Vistos e seus prejuízos

Facilitação de vistos é tema central para estimular a economia e a criação de empregos no turismo.

A OMT – Organização Mundial de Turismo reafirma a importância da facilitação de vistos como forma de eliminar barreiras ao crescimento econômico mundial por meio das viagens e do turismo. Caso os vistos venham a ser eliminados ou facilitados, as economias do G20 poderiam gerar cerca de 122 milhões de viagens adicionais, trazendo para os países um valor extra em divisas de US$ 206 bilhões com os gastos desses visitantes. Além disso, cerca de cinco milhões de novos empregos poderiam ser gerados nesse cenário de melhoria dos processos de emissão de vistos.

O estudo preliminar da OMT mostra que, dos 656 milhões que visitaram os países do G20 em 2011, cerca de 110 milhões precisaram de emissão de vistos.

As melhorias nos processos de emissão de vistos poderiam ser realizadas por meio de diversas iniciativas como a utilização de informações e recursos tecnológicos; ainda o atendimento e tratamento aos turistas que buscam o serviço e acordos entre países são alguns exemplos de práticas de facilitação.

Como afirmou o Presidente da OMT, Taleb Rifai, essas medidas são iniciativas fáceis e simples frente aos grandes benefícios que seriam gerados com a eliminação das barreiras de emissão de vistos para viagens.

 

Rio +20: e o que nós temos com isso ?

À partir dessa semana já estamos vendo os eventos e “esquentas” da Rio+20. Muitos profissionais de diversas áreas ligadas ao turismo se mobilizam em torno do debate de temas importantes para o setor de viagens.

Muitas agendas previstas. Quero destacar os eventos da OMT que irão acontecer dias 19 e 20 no Rio de Janeiro e a 6a. Conferência Internacional sobre Turismo Responsável que irá acontecer em São Paulo no dia 18 ( www.gtci.com.br/rtd6 ).

Também no dia 20, durante o evento da OMT no Rio, acontecerá o lançamento do livro “Green Growth and Travelism – Letters from Leaders”. São 20 lideranças mundiais que trazem sua avaliação dos avanços do setor de viagens e turismo assim como os desafios da sustentabilidade em suas dimensões econômica, social e ambiental. Muitos deles nossos conhecidos como Taleb Rifai, David Scowsill, Richard Branson, dentre outros. Tive a oportunidade de contribuir com um artigo que fala sobre o turismo sustentável na América Latina.

Como ficamos com o câmbio ?

Amigos, essa conversa é uma troca de opiniões sobre um tema que todos estamos acompanhando. Nossa observação conjunta é importante para entender para onde vamos no turismo num cenário de dólar na casa dos dois reais.

O gasto dos brasileiros diminui sensivelmente nos meses de março e abril, inclusive negativos em crescimento comparativo com esses meses de 2011. Mas parece que as viagens ao exterior não tiveram uma diminuição em volume que seja muito expressiva.

O Brasil ficaria mais barato para os estrangeiros, mas existe o tema da competitividade, dos preços e da crise em alguns dos principais países emissores. Os gastos dos estrangeiros no Brasil crescem a ritmo moderado, assim como o volume.

Vamos então ter uma parte das viagens do brasileiros ao exterior substituída pela viagem dentro do Brasil ? Teremos descontos e promoções para os brasileiros que desejam manter as viagens ao exterior ? Será esse câmbio um certo “equilíbrio” para viagens domésticas e internacionais ?

O que está acontecendo no seu negócio ? Qual sua opinião ?

 

Receita e despesa, algo de novo ?

O ano de 2012 traz um desempenho diferente em relação ao comportamento de brasileiros e estrangeiros quando o tema é gastos com viagens.

Os números absolutos de receita e despesa continuam mostrando que enquanto de janeiro a abril de 2012 os brasileiros gastaram US$ 7.190 mil, os estrangeiros deixaram por aqui US$ 2.477 mil. A diferença está no ritmo do crescimento em relação ao ano de 2011.

As receitas totais cresceram quase 9% este ano, enquanto os gastos cresceram 7%. E o que mais chama a atenção é que durante os meses de março e abril, os gastos dos brasileiros caíram. Somente em abril, esses números foram negativos em 7,5%.

Com o aumento do dólar, observamos claramente uma pequena diminuição do número de viagens dos brasileiros ao exterior, mas uma grande contenção de gastos quando comparamos com os últimos anos.

Já quando se trata dos estrangeiros, levando em consideração a crise em alguns dos principais mercados emissores, o número e o gasto permanencem aumentando de forma razoável, e bastante acima da média mundial.

