Verão hemisfério norte: MUDANÇA DE DESTINOS para VIAGENS

À medida que o mundo se ajusta ao “novo normal” pós-COVID-19, as tendências de viagem estão mudando. O relatório “As Cidades Mais Populares para Visitar no Verão de 2023” da ForwardKeys destaca essas mudanças e revela algumas surpresas. O estudo foi feito baseando-se nas buscas por passagens aéreas para os destinos globais. Os destinos foram classificados por volume de pesquisas para viagens aéreas internacionais em julho e agosto de 2023. As pesquisas de voos realizadas até 23 de maio de 2023.

Novos comportamentos de viagem

A pandemia de COVID-19 alterou significativamente as preferências de viagem. O nomadismo digital e o trabalho remoto ganharam força, e a consciência do impacto ambiental das viagens aéreas mudou o comportamento de consumidores e operadores.

Destinos da Ásia-Pacífico em alta

No verão de 2023, os destinos na Ásia-Pacífico estão ganhando destaque. Bangkok agora lidera a lista de destinos mais populares para viagens no verão de 2023, superando Paris e Londres. Além disso, Denpasar Bali entrou no top cinco, superando alguns dos destinos europeus mais populares, incluindo Barcelona, Lisboa, Istambul, Madrid e Atenas.

Aumento da demanda por destinos urbanos

A demanda por destinos urbanos mais populares cresceu quase o dobro em comparação com os destinos tradicionais de “sol e praia”. Isso foi influenciado pelo retorno das megacidades asiáticas como possíveis destinos, bem como um aumento na demanda por pontos de compras globais, como Dubai, Singapura, Paris e Nova York.

Recuperação das viagens por país de origem

A recuperação das viagens por origem é mista, com diferentes ritmos de recuperação evidentes nas diferentes sub-regiões globais. Canadá e Estados Unidos mostram as taxas de recuperação mais impressionantes, com bilhetes para o verão já superando os volumes de 2019. Na América Latina, a recuperação do turismo internacional está ocorrendo de forma constante, principalmente por meio de viagens intrarregionais entre seus países constituintes.

Brasil fora da lista

O estudo da ForwardKeys mostra que a indústria de viagens está se recuperando e se adaptando às mudanças trazidas pela pandemia. As cidades da Ásia-Pacífico estão se tornando cada vez mais populares, enquanto os destinos urbanos estão vendo um aumento na demanda. Mas entre as 106 cidades mostradas no estudo, nenhuma brasileira aparece. Vale destacar o que mencionamos no início desse texto, são buscas para viagens entre julho e agosto de 2023, quando ocorre o verão no hemisfério norte. Mesmo assim, aparecem no estudo algumas cidades da América do Sul como Cidade do México, Bogotá, Lima e Buenos Aires. Vou atrás para entender melhor….

Para acessar o relatório completo em inglês você pode acessar esse link.

O Poder do Turismo: Como Nova York está Investindo em seu Futuro

Um artigo de Tania Menai no Brazil Journal desse domingo me chamou a atenção. O texto mostra como Nova York continua investindo pesado em espaços públicos para encantar turistas e moradores locais. 

Ela mostra que, recentemente, o Museu de História Natural inaugurou o Richard Gilder Center for Science, um projeto arquitetônico de US$ 465 milhões que possui seis andares armazenando quatro milhões de espécies catalogadas. Até 2030, Nova York planeja modernizar seus três principais aeroportos, com investimentos totais de US$ 25 bilhões. A cidade também inaugurou o Richard Gilder Center for Science, parte do Museu de História Natural, um projeto de US$ 465 milhões que agora abriga quatro milhões de espécies em seis andares.

Pesquisando um pouco mais fiquei impressionada com a quantidade de alterações e mudanças que a segunda cidade no mundo com mais chegadas aéreas vem vivendo. Os investimentos em todos os cinco distritos de Nova York também incluem a melhoria de vários bilhões de dólares nos aeroportos LaGuardia, Newark-Liberty e John F. Kennedy, além da nova Moynihan Train Hall e da expansão do Javits Center para sediar reuniões de negócios e convenções.

