Pelé: nossa imagem e semelhança

Um ídolo se vai e nosso coração fica apertado. Um ídolo do futebol se vai. Um ídolo do futebol do Brasil se foi. Do futebol do Brasil para o mundo, por décadas. Se foi Pelé. Sinônimo de perfeição, de melhor, de incomparável. É aquele que, dificilmente, terá um substituto no século. Mas ele era maior do que o futebol, ele era a imagem do Brasil pelo mundo.

Nada mais complexo e cheio de variáveis do que a imagem de um país pelo mundo. O que pensam de nós é sempre desafado, cheio de esteriótipos, se perde na cabeça das pessoas e é percebido de diversas formas. Dizem que o Brasil para o mundo é só futebol. Errado: é só Pelé.

Tive a oportunidade de conviver com ele durante algumas ocasiões em que trabalhei na liderança da promoção do Brasil pelo mundo. Por sorte, perto da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Não importava a idade, o país, a origem social, TODOS conheciam e sabiam quem era o Pelé.

Minha percepção? Simplicidade em toda sua essência. Naturalidade em ser tão conhecido e tão vinculado ao nome de seu país. Senso de responsabilidade quanto ao seu papel no cenário global em favor do Brasil. Sempre disponível, acessível. Seu talento era natural, sua marca não precisava de redes sociais ou acessório. Impossível descrever e entender como seu nome se tornou uma lenda que perpassou décadas. Só foi Pelé, por Pelé, até seus últimos dias. Obrigada Pelé.

VAI TURISMO: o futuro é já

Já se aproxima o primeiro turno das eleições 2022. Parte importante do momento nacional é a construção de alternativas para políticas públicas que garantam um desenvolvimento sustentável do país. A inegável contribuição que a indústria de viagens e turismo traz para o Brasil Foi traduzida numa série de ações coordenadas pela CNC que culminaram na elaboração do documento Recomendações e Propostas de Políticas Públicas do Turismo.

Compartilho aqui 6 episódios do nosso podcast HUB TURISMO que trazem uma visão geral e dos 5 grandes temas estratégicos que podem ajudar no comprometimento de candidatos ao executivo e legislativo nos próximos anos. Temos também a opção de assistir a todos os episódios pelo YouTube na playlist VAI TURISMO.

Visão geral do VAI TURISMO com Alexandre Sampaio e Cássio Garkalns:

Macroestratégia 1: Oferta qualificada

Macroestratégia 2: Governança

Macroestratégia 3: Incentivo

Macroestratégia 4: Investimentos Convergentes

Macroestratégia 5: Inteligência

God save the tourism

Não obstante todos os aspectos que envolvem a existência de uma monarquia parlamentarista no Reino Unido, quero falar de turismo. Um tema relacionado à imagem que combina Monarquia e o turismo como atividade econômica planejada e executada com inovação e continuidade. 

Os conceitos de estado que permeiam os 70 anos de reinado de Elizabeth II guardam muitas fortalezas relacionadas ao turismo que valem um destaque para nós que cuidamos da indústria de viagens e turismo pelo Brasil. Grandes celebrações como do Jubileu, casamentos reais, castelos históricos, paisagens deslumbrantes e famosos pubs fazem o turismo do Reino Unido conhecido por décadas. E o que garante esse sucesso no longo prazo?

Ao lado da institucionalidade da monarquia, tratada como uma firma que cuida da sua imagem, dos seus ingressos financeiros e da sua sobrevivência política existe uma outra estratégia, também de longo.

Independente se você ama ou odeia a monarquia o fato é que ela atrai atenção para os turistas.

600 mil pessoas foram a Londres no final de semana do casamento de Harry e Megan, 60% do Reino Unido e 40% de outros continentes; gastaram 107 milhões de libras. O valor acrescido à marca “Britain” somente pela cobertura de mídia chegou a 1 bilhão de libras.

Ao lado da complexa relação que existe entre a realeza e o turismo, que já recebeu muita atenção da literatura acadêmica, meu destaque aqui vai para além dos milhões de visitantes nos palácios e parques reais. Para garantir a competitividade que o turismo inglês tem ao longo das últimas décadas o trabalho realizado pelo VISIT BRITAIN garantem a modernização e a inovação na promoção turística. Eu ia falar do exemplo dos Jogos Olímpicos de Londres, mas ao abrir a página do VISIT BRITAIN hoje me deparei com rapidez competência e ao mesmo tempo inteligência na promoção turística as imagens abaixo falam por si.

