Alegoria e ECONOMIA

O tamanho do carnaval brasileiro extrapola a alegria e as belas imagens da folia. Impactos econômicos para o país, advindos do turismo; e de promoção positiva do Brasil pelo mundo são o destaque.

3d illustration: Land and a group of suitcases. To take a vacation rental

O feriado de carnaval é um dos períodos do ano que mais movimenta a economia do Brasil por meio dos impactos econômicos gerados pelo turismo. Segundo estudo da CNC – esse ano de 2019 a movimentação de turistas e a ocupação dos meios de hospedagem tiveram alta. A receita das atividades turísticas cresceu 2% em relação ao ano anterior; principalmente pela alta do dólar que freou as viagens ao exterior dos brasileiros e a inflação mais baixa. O dólar aumentou 20% em relação ao mesmo período de 2018.

A receita gerada pelo turismo gerou R$ 6,78 bilhões de movimentação financeira. Somente Rio (R$ 2,1 bilhões) e São Paulo (R$ 1,9 bilhões) foram responsáveis por 62% dos recursos gerados pelo carnaval. Destaque também para Minas Gerais (R$ 615,5 milhões), Bahia (R$ 561,9 milhões), Ceará (R$ 320 milhões) e Pernambuco (R$ 217, 6 milhões). E ainda tem mais: os empregos temporários mostraram um aumento de 23,4% somente em janeiro e fevereiro em relação aos mesmos meses de 2018.

Dentre as diversas manifestações culturais do Brasil, o carnaval é, sem dúvida, aquela que mais mostra ao planeta nossas tradições, raízes, alegria e estilo de vida. Existe carnaval no mundo inteiro, mas o nosso se destaca pelo alcance nacional, diferentes ritmos, fantasias, festas de rua, desfiles de escolas de samba e a alegria característica dos brasileiros. Os turistas que vieram ao Brasil nesse período têm vivências inesquecíveis, de norte a sul as diversas formas de carnaval transformam uma viagem numa forma diferente e única de experiência.

Bom para a economia, bom para a imagem do Brasil no exterior. O carnaval pode ser melhor aproveitado pelos destinos e pelo país para destacar nossos diferenciais competitivos e nossa diversidade cultural que se manifesta pela música, fantasias, enredos e marchinhas.

TURISMO CRESCE 3,9%

POR QUE O TURISMO IMPORTA PARA O BRASIL? Essa pergunta tem mais de mil respostas, mas eu resumo em gera empregos, traz divisas, valoriza o meio ambiente natural e a cultura. Temos falado muito sobre o que o setor de viagens representa no Brasil, afirmando sua capacidade de resiliência às crises e seu crescimento acima do PIB nacional.

O Worl Travel & Tourism Council (WTTC) divulgou dados inéditos sobre os impactos do turismo no mundo e seu crescimento em 2018, mostrando alta por 8 anos consecutivos:

  • RESILIÊNCIA: 2018, o setor de viagens e turismo cresceu 3,9% enquanto a economia global 3,2%.
  • EMPREGOS: 319 milhões de empregos, 1 em cada 10
  • DOMÉSTICO: é responsável por 71,2% dos gastos em viagens

E as notícias ainda trazem ótimas perspectivas para o futuro, 1 em cada 5 novos empregos virão do turismo, com a projeção de gerar 100 milhões de novos empregos nos próximos 10 anos. Isso levará o setor a ser responsável por 421 milhões de postos de trabalho.

Menos barreiras mais turismo

A eliminação de barreiras é essencial para o crescimento do turismo no planeta. Um exemplo aqui no Brasil, a medida de fazer vistos eletrônicos já ajudou a trazer mais turistas. A emissão de vistos no Brasil aumentou 35% em 2018 em relação a 2017. Dos 229.767 vistos emitidos ano passado, 85% foram eletrônicos, segundo o Itamaraty.

Um estudo realizado pelo WTTC mostrou que a facilitação de vistos pode, de fato, aumentar o número de turistas, ampliar seus gastos e gerar mais empregos nos países do G20. Atualmente, a facilitação dos vistos de forma eletrônica já mostrou um aumento real da chegada de visitantes vindos dos EUA, Canadá, Austrália e Japão para o Brasil. O portal R7 publicou matéria com dados exclusivos da AMADEUS mostrando que em 2018, comparado com 2017, as chegadas desses países aumentaram: “o aumento das reservas em 2018, segundo dados da Destination Insight, ferramenta de Big Data Amadeus, foi de 14% nos EUA; 23% no Canadá; 30% na Austrália; e 11% no Japão, em comparação com o ano anterior”.