A recuperação

A recuperação e crescimento do turismo em Nova York já em 2022, mostrou que a cidade recebeu 56,4 milhões de visitantes, um aumento de 71,4% em relação a 2021. Esse número representou 85% do recorde de visitantes de 2019. Para 2023, a expectativa é de que a cidade atraia 61,7 milhões de visitantes.

O turismo é creditado como uma importante força para a recuperação econômica do destino, gerando cerca de 410.000 empregos em lazer e hospitalidade (9% de todos os empregos na cidade), e mais de US$40 bilhões em gastos diretos dos visitantes, o que totaliza aproximadamente US$60 bilhões em impacto econômico total no ano.

Diversos fatores contribuíram para a retomada do turismo em Nova York em 2022. Isso inclui um aumento contínuo nas viagens de negócios durante a semana, a retomada das rotas aéreas, investimentos contínuos na infraestrutura da cidade, e novas ofertas turísticas e eventos para incentivar o gasto turístico.

quem vai pra lá

Nova York continua sendo o maior ponto de entrada para os EUA. Dentre os visitantes em 2022, 47,4 milhões foram domésticos. Os visitantes internacionais, que representam quase metade dos gastos dos visitantes, triplicaram em 2022, totalizando quase 9 milhões de viajantes. Os cinco maiores mercados internacionais para a cidade de Nova York em 2022 foram o Reino Unido (754.000), Canadá (656.000), França (607.000), Brasil (520.000) e Espanha (413.000). Olha os brasileiros por lá.

E não para por aí. Nos próximos três anos, mais de 11.000 quartos de hotel serão adicionados ao portfólio de acomodações da big apple. Além disso, a cidade também se beneficiará de grandes eventos nos próximos anos, incluindo a celebração do 50º aniversário do nascimento do hip-hop, que começa em 2023, e a sede da Copa do Mundo da FIFA em 2026.

Fontes: 

JACOBS. New York on track to attract more… | Connecting Travel. Connecting Travel. Disponível em: <https://www.connectingtravel.com/news/new-york-on-track-to-attract-more-than-60-million-visitors-in-2023>. Acesso em: 11 jun. 2023.

‌MENAI, Tania ; BJ-ADMIN. Nova York investe para continuar no topo: são bilhões em museus, trens, aeroportos. Brazil Journal. Disponível em: <https://braziljournal.com/nova-york-investe-para-continuar-no-topo-sao-bilhoes-em-museus-trens-aeroportos/?utm_source=Brazil+Journal&utm_campaign=9c80fe3300-news-110623-_COPY_03&utm_medium=email&utm_term=0_850f0f7afd-9c80fe3300-427952018>. Acesso em: 11 jun. 2023.

Hospitality Market Insights Report. [s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: <https://connect.amadeus-hospitality.com/hubfs/Hospitality%20Market%20Insight%20Worldwide%20-%20June%202023.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2023.

Hotels in NYC: 10 Tips to Choose the Best One for Your Stay. Cityguideny.com. Disponível em: <https://www.cityguideny.com/article/summer-tourism-data-nyc-2022>. Acesso em: 11 jun. 2023.

Turismo global volta quando a 100%?

O segundo Barômetro Mundial do Turismo da OMT de 2023 indica que a recuperação do setor continua em rápida evolução em 2023. Principais conclusões:

  1. Em números gerais, as chegadas internacionais mundiais atingiram 80% dos níveis pré-pandêmicos no primeiro trimestre de 2023.

2. Estima-se que, nestes três primeiros meses, 235 milhões de turistas tenham feito viagens internacionais, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2022.

3. O turismo não deixou de mostrar a sua resiliência. De acordo com os dados revistos para 2022, no ano passado registaram-se mais de 960 milhões de movimentos turísticos internacionais, ou seja, foram repostos dois terços (66%) dos valores pré-pandemia.

4. A Europa atingiu 90% dos níveis pré-pandêmicos graças à forte demanda intrarregional.

5. África e Américas atingiram 88% e perto de 85%, respetivamente, dos níveis registados em 2019.