Fonte: página do VISIT BRITAIN
Fonte: página do VISIT BRITAIN
Fonte: página do VISIT BRITAIN

3 TENDÊNCIAS EM ALTA ATÉ DEZEMBRO E COMO APROVEITÁ-LAS

Mesmo com todos os desafios que enfrentamos esse ano, alta de preços, crise geopolítica e as eleições, a vontade de viajar está em alta. Nesse post trazemos 3 tendências que podem ajudar no planejamento de empresas e destinos para os meses que ainda temos em 2022.

VIAGENS EM FAMÍLIA

A grande vontade de estar junto às famílias tem tido um impacto muito grande nos negócios de turismo. Além de gastarem cerca de 25% (EXPEDIA) mais do que outros tipos de viajantes a lazer, os grupos de parentes têm uma característica multi-geracional. Compostos por crianças, adultos e pessoas mais idosas, são uma ótima oportunidade para hospedagem em resort e destinos que apresentam oportunidades de experiência para qualquer idade.

Mostrar os tipos de experiências que proporcionam oportunidades para todas as idades é uma forma de atrair esse público-alvo. muitas famílias querem viajar juntas mas não sabem em que lugar podem encontrar acomodação para todos os que compõem o grupo e têm necessidades diferentes.

DESTINOS DE LONGA DISTÂNCIA

Viagens com duração de mais de 4 horas de avião são uma tendência global. Dados da EXPEDIA dizem que no segundo semestre houve um aumento de 50%, em relação ao ano passado, na demanda por voos de longa distância. na América Latina houve uma demanda para voos para as cidades do infográfico que segue:

Para os brasileiros quem enfrentam uma diferença cambial alta além das oportunidades no Brasil temos buscas intensas para cidades como Orlando e Miami, Lisboa, Buenos Aires e outros destinos da América do sul que ofertam bons preços. Na América do Sul os clientes podem ter experiências diferenciadas. Podem conhecer destinos ainda não explorados, e ainda assim conjugar o câmbio para uma viagem agradável e previsível financeiramente.

VIAGENS COM ENGAJAMENTO

Os viajantes estão buscando maior envolvimento com a cultura local e as comunidades que vivem nos destinos visitados. As experiências desejadas pelos visitantes ultrapassam as fronteiras tradicionais das áreas turísticas nos destinos. Isso traz uma grande oportunidade para que os destinos possam criar ambientes inclusivos para os visitantes nos seus esforços de marketing. Mostrar a diversidade natural, a cultura autêntica e experiências que retratam uma vivência diferenciada, são uma forma de mostrar além do que as pessoas já sabem sobre os destinos.

Você pode perder clientes por causa do Wi-Fi ?

Imagine um mundo ainda mais hiperconectado. Somos quase 8 bilhões de pessoas no planeta. Somos 5 bilhões usando a internet, 63% da população mundial[1]. Depois de 2020 todos se acostumaram ainda mais a usar as tecnologias para facilitar seu dia-a-dia. E isso não é diferente nas viagens.

As previsões positivas e os desafios enfrentados pelo setor de turístico no mundo atualmente exigem que a indústria busque oferecer a seus clientes melhores serviços e qualidade inquestionável. A digitalização do setor continua sendo essencial para garantir o crescimento da demanda e uma melhor experiência do cliente. 

Parece algo básico mas muitos turistas ainda falam em pelo menos ter uma conexão Wi-Fi segura e de qualidade. Estamos falando não somente dos clientes a negócios e eventos, para os quais o sucesso da viagem está ligado a ter acesso à internet de qualidade; até porque seu trabalho depende desse serviço. Mesmo os visitantes a lazer buscam hotéis e serviços turísticos tecnologicamente evoluídos.

Quem não experimenta frequentemente uma conexão de internet lenta ou ruim, inexistente em alguns lugares do alojamento ou até mesmo uma instabilidade frequente? Muitas vezes ao chegar num restaurante ou num local de visitação a primeira coisa que as pessoas pedem é a senha do Wi-Fi, verdade? Bem, é verdade que seu empreendimento pode ter por princípio se desligar, ficar sem internet. Aí tudo bem, só avise seu cliente antes!

Vale a pena pensar numa cobertura rápida e segura em todas as áreas do hotel, não somente na recepção e algumas áreas comuns. Com a chegada do 5G além da boa infraestrutura a velocidade da conexão é essencial para atender as demandas dos clientes. Você pode perder um cliente porque a conexão de internet não é boa. Observe os comentários dos clientes.