Mas por que uma medida tão simples ( e moderna ) pode facilitar tanto a chegada de estrangeiros? Muitos motivos podem ser enumerados: nos EUA as pessoas precisavam mandar seus passaportes pelo correio para fazer o visto; a demora e incerteza do prazo para receber o visto pode fazer as pessoas desistirem das viagens ou até trocar o destino de sua viagem; pessoas que viajam a negócios têm decisão de viagem de última hora e não podem entregar seu passaporte e esperar pelo retorno com o visto.

Na verdade, a grande competitividade dos destinos pelo mundo, faz com que tudo que possa facilitar as viagens seja uma vantagem. Ora, se os viajantes fazem tudo on-line como reservas, pesquisas, compra de passeios ou reservas de restaurantes e atrações; se todo o processo de experiência da viagem está cada vez mais instantâneo, fácil e rápido; como pode ser tão complicado emitir uma autorização com uso de tecnologias ? E a isenção do visto? Nem falamos sobre isso, mas certamente deve ser estudado e adotado com países em que não existem risco nas viagens e o controle não precisa ser tão detalhado.

Viagens dentro da América latina devem crescer em 2019

Viagens dentro da América Latina devem crescer em 2019 segundo relatório do IPK International para a ITB Berlim.

Foto Hector Martinez

O relatório mostra o crescimento mundial do turismo em 6% em 2018 e diz que 2019 também será um ano positivo para o turismo. Especialmente dentro da América Latina que cresceu 13% em 2018, com tendência de continuar em 2019. Ainda em 2018, a motivação de viagens que mais cresceu foi de lazer para as cidades. Aliás, o turismo de cidades (city trips) vem aparecendo em vários estudos como uma motivação em crescimento; busca por entretenimento, gastronomia, cultura e um ambiente urbano atrativo (Nova York é a cidade mais visitada no mundo). Millennials são grandes consumidores de viagens à cidades depois das viagens de sol e praia.

Em 2018, na América Latina, as viagens para férias cresceram 10%; as de negócios em torno de 9% e a visita a amigos e parentes 3%. Destacam-se o Chile com +8% de visitantes e o México com +2% de turistas estrangeiros.

O relatório do IPK também mostra as perspectivas de crescimento de alguns segmentos de turismo que devemos observar em 2019. São eles:

  • turismo de cidades
  • cruzeiros
  • turismo halal ( de muçulmanos)
  • millennials (nascidos entre 1980 e 2000)

Os dados mostram um cenário positivo para nosso continente, e destacam as viagens intra-regionais. Mais um motivo para que os empresários de turismo sigam investindo na atração de sul-americanos para o Brasil, entendendo mais seu perfil, seus desejos de viagens e as motivações e destinos que mais atraem esse grupo bastante heterogênio. O investimento na imagem do Brasil pelo mundo e as ações de comunicação e marketing com os mercados se tornam fatores decisivos para o aumento de nosso fluxo de estrangeiros. Vamos aproveitar a oferta de assentos em voos internacionais ao Brasil, que em janeiro de 2019 está na ordem de 1.392.000; com 46% dessa oferta oriunda da América Latina.

Vamos continuar a explorar o tema mais à frente.

De onde vêm e pra onde vão os estrangeiros no brasil?

Foto: Rawpixel Unspalsh

Hoje a Booking.com divulgou uma pesquisa sobre reservas de estrangeiros no Brasil. Vamos mostrar de onde vêm e quais as cidades recebem esses turistas. Essas informações servem pra que? Vai abaixo nossa análise.

Em 2018 o Brasil recebeu estrangeiros dos seguintes países, nesta ordem, segundo o estudo da Booking.com: Argentina, Chile, França, EUA, Alemanha, Uruguai, Reino Unido, Itália e Espanha. Eles se hospedaram em hotéis, pousadas, apartamentos e hostels. Os dados do Ministério do Turismo, de 2017, também apontam os principais países emissores de turistas ao nosso país na seguinte ordem: Argentina, Estados Unidos, Chile, Paraguai, Uruguai, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Portugal.