Mais um motivo para o que turismo ( QUINTA ITEM DE NOSSA PAUTA DE EXPORTAÇÕES )  seja compreendido e tratado como setor de exportações, buscando uma importância efeitiva nas polítivas públicas de desenvolvimento e, sobretudo, nas desonerações fiscais. O que isso vai significar ? Mais divisas, mais empregos e mais investimentos.

 

Retração do internacional em abril

Os últimos dados divulgados pela INFRAERO sobre os desembarques nacionais e internacionais no mês de abril mostram praticamente uma estagnação nas viagens de avião dentro do Brasil e uma retração nas chegadas internacionais.

No mês de abril, o crescimento foi de 1,94% no nacional e de – 6,37 no internacional quando comparado com o mês mês de 2010.

No acumulado, o nacional cresceu 6,6% nos quatro meses de 2012 e o internacional 5,87%. Uma análise dos gastos dos brasileiros no exterior, que foi negativa em março pode nos indicar que essa diminuição dos desembarques reflete uma pequena diminuição das viagens dos brasileiros ao exterior, e mantém um crescimento moderado das viagens dos estrangeiros ao Brasil.

Plano de Marketing do Ceará

O Estado do Ceará está em fase de elaboração de seu Plano de Marketing Turístico Nacional e Internacional.

Com a realização de estudos, pesquisas e uma metodologia que irá estabelecer um plano de comunicação sobre quais os produtos serão promovidos em que mercados, o Ceará será reposiocionado como destino turístico.

O Plano de Marketing do Ceará tem dois aspectos muito importantes a saber:

O primeiro está ligado às mudanças e intervenções no desenvolvimento dos produtos turísticos do estado, como por exemplo o novo Centro de Eventos, estradas e macro-estruturas de urbanização dos destinos. Assim, o novo plano de comunicação irá mostrar um conjunto de novidades para os futuros visitantes do Ceará. Lembrando que os destinos que estão em desenvolvimento também estão em áreas não litorâneas, integrando diversos roteiros e opções de experiências para os turistas.

O segundo aspecto está ligado ao aproveitamento das oportunidades geradas pelo Mundial de Futebol de 2014. A partir de 2013, o novo plano de marketing estará sendo executado. Dessa forma, durante a realização da Copa, novas mensagens, estratégias e conteúdo sobre destinos e produtos turísticos estarão sendo levados à imprensa nacional e internacional, assim como às redes sociais.

 

Ranking de eventos mundiais de 2011 – ICCA

Foi divulgado hoje pela ICCA – International Congress & Convention Association o ranking mundial de 2001 dos países e cidades que mais realizaram eventos associativos no mundo.

O Brasil, que a há 4 anos já está entre os 10 países, saiu da 9a. para a 7a. colocação, passando à frente da China e Holanda.
Foram realizados no Brasil em 2011, de acordo com os critério da ICCA, 304 eventos internacionais ( são eventos que estão pelo menos na terceira edição e que, necessariamente, alternam países em cada edição ).
Outra novidade é que a cidade do Rio de Janeiro passou São Paulo em 2011, se comparados os números de 2010. O Rio é a 27a cidade no mundo a realizar eventos pelo critério da ICCA, com 69 eventos;  e São Paulo ficou em 33o. lugar com 60 eventos.
Na América Latina, a cidade de Buenos Aires aparece à frente das cidades brasileiras em 16o lugar com 94 eventos realizados.
Foram contabilizados nesse ranking 10.070 eventos realizados em todos os continente em 2011.

Turistas: volume e gastos

Ontem a Organização Mundial de Turismo – OMT, divulgou os dados de gastos dos turistas relativos ao ano de 2011.

A tendência mundial média é um pouco diferente daquela do continente sul-americano e do Brasil. Dois fatores marcam essa diferença. O primeiro é que a média de crescimento do volume de passageiros é maior em nosso continente e em nosso país do que a média mundial. Enquanto no ano de 2011 o mundo cresceu 4,6% no turismo, chegando a 982 milhões de viagens internacionais, a América do Sul cresceu 9,4% com 25,8 milhões de turistas. Destes, o Brasil tem um quinto, 5,4 milhões, com um crescimento de 5,3%.

O outro fator é que enquanto no mundo e na América do Sul o crescimento percentual de receitas é menor do que o crescimento do volume, no Brasil isso se inverte. As receitas provenientes de gastos de visitantes no mundo cresceram 3,8%, na América do Sul 6,5% e no Brasil 14,46 %. Isso significa em números absolutos que, no mundo, cerca de 1 trilhão de pessoas viajaram, número que a América do Sul contribuiu com 25,8 milhões e o Brasil 5,3 milhões.

