torná-lo mais rápido tende a ser valorizado.

O que não falta sobre o turismo pelo mundo são as respostas para as perguntas: para onde ir? Como ir? Quando ir? E com o lançamento do Google Travel, mais uma vez a empresa sai com alternativas que chegam cada vez mais perto do consumidor final, deixando no ar um questionamento: ele vai substituir seus grandes assinantes do setor de viagens como, por exemplo, o Expedia e o Booking? O Google vai ou não tomar o lugar dos gigantes do turismo mundial por fazer com que o consumidor final chegue direto ao voo, ao hotel e pacotes, sem intermediários?

A novidade lançada recentemente reúne sistemas como Google Voos, busca por hotéis e Google Trips e Maps em um único lugar. Torna possível que, através de uma simples busca, de um termo que se relacione a viagens, o usuário tenha disponível todas as informações necessárias para a planejar e comprar a viagem que ele deseja fazer. E à medida que o viajante se planeja, as buscas e as reservas feitas por ele vão sendo organizadas na aba Trips. A ferramenta também permite que o usuário retome suas pesquisas do ponto em que ele parou, em qualquer dispositivo. Por que, então usar outro canal se o mesmo trabalho pode ser feito pelo mecanismo de pesquisa do Google?

Em 2016, a grande questão era se o Google estaria tomando o lugar dos agentes de viagens. E isso mostra que as especulações sobre as consequências dessa aproximação entre consumidor final e serviços, de maneira direta, não começaram hoje. Na época a empresa se pronunciou afirmando que viam os agentes como clientes e não como competidores e, de diferentes formas, os agentes de viagens sobrevivem. A diferença, talvez, esteja no fato de que o Google possui um número enorme de informações que podem cada vez mais personalizar as sugestões de resultados e chegar mais perto dos desejos do consumidor.

Sobre essa novidade, há outras questões a serem consideradas, como o fato de que ainda faltam serviços no Google Travel que outras plataformas podem oferecer (aluguel de carros); por outro lado, a ferramenta permite optar por diferentes empresas combinadas, nem sempre uma opção existente em algumas outras plataformas. O fato é que a empresa deu um grande passo rumo à formação de pacotes e as reservas numa só ferramenta.

Não são somente os millennials que viajam

by iphemant

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), até 2060 25,5% da população brasileira terá mais de 60 anos; e essa é a tendência ao redor do mundo. Com maiores expectativas de vida e taxas de natalidade cada vez menores, o número de idosos aumentará. Mas é preciso ficar atento ao fato de que o próprio conceito de idoso mudou. A ideia estereotipada que se tinha de pessoas nessa faixa etária não corresponde à realidade atual. Com a melhora da qualidade de vida, pessoas com mais de 60 anos estão cada vez mais ativas, envolvidas socialmente e com tempo disponível.

Pensando nisso, o setor de viagens e turismo tem buscado se adaptar ao viajante mais velho. Hotéis e aeroportos com estruturas e serviços diferenciados atraem essa parcela da população que é significativa em número e em influência econômica: de acordo com a ABAV Nacional, os viajantes com mais de 65 anos representam 15% dos pacotes turísticos vendidos no Brasil para destinos nacionais e internacionais.

Trazemos essas informações porque constantemente falamos por aqui sobre a importância de os atores de turismo conhecerem o público que desejam alcançar. Para que se atinja esse público, assim como qualquer outro, é imprescindível entender como ele se comporta e como se deve chegar até ele. Onde as propagandas do seu produto turístico estão veiculadas? Quão acessíveis são os serviços oferecidos? A estrutura ofertada é capaz de atender a essas pessoas?

Existe ainda o tema da adaptação e facilidade ao tratar com tecnologias. Os millennials estão acompanhando rapidamente o desenvolvimento das novas formas de comunicação com os clientes, mas e as dificuldades que as pessoas de mais idade têm para lidar com as novas opções de informação? Certamente a convivência de algumas formas mais tradicionais de marketing com as mais atuais pode favorecer e lembrar esse potencial cliente, o melhor deles, com tempo disponível e algum recurso para aproveitar a vida.

