OMT e o turismo mundial

A OMT acaba de divulgar o Barômetro de Abril/2015 com dados revisados e consolidados sobre o turismo mundial em 2014.

Gastos dos turistas que viajaram o mundo cresceram 3,7% em relação a 2013; já as chegadas cresceram 4,4%, chegando a 1,135 milhão de pessoas. Os dados mostram a importância do turismo para a economia mundial, afirmando que 6% das exportações de produtos e serviços são do setor.

China, EUA e Espanha são os países que mais ganham com o turismo internacional; e o Reino Unido subiu duas posições no ranking pelos efeitos dos Jogos Olímpicos de 2012. Já os emergentes apresentam comportamento bastante atípico em relação ao que vinha ocorrendo nos últimos anos. A China segue sendo aquele que mais gasta, aumentando em 28% de 2013 para 2014 seu volume; a Rússia apresentou uma diminuição de 6% em seus gastos e o Brasil cresceu somente 2%.

A América do Sul, no cenário mundial, tem 2,5% do volume de visitantes que circulam pelo planeta, com um crescimento de 5,2% em 2014 sobretudo pela realização da Copa do Mundo FIFA que trouxe muitos estrangeiros ao Brasil; já os gastos dos estrangeiros que vieram ao nosso continente cresceram 6%, chegando a quase 26 bilhões de dólares. Desse valor, o Brasil recebeu US$ 7 bilhões com os gastos dos estrangeiros, um aumento de 3% em relação a 2013.

Mais do que química e automóveis

          A indústria de viagens e turismo representou em 2014 3,1% do PIB mundial, um impacto econômico sobre a economia global que é maior do que a da  industria química (2,1%) ou da automobilística (1,2%), explicou o WTTC (Conselho Mundial de Viagens e Turismo) em relatório divulgado hoje (05/06/15). Se forem levados em consideração os impactos diretos e indiretos, o estudo realizado pela Oxford Economics indica que o setor gera 9,8% da produção econômica mundial. Nesse caso, o impacto econômico total do turismo é ainda superior ao da indústria química (8,6%), da agricultura (8,5%), da educação (8,4%) ou dos bancos (5,9%).

         No caso do Brasil, em 2014, os gastos dos estrangeiros representaram uma parte substancial do share das exportações, 3%, parte considerável na composição do comercio internacional para nosso país. Se forem considerados os impactos indiretos dos gastos dos estrangeiros em outras áreas da economia como construção, engenharia, bancos, serviços de treinamento, serviços de informação, comunicações, serviços profissionais e outras atividades, o turismo no Brasil contribuiu com 18% do share do setor de serviços.

As 3.983 reuniões da BNTM 2015

A CTI Nordeste sob a liderança do Ceará realizou na semana passa mais um edição da BNTM.

O principal objetivo da bolsa de negócios foi alcançado: a realização de reuniões entre operadores de turismo brasileiros e estrangeiros com fornecedores do nordeste e de outros lugares do país para gerar novos fluxos turísticos. Foram solicitadas cerca de 420 inscrições de buyers, e selecionados 226 de 26 países; do total de compradores, o Brasil correspondeu por 22,07%, seguido pela Argentina (11,44%), Reino Unido (8,72%), Estados Unidos (7,62%) e Itália (5,72%).

A participação de fornecedores, suppliers, foi de 116 empresas com cerca de 225 profissionais trabalhando; além dos 43 expositores institucionais e governamentais. Cerca de 1.300 pessoas passaram pelo evento nos dois dias de seminários de capacitação e rodadas de negócios.

Nossa tarefa agora é avaliar o evento, ouvir a opinião dos participantes e fazer um amplo debate no âmbito da CTI e dos atores privados para reinventar a bolsa de negócios, adaptá-la às novas necessidades do mercado a fazer com que ela seja um momento importante de uma estratégia anual de promoção do nordeste e do Brasil no mercado interno e internacional.

E o doméstico 2015?

Os gastos dos brasileiros no exterior continuam em queda, chegando a -9,11% de janeiro a março, será que essa mudança de comportamento está ligada somente à diminuição de gastos ou também de número de viagens?

As viagens ao exterior estão sendo trocadas pelas viagens domésticas ? A pesquisa de sondagem do Ministério do Turismo/ FGV realizada em março desse ano, que pergunta se há intenção de viajar entre abril a setembro mostra que 21,4% dos entrevistados afirmam o plano de viagem em 2015 contra 27,1% em 2014. Daqueles que desejam viajar, a intenção de viajar no Brasil aumenta de 64,3% (março 2014) para 71% (março 2015) e cai para as viagens internacionais de 23,2% esse ano contra 32% ano passado.

Parece que esses números mostram a preferência pelas viagens domésticas, mas cautela em relação à viajar pelas incertezas econômicas. O fato é que as oportunidades existem e a necessidade de medidas rápidas e eficazes pode se transformar em mais brasileiros pelo Brasil. Vamos acompanhando.