6. A região da Ásia-Pacífico acelerou sua recuperação para 54% dos níveis pré-pandêmicos, mas essa tendência ascendente deve se intensificar agora que a maioria dos destinos, a China em particular, reabriu suas fronteiras para viagens não essenciais.

As receitas do turismo internacional mais uma vez quebraram a barreira de US$ 1 trilhão em 2022, crescendo 50% em termos reais em relação a 2021, impulsionadas pela notável recuperação nas viagens internacionais. Os gastos dos visitantes internacionais atingiram 64% dos níveis pré-pandemia (-36% em relação a 2019, medidos em termos reais). Por região, a Europa teve o melhor desempenho em 2022, com quase US$ 550 bilhões em receitas de turismo (€ 520 bilhões), o que representa 87% dos valores pré-pandêmicos. A África recuperou 75% das receitas registadas antes da crise da COVID-19, o Médio Oriente 70% e as Américas 68%.

O que o futuro trará?

Como não temos a bola de cristal, vamos aos números. Os resultados do primeiro trimestre de 2023 estão de acordo com as previsões da OMT para esse ano, segundo as quais as chegadas internacionais recuperarão entre 80% e 95% dos níveis pré-pandemia. Nós do Grupo de Especialistas da OMT estamos confiantes de que a alta temporada do hemisfério norte (maio a agosto) renderá bons resultados.No entanto, a recuperação do turismo também tem alguns desafios pela frente. Segundo nosso Grupo de Especialistas da OMT, o principal fator que pesa na recuperação efetiva do turismo internacional em 2023 é a conjuntura econômica, dado que a inflação elevada e a subida do preço do petróleo resultam num aumento dos custos de transporte e hospedagem. Portanto, é de se esperar que os turistas busquem cada vez mais encontrar uma boa relação custo-benefício e viajar para lugares mais próximos de casa. A incerteza causada pela agressão russa contra a Ucrânia e outras tensões geopolíticas intensificadas também estão na lista de preocupações dos especialistas.

Sustenturismo: A Reviravolta Necessária

A palavra SUSTENTURISMO não deve existir, mas vamos lá. A cada dia entendemos e aprendemos mais sobre as respostas que nosso planeta está dando ás mudanças climáticas. Impossível a indústria de viagens e turismo ignorar a importância de priorizar o meio ambiente. O Brasil tem diversas iniciativas nas áreas do turismo que mostram os avanços e desafios enormes que ainda temos pela frente. O fato é que o que chamamos de “viagens sustentáveis” vem crescendo no mercado muito pela exigência, também, dos próprios viajantes.

De acordo com o Relatório de Viagens Sustentáveis 2023 da Booking.com que pesquisou 33.228 viajantes de 35 países, os viajantes passaram a optar cada vez mais por escolhas sustentáveis e que afetam várias etapas de suas viagens. Ao mesmo tempo, estão solicitando ainda mais opções ecológicas das empresas de viagens. O CEO da empresa, Glen Fogel, disse que o turismo pode fazer a diferença no aquecimento global, já que, segundo o WTTC , Conselho Mundial de Viagens e Turismo, de 8 a 11% das emissões globais de dióxido de carbono estão ligadas às viagens e ao turismo (principalmente devido ao deslocamento de ida e volta ao destino).

Já não é mais suficiente não trocar toalhas do hotel todos os dias ou apagar as luzes do quarto, como estamos habituados. As experiências das pessoas precisam ser mais sustentáveis. É preciso observar o lixo, as emissões de transportes locais e, ainda mais, os impactos econômicos e culturais nas comunidades locais. O relatório da Booking.com traz muitas informações para atestar desejos e ações dos viajantes que devem nos inspirar como profissionais da indústria que depende do meio ambiente natural e da cultura para existir. por exemplo:

74% dos viajantes diz ser necessário agir já para que as viagens sejam mais sustentáveis

74% afirma que precisam que as empresas ofereçam opções mais sustentáveis para viagens

Comentários?

