Eventos esportivos e turismo, pra onde vamos ?

O turismo mundial deve crescer em média 4 a 5% em 2011. O desempenho da primeira metade do ano trouxe grande destaque para a América do Sul, que cresceu 15%.
Segundo a OMT – Organização Mundial do Turismo, esse crescimento é um indicador do crescimento futuro do continente, liderado pelo Brasil, devido à realização dos eventos esportivos. Durante o mês de novembro, em Londres, na WTM – World Travel Market, o evento dedicado aos negócios de turismo conta com uma extensa agenda de debates que inclui o tema do turismo esportivo.
Lições das experiências da África do Sul, Barcelona e Sidney estarão sendo compartilhadas com as expectativas de Londres para 2012 contribuindo para entender como esses destinos maximizaram as oportunidades para beneficiar o turismo. Da mesma forma, como projeções de aumento de visitantes ou de legados não corresponderam ao que ocorreu durante o evento.
Entender como aconteceram outras experiências e conhecer a realidade brasileira são fatores importantes para que o turismo busque caminhos de longo prazo e posso obter os melhores resultados com os eventos. Isso é a CONTAGEM REGRESSIVA. Estarei em Londres de olho em tudo!.
Lembrando que ontem, 2 de Outubro, se passaram 2 anos da conquista dos Jogos Olímpicos de 2016 para o Rio de Janeiro.

Eventos, mais que impacto econômico

Falamos muito dos impactos econômicos da realização de congressos e eventos. Gasto médio superior ao visitante a lazer, melhoria da imagem do destino, primeira viagem ao destino, geração de oportunidades de trabalho e tantos outros benefícios.
Vale explorar com mais ênfase um outro aspecto, que normalmente falamos de forma tangencial: sua contribuição para a educação, pesquisa e formação profissional.
Quando recebemos pesquisadores, médicos, especialistas em diversas áreas do conhecimento, estamos tendo a oportunidade de trazer o que há de melhor e mais avançado para profissionais e pesquisadores brasileiros. O Brasil está entre os 15 países do mundo que mais cresce na produção acadêmica, e a realização de eventos pode estar ligada de forma importante para colaborar com o acesso e proximidade das diversas áreas de conhecimento à pesquisa e estudos avançados do planeta.
Como a realização dos eventos está cada vez maior e mais espalhada pelo território nacional, também estamos levando a oportunidade de conhecimento para outras universidades, áreas profissionais e especialidades médicas, por exemplo.
Pois é, mais um ponto da abordar sobre as oportunidades dos eventos num país onde se fala muito em qualificação e formação de talentos.

Distante e promissor mercado

Essa seria uma definição rápida para o mercado chinês em relação do Brasil hoje.
Sempre observei os números ( sempre cheios de zeros ) das viagens desse imenso mercado que é o chinês.
Essa semana, em visita a Pequim, estou olhando os dados mais de perto e gostaria de compartilhar com vocês.
Foram 56 milhões de viagens em 2010, quase o tamanho do mercado emissor americano; com perspectivas de crescimento de 10% ao ano. Segundo a OMT, a China será o maior mercado receptor de visitantes do mundo em 2020 e o quarto maior emissor: 100 milhões de viajantes.
E para onde eles vão? Isso começa a ficar interessante, pois quase 89% ficam na Ásia e no Pacífico, e desses, 70% vão para Hong Kong e Macau, ou seja, não vamos considerar viagens internacionais.
A parte que nos interessa: 12,8 milhões de chineses fizeram viagens internacionais, três vezes o número de brasileiros que viajam ao exterior, dados de 2008.
A Europa fica com 16,6% desse mercado; seguido das Américas (leia-se EUA com 800 mil visitantes) com 8,7%; Oceania, 4,1% e África 2,6%.
Nós, o Brasil, recebeu em 2010 quase 40 mil chineses. Temos hoje diversos vôos com capacidade de combinação de rotas seja pela Europa, pela América do Norte ou pelo Oriente Médio.
Falo mais um pouco sobre barreiras e oportunidades depois…