Presença virtual: você tem?


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Recentemente a Embratur noticiou que o termo “Turismo Brasil” é um dos mais pesquisados no Instagram. A rede que conta com mais de 1 bilhão de usuários ativos, tem 210 mil publicações sobre o turismo brasileiro. E somando a hashtag Turismo Brasil com outras também populares, como: Destinos Brasileiros, Turismo no Brasil e Jericoacoara o número ultrapassa 1,3 milhões de publicações relacionadas ao assunto.

Sendo o Brasil o quarto país do mundo com o maior número de usuários de internet e o maior da América Latina, é necessário que qualquer empresa ou destino turístico que queira se conectar com os brasileiros entenda a importância de uma “presença virtual” eficaz. Um exemplo de quem entendeu isso foi o Airbnb que, interessado em aumentar a visualização e conversão de seus anúncios ao redor do mundo, estabeleceu uma meta global de marketing para promover sua marca. Aqui no Brasil a estratégia foi digital, voltando-se para o YouTube e lançando uma campanha para captar os elementos que conversam com o estilo de vida do brasileiro.

Os resultados foram obtidos: as pesquisas de termos de marca do Airbnb cresceram 142% e as reservas aumentaram 14%; recompensas de um trabalho que considerou os espaços ocupados pelos clientes e seus modos de funcionamento, evidenciando a necessidade das empresas se manterem atuantes no meio digital. Os produtos turísticos que desejam alavancar espaço no mercado brasileiro, como em outros mercados no mundo, precisam ficar atentos a como se apresentam virtualmente. Quais redes ocupam, que tipo de conteúdo produzem, com quem querem falar, como e com que frequência se comunicam; uma boa performance virtual pode fazer toda a diferença.

Ou é sustentável ou…


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Recentemente, o arquipélago de Fernando de Noronha proibiu o uso e a venda de plásticos descartáveis que não fossem destinados ao uso hospitalar; medida que aponta a tendência de consumo dos viajantes: visitar apenas lugares sustentáveis. Há muitos anos a indústria de viagens e turismo fala no tema e, como isso vem impactando os hábitos de compra, as empresas e os destinos procuram avançar ainda mais em suas políticas. Ponto para Noronha.

Como abordamos aqui, no artigo sobre a pesquisa realizada na Universidade de Stanford, os efeitos das ações humanas no ambiente interferem diretamente em diversos setores da sociedade, como a economia. E nesse caso, o turismo pode, portanto, se tornar um aliado tanto para a conscientização ambiental quanto para a melhora da economia ao redor do mundo. Em outras palavras: ou é realmente sustentável do ponto de vista ambiental, social e cultural ou vai perder a fonte de negócios.

Dada a crescente relevância das discussões acerca de sustentabilidade, medidas como a tomada em Fernando de Noronha se tornarão cada vez mais comuns. É uma compreensão de que a preservação deve se integrar à prática da viagem. Os consumidores estão mais conscientes e atentos a isso e o setor deve atender essa demanda. Mas de que maneira?

O entendimento da responsabilidade do turismo pelo capital social e o impacto de suas políticas é o ponto de partida para a efetivação de políticas públicas e privadas que busquem a preservação da natureza e, consequentemente, da cultura de cada destino. Empresas e municípios que se atentam para isso saem na frente, atraindo investimentos e expandindo o alcance no mercado; é administrar efetivamente os destinos, usando a conservação a favor do crescimento turístico; se adaptar ao mercado e ganhar de todas as formas.

Promoção e as novas estratégias do méxico

Atualmente o México ocupa o lugar de um dos destinos turísticos mais visitados do mundo e tem no turismo 8,8% do seu PIB, mas no início deste ano, como falamos aqui, o país fechou seus escritórios no exterior e também extinguiu o Conselho de Promoção Turistica do país. Ficou a indagação sobre como as representações diplomáticas iriam tratar da promoção internacional nessa nova fase e como seria feita a promoção.