SEM VOOS, SEM TURISTAS INTERNACIONAIS

Recuperar e crescer o volume e o gasto de estrangeiros no Brasil é uma tarefa complexa e que exige atuar em diversas frentes. Quando sabemos que mais de 67% das chegadas de visitantes de outros países é por via aérea (2019, MTUR), esse pode ser um bom tema para iniciar essa conversa, correto? Com base num documento produzido pela ForwardKeys trago alguns comentários e dados para nosso bate-papo.

O mundo ainda enfrenta desafios na recuperação do setor de turismo devido à pandemia de Covid-19, assim como o Brasil. Somos o maior pais da América do Sul, e ainda temos dificuldade para atrair viajantes desde a reabertura das viagens internacionais. A falta de conectividade aérea é um tema relevante nesse contexto, que tem a capacidade de assentos para voos internacionais no primeiro semestre de 2023 ainda 18% abaixo dos níveis de 2019 (ForwardKeys, abril 2023).

Apesar da capacidade limitada e tarifas mais altas, a demanda pelo destino ainda é alta, com mercados europeus buscando ativamente o Brasil nos dois primeiros meses do ano. No primeiro semestre de 2023, o mercado que mais cresce em chegadas internacionais ao Brasil é Portugal, com aumento de 90% em relação aos níveis de 2019. Além disso, as chegadas ao Brasil da América do Norte e Europa durante o Carnaval deste ano aumentaram 6% e 13% em comparação com a edição de 2019.

Como será 2023 então?

Para 2023, hoteleiros, operadores turísticos e a EMBRATUR poderiam focar na criação de ofertas atraentes e para viajantes dos EUA e Europa. Segundo dados coletados pela EMBRATUR, em abril de 2023, 45% dos voos internacionais nos conectam com a América do Sul, 29% com a Europa e 19% com a América do Norte. A EMBRATUR também já relata que em janeiro desse ano já recebemos mais visitantes (868.587) do que em janeiro de 2019 (756.883). Os dados do relatório de tendências da ForwardKeys também sugerem otimismo cauteloso, pois os resultados gerais para a América do Sul são promissores. Vejamos as oportunidades abaixo:

De acordo com Juan A. Gomez, Chefe de Inteligência de Mercado da ForwardKeys. “A falta de conectividade com o Brasil não está apenas limitando as chances de o país atrair mais visitantes internacionais, mas também elevando as tarifas aéreas. Por exemplo, as tarifas da Europa para a Colômbia estão subindo no mesmo nível que a inflação, com oferta aérea acima dos níveis de 2019 no primeiro semestre do ano. Já, as tarifas da Europa em janeiro e fevereiro para os principais destinos do Brasil foram 34% acima para o mesmo período em 2019 devido, em parte, à falta de oferta aérea. Apesar da capacidade limitada e das tarifas mais altas, a intenção de viagem, medida em buscas de voos para o Brasil, mostra que a demanda pelo destino ainda é alta. Os mercados europeus estão no topo dos mercados mais ativos em busca do Brasil nos primeiros dois meses do ano.”

Como observado globalmente pela ForwardKeys, a recuperação também é um processo bastante desigual na América do Sul. Por exemplo, a Colômbia pode receber mais chegadas internacionais durante o primeiro semestre de 2023 do que no mesmo momento pré-pandemia. Com 1% a mais de passagens confirmadas para chegadas internacionais em comparação com o primeiro semestre de 2019, o país está prestes a ser o primeiro destino sul-americano a alcançar a recuperação total. Já o Equador (-14%), Argentina (-18%) e o Brasil (-24%) continuarão abaixo dos níveis de 2019 pelo menos no primeiro semestre do ano, embora estejam mostrando uma melhora acentuada ao longo do ano. Veja abaixo a comparação de oferta de assentos entre 2023 e 2019 entre Rio, São Paulo e Bogotá (janeiro a agosto).

Dados recentes da EMBRATUR, também com base em relatório da ForwardKeys mostram que entre abril e dezembro deste ano estão programados 9,7 milhões de assentos em voos internacionais com destino ao Brasil, um aumento de 26% ou 2 milhões de novos assentos quando comparado com o mesmo período do ano passado.  Ótima notícia para seguirmos com os esforços de promoção internacional.