A realidade mudou. O discurso e a prática precisam mudar

Quero ir além de falar que saiu um Ministro e entrou outro. Podemos não concordam com a forma, mas essa é a política, e a realidade. Quem nomeia Ministro é a Presidente da República.
Considero importantes as críticas, elas devem ser feitas e aceitas. Debatidas. A honestidade e postura das pessoas deve ser levada em conta, sem colocar todos aqueles que trabalham no setor público no mesmo balaio. Muitas coisas precisam mudar no sistema público e político brasileiro para que possamos viver uma realidade diferente daquela que vemos hoje.
Mas a pergunta que faço é: qual é a política de turismo, como está o Plano Nacional de Turismo ?
Cada gestão antes e depois da criação do Ministério deu sua colaboração. Muitos programas foram iniciados, e ao longo dos últimos anos diversos avanços foram identificados, enormes desafios ainda existem pela frente.
Entendo que posicionamento das entidades e lideranças do setor não deve depender só do nome do Ministro, mas de qual é sua proposta de trabalho, isso devemos cobrar e conhecer. E colaborar quando for o caso, e criticar quando temos uma posição diferente.
O Brasil vive um momento muito especial, e a responsabilidade daqueles que querem fazer sugestões, que querem melhorar seus negócios, deve ser a da crítica que leve à busca de soluções, à cobrança sobre programas de governo, e a propor ir muito além do que estamos hoje, porque as oportunidades nem bateram na nossa porta, entraram sem pedir licença.

Em 2010 Brasil foi o terceiro a crescer investimento promocional

Estudo feito pela OMT – Organização Mundial do Turismo sobre orçamento das Organização Nacionais de Turismo entre 2005 e 2010, órgãos que representam países, mostra que o Brasil foi o 3o. país que mais cresceu seu orçamento anual. Nesse estudo, muitos países incluem os gastos de marketing e investimentos internos, mas no caso do Brasil, os dados se referem somente ao orçamento da EMBRATUR de 2009 para 2010.
Em 2010, o orçamento de promoção internacional que mais cresceu foi o do Yemen (192%), seguido de Madagascar (26%) e depois o Brasil, a França (18%) e a África do Sul (13%). Crescemos 19% em investimento em promoção em relação a 2009.
Vale ainda lembrar, que muitos países também incluem em seus orçamentos, valores de investimentos de regiões ou do setor privado, e no caso do Brasil, o valor considerado foi 100% de investimento do Governo Federal à época.
Em termos absolutos, o Brasil investiu US$ 72 milhões em promoção internacional em 2010. Valor superior ao Canadá (US$ 65 milhões), Itália (US$ 56,4 milhões), México (US$ 22,1 milhões) e Alemanha (21,8%). É claro que mercados emergentes, que precisam ser mais conhecidos e se promover em continentes distantes precisam de maior investimento. A promoção do Brasil precisa continuar a ter mais investimentos, em mercado de prioridade e, ainda, continuidade e criatividade no uso de novas tecnologias e ferramentas.

As viagens dos brasileiros

A pesquisa mensal realizada pela FGV – Fundação Getúlio Vargas, encomendada pelo Ministério do Turismo vem mostrando pistas importantes sobre a intenção de viagem dos brasileiros. De acordo com os dados de Agosto de 2011, o desejo de viagem dos brasileiros está bastante semelhante ao do mesmo mês de 2010, cerca de 33,7% dos entrevistados disseram que têm intenção de viajar. Destes, 71% dentro do Brasil, e para a região nordeste ( 48,9%) e sul (21,5%), principalmente. Cerca de 26% dos brasileiros manifestaram intenção de viajar ao exterior, 5% a mais que em agosto do ano passado.
Muitos ainda desejam se hospedar em hotéis ( 57,7%) e outros em casas de amigos e parentes (30,2%). E o percentual daqueles que desejam viajar de avião cresceu de 55,5% em agosto de 2010 para 62,5% em agosto desse ano. Grande parte das pessoas, disseram que iriam viajar acompanhados: 86,1%.
A análise desses e outros dados disponíveis, e ainda a comparação com meses anteriores é uma importante ferramenta para entender o mercado nacional e olhar tendências.