O estudo da Booking.com também mostra as cidades brasileiras que mais foram visitadas pelos estrangeiros:

  1. Rio de Janeiro
  2. São Paulo
  3. Foz do Iguaçu
  4. Florianópolis
  5. Salvador
  6. Búzios
  7. Guarulhos
  8. Fortaleza
  9. Abraão
  10. Porto Alegre

Essas informações são importantes, mas só são úteis se as cidades e estados brasileiros, assim como as empresas que trabalham no turismo estiverem fazendo uso dos dados para fazer mais negócios e atrair mais visitantes ao destino. Atualmente, grande parte dos destinos no mundo trabalha com antecipação de demanda, ou seja, monitoram através de big data como estão as reservas para suas cidades com até 1 ano de antecedência. No Brasil, os dados oficiais, além de insuficientes, também são desatualizados, enquanto o mundo trabalha com o futuro, nós nem conseguimos olhar para trás e saber o que se passou.

Muitas empresas globais trabalham com dados e fazem estudos profundos sobre o turismo, e também apresentam resultados de pesquisas sobre o comportamento dos brasileiros e de muitas nacionalidades durante as viagens. Já falamos nisso por aqui. Digo isso porque considero urgente o avanço do turismo nacional rumo a uma maior profissionalização, debate, estudos e experiências que nos ajudem a entender o que se passa com a vinda de estrangeiros ao Brasil; e ir além, conhecer seus hábitos, sentimentos, expectativas. Trabalhar com dados subjetivos e qualitativos que sirvam de instrumento para uma promoção eficaz do Brasil no exterior.

Veja aqui algumas informações sobre o comportamento do consumidor de turismo: crescimento do turismo de experiência: 3 top trends para 2019, 3 tendências dos viajantes latino-americanos.

Um destino à partir de um hub aéreo

O WTTC – World Travel & Tourism Council publicou um relatório sobre a importância da aviação para o sucesso de um destino turístico.

O turismo, nos últimos sete anos, vem crescendo acima da economia global. Países e destinos que buscam desenvolver suas economias e criar empregos vêem o turismo como uma das principais fontes para seu crescimento. O turismo é responsável por 10,4% do PIB mundial, e no Brasil por 7,9% (Fonte: WTTC).

Então quais os fatores fazem um hub de aviação um fator-chave para o sucesso da indústria de viagens e lazer? Estamos aqui falando de hubs que permitem a permanência no destino, ou daqueles que conseguiram transformar rotas de conexão em permanência na cidade.
Os destinos que tiveram maior sucesso em fazer essa transição se beneficiaram de uma combinação de:
• Uma companhia aérea nacional forte que seja financeiramente estável e tenha forte credibilidade;
• Recursos turísticos diferenciais no destino, com um receptivo robusto;
• Excelente conectividade de companhias aéreas, infra-estrutura suficiente e
marcos regulatórios desenvolvidos por meio de parcerias;
• Integração vertical ou central e visão de longo prazo da aviação e
do destino.

“O potencial para estender o turismo para além de um hub de aeroporto requer uma estratégia de destino coordenada, reunindo não apenas os parceiros naturais da companhia aérea e do aeroporto, mas também os atores mais amplos da indústria de viagens e turismo”, diz o relatório.
A forte conectividade das companhias aéreas nacionais, com saúde financeira e boa reputação; um marco regulatório favorável à aviação (veja as demandas da ABEAR); a facilitação de vistos e a prestação de todos os tipos de serviços são essenciais para a competitividade do destino.
É fundamental ter algo além do hub, possibilitando uma experiência positiva às pessoas, desde atrações turísticas até uma infraestrutura adequada.

Planos de marketing conjuntos e pacotes turísticos para oferecer em escalas podem ser atrativos para atender a um mercado de viajantes que procuram novos destinos para experimentar. Ou seja, na minha opinião voltamos a pontos importantes sempre em debate: a parceria entre o setor público e privado; uma atuação conjunta no mercado; a elaboração de planos de marketing de longo prazo, aonde os objetivos e metas são claros e compartilhados; a qualidade e o diferencial dos destinos; e a solidez da experiência do turista, que busca algo novo e atrativo.

A ABEAR traz aqui um panorama do impacto da aviação nos estados brasileiros em 2016.

