4 Dados e 5 Dicas para o emissivo brasileiro para a europa nesse final de ano.

Hoje falo de tendências de viagens de longa distância para a Europa com origem no Brasil. A base de minhas análises foi o estudo publicado pela Comissão Europeia de Viagens (ETC) e Eurail BV, focando em seis mercados-chave: Austrália, Brasil, Canadá, China, Japão e Estados Unidos. As informações projetam comportamentos de chegadas futuras à Europa entre setembro a dezembro de 2023. Fatores como a intenção de viagem, fatores que influenciam a decisão de viajar, e modos de transporte preferidos são alguns dos temas explorados pelo relatório.  

Trago para você um D2 – DADOS & DICAS relevantes. Se você vende viagens no Brasil com o objetivo de levar brasileiros à Europa esse conteúdo vai lhe interessas. Ao considerar essas informações e dicas, você ajustar suas estratégias para atender melhor às necessidades e preocupações dos viajantes brasileiros, seja para destinos internacionais ou até domésticos. 

D1 – 4 dados

1. Pequena diminuição na Intenção de Viagem para a Europa: Houve uma ligeira queda de 3% na intenção dos brasileiros de viajar para a Europa em comparação com o ano anterior. No entanto, o sentimento geral ainda é forte, com mais da metade (52%) dos respondentes expressando o desejo de viajar para destinos europeus. 

 2. Custo como Fator Desencorajante: Os altos custos são citados como o principal obstáculo para viajar para a Europa, especialmente relevante para o mercado brasileiro. Isso sugere que estratégias de precificação e pacotes acessíveis podem ser cruciais para atrair viajantes brasileiros. 

 3. Interesse em Ofertas Acessíveis: Os brasileiros estão considerando pacotes all-inclusive acessíveis e programas de fidelidade como formas de tornar a viagem mais acessível.  Lembre que com a baixa temporada na Europa podem ser encontrados preços convidativos aos seus clientes.

 4. Transporte Aéreo em Ascensão na Europa: Embora o transporte ferroviário tenha sido tradicionalmente a escolha preferida para brasileiros viajando quando se deslocam dentro do velho continente, o interesse por voos de baixo custo aumentou 13%. 

D2 – 5 DICAS 

1. Pacotes Acessíveis: Dada a sensibilidade ao preço, oferecer pacotes all-inclusive ou descontos em voos e acomodações pode ser uma estratégia eficaz. 

 2. Programas de Fidelidade: Incentivar o uso de programas de fidelidade de grandes cadeias de hotéis ou outros serviços ainda desconhecidos de muitos brasileiros pode não apenas atrair mais clientes, mas também fomentar o engajamento e repetição de vendas. 

 3. Diversificação de Destinos: Com a diminuição do interesse por destinos europeus, pode ser uma boa oportunidade para promover destinos internacionais mais acessíveis na América Latina. 

 4. Informações Claras sobre Custos: Transparência sobre todos os custos envolvidos na viagem pode ajudar a mitigar preocupações sobre acessibilidade financeira, um ponto especialmente importante para o mercado brasileiro. 

5. Tendência de Viagens Domésticas: A queda na intenção de viajar para a Europa pode indicar uma oportunidade constante para o mercado doméstico. Pacotes de viagens nacionais podem ganhar mais interesse no cenário complexo geopolítico e econômico global. 

Turismo Internacional em 2023: Uma Análise dos Números e Tendências

O ano de 2023 tem sido marcante para o turismo internacional. Com a pandemia de COVID-19 começando a ficar para trás, o setor está mostrando sinais encorajadores de recuperação. Vamos dar uma olhada nos números e tendências que definem este ano para o turismo global conforme dados do Barômetro da OMT de Setembro de 2023. 

Entre janeiro e julho de 2023, o turismo internacional recuperou impressionantes 84% dos níveis pré-crise. Isso representa uma queda de apenas 16% em comparação com o mesmo período em 2019, o último ano “normal” antes da pandemia. 