Sem vistos à vista

Como a volta da exigência de vistos proposta pelo Ministério das Relações Exteriores pode prejudicar a retomada do turismo dentro do Brasil

O Ministério das Relações Exteriores vai voltar a exigir vistos para que pessoas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália entrem no Brasil a partir de outubro deste ano. Dificultar o acesso de estrangeiros dessa maneira e nesse momento traz não poucas consequências. Entre elas, prejudica também o processo de reconstrução do mercado interno de viagens, justamente quando as pessoas voltaram a consumir esse tipo de serviço após os anos de pandemia. Diante de novas barreiras para a entrada no país, as agências de viagens, os hotéis e as companhias aéreas perdem importante receita, uma vez que quem vêm desses países são consumidores dos produtos e serviços vendidos pelas marcas nacionais. 

Os números

Os dados da Polícia Federal e do Ministério do Turismo mostram o reaquecimento da entrada de turistas no Brasil. No ano de 2019, por exemplo, cerca de 6,4 milhões de estrangeiros vieram para cá. Em 2020 e 2021, anos em que a crise sanitária tirou vidas e redefiniu a economia, foram 2,1 milhões e 700 mil, respectivamente. Esse cenário começou a mudar a partir de 2022, com a chegada de 3,6 milhões de pessoas de outros países. A retomada, portanto, é atingida duramente pela decisão do Ministério das Relações Exteriores, comprometendo as previsões positivas de recuperação.  

Globalmente, são grandes os desafios de crescimento da indústria de viagens, especialmente a ampliação da oferta de assentos em voos internacionais, que requer um fluxo de saída e entrada de pessoas para manter operações saudáveis. No caso do Brasil, ainda não atingimos o patamar de oferta de voos internacionais pré-crise.

Além do longo trabalho de recuperação da imagem do Brasil nos mercados emissores, temos o desafio de eliminar barreiras e construir um caminho acessível para que os estrangeiros nos visitem, tragam receitas e colaborem com nossa receita cambial.

Na força-tarefa setorial, a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), a Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo) e outras entidades mostram, por meio de dados que o tema merece, uma reflexão mais profunda e mais ampla. Em janeiro deste ano a Polícia Federal registrou a entrada de 868 mil turistas estrangeiros em todo o território nacional. O resultado foi inclusive considerado histórico na comparação com os últimos anos. Trata-se de um número 109% superior a dezembro de 2022. As projeções do Euromonitor para os próximos anos mostram a chegada anual de mais de 800 mil norte-americanos ao Brasil, com uma receita média por viagem de US$ 800.

Um dos argumentos para tornar menos simples a entrada das quatro nacionalidades é de que a isenção não surtiu efeitos dentro do país – algo discutível, levando-se em conta que a medida teve início em 2019 e foi seguida por um lockdown global a partir de 2020 por conta da Covid-19. Portanto, o que se sugere do Ministério das Relações Exteriores é uma análise mais profunda do assunto, permitindo um tempo maior de análise dos resultados dos impactos negativos do retorno da exigência dos vistos a esses visitantes. Pelas previsões e números deste início do ano, fica evidente que o setor está vivendo uma retomada. O esperado é que o Brasil traga para a mesa formas de atrair estrangeiros e não crie barreiras que dificultem a entrada de turistas internacionais. 

EXPERIÊNCIA DO CLIENTE E TECNOLOGIA EM VIAGENS

A tecnologia sempre impulsionou mudanças e, nos dias de hoje, a internet é um fator decisivo para transformações importantes no modo como trabalhamos e também como viajamos. O surgimento da internet gerou o crescimento das vendas de viagens online. Uma transformação que continua acontecendo, já que o única certeza é a rápida mudança onde a experiência do cliente é o ponto central.

Uma das tecnologias emergentes que promete transformar a indústria de viagens é a Realidade Aumentada (RA) e a Realidade Virtual (RV). A RA é uma versão aprimorada da realidade criada pela tecnologia que sobrepõe informações digitais em uma imagem ou algo sendo visto através de um dispositivo (como uma câmera de smartphone) no mundo real. Já a RV leva o usuário completamente para um mundo virtual, simulando uma presença virtual e tentando convencer o usuário de que ele está em um lugar diferente (Fonte: Road to 2030: The Future Travel Experience, Phocuswright.com, mar. 2023). Imagina essa tecnologia mostrando um lugar, um hotel, uma praia, o fundo do ar ou um voo de balão.