Emergentes na frente

Destinos emergentes representam 50% das viagens internacionais

Os destinos emergentes já representam 50% das viagens internacionais. A informação foi passada pelo secretário-geral da OMT Taleb Rifai esta semana conforme havia projetado a entidade.

A tendência é que esses destinos alavanquem o crescimento das chegadas internacionais, que variaram positivamente em 4,7% em 2014. Em 2015, a OMT prevê um aumento entre 3% e 4%.

A OMT também trabalha com a projeção de que, até 2040, os destinos emergentes sejam responsáveis por 60% de participação no turismo internacional.

O crescimento dos números do turismo nos países emergentes não afeta diretamente os destinos já consolidados, fato que pode ser comprovado com os números de 2014, quando os maiores aumentos das chegadas internacionais foram registrados nas regiões da Europa e América do Norte. Cabe destacar que o país que puxa essa lista é a China, maior emissor mundial de viajantes e de gastos.

Com políticas públicas bem definidas, trabalhos voltados para divulgação e promoção dos destinos e facilidades para o turista, como desburocratizar os processos para obtenção de vistos, esses destinos devem, cada vez mais, entrar na lista de preferência dos consumidores.

Fórum, lideranças e necessidades

Amanhã começa o Fórum Panrotas 2015. Um encontro somente? Um fórum de debates sobre tendências ?

O evento tornou-se mais do que um momento de aprender, saber tendências do mercado e ouvir lideranças do Brasil e do mundo sobre a indústria de viagens e turismo. Tornou-se uma necessidade. Hoje é o grande momento dos profissionais do turismo brasileiro, que ouvem, opinam, trocam experiências, atualizam relacionamentos e passam dois dias pensando em como será o ano e o futuro de nossa indústria.

As rápidas mudanças por que passa o turismo mundial; as peculiaridades da conjuntura brasileira; o câmbio; a Copa que passou, os Jogos Rio 2016 que virão; a qualidade dos serviços; as tecnologias; o consumidor; os intermediários. Os principais temas do fórum, além de estarem ligados à inovação, tecnologias, tendências de mercado tem alguns pontos essenciais:

1. Vai nos atualizar sobre a atuação das companhias aéreas e como isso impacta nossos negócios e a chegada de viajantes nos destinos;

2. Os participantes vão conhecer mais sobre o que o Ministério do Turismo pensa e está fazendo sobre os principais desafios do país e do setor;

3. Os gestores de destinos e os operadores de mercado locais vão conhecer práticas e aproveitar idéias para lugares mais competentes, com qualidade de serviços e com mais competitividade;

4. Vamos entender mais um pouco como o que acontece no mundo digital chega à distribuição, à utilização dos telefones móveis, ao marketing dos destinos e influencia a tomada de decisão dos consumidores;

5. Quem estiver no evento vai entender mais sobre vendas, marketing, aquisições e distribuição online;

6. Finalmente, numa indústria em que as pessoas fazem a diferença, vamos saber como estão os talentos, a qualidade dos serviços e como isso pode transformar a experiência de nossos visitantes.

Até amanhã e um ótimo Fórum Panrotas a todos

NE ganha-ganha

Vemos muitas empresas turísticas em nosso país e no mundo trabalhando em fusões, acordos comerciais, alianças e outros mecanismos de complementação e colaboração comercial. Redes ou conexões são formas extremamente antigas que, apesar de apresentarem novas formas tecnológicas ou configurações comerciais, possuem em sua essência a soma de esforços para um resultado melhor para todos os envolvidos.

O famoso ganha-ganha é uma fórmula que funciona até nos relacionamentos pessoais ou na educação das crianças. Por isso, essa semana, com o apoio dos Secretários de Turismo do nordeste do Brasil, aceitamos junto com a Bahia e o Piauí o desafio de liderar um novo momento para a CTI Nordeste. Num ano de dificuldades econômicas, dúvidas e desafios de grandes proporções para o Brasil e para o turismo, acredito que os nove estados da região podem somar-se num grande esforço conjunto.

Vejo três linhas básicas de atuação:

1- a melhoria dos roteiros integrados e das viagens dentro da região

2- a inteligência comercial que proporcione mais dados e trocas de experiências entre os estados no campo do desenvolvimento de produtos, serviços e informações para o setor

3- a estratégia e o foco na promoção nacional e internacional que possa promover a imagem do Nordeste do Brasil com destaque para suas semelhanças e para seus diferenciais competitivos, especialmente com novas ferramentas de comunicação e marketing

Pergunte ao Ministro

Com a aproximação do Fórum Panrotas 2015, desejo transformar a entrevista programada com o Ministro do Turismo para dia 24 em uma oportunidade para traduzir os principais pensamentos, dúvidas ou impressões dos colegas do turismo brasileiro e colaborar com o trabalho do Ministério.

