
Quero aqui compartilhar alguns fatos e minha opinião acerca de polêmica da nova marca de promoção internacional do Brasil, merece atenção e discussão séria do setor de turismo. Não se trata de uma questão de gosto sobre a marca, mas do posicionamento do Brasil no mundo. A marca é do Brasil, do turismo, não é de governo.
O que você acha ?
- Apesar de “S” ou “Z” não ser a questão central, a língua representa nossa cultura, nossa forma de expressão, devemos portanto falar do BRASIL. Nos motores de busca e ferramentas de internet aí sim se usam palavras-chave usando o “Z”. (A Espanha usa em sua marca que tem 36 anos o nome em espanhol “ESPAÑA”, mais sobre aqui);
- Desde que a Marca Brasil foi criada, o governo federal (o Estado brasileiro) e outros governos estaduais e municipais investiram 15 anos de recursos públicos na consolidação, reconhecimento e posicionamento da marca atual. Jogar isso fora significa gastar muito mais para refazer tudo de novo nas ações de marketing, eventos, publicidade, internet, materiais, folders, etc. Significa pedir a milhares de parceiros internacionais e nacionais para tirar essa marca e colocar outra;
- A palavra “US” também é usada como sigla dos Estados Unidos, isso causa confusão deleitura, pode ser lido como “Brasil, visite e ame os United States/ US. Mas aqui tem uma grande inconsistência, uma marca turística é a identidade turística do país, é composta por um logotipo e uma mensagem permanente, essa mensagem (curta), deve sintetizar todos os atributos do país, atua como um qualificador da marca. Nessa marca, não há mensagem permanente, há um slogan de campanha publicitária; e é exatamente isso que diferencia marcas de longa vida daquelas com mensagens publicitárias, que são trocadas anualmente;
- E ainda, um tema muito sério. LOVE significa amor mas também pode ter conotação sexual. Foram décadas para tirar da imagem de nosso país que esteve já vinculada ao terrível chamado “turismo sexual”;
- Uma logo não significada nada em termos de posicionamento de mercado. Para atrair turistas precisamos mostrar o que temos de diferencial, de brasileiro; a partir daí, ter uma estratégia para promover esses produtos em determinados mercados. Com ferramentas diversas, usamos os recursos financeiros disponíveis para falar de nosso país e argumentar com as pessoas por que elas deveriam nos visitar. Todo esse processo, saber aonde estamos e aonde queremos chegar exige uma estratégia, persistência, continuidade e inteligência comercial. Os resultados? Aparecem no médio e longo prazos. Vamos começar tudo de novo? Será que à partir de agora cada novo governo vai voltar a querer fazer sua marca quando chegar ?