Apesar do sucesso de jogos de RA como o Pokémon Go, o uso generalizado de RA ainda não é uma realidade na experiência de viagem. Devido ao custo e à dificuldade geral de usar os óculos de RV, a adoção em massa da realidade virtual ainda não é uma realidade. Avanços contínuos em RV ajudarão a viagem virtual a entrar no mainstream e aprimorar a capacidade dos consumidores de compartilhar suas experiências reais em um mundo virtual. Serão capazes de ajudar muito o consumidor a decidir sobre onde passar suas próximas férias.

Carbono neutro e SUSTENTABILIDADE

Outra tecnologia que já promete e transforma a indústria de viagens e turismo é a neutralidade de carbono e a sustentabilidade. Simplificando, as mudanças climáticas trouxeram à tona a necessidade de sustentabilidade como uma prioridade para a indústria, e é um foco claro dos viajantes de hoje. Os viajantes estão começando a exigir informações de sustentabilidade no momento da reserva, procurando fornecedores que sejam certificados como “verdes” ou que participem de programas de compensação de carbono. Empresas e governos estão cada vez mais comprometidos com metas de sustentabilidade. Um exemplo recente é o Google, que adicionou emissões de carbono como parte de suas capacidades de busca de viagens, impulsionando uma adoção mais ampla em suas buscas.

A mudança climática provavelmente continuará a acelerar e a ameaçar lugares (exemplo recente no litoral norte de São Paulo).Fornecedores e vendedores de viagens serão cada vez mais avaliados pelo compromisso com a sustentabilidade, mudando a forma como os consumidores selecionam suas opções de viagem. Modificando, até, a maneira como os viajantes interagem e vivenciam suas experiências no destino.

Compartilha conosco qual foi sua melhor experiência em tecnologia e sustentabilidade em suas viagens. Ou ainda, que tecnologia mais te impressionou?

O conceito da MARCA BRASIL É ATUAL?

Quando Kiko Farkas criou a MARCA BRASIL em 2005, explicou que o processo de criação começou com o desenho do Burle Marx apresentado pela Embratur. A equipe de design procurou criar uma representação gráfica moderna e internacional do Brasil, usando curvas sugestivas. Eles buscaram conceitos adicionais e acabaram encontrando na transparência um efeito gráfico que representaria a mistura de raças e culturas do Brasil. As cores utilizadas foram definidas no briefing e são as cores primárias e secundárias sobrepostas. A idéia de sobreposição de cores é antiga e não é única, mas a equipe buscou criar um impacto positivo através das cores brilhantes e das curvas fluidas. Em 2010 a Marca foi atualizada, trazendo transparência e volume ao desenho. Sempre acompanhado da qualificação; SENSACIONAL.

São muitas as informações sobre a construção da Marca Brasil, mas o essencial foram as pesquisas realizadas no Brasil e no mundo; a participação de todos os segmentos do turismo nacional e a construção de um conceito que balizou o resultado. Veja abaixo o texto de defesa da marca escrito por Kiko Farkas:

“Nada representa tão bem o Brasil quanto a curva.

A sinuosidade das montanhas, a oscilação do mar, o desenho das nuvens, das praias. A alegria de nosso povo é carregada de subjetividade, e a subjetividade é curva, assim como a objetividade é reta. A curva envolve e aconchega, é receptiva. Quem vem ao Brasil sente-se imediatamente em casa.

O Brasil também é um país luminoso, brilhante e colorido. Conta-se que os astronautas que cir- cundaram a terra observaram que o Brasil é o lugar mais luminoso do planeta. Mito ou realidade, sabemos que o Brasil tem uma energia especial, que atrai e fascina os visitantes. É um país alegre. É comum ouvir dos estrangeiros que o brasileiro está sempre em festa! E esta capacidade de estar alegre mesmo quando há dificuldade é algo que impressiona.