[1] DATAREPORTAL – GLOBAL DIGITAL INSIGHTS. DataReportal – Global Digital Insights. DataReportal – Global Digital Insights. Disponível em: <https://datareportal.com/>. Acesso em: 18 jul. 2022.

recomendações propostas turismo

Você não é um alienado eleitoral? Então esse post é pra você

Me chamou bastante a atenção uma matéria recente da CNN Brasil sobre o crescimento das abstenções nas últimas eleições no Brasil. Somadas aos votos brancos e nulos nos pleitos presidenciais, os números passaram de 25,1% em 2006 para 29% em 2014 e 2018.

A alienação eleitoral tem crescido no Brasil de forma lenta e consistente desde 2006. O baixo comparecimento às urnas é ainda mais acentuado na região Sudeste e entre os jovens. Esses dados são do estudo “A alienação eleitoral no Brasil Democrático”, do Instituto Votorantim, com informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Por que estou falando sobre isso? Todos sabemos que temos eleições em breve, e é saudável exercitar como nosso voto pode colaborar com nossa atuação na indústria de viagens e turismo. Tenho acompanhado a história das políticas públicas relacionadas ao turismo no Brasil há quase 30 anos. Já testemunhei diversos momentos de organização dos empresários e profissionais para sensibilizar autoridades do executivo e do legislativo em relação à importância do setor. Acredito que vale a pena aprofundarmos o assunto e aproveitarmos para levarmos aos candidatos a cargos do executivo e legislativo em nível nacional e estadual.

Fiz um bate-papo em meu podcast HUB TURISMO com Alexandre Sampaio da CNC e Cássio Garkalns da GKs. Você pode conferir os principais temas resultantes de um rico processo de construção de políticas públicas de turismo.

Me diz, o que você acha desse tema? Escuta lá nosso podcast e comenta por aqui.

3 fatores que podem ajudar na reconstrução do turismo

Em todo o planeta, em 2020, o turismo sozinho perdeu 4,5 trilhões de dólares e 62 milhões de empregos. No Brasil dados da CNC dizem que o setor deixou de faturar R$ 473,7 bilhões em receitas desde o início da pandemia até dezembro de 2021[1]. Só em 2020 foram perdidas 476 mil vagas formais segundo o CAGED.

Existem alguns fatores fundamentais para que o setor possa se reconstruir e ser ainda melhor do que no período pré-crise. Em tempos de reconexão das pessoas observamos tipos de comportamento que se destacam; como das viagens com vários propósitos ou mistas. A facilidade de trabalhar de qualquer lugar também faz com que as viagens possam ter uma duração mais longa e gasto maior. E o foco no bem-estar e na segurança ainda são temas presentes na mente dos viajantes.

Alguns fatores nos levam a refletir o que pode ajudar a indústria de viagens e turismo a ser melhor do que no período pré-crise (para além do cenário macro-econômico global que impõe inflação e recessão econômica, invasão da Ucrânia e falta de mão de obra especializada na aviação civil.

O primeiro seria buscar entender a flutuação da demanda para adequar planos de metas e ajustes de custos das empresas. Basear-se em dados do mercado, estudos e nas informações da própria empresa faz a diferença. Precisamos então tomar decisões com base em dados e nas informações disponíveis.

Depois, entendo que precisamos usar mais as tecnologias como facilitadoras das experiências de viagens, especialmente para adequar cada etapa da jornada às necessidades do viajante. As empresas de turismo no Brasil, sobretudo as pequenas e médias, usam tecnologia para gestão, e ainda estão longe ao trazer opções de venda que facilitem a vida do viajante.

Por último, o desafio de desenhar viagens com propósito, onde a autenticidade cultural local deve estar no centro da experiência da viagem. Vejo que ainda nos limitamos aos modelos tradicionais, passeios sem personalização. E o que não faltam são opções locais de atividades que certamente podem ser inesquecíveis (além de trazer mais visitantes).

O que mais você soma a esses temas? Compartilha aqui conosco.


[1] CESARCANTEIRO. Turismo deixou de faturar R$ 473,7 bi com pandemia, diz CNC. Cnnbrasil.com.br. Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/business/turismo-deixou-de-faturar-r-4737-bi-com-pandemia-diz-cnc/>. Acesso em: 4 jul. 2022.

Como enfrentar essa turbulência?