Imagine um mundo sem viagens

Esse foi o tema de uma campanha feita pelo Airbnb em 2018 que pode ser considerada ousada e ao mesmo tempo simples. A empresa foi ágil ao responder ao travel ban de Donald Trump. O material, que pode ser visto aqui, mostra imagens de como seria o cenário de vida das pessoas sem as viagens.

Com o lema “to limit travel is to turn back progress” (limitar as viagens é virar as costas ao progresso), o material chama a atenção ao fato geo-político, mas ao mesmo tempo reforça sua presença de marca e se posiciona firmemente a favor do livre viajar das pessoas. Dizem eles: imagine um mundo sem viagens aonde as pessoas constroem muros e ninguém sai de casa”. Parece assustador, mas pode ser uma opção de alguns países com políticas restritivas e xenófobas.

Já imaginou proibir as pessoas de viajarem? Isso fere frontalmente a liberdade dos povos, da amizade e da pluralidade de culturas e do valor à paz. Muitas vezes pensamos em nossos negócios na área de turismo sem sequer imaginar que eles podem acabar ou serem prejudicados por atos de guerra política. A luta pelo fim dos vistos ou de taxações pode parecer pequena diante de um cenário que não é impossível. A ousadia do Airbnb combina com sua inovação e marca seu posicionamento. Campanhas de turismo não são mais paisagens e pessoas em cenários maravilhosos, são posições firmes que definem as marcas e reforçam seu posicionamento. Você teria coragem de fazer algo assim em sua empresa ?

O que vai contar na escolha de destinos em 2019

Mais uma vez volto a comentar sobre as tendências no setor de viagens em nossa conversa aqui blog. Baseada em estudo do Expedia, trago alguns temas e ferramentas que não podem faltar a um destino ou mesmo empresa em seu trabalho de promoção e vendas. Precisamos pensar em cada minuto da permanência do visitante em nossa cidade e o que fará a experiência dele inesquecível.

  1. Gastronomia: é um dos principais pilares da experiência turística que deverá crescer em 2019 e ganha cada vez mais peso na escolha de um destino. Mas a experiência vai além de saborear uma ótima comida num restaurante ou experimentar um vinho; vale entender o processo como a comida é feita, de onde ela vem, fazer colheita de uva ou ainda ir ao mercado local com um chefe de cozinha. Uma das melhores práticas de experiência aonde se encontram exemplos interessantes é no Experiences do Airbnb. Quais as experiências autênticas nossos destinos oferecem ?
  2. Viver como locais: não é somente a autenticidade da cultura ou a natureza exuberante que vai contar; é importante para o visitante viver como um local quando “está” turista. Tanto pessoas que vivem nos destinos oferecem opções diversas de serviços como, também, várias empresas globais oferecem formas mais detalhadas de planejar e escolher antecipadamente o que fazer no destino. Temos disponível conteúdo suficiente para o planejamento antecipado de uma viagem a nosso destino ou só oferecemos hospedagem, um tour e traslado ?
  3. Negócios + lazer: cresce de forma rápida a extensão das viagens de negócios. Viajantes a trabalho buscam ampliar de 2 a 3 dias de permanência em busca de atrações culturais, vida urbana agitada e várias atividades de lazer. Estamos fazendo algo em nosso destino ou serviço com os viajantes a negócios para oferecer mais dias e experiências de lazer que valem à pena ?
  4. As tecnologias irão abrir ainda mais portas aos turistas: os smartphones trazem cada vez mais informações, conteúdo, opções e indicações sobre lugares, restaurantes, museus, pontos de apoio de serviços (como locação de bicicletas) e uma infinidade de formas de trazer na palma da mão todas as opções de como aproveitar melhor um lugar e vender serviços. A antecipação do perfil de clientes é uma tendência que já se tornou realidade como falamos aqui. Como nossos serviços no destino estão sendo oferecidos aos turistas de forma acessível e com tecnologias avançadas ?

menos para as mídias sociais na busca de informações em viagens?

Uma surpresa a ser mais explorada a afirmação do IPK essa semana sobre a menor relevância das mídias sociais na escolha de destinos turísticos. Além de ser uma opção de menor escolha para os pesquisadores de viagens, também mostra que ainda permanece relevante a pesquisa em sites de operadores.