Resiliência e Demanda Represada 

 A demanda por viagens não apenas se manteve firme, mas também mostrou uma recuperação sustentada. No primeiro trimestre, as chegadas de turistas internacionais atingiram 80% dos níveis pré-pandêmicos. Esse número saltou para 85% no segundo trimestre e chegou a 90% em julho. 

 A OMT estima que cerca de 700 milhões de turistas viajaram internacionalmente nos primeiros sete meses de 2023. Isso é 43% a mais do que no mesmo período de 2022, embora ainda seja 16% menor do que em 2019. 

Desempenho Regional 

– Oriente Médio: Liderando a recuperação com chegadas superando em 20% os níveis pré-pandêmicos. 

– Europa: Alcançou 91% dos níveis pré-pandêmicos, impulsionada pela forte demanda intra-regional. 

– África: Recuperou 92% dos visitantes pré-crise. 

– Américas: Chegou a 87% dos níveis pré-pandêmicos. 

– Ásia e Pacífico: Ainda em recuperação, com chegadas a 61% dos níveis pré-pandêmicos. 

Leia mais sobre o tema nesse post

Projeções para o Futuro 

Segundo o Barômetro Mundial do Turismo da OMT, o turismo internacional está no caminho certo para atingir entre 80% e 95% dos níveis pré-pandêmicos ainda este ano. O turismo internacional está mostrando uma resiliência notável em 2023. Embora ainda haja desafios pela frente, como um ambiente econômico incerto, os números são promissores. A indústria está se adaptando e os turistas estão ansiosos para explorar o mundo novamente. 

E o Brasil? 

“O Brasil retornou ao cenário internacional do turismo com força, superando os níveis pré-pandêmicos de receita gerada por viajantes estrangeiros. De janeiro a agosto, esses turistas contribuíram com US$ 4,45 bilhões para o país, marcando um aumento de quase 7,5% em comparação com o mesmo período de 2019, antes da Covid-19. 
O mês de agosto destacou-se especialmente, registrando US$ 657 milhões, o melhor resultado para o mês em 28 anos, ultrapassando até mesmo os números de agosto de 2016, durante os Jogos Olímpicos do Rio. 
O crescimento acumulado no ano se aproxima dos 40%, evidenciando a recuperação do turismo internacional no Brasil. Em entrevista ao jornal O Globo, Jeanine Pires, consultora de turismo e ex-presidente da Embratur, comentou: “Já ultrapassamos o período de crise no turismo internacional, se considerarmos a contribuição que ele traz à economia brasileira. Esta já é maior que no pré-pandemia, embora a malha desses voos ainda não esteja 100% de volta”. 

Nos oito primeiros meses deste ano, o Brasil recebeu mais de quatro milhões de visitantes vindos do exterior, batendo em mais de 11% os 3,6 milhões de todo 2022. Em 2019, foram 6,4 milhões. Mas a estimativa da Embratur — órgão responsável pela promoção do Brasil como destino turístico lá fora — é voltar a 6 milhões este ano, subindo a 8 milhões em 2026″. 

(Fonte: NUNES, Caroline, País volta a atrair turistas internacionais e tem melhor agosto em 28 anos, O Globo, disponível em: <https://oglobo.globo.com/economia/noticia/2023/09/30/pais-volta-a-atrair-turistas-internacionais-e-tem-melhor-agosto-em-28-anos.ghtml>. acesso em: 4 out. 2023.) 

Além do Pacote: A Arte do Marketing de Experiência no Turismo

O marketing de experiência é uma abordagem inovadora que tem revolucionado a indústria do turismo. Diferente do marketing tradicional, que foca na venda de produtos ou serviços, o marketing de experiência concentra-se em criar uma jornada emocional e sensorial para o consumidor. O objetivo é ir além da simples transação comercial, oferecendo algo que seja memorável e que crie um vínculo emocional entre o turista e o destino ou serviço turístico.