Considero que, cada vez mais, com as mudanças no comportamento de visitantes, os países devem buscar um equilíbrio nas motivações e experiências que seus visitantes podem ter. Alguns lugares podem ter maior número de pessoas, como nas grandes cidades; outros destinos de ecoturismo e natureza, por exemplo, têm capacidade de carga limitada, terão menos pessoas visitando. O mais importante é que a atividade seja sustentável, com resultados para aqueles que trabalham no setor, preservação de recursos naturais e valorização da cultura. Onde estaria o equilíbrio do Brasil em termos de volume de visitantes e gastos ?

E os dados do turismo ?

A matéria abaixo, publicada no Presstur ( www.presstur.com ) retrata o comportamento das viagens dos portugueses ao exterior em 2011. Vale sempre a reflexão quando falamos de número de visitantes:

– qual o tamanho do mercado emissor ?

– qual o percentual de viagens de longa distância ?

– qual o acesso aéreo ?

– qual o gasto médio desse vistante ?

– quantos dias ele ficou no Brasil ?

Essas e outras variáveis são importantes para avaliar a importância do mercado para o turismo brasileiro em seu impacto total, ou seja, na geração de empregos, entrada de divisas e investimentos. É isso que deve orientar os gastos com promoção no exterior, estabelecendo prioridades de países e investimentos com retorno.

Vamos aos números abaixo, o que fica é sempre a necessidade de estabelecer estudos e pesquisas que possam orientar decisões de mercado e de organismos públicos. E muitas vezes a colaboração internacional permite ajustes e melhores resultados.

 

Brasil foi em 2011 o destino

de 12% das viagens dos portugueses?

Presstur 07-05-2012 (10h21 )

É suposto as estatísticas quantificarem algumas realidades, como seja, para este caso, a evolução das viagens dos portugueses. A ser assim, então o Brasil foi o destino de 12% das viagens dos portugueses ao estrangeiro, mais do dobro do que se deduzia das estatísticas de há uns anos.

Na semana passada, o INE português divulgou uma informação em que dizia que “a população residente em Portugal efectuou 15,2 milhões de viagens turísticas, menos 1,2% do que em 2010” e especificava que “do total de deslocações realizadas pelos residentes em 2011, 90,4% foram destinadas a locais em território nacional e somaram 13,7 milhões. As restantes, cerca de 1,5 milhões, tiveram como seu destino principal o estrangeiro”.

O Instituto informou ainda que “comparativamente com 2010, o número de deslocações domésticas apresentou uma diminuição marginal (-0,3%), enquanto as destinadas ao estrangeiro caíram 9%, a que não será alheio o factor financeiro na escolha do destino das viagens turísticas”.

Quando se comparam estes dados com os que foram publicados no Anuário do Ministério do Turismo do Brasil, a conclusão a que se chega é que o Brasil foi o destino de um pouco mais de 12% das viagens dos portugueses ao estrangeiro em 2011, até ligeiramente acima de 2010, uma vez que o decréscimo das chegadas dos portugueses ao Brasil foi de 2,8%, menor que o decréscimo de 9% que o INE diz ter ocorrido nas viagens dos portugueses ao estrangeiro.

A única conclusão possível seria, então, que o destino Brasil ficou mais forte em Portugal, o que não é confirmado nem pelos números da TAP, que é a maior companhia aérea europeia em ligações com o Brasil, nem pelas indicações dos operadores turísticos.

A questão é que há estatísticas … e estatísticas.

Os dados do Anuário do Ministério do Turismo brasileiro baseiam-se, designadamente, em informação do Departamento de Polícia Federal, ou seja, nas fichas que os viajantes estrangeiros preenchem à entrada no País.

Em Portugal, o INE elabora as estatísticas com base no “Inquérito às Deslocações dos Residentes (IDR) [que] são obtidos a partir da inquirição de uma amostra de cerca de 5.000 unidades de alojamento (12.000 indivíduos), com uma rotação de 50% no início de cada ano, mediante recolha telefónica trimestral precedida de uma entrevista presencial”.

Umas, portanto, são “factuais”, pois trata-se de contabilizar impressos. As outras são “extrapolações” a partir de uma amostra. A questão é que estatisticamente deveriam “falar” da mesma realidade.

O INE português há uns anos que deixou de publicar números sobre os destinos das viagens dos residentes e o último ano em que o fez foi relativamente aos anos de 2004 a 2007.

Segundo a informação que divulgou nessa época, o Brasil era o quarto destino internacional para onde os portugueses mais viajavam, especificando que no período de 2004 a 2007 o número de portugueses que viajou para o Brasil foi sucessivamente de 231,8 mil, 200,8 mil, 143,4 mil e 94,7 mil.