Há 10 anos, em todo o mundo, 46% das pessoas recorriam à internet como fonte de informação na decisão e organização de sua viagem. Sabe quanto é hoje? 82%, quase unanimidade. Mas que internet? Aonde? Muito se fala sobre o papel do marketing digital, ótimo, e das mídias sociais como grandes impulsionadores das buscas para viagens. Será que isso não é bem assim?

O informe do World Travel Monitor 2018, feito pelo IPK, diz alguns meios tradicionais e os intermediárias ainda são relevantes. Em pesquisa realizada em cerca de 90% dos mercados emissores pelo mundo, foram identificados os locais na internet em que as pessoas mais fazem buscas de informações para viagens, e os sites ganham. Os mais usados, em múltiplas escolhas, são de hospedagem (45%); destinos (37%); cias aéreas (32%); reservas on-line como Booking e Expedia (26%); opiniões como TripAdvisor (20%), operadores de turismo (19%) e redes sociais (19%).

Ok, mas quais são essas mídias sociais? Importante saber para ver aonde vamos apostar nosso conteúdo e nosso dinheiro: blogs de viagens, fóruns de viagens e redes sociais como Facebook e Instagram. Também o relatório aponta quais seriam os outros lugares, além da internet, que as pessoas buscam informações, e permanecem fontes que conhecemos há tempo: 33% nas agências de viagens; 27% com amigos e parentes; 13% em guias de viagens e 8% na imprensa, TV e rádio.

Opa! Ainda precisamos então levar em consideração duas coisas que parecem ainda ser relevantes em nossa indústria quando se trata de conteúdo, de informação, de subsídios para vendas e promoção de destinos. Primeiro são os intermediários, operadores e agentes de viagens continuam como meios importantes na informação, e claro, na venda; o segundo são as pessoas, guias de turismo e a tradicional mídia (com menos importância do que as demais fontes). Quais os canais usados por sua empresa? Você concorda que o marketing é on-line, mas também off-line no que diria Kotler para o marketing 4.0?

Escritórios de turismo: ser ou não ser?

Foto: Unsplash

Não foi somente o Brasil que fechou seus escritórios de promoção no exterior, essa semana o mesmo ocorreu com o México.

A justificativa pelo fechamento de 21 escritórios de promoção turística em diversos países e, também, o fechamento do Conselho de Promoção Turística do México – CPTM, é de que o novo governo precisa cortar gastos. À partir de agora, a promoção do México no exterior será feita pela Secretaria Nacional de Relações Exteriores com o apoio das Embaixadas.

O funcionamento do CPTM e a promoção do México eram realizados com a arrecadação de um Fundo de Imigração e parte era destinado à promoção do país. Para se ter uma ideia, em 2018 foram investidos 100 milhões de pesos na promoção doméstica e internacional. Esses valores arrecadados agora seguem para outras áreas do governo. Decisões políticas à parte, na verdade o país perde uma fonte de financiamento de sua promoção, além, é claro, do contato direto do país nos mercados emissores.

Esse fato, aliado ao que fechou os escritórios de turismo do Brasil e de outros países pelo mundo afora nos traz uma reflexão geral importante. Os escritórios são braços avançados de promoção internacional em mercados emissores, fazem com que a presença no exterior seja constante, e ao mesmo tempo, mostram a “cara” do turismo para o mercado. Isso compromete os governos e exige ações de promoção que tragam resultados. Por outro lado, com todas as mudanças que a indústria de viagens e turismo vem passando, qual deveria ser o papel inovador desses escritórios? Falar também com o consumidor final ? Mas isso fazemos com outros meios. E como ficaria então a confiança do mercado emissor no turismo do país que se promove?

Complexo né? Venho sempre estudando as ações de promoção dos países pelo mundo, e vejo que muitas não dependem de escritórios, por outro lado, vejo que a presença de profissionais de forma constante nos países traz outra dimensão ao seu compromisso com o emissor. Alguns países trocam seus escritórios próprios por representações, temos várias no Brasil, pode ser uma opção. Ainda assim é preciso conhecer o mercado e mais, ter recursos para fazer ações inovadoras e marcar presença de forma efetiva e constante.

O que você pensa? Quais as alternativas para a presença dos países nos mercados internacionais além da promoção digital e da participação em feiras e eventos de promoção? Será que é preciso inovação na forma como os destinos se conectam com o mercado e com o consumidor final ? Ou a não existência de escritórios ou representações compromete a presença do país e os resultados da atração de visitantes estrangeiros ?