A VISÃO DA VISA

O que fica cada vez mais claro quando presenciamos relatórios sobre impacto de gastos de visitantes no Brasil e dos megaeventos esportivos ( como ocorreu com os dados que a VISA nos brindou ) é que não existe espaço para trabalhar sem informações de qualidade.
É importante conhecer valores gastos, onde gastos foram realizados, em que período do ano, por que tipo de visitantes. Como se comportam participantes em megaeventos como Jogos Olímpicos e Copa do Mundo. Fantástico !
E podemos ir além, essa é a idéia. Ler e debater os dados é falar de tecnologia. Conhecer comportamento de consumo dos visitantes é falar em facilitar sua vida, mostrar serviços de qualidade e competência. COMPETITIVIDADE no mercado global.
Precisamos levar os visitantes a mais lugares, mostrar quais opções de entretenimento, cultura, compras, serviços turísticos, produtos brasileiros temos a oferecer. Isso é colocar o turismo em todos os recantos do País e colocar essa indústria em outro patamar.
Trata-se de incluir pessoas, gerar oportunidades de negócios e trabalho, dar segurança aos nossos hóspedes. Parabéns à VISA por sua VISÃO.

VISA contribui com a década do turismo

Os estudos do VISA que serão lançados em  02/ 09/11 em parceria com o Conselho de Turismo e Negócios da Fecomércio SP são:

“Perspectivas do Turismo, Brasil 2010”, que traz informações e análises sobre os gastos com cartões VISA no Brasil e no exterior;

“Impulsionando Receitas para o Turismo: Megaeventos Esportivos”, 2011, que mostra os gastos e impactos dos gastos de estrangeiros durante os eventos esportivos Copa do Mundo FIFA 2010 na África do Sul, Olimpíadas de Inverno de Vancouver 2010 e Jogos Olímpicos de Beijing 2008.

Tanto as informações como suas possibilidades de uso são ferramentas importantes para compreender o comportamento dos visitantes ao Brasil e nos eventos que vamos receber em 2014 e 2016.

A VISA, patrocinadora dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e do Mundial FIFA de 2014 traz grande colaboração do turismo brasileiro, motivando profissionais a conhecer melhor seus negócios e a investir em inovação e novas oportunidades de negócios na década.

 

China e Brasil: mercado de eventos “quase” igual

O mercado de eventos na China é de US$ 150 bilhões, com um crescimento anual de 20% (Fonte: HelmsBriscoe April 2011).

O potencial de crescimento, tanto para eventos regionais e nacionais, assim como internacionais é revelado pelo estudo “China and Asia Meetings Industry Research” divulgado na CIBTM que acontece em Pequim.

Assim como acontece no Brasil, os norte-americanos são os que mais participam de eventos na região.

As tendências globais que devem causar impacto no setor também aqui no Brasil e América Latina são:

  • Orçamentos ainda mais apertados para eventos com uma exigência maior dos resultados do evento para entidades e participantes
  • Criatividade dos fornecedores e organizadores para entregar eventos mais inovadores, fortes condições nas negociações e, ainda, planejamento do negócio com preços justos que não comprometam qualidade
  • Um mercado global muito mais competitivo com equipamentos de eventos de alta qualidade, serviço impecável, tecnologias de ponta e inovação – Os países que estão em alta no mercado ( como o Brasil ), mas ainda estão desenvolvendo profissionalismo e qualidades específicas serão pressionados na hora da decisão sobre eventos
  • E, por fim, as flutuações de preço causadas pela economia mundial podem impactar preços de passagens aéreas, alimentação e combustível.

Temas que não são novidades para o Brasil também fazem parte das preocupações do mundo asiático: capacidade de hotéis, treinamento e qualificação de funcionários, entendimento de como funciona o mercado internacional e as necessidades específicas dos viajantes a negócios. Muita qualidade e padronização de todos os tipos de serviços públicos e privados: infra-estrutura, capacidade, preços, acomodações, equipamentos, empresas aéreas e conexão entre países.