Para esses anos, as estatísticas brasileiras indicam que as chegadas de portugueses ao Brasil foram sucessivamente 336,9 mil, 357,6 mil, 299,2 mil e 280,4 mil.

 

Desempenho da hotelaria de SAO

Divulgado recentemente, o estudo “Desempenho dos Meios de Hospedagem Paulistanos”, elaborado pelo Observatório do Turismo da SPTuris, aponta que no mês de março todas as categorias de hotéis da cidade de São Paulo apresentaram alta na taxa de ocupação e nos valores das diárias.

A taxa média de ocupação dos hotéis da cidade passou de 57,33% em fevereiro para 73,56% em março, alta de 16,23 pontos porcentuais. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, quando o indicador atingiu taxa de 67,55%, houve alta de 6 pontos porcentuais.

Quando se analisa as categorias de hotéis, observa-se que a maior variação mensal na taxa de ocupação ficou por conta da “midscale”, que passou de 53,16% em fevereiro para 73,22% em março. No entanto, em termos de maior taxa de ocupação mensal, observa-se que a categoria “luxo” lidera o ranking com 73,98%.

O crescimento na taxa de ocupação dos hotéis na cidade de São Paulo é reflexo do crescimento da economia, principalmente da ascensão da classe média brasileira. Além disso, não se deve deixar de lado que a cidade de São Paulo é considerada a capital do turismo de negócios no Brasil, o que acaba por impactar positivamente no desempenho do setor hoteleiro.

De acordo com outra pesquisa realizada pelo Observatório do Turismo (“Perfil dos Hóspedes em meios de hospedagem paulistanos – 2º semestre de 2011”), 45% dos hóspedes que vêm a cidade têm como motivo predominante da viagem o fator negócios (corporativos). Para outros 24,4%, o motivo da viagem está relacionado a participação em eventos (feiras, congressos e convenções). Apenas 12,5% correspondem a lazer e entretenimento.

Por sua vez, o valor da diária média de hospedagem na cidade de São Paulo vem registrando alta acima da inflação, alcançando R$ 296,32, alta de 9,32% quando comparado ao mês anterior (R$ 271,05). Todas as categorias apresentaram alta mensal. A diária média da categoria “econômica” é de R$ 100,59 e da categoria “midscale” é de R$ 159,35. Para se hospedar na categoria “luxo” é preciso gastar algo em torno de R$ 269,66 e na “super luxo”, R$ 511,40.

O aumento constante nos preços das diárias também pode ser justificado pelo crescimento da demanda, ainda mais quando se considera que a cidade de São Paulo vem cada vez mais se consolidando na realização de eventos (feiras, congressos), atraindo cada vez mais turistas.  Com o foco global de negócios se deslocando do eixo tradicional EUA/Europa/Japão para emergentes como os BRICs, essa demanda por São Paulo tem crescido ainda mais.

Analisando as regiões da cidade de São Paulo, a maior taxa de ocupação encontra-se na região da Avenida Paulista e Vila Mariana (78,2%). Da mesma forma, é nessa mesma região que se encontra o maior valor da diária, em média, R$ 347,34. Tais dados mostram a característica da cidade como sendo o turismo de negócios, ou seja, os eventos, feiras e congressos são realizados no entorno dessa região, o que facilita o deslocamento. A título de curiosidade, a menor taxa de ocupação hoteleira está situada na Zona Norte da cidade (47,83%), cuja diária média chega a R$ 294,44.

O indicador de rentabilidade dos hotéis da cidade de São Paulo, que considera a diária média e a taxa de ocupação, denominado “RevPar”, foi de R$ 218,58 em março, aumento de 37,5% em relação ao mês anterior (R$ 158,93).

Como se pode perceber, o setor hoteleiro vem vivenciando um bom momento em termos de taxa de ocupação, mas ainda não há muito que se comemorar, pois existem inúmeros gargalos a serem resolvidos para o setor, tais como questões relacionadas a elevada carga tributária. O que deveria ser motivo para o desenvolvimento e para ações que mitigassem os gargalos, nem sempre funciona dessa maneira no País, que ainda dificulta e encarece demais novos investimentos.

A divulgação do plano “Brasil Maior” já foi um grande avanço para o setor, mas deve-se pensar em um plano que vise a expansão do setor, considerando o além Copa do Mundo de 2014. É preciso criar condições para que se possa investir e expandir a atividade nos próximos anos.

Fonte: Economix Digital FECOMÉRCIO São Paulo