Segundo o secretário de turismo Miguel Torruco, a intenção é partir para uma abordagem de várias fases, por exemplo, já tirando dos cofres do governo o custo de 52 feiras de turismo que o país participa. Outra aposta é o acordo assinado com o Ministério das Relações Exteriores para que esse seja seu braço promocional no exterior, e a realização de alianças com canais internacionais para a promoção do site VisitMexico.com.

O secretário acredita que aos poucos todos se adaptarão a essa nova forma de governo e afirma que eles continuarão a visitar os operadores de turismo mais importantes nas principais cidades de origem para viagens ao México, assim como terão o apoio de embaixadas e consulados ao redor do mundo para beneficiar a promoção. Diplomatas serão treinados para trabalhar a promoção turística do país.

Empresários do turismo mexicano, por sua vez, estão preocupados com o fim do órgão de promoção e com o tema da segurança, e já relatam queda no primeiro trimestre de 2019, afirmando que há uma crise no turismo do país. Essas mudanças e os demais problemas irão trazer uma queda de 1,6% do PIB do setor. “A falta de promoção já foi notada no primeiro trimestre de 2019, e isso numa época de alta. O prejuízo já existe e precisamos corrigi-lo” disse Pablo Azcárraga, presidente do Consejo Coordinador Empresarial y Turístico e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Posadas (Fonte: Infobae.com).

Pelas informações que temos até agora, parece que a aposta será em melhorar o produto turístico Mexico à partir de investimentos em infra-estrutura de forma geral, sobretudo aqueles que beneficiem a população local. Sobre o papel das embaixadas são sempre aliados do turismo e já possuem estrutura no exterior; no marketing como irão trabalhar as estratégias de intermediários e de consumidor final. Importante pensar em novas estratégias, como afirma o governo, e também não interromper o fluxo de promoção que existia no país há muitas décadas, como dizem os empresários.

TURISMO DO BRASIL É PREJUDICADO POR MUDANÇAS CLIMÁTICAS


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A Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, realizou um estudo que revelou que as mudanças de temperatura, resultantes do aquecimento global, teriam reduzido a riqueza per capita em 17% a 30% nos países mais pobres do mundo, entre 1961 e 2010. Mesmo com a diminuição da desigualdade econômica entre os países ao longo das últimas décadas, a pesquisa afirma que essa diminuição teria ocorrido de maneira mais rápida caso essas mudanças não tivessem acontecido. E entre os cinco países mais prejudicados está o Brasil (atrás de Sudão, Índia, Nigéria e Indonésia). O estudo afirma que o PIB per capta brasileiro é 25% inferior ao que poderia ser se as mudanças climáticas não tivessem afetado a produção econômica.

De acordo com Burke, um dos cientistas envolvidos na pesquisa, os dados históricos revelam que as culturas são mais produtivas quando as temperaturas não são muito quentes nem muito frias. Logo, nos países mais quentes essas mudanças climáticas fazem com que as temperaturas fiquem distantes do ideal para o crescimento econômico. Em um cenário como esse, diversos setores são afetados, incluindo o turismo.

Ainda deve-se observar que muito tem sido falado sobre as políticas climáticas e as negociações entre os países acerca da responsabilidade por conter o aquecimento global. Nesse contexto parece que a economia pode ser, ao invés de inimiga, a solução para o desenvolvimento econômico; bastam políticas públicas e privadas efetivas. Qual melhor aliado para isso do que o turismo? Preserva natureza e cultura como seu principal ativo, gera empregos, traz divisas e incentiva investimentos. Por isso o turismo importa tanto para a economia brasileira.

abandono de reservas online?

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Segundo uma pesquisa realizada pela SaleCycle, o setor de viagens é uma das indústrias com a maior taxa de abandonos.  Os hotéis perdem até 10 bilhões de dólares, todos os anos, com o abandono de reservas online. Mas por que isso acontece? De acordo com os dados apresentados pela pesquisa, existem 6 principais motivos. São eles: preço muito alto ou maior que em outro canal, necessidade de aprovação prévia de uma outra pessoa, problemas técnicos, falta de opção de pagamento, processo de reserva longo e o viajante estava apenas pesquisando/comparando hospedagens.