Vários autores vêm desafiando o modelo tradicional que estuda o comportamento do consumidor apenas sob uma ótica racional. Eles destacam a importância das emoções, como prazer, sonhos e diversão, na decisão de compra. Este enfoque tem sido cada vez mais adotado no setor turístico, especialmente com o advento das redes sociais, onde as experiências são compartilhadas em tempo real. Além disso, falamos muito em experiência autêntica no destino, que também distingue um lugar de outro.

No turismo, o marketing de experiência pode ser aplicado de diversas formas. Por exemplo, em vez de apenas vender um pacote de viagem que inclui voos, hotéis e passeios, as agências podem criar experiências temáticas que envolvem o turista em uma narrativa ou jornada emocional. Isso pode incluir desde experiências gastronômicas autênticas, passeios históricos guiados por especialistas locais, até atividades de aventura que liberam adrenalina.

A tecnologia também tem um papel crucial na entrega dessas experiências. Realidade virtual, aplicativos móveis interativos e plataformas de mídia social são algumas das ferramentas que podem enriquecer a experiência do turista antes, durante e após a viagem. Além disso, o uso de Big Data e Inteligência Artificial permite uma personalização mais eficaz das experiências oferecidas, tornando-as mais alinhadas com as preferências e comportamentos dos turistas.

A experiência no destino é um dos aspectos mais cruciais do marketing em turismo. Quando o viajante está fisicamente no local, a oportunidade para uma experiência autêntica e memorável é imensa. Neste momento, todos os sentidos estão engajados: o turista pode sentir os aromas locais, ouvir os sons característicos, provar a gastronomia e, claro, visualizar paisagens e monumentos. É a fase onde o “cenário” se torna “palco”, e o turista se transforma de mero espectador para protagonista de sua própria história de viagem. Empresas e destinos turísticos podem potencializar essa experiência através de interações significativas, como workshops culturais, encontros com moradores locais ou atividades que permitam ao viajante “viver como um local”. Essas experiências autênticas não só enriquecem a viagem, mas também são as que mais provavelmente serão compartilhadas, multiplicando o impacto do marketing de experiência.

Em resumo, o marketing de experiência oferece uma oportunidade única para os profissionais de turismo se diferenciarem em um mercado cada vez mais competitivo. Ao focar na criação de experiências memoráveis, as empresas não apenas aumentam suas chances de fidelizar clientes, mas também de transformá-los em embaixadores da marca, que compartilham suas experiências positivas e atraem novos turistas. É uma estratégia que beneficia todos os envolvidos e que tem o potencial de elevar o setor turístico a novos patamares.

OMT REVELA: QUASE METADE DO TURISMO MUNDIAL VOLTA AO NORMAL

O setor de turismo internacional está mostrando uma recuperação impressionante, atingindo 84% dos níveis pré-pandemia entre janeiro e julho de 2023, segundo os últimos dados da <a href="http://PORTAL. Portal de Dados – Painel de Chegadas. Embratur.com.br. Disponível em: Organização Mundial do Turismo (OMT). O Oriente Médio, Europa e África estão à frente nesta recuperação global.

A indústria do turismo tem mostrado uma resiliência notável, com uma recuperação sustentada apesar dos desafios econômicos e geopolíticos. De acordo com o Barômetro Mundial do Turismo da OMT:

  • 700 milhões de turistas viajaram internacionalmente entre janeiro e julho de 2023, um aumento de 43% em comparação com o mesmo período de 2022.
  • Julho foi o mês mais movimentado, registrando 145 milhões de viajantes internacionais, o que representa cerca de 20% do total de sete meses.
  • O Oriente Médio lidera a recuperação, com chegadas 20% acima dos níveis pré-pandemia. É a única região que superou os níveis de 2019 até agora.

E o Brasil?

Dados recentes da EMBRATUR mostram que chegamos a 4 milhões de visitantes estrangeiros entre janeiro e agosto de 2023. Olha que legal o gráfico abaixo mostrando que estamos quase aos níveis de 2019 nesse período. Aliás, a fonte dos dados é o Portal da EMBRATUR (amei!). O mais importante, no entanto, é que superamos a marca de receitas internacionais com os gastos dos estrangeiros no Brasil entre janeiro e julho de 2023 em relação a 2019. Veja a imagem.