A condição de ponto de encontro de raças e culturas faz do Brasil um país “mestiço”, no que se refere à força e à resistência daquilo que é híbrido. A contribuição de cada um que por aqui aporta passa a fazer parte de nosso patrimônio, cultural e afetivo. Somos uma terra porosa e generosa “onde em se plantando tudo dá”.

Talvez por tudo isso o Brasil seja um país moderno, no sentido mais atual que esta palavra possui: um país com grande poder de adaptação, em constante mutação. Mas se o Brasil deve dizer que é um país alegre, hospitaleiro e exuberante, deve também mostrar que é sério e competente. Que tem estrutura e seriedade na hora em que é necessário.

A Marca Brasil foi construída em cima desses pontos:

Alegria
Sinuosidade / curva (da natureza, do caráter do povo) Luminosidade / brilho / exuberância
Encontro de culturas / mistura de raças
Moderno / competente

QUEM VAI ESCREVER SOBRE TURISMO DEPOIS DO CHATGPT? (vídeo)

Um dos grandes desafios dos destinos turísticos no mundo é o conteúdo. Informação e sedução que leva à experiência, simplesmente preparar o turista para desfrutar do melhor que existe no local. E quem escreve essa narrativa? quantos e quais detalhes são importantes? 

Estudos revelam um longo período de buscas em mais de 40 sites na busca pelas férias ideais. A personalização, ou os detalhes que importam para cada gosto e interesse têm ganhado cada vez mais relevância quando o cliente busca aonde ir. Um mundo virtual e presencial complexo forma uma incontável possibilidade de buscar pela viagem ideal. E mais uma ferramenta aparece como opção para aqueles que geram conteúdo em viagens e turismo: trata-se do ChatGPT (nova ferramenta de IA – inteligência artificial).

Minha curiosidade vai em dois sentidos. O primeiro sobre a produção, o detalhamento e a personalização das informações que levamos ao cliente na busca para atraí-lo ao nosso destino, ficarem nosso hotel, experimentarem aquilo que somente nosso produto pode oferecer. E o segundo, sobre a produção e busca das informações na hora de escrever um blog e um material promocional. 

Fiz uma experiência interessante nessa nova ferramenta e coloco abaixo um vídeo com o resultado. Longe das polêmicas, é uma reflexão que gostaria de compartilhar com todos e ouvir o que pensam. logo volto com mais algumas curiosidades sobre o uso do ChatGPT no conteúdo para destinos turísticos.

E aí, o que você me diz?

Assista ao vídeo para ver o texto escrito pelo ChatGPT sobre Ecoturismo.

Pelé: nossa imagem e semelhança

Um ídolo se vai e nosso coração fica apertado. Um ídolo do futebol se vai. Um ídolo do futebol do Brasil se foi. Do futebol do Brasil para o mundo, por décadas. Se foi Pelé. Sinônimo de perfeição, de melhor, de incomparável. É aquele que, dificilmente, terá um substituto no século. Mas ele era maior do que o futebol, ele era a imagem do Brasil pelo mundo.

Nada mais complexo e cheio de variáveis do que a imagem de um país pelo mundo. O que pensam de nós é sempre desafado, cheio de esteriótipos, se perde na cabeça das pessoas e é percebido de diversas formas. Dizem que o Brasil para o mundo é só futebol. Errado: é só Pelé.

Tive a oportunidade de conviver com ele durante algumas ocasiões em que trabalhei na liderança da promoção do Brasil pelo mundo. Por sorte, perto da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Não importava a idade, o país, a origem social, TODOS conheciam e sabiam quem era o Pelé.

Minha percepção? Simplicidade em toda sua essência. Naturalidade em ser tão conhecido e tão vinculado ao nome de seu país. Senso de responsabilidade quanto ao seu papel no cenário global em favor do Brasil. Sempre disponível, acessível. Seu talento era natural, sua marca não precisava de redes sociais ou acessório. Impossível descrever e entender como seu nome se tornou uma lenda que perpassou décadas. Só foi Pelé, por Pelé, até seus últimos dias. Obrigada Pelé.