Os períodos de turbulência causados pelos anos de pandemia, e agora uma situação econômica global complexa, continuam sendo um desafio para a indústria de viagens e turismo. Soma-se a esse cenário a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia e os altos custos do petróleo com uma inflação generalizada. A atividade turística é impactada também pelas interrupções das cadeias de suprimento globais aumentando os preços do transporte e das hospedagens.

O turismo internacional segue dando sinais de recuperação com destaque para a Europa. Entre abril e maio de 2021, 41 milhões de pessoas fizeram viagens internacionais.  Para o mesmo período de 2022 já existe uma estimativa da OMT de chegar a 117 milhões de chegadas internacionais. Quando olhamos para o período pré-crise, as chegadas internacionais de 2022 são projetadas para chegar entre 55% e 70% dos níveis de 2019.

Aqui no Brasil também temos um ano complexo vinculado ao cenário mundial e as eleições no final do ano. Mesmo com os juros altos e a inflação limitando a capacidade de compra das famílias as atividades de viagens seguem recuperando empregos e melhorando seu faturamento em relação a 2021. Os últimos dias têm sido de muita turbulência econômica.

E aí fica a pergunta: como enfrentar essa turbulência? 

Analisar dados, fatos e tendências tomando decisões baseadas em números é o início do trabalho que empresas e destinos fazem no atual momento. Não vejo como um momento de falta de rumo, mas sim de desafios e oportunidades que vamos buscando entender. Olhar para o setor de forma a entender quais são esses desafios exige uma visão multidimensional. Turismo sustentável como um negócio de longo prazo exige combinar várias dimensões e assumir riscos em cenários nebulosos. 

Para empresas e profissionais, segue o desafio de resolver problemas econômicos imediatos. Ao lado disso, tudo o que envolve a reconstrução do turismo deve considerar um ambiente de resiliência que envolve fatores econômicos, sociais e do ambiente natural. 

Fazer melhor significa entender e enfrentar riscos e adversidades. Fazer melhor significa entender o que pode vir pela frente. Significa aprender lições que possam sempre direcionar o turismo para um norte de longo prazo com muita resiliência.

Viagens a lazer + trabalho remoto=?

Jä falamos aqui nesse post que as viagens a negócios e eventos estão ganhando novos formatos. Nessa primeira reflexão, falamos das mudanças que o home office pode trazer para as relações de trabalho, e consequentemente, para os perfis de viagens a negócios e eventos. Essa semana, quero compartilhar algumas questões sobre o aprofundamento da combinação de viagens a negócios com lazer. Faz até algum tempo que já falamos sobre o ‘bleisure’, que é como a expressão é usada em inglês; indicando BUSINESS + LEISURE.

Não é novidade o fato de que as pessoas que viajam a negócios ou a eventos sempre agregam um tempo para passear e conhecer o lugar em que estão. O que o mercado acompanha são as mudanças nas viagens do corporativo, a quantidade de pessoas que estão de forma presencial nos eventos e os investimentos que as empresas estão voltando a fazer no setor. O que quero comentar está relacionado às mudanças, também na forma presencial de trabalho, as transformações demográficas no setor corporativo e a predominância de viagens a lazer.

Trabalho em qualquer lugar, conheço novos lugares

Aqueles profissionais que podem trabalhar de forma remota poderão ter novos hábitos de moradia e de viagens. Nesse caso, são as viagens a lazer, predominantes nos últimos 2 anos, que podem também fazer parte da jornada de trabalho. Por outro lado, as políticas das viagens corporativas também estão ficando mais adaptáveis. O próprio colaborador pode escolher e ajustar sua viagem. O CEO do AirBnb Brian Chesby afirmou recentemente que o escritório tal qual conhecemos acabou. Será que estar conectado e com um laptop (e um fone de ouvido) já não está nos possibilitando trabalhar de qualquer lugar ?

Estudos também mostram o desejo dos jovens talentos em trabalhar em empresas que oferecem viagens em seu escopo de trabalho. A ideia é conhecer lugares, interagir com colegas e outras comunidades para ganhar mais experiência. Trabalhar e viajar a trabalho é considerado uma experiência rica para empregados e empreendedores. Assim, já vemos uma relação inversa; quem viaja a lazer pode ficar mais tempo, continuar trabalhando e conhecer novos lugares: LAZER + NEGÓCIOS ou LAZER + TRABALHO REMOTO.

O que você acha dessa reflexão ?