PORTAL. Portal de Dados – Painel de Chegadas. Embratur.com.br. Disponível em: <https://dados.embratur.com.br/in%C3%ADcio/painel-de-chegadas>. Acesso em: 20 set. 2023.
Fonte: Portal de Dados da EMBRATUR. https://dados.embratur.com.br/início/painel-de-receitas

Para os profissionais de turismo no Brasil, esses dados são altamente relevantes. O Brasil tem um forte apelo turístico, tanto para visitantes internacionais quanto para brasileiros que viajam ao exterior. A recuperação global pode significar um aumento na demanda por destinos brasileiros, bem como mais oportunidades para parcerias internacionais.

Perguntas Cruciais

  1. Como o Brasil pode se posicionar para aproveitar essa recuperação global?
  2. Quais estratégias podem ser adotadas para tornar o turismo mais sustentável e resiliente?
  3. Como podemos preparar a infraestrutura turística para acomodar um aumento na demanda?

A recuperação do turismo internacional é uma excelente notícia, mas também um chamado para a ação. É crucial que essa recuperação seja acompanhada por um repensar profundo sobre como tornar o setor mais sustentável e inclusivo, não apenas globalmente, mas também no contexto brasileiro.

Quer saber mais sobre o Portal de Dados da EMBRATUR? Checa abaixo meu papo com Mariana Aldrigui:

MEU PAPO COM MARIANA ALDRIGUI SOBRE O PORTAL DE DADOS DA EMBRATUR

Demanda futura de voos, já é possível com novo Painel da Dados da EMBRATUR

Em um mundo cada vez mais digitalizado, a importância de dados confiáveis e atualizados não pode ser subestimada. No setor de turismo, isso é ainda mais crítico. Dados precisos permitem que gestores públicos, operadores turísticos e empresários façam projeções mais precisas, identifiquem tendências emergentes e respondam de forma eficaz às mudanças no mercado.  

Por exemplo, saber o número exato de turistas que visitaram uma determinada região pode ajudar no planejamento de infraestruturas, como transporte e oferta de hospedagem. Além disso, dados sobre o gasto médio dos turistas podem ser cruciais para desenvolver estratégias de marketing mais eficazes. Pode, também, ser uma ferramenta eficiente para melhorar a permanência do visitante no destino. 

Planejamento de Marketing com Dados de Oferta Futura de Voos 

Ter acesso a dados sobre a oferta futura de voos é uma vantagem competitiva inestimável para o setor de turismo. Com essas informações, agências de viagens, hotéis e outros negócios relacionados podem planejar suas estratégias de marketing com maior precisão.  

Por exemplo, se os dados mostram um aumento na oferta de voos de países europeus para o Brasil nos próximos meses, isso pode ser um indicativo para focar as campanhas de marketing para atrair turistas dessas regiões. Além disso, esses dados podem ajudar na criação de pacotes turísticos sazonais ou promoções especiais, alinhados com a disponibilidade de voos. Em setembro de 2023, o Brasil tem, por semana, 1.037 voos internacionais que somam 251.212 assentos.

O lançamento do Portal de Dados Embratur representa um passo importante como ferramenta para a tomada de decisões baseada em dados da oferta atual e futura de voos. Pra quem não está habituado com um dashboard de BI (Business Intelligence), é uma boa opção para entender a oferta de voos, de onde vêm, pra onde vão. Não se esqueça de usar os filtros que lhe interessam. Olha que interessante o que podemos ver: 

1. de janeiro a julho de 2024 existe uma projeção de mais voos da América Latina e depois de Portugal, França e Itália: 

Fonte: PORTAL. Portal de Dados – Malha Aérea Internacional. Embratur.com.br. Disponível em: <https://dados.embratur.com.br/in%C3%ADcio/malha-a%C3%A9rea-internacional>. Acesso em: 15 set. 2023. 