Conscientes dos motivos apresentados, o que os hotéis poderiam fazer para diminuir o número de abandonos e os prejuízos consequentes? Uma das alternativas a serem pensadas seria a simplificação do processo de reservas nos sites, um objetivo que pode ser alcançado através da diminuição do número de informações solicitadas, em um primeiro momento, e um layout mais limpo. Problemas técnicos também precisam ser resolvidos. Sites fáceis de navegar e de carregamento rápido saem em vantagem, assim como aqueles que são mobile friendly; já falamos sobre isso aqui.

Oferecer uma quantidade razoável de opções de pagamentos é outra medida necessária. 7% dos viajantes abandonam uma reserva por causa da falta de opções e esse é um número que não pode ser ignorado. Portanto, apresentar opções além do cartão de crédito pode ser uma outra excelente alternativa.

Hotéis que se abrem para um diálogo com o cliente também costumam ter seu esforço valorizado. As possibilidades de negociação de preço ou forma de pagamento e de tirar dúvidas acerca da hospedagem através de chats online são bem vistas.

Por fim, é importante que o hotel tenha controle da taxa de abandono de reservas online e saiba cobrir o prejuízo.  Na mesmo pesquisa da SaleCycle 87% dos entrevistados disseram estar dispostos a voltar para a reserva mais tarde. Nesse caso, fazer uso de emails de remarketing, oferecendo vantagens para potenciais hóspedes, pode ser uma opção.

Férias ilimitadas?

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Você já deve ter ouvido falar em PTO, eu não sabia o que era até pouco tempo quando meu filho que trabalha da ADOBE mostrou mensagem de seu chefe autorizando uma Paid Time Off. Fui ler sobre o assunto e descobri que, apesar de não ser algo novo, as empresas estão adotando diversos tipos de períodos de férias para seus funcionários (cada vez mais). Muito comum em empresas de tecnologia, também na NETFLIX ou no SPOTIFY, também ocorrendo bastante na Inglaterra; essas férias ilimitadas são, a meu ver, uma boa reflexão para a indústria de viagens e turismo.

Qual a ideia por traz dessa política? A pessoa pode tirar tempo de folga da forma que quiser, desde que seu trabalho seja entregue no prazo; o foco está nos resultados e não nas longa horas de trabalho. Uma filosofia que vem mudando junto com as formas e relações de trabalho; em décadas anteriores quem mais trabalhava ou ficava até tarde no escritório era visto como bom funcionário, esforçado, comprometido. O comprometimento hoje está nos resultados e na busca da felicidade do talento para não perdê-lo (parece que os millennials não têm muito apego ou não ficam muito tempo na mesma empresa).

As empresas vêm vantagens em adotar políticas flexíveis de férias, sobretudo porque ajudam a reter talentos; contribuem para a felicidade, saúde e bem-estar dos funcionários; cortam custos por não gastar em outras políticas de recursos humanos e colocam o foco em boas entregas de projetos. Mas por que estou falando disso? Porque aqui pode estar uma nova forma de fazer turismo.

Na medida em que as pessoas vão tendo mais tempo livre, escapadas de poucos dias, mais momentos com família ou amigos, mais períodos de relaxamento e desligamento devem ser mais frequentes, e aí nossa indústria pode (e deve) entrar em ação. Ainda estou me debruçando sobre o assunto, e minhas primeiras reflexões vão direto ao tema: como atender esse cliente que está alguns dias fora do trabalho, talvez precise de alguma ferramenta para se conectar em algum momento e que quer aproveitar cada momento de sua experiência?

Bem, muito a refletir, aprender e avaliar, mas vou voltar ao tema por aqui por considerar que novas demandas podem vir, novos estímulos podem ser feitos para as pessoas com férias flexíveis e inovadoras formas de marketing podem ajudar a convencer as pessoas em aproveitar suas férias ilimitadas. Imagino que as empresas, cada uma de acordo com seus objetivos e visão, estão adaptando e se ajustando a esse conceito, vou ficar de olho. Você conhece experiências sobre o tema na área de turismo? Pode compartilhar conosco?

Mais sobre as políticas do NETFLIX aqui.