A pergunta a fazer ao Ministro é: “Como sua pasta pretende inovar e estimular a indústria de viagens e turismo no Brasil?” Bem, essa pergunta se traduzirá em um bate bola de temas que quero construir com os leitores do Panrotas e os participantes do Fórum.

Podemos falar de câmbio, turismo interno, legislação, aviação, promoção, qualificação, experiências, destinos e muitos outros temas que fazem parte do cotidiano de reuniões, fóruns, palestras e conversas entre empresários, colaboradores, líderes públicos e privados. Então #partiuperguntaaoministro, envie sua pergunta, um vídeo de 30 segundos, uma fotografia, e colabore com a preparação de nossa participação durante o Fórum Panrotas 2015.

Enviar para o email partiuforumpanrotas2015@gmail.com; lembre-se perguntas curtas e objetivas. Obrigada !

Variação cambial, quais as tendências ?

O Departamento de Estudos e Pesquisas do Ministério do Turismo divulgou os dados sobre receita e despesa cambial turística referente ao mês de janeiro de 2015 de acordo com os dados do Banco Central.

Os números mostram que houve uma diminuição relevante quanto à receita com gastos dos estrangeiros no Brasil, que totalizou US$ 555 milhões, representando uma redução de 13,78%, quando comparado ao mesmo período em 2014. No primeiro mês do ano passado, os turistas geraram uma receita de US$ 643 milhões no país.

Por outro lado, os brasileiros gastaram um  pouco mais no exterior. Segundo a pesquisa, aproximadamente US$ 2,207 bilhões foram gastos pelos brasileiros em terras estrangeiras, o que gerou um aumento de 4,08%, comparado ao valor de US$ 2.120 bilhões de janeiro de 2014. O fato é que nos últimos anos os gastos dos brasileiros em janeiro sempre crescia a dois dígitos; de 2012 para 2103, por exemplo, foi de +14%.

Ainda é cedo para apontar tendências quanto ao comportamento da receita e despesa cambial turística, mas o primeiro mês do ano, com uma retração de quase 15% das despesas dos estrangeiros no Brasil, já faz o mercado se voltar para o assunto. O ano de 2014 fechou com gastos dos brasileiros quase estagnados em relação a 2013 (+1,13%), e dos estrangeiros em +3%; até aonde foi a influência da Copa do Mundo FIFA, e como a variação e flutuação cambial influenciaram os comportamentos de viagem? O fato é que 2015 já começa com dólar acima de R$ 3,00, e que  janeiro é sempre um mês com gastos altos por conta das férias. Aquecimento do mercado interno? Pequena retração de viagens? A pesquisa de sondagem do MTur mostra uma diminuição de cerca de 4% nas intenções gerais de viagens dos brasileiros nos primeiros seis meses de 2015, seja no nacional ou no internacional.

Nos fóruns internacionais de turismo são remarcados como preocupantes o cenário nacional brasileiro e a possível diminuição do número e do gastos no exterior. O que esse cenário cambial e outros temas relacionados à economia brasileira e global terão de impactos nas viagens? Esses e outros fatores precisam ser avaliados e medidos para contribuir com as estratégias comerciais e institucionais sob o risco de menosprezar ou de superestimar a capacidade e o comportamento dos viajantes. Quais são as tendências até agora na sua opinião?

Turismo internacional cresce pelo quinto ano consecutivo

De acordo com os dados divulgados esta semana pela Organização Mundial do Turismo (OMT), aproximadamente 1,3 bilhão de turistas viajaram pelo mundo em 2014, um aumento de 51 milhões de pessoas, que resulta em um crescimento de 4,7% em relação a 2013.

Este é o quinto ano consecutivo de crescimento do índice. Em relação aos dados por região, o continente americano aparece com o maior crescimento (7%), seguido da Ásia e da região do Pacífico (5%), Europa (4%) e África (2%). A sub-região com maior crescimento foi a América do Norte, que registrou +8%, sendo a principal responsável pela chegada de 181 milhões de pessoas em todo o continente americano. A Europa, com 588 milhões de visitantes (mais da metade dos números globais), continua sendo o destino mais procurado pelos turistas, seguida da Ásia, com 263 milhões. A OMT trabalha com uma perspectiva que, em 2015, os números cresçam entre 3% e 4%. A expectativa para este ano é que o turismo na Ásia e no Pacífico, como também nas Américas deverá obter o maior incremento, atingindo uma variação positiva entre 4% e 5%. Em relação às despesas e investimentos dos turistas nos destinos, em 2014, o Brasil conseguiu manter um ritmo de crescimento, apontando uma variação positiva de 2%. Países já consolidados como grandes emissores, como França (11%), Estados Unidos (6%), Reino Unido (4%) e Itália (6%) compensaram um processo de desaceleração de mercados emergentes, que estavam obtendo crescimento nos últimos anos.