2. que nesse período de janeiro a julho de 2024 as cidades que mais irão receber esses voos além de Guarulhos são Rio de Janeiro (17,47%), Campinas (4,28%), Florianópolis (4,12%) e Belo Horizonte (3,27%).

PORTAL. Portal de Dados – Malha Aérea Internacional. Embratur.com.br. Disponível em: <https://dados.embratur.com.br/in%C3%ADcio/malha-a%C3%A9rea-internacional>. Acesso em: 15 set. 2023.

‌ Nossa! E se você for no Painel de Chegadas de Estrangeiros?

3. De janeiro a agosto chegaram 4 milhões de visitantes, a grande maioria da Argentina, Estados Unidos, Paraguai e Chile. Mas os Argentinos e Paraguaios vieram mais por via terrestre. Alguns europeus também, será que entraram pela Argentina ?

PORTAL. Portal de Dados – Painel de Chegadas. Embratur.com.br. Disponível em: <https://dados.embratur.com.br/in%C3%ADcio/painel-de-chegadas>. Acesso em: 15 set. 2023.

4. O Painel de Receitas mostra que entre 2018 e 2023 temos meses com maior arrecadação: janeiro, julho e dezembro. E como já recuperamos as receitas em julho de 2023 em relação a 2019.

PORTAL. Portal de Dados – Painel de Receitas. Embratur.com.br. Disponível em: <https://dados.embratur.com.br/in%C3%ADcio/painel-de-receitas>. Acesso em: 15 set. 2023.

Vai lá no Painel de Dados e faz uma busca para ajudar no seu planejamento e nos conta aqui o que achou.

No Voucher, No Boarding: É Hora de Repensar as Práticas?

A 123 Milhas anunciou a suspensão de sua linha promocional de pacotes e passagens aéreas. A medida afeta diretamente os consumidores que optaram por viagens da linha “Promo”, com datas flexíveis e embarques previstos entre setembro e dezembro de 2023. A empresa justificou a ação citando “circunstâncias de mercado adversas”. Este acontecimento levanta questões importantes para todos os que trabalham no setor. 

Destaco minha torcida para que a 123 consiga resolver a demanda de todos os seus clientes. Mas não tenho receio de enfrentar o debate sobre os altíssimos riscos assumidos e suas consequências para nosso mercado.

Riscos para o viajante

Ao optar por qualquer compra sem a entrega imediata de vouchers, o consumidor está comprando um produto que não existe. Não há garantia de que a viagem ocorrerá conforme planejado, especialmente se a empresa enfrentar desafios financeiros ou operacionais. Isso está claro para o cliente na hora dessa aventura? Pelas manifestações que estamos vendo parece que não.

Sabemos que não é possível comprar passagens ou hospedagens até 11 ou 12 meses adiante. Muito pelo contrário, depois de um período complexo de pandemia e de grande esforço para reconstruir o setor, os cenários estão muito nebulosos. Qualquer turbulência é péssima para a credibilidade e reconstrução.

Riscos para TODAS as empresas de viagens e turismo

Quando o cenário ainda está instável e ocorrem casos como esse da 123 e o da HURB, todo o setor enfrenta uma crise de reputação geral. Isso pode resultar em cancelamentos, reagendamentos ou até mesmo na perda total do investimento feito pelo consumidor.

A suspensão de serviços ou alterações significativas em pacotes e passagens podem prejudicar gravemente a reputação de empresas similares no mercado, tornando mais difícil atrair novos clientes no futuro. Imagina se um grande número de clientes passar a exigir reembolsos simultaneamente.

Vale destacar a matéria da Panrotas que mostra recente estudo feito pela APEX com a Futura Inteligência.

Quais empresas de Turismo são mais lembradas pelo consumidor?

De acordo com o levantamento, as marcas mais lembradas pelos entrevistados são a CVC (52%), seguida da Gol (8,2%), 123 Milhas (6,0%), Latam (3,5%) e Decolar(3,4%). Essa pesquisa também mostra que as pessoas que compram por agências o fazem com 6 meses de antecedência. Das pessoas entrevistadas que viajaram nos últimos 12 meses, 24,9% afirmam ter comprado a viagem por meio de agências (físicas ou on-line). Será que vão continuar comprando ? Que outros riscos você identifica?

O hotel de 2030

Em 2030, os melhores hotéis oferecerão experiências altamente personalizadas para os hóspedes, opções de viagem sustentáveis e oportunidades atraentes para os funcionários

Como os operadores de hotéis usarão novas tecnologias, responderão às necessidades e preferências em constante mudança dos viajantes e se tornarão mais sustentáveis? Cinco líderes da prática de Viagem, Logística e Infraestrutura da McKinsey (Margaux Constantin, Vik Krishnan, Matteo Pacca, Steve Saxon e Caroline Tufft) imaginam como poderá ser a experiência hoteleira na década de 2030.  

 E eu trago os insights aqui para você para você. Já implementou algo assim em seu hotel?

Conveniência e personalização

No futuro, os hotéis eliminarão todos os pontos problemáticos para os hóspedes. Não haverá mais filas de check-in e os hóspedes terão opções mais flexíveis para o horário de entrada. Ao chegar, o hotel automaticamente reconhecerá o hóspede e atribuirá um quarto através do telefone, eliminando a necessidade de passar pela recepção. A personalização será intensificada, desde a iluminação do quarto até as instalações no banheiro, tudo baseado em dados e preferências do hóspede. Além disso, os hotéis deverão oferecer tradução automática em seus aplicativos para atender a uma gama diversificada de viajantes.

O que os viajantes do futuro vão querer? Ou já querem? 

Os hotéis do futuro focarão em oferecer experiências únicas e não replicáveis. A geração mais jovem busca autenticidade e quer que seus hotéis reflitam o ambiente e local em que estão situados, evitando a sensação de uniformidade. Haverá um aumento na oferta de experiências de bem-estar, desde spas até a evolução dos cardápios e uso da tecnologia nos quartos. A realidade virtual e outras tecnologias permitirão que os hóspedes testem seus quartos de maneira imersiva antes da chegada, e os quartos terão automação para se adaptar a diferentes necessidades ao longo do dia.

O imperativo da sustentabilidade

A sustentabilidade será uma prioridade crescente nos hotéis do futuro. Os hóspedes buscarão garantias de que estão em locais que respeitam o meio ambiente e serão mais exigentes quanto a práticas sustentáveis. Isso abrange desde os materiais de construção até a forma como a comida é servida. Além disso, os quartos terão tecnologia avançada para monitorar e otimizar o consumo de energia, especialmente em sistemas de climatização, que são os maiores consumidores de energia em hotéis.

O talento importará na prática

O hotel do futuro será um empregador responsável, reconhecendo a importância de oferecer oportunidades diversificadas e flexíveis para seus funcionários. A nova geração de empregados desejará explorar diferentes funções dentro do hotel, desde ser concierge até gerenciar as redes sociais do estabelecimento. A chave para o sucesso será atrair e reter talentos que estejam felizes, relaxados, bem pagos e bem treinados, pois são eles que entregarão as melhores experiências aos hóspedes.

TURISMO: PARAMOS E JÁ VOLTAMOS TOTAL?

O turismo é uma das mais significativas atividades econômicas para o Brasil, mas como em outras partes do mundo, o país tem tido um longo processo de recuperação para atingir os volumes pré pandemia. Um dos principais fatores que impactam a recuperação do turismo no Brasil é a capacidade aérea limitada.

Falei mais sobre o retorno global do turismo nesse post.

A falta de oferta de assentos aéreos nacionais e internacionais é um dos grandes desafios para o turismo brasileiro. A oferta limitada de voos internacionais e o preço das viagens dentro do Brasil são fatores que podem desencorajar os turistas estrangeiros a nos visitar. Além de restringir o acesso dos próprios brasileiros as viagens dentro do seu país.

Hoje recebi uma boa notícia da ForwardKeys, empresa espanhola que monitora a oferta aérea global. Os últimos dados de capacidade aérea da empresa mostram uma melhoria acentuada tanto para a capacidade de assentos internacionais quanto domésticos no Brasil no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado. O Brasil é, atrás apenas do Chile, o destino latino-americano que mostra o maior aumento na capacidade de assentos de voos internacionais no terceiro trimestre de 2023: um surpreendente aumento de 25%. 

Por outro lado, os assentos domésticos também devem aumentar cerca de 13%. A malha aérea doméstica do terceiro trimestre de 2023 (meses de julho, agosto e setembro) segue um ritmo de expansão, com 14% mais voos do que no ano de 2022, segundo a ABEAR Associação Brasileira das Empresas Aéreas. A entidade afirma que o índice mostra uma superação total do período pré-crise.

O QUE É NECESSÁRIO?

“Para mitigar o impacto da capacidade aérea limitada na recuperação do turismo, os destinos brasileiros precisam trabalhar com as companhias aéreas e investir em estratégias para expandir a conectividade aérea. Isso pode incluir atrair novas companhias aéreas, negociar com as transportadoras existentes para mais voos e melhorar a infraestrutura aeroportuária. Além disso, campanhas de marketing direcionadas e incentivos para companhias aéreas e turistas podem ajudar a promover o Brasil como um destino desejável, apesar de quaisquer desafios iniciais com a capacidade de viagem aérea”, aconselha A. Gómez García, Chefe de Market Intelligence da ForwardKeys.

A maioria dos destinos turísticos brasileiros, junto com as empresas aéreas tem feito esse esforço recomendado por Gómez: expandir a conectividade aérea brasileira. Na nossa opinião o que ainda falta para estimular o turismo doméstico brasileiro é o esforça de marketing para que os brasileiros viajem dentro do Brasil. Não necessariamente pela via aérea. 

O caminho para a recuperação plena da indústria turística brasileira passa, inequivocamente, pela expansão da capacidade aérea e por campanhas de marketing direcionadas. No entanto, é imprescindível um esforço coordenado entre o governo e o setor privado para estimular o turismo interno, promovendo a riqueza de experiências que o Brasil tem a oferecer, independente do meio de transporte. Um esforço continuado, permanente.

O futuro do turismo no Brasil depende da implementação de estratégias efetivas que ajudem a superar esses desafios e a mostrar para o mundo, e para os brasileiros, o quanto o nosso país tem a oferecer. O potencial é imenso, e com estratégias adequadas e continuadas, será possível alcançar uma recuperação sustentável e duradoura na indústria do turismo.

Conselhão: Turismo e Sustentabilidade Juntos

Como conselheira que representa o turismo no Conselho de Desenvolvimento Social Sustentável (CDESS), tenho o prazer de compartilhar que estamos defendendo a aprovação do chamado Pacote de Transição Ecológica, também conhecido como Pacote Verde. Esta iniciativa tem como objetivo principal promover a transição para uma economia de baixo carbono, protegendo a biodiversidade e promovendo a justiça social.

Hoje fizemos a instalação da Comissão Temática de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do CDESS. Este grupo tem como principal objetivo apoiar a formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento econômico social sustentável, servindo como um espaço de diálogo entre o governo e a sociedade. E o turismo foi citado pela Ministra Marina junto nossa participação.

Vejo a sustentabilidade como um elemento crucial para a imagem do Brasil no mundo. Ao implementar políticas de sustentabilidade, o Brasil pode mostrar ao planeta que está comprometido com o desenvolvimento sustentável. Isso pode melhorar a imagem do país como um líder global no segmento e atrair investimentos e visitantes.

O turismo sustentável tem um papel fundamental na governança ambiental e na geopolítica do Brasil, especialmente na Amazônia e em outros biomas nacionais. Oferecer uma forma de gerar renda e empregos para as comunidades locais, ao mesmo tempo em que ajuda a preservar o meio ambiente e a biodiversidade. Além disso, pode ajudar a aumentar a conscientização global sobre a importância da Amazônia e a necessidade de sua proteção.

Para mim, o turismo sustentável deve fazer uso ótimo dos recursos ambientais, respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades anfitriãs e garantir operações econômicas viáveis a longo prazo, proporcionando benefícios socioeconômicos a todos os envolvidos, incluindo emprego estável e oportunidades de geração de renda para as comunidades anfitriãs. O que o viajante quer é ter experiências autênticas e inéditas, e nesse escopo o Brasil tem uma diversidade invejável.

O que é o CDESS e como atuamos

Nosso trabalho consiste no assessoramento imediato ao Presidente da República, produzindo indicações normativas, propostas políticas e acordos de procedimento. O Conselho tem um papel fundamental para a articulação das relações do Governo federal com os representantes da sociedade civil e para a construção do diálogo entre os diversos setores nele representados. Nosso envolvimento é voluntário, sem vínculos ou remuneração. Para saber mais e acompanhar veja aqui.

O Brasil Está Pronto para o Futuro do Turismo Sustentável Digital?

O turismo mundial está em um ponto de inflexão. Com a crescente digitalização e a necessidade de práticas sustentáveis, o setor está sendo desafiado a se reinventar todos os dias. A tecnologia desempenha um papel crucial nessa transformação, oferecendo soluções para melhorar a experiência do turista, aumentar a eficiência operacional e promover a sustentabilidade.

A promoção do turismo sustentável é uma área onde a tecnologia pode ter um impacto significativo. Com o uso de tecnologias como a inteligência artificial e a análise de dados, é possível monitorar e gerenciar os impactos do turismo no meio ambiente. Isso pode ajudar a preservar os recursos naturais e culturais que são a base da experiência do visitante. Poe ser também uma poderosa forma de promover uma imagem positiva do país no cenário internacional.

O Brasil, com seu rico patrimônio natural e cultural, está bem posicionado para se beneficiar dessas tendências. No entanto, para aproveitar ao máximo as oportunidades oferecidas pela tecnologia, é crucial investir, também, em infraestrutura e capacitação.

A infraestrutura tecnológica do Brasil precisa ser aprimorada para apoiar e avançar na digitalização do setor de turismo. Isso inclui investimentos em conectividade de internet de alta velocidade, sistemas de pagamento digital e tecnologias de informação e comunicação. Ao mesmo tempo, as pequenas e médias empresas precisam estar aptas a usar as novas tecnologias a favor da experiência de seus clientes em cada etapa de sua jornada de viagem.

Além disso, a capacitação é essencial para garantir que a força de trabalho esteja preparada para a era digital. Isso inclui treinamento em habilidades digitais básicas, como o uso de sistemas de gerenciamento de reservas, marketing digital e análise de dados. Inclui, ainda, a otimização de ferramentas digitais para aprimorar serviços e o relacionamento com o cliente.

A Digitalização e a Sustentabilidade como Pilares do Turismo Moderno

Investir em tecnologia e capacitação não só ajudará o Brasil a se manter competitivo no cenário global de turismo, mas também contribuirá para o desenvolvimento sustentável do setor. Ao adotar a tecnologia e promover a sustentabilidade, o Brasil pode se posicionar como um líder em turismo no século 21.

No entanto, é importante lembrar que a tecnologia é apenas uma ferramenta. Para que o turismo seja verdadeiramente sustentável e inclusivo, é necessário um compromisso com a equidade, a inclusão e a preservação do patrimônio natural e cultural. Com a combinação certa de tecnologia, capacitação e políticas sustentáveis, o Brasil tem o potencial de se tornar um exemplo para o mundo em turismo sustentável.

Leia mais sobre tecnologia e sustentabilidade aqui na TEC Mundo