De onde vêm e pra onde vão os estrangeiros no brasil?

Foto: Rawpixel Unspalsh

Hoje a Booking.com divulgou uma pesquisa sobre reservas de estrangeiros no Brasil. Vamos mostrar de onde vêm e quais as cidades recebem esses turistas. Essas informações servem pra que? Vai abaixo nossa análise.

Em 2018 o Brasil recebeu estrangeiros dos seguintes países, nesta ordem, segundo o estudo da Booking.com: Argentina, Chile, França, EUA, Alemanha, Uruguai, Reino Unido, Itália e Espanha. Eles se hospedaram em hotéis, pousadas, apartamentos e hostels. Os dados do Ministério do Turismo, de 2017, também apontam os principais países emissores de turistas ao nosso país na seguinte ordem: Argentina, Estados Unidos, Chile, Paraguai, Uruguai, França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Portugal.

O estudo da Booking.com também mostra as cidades brasileiras que mais foram visitadas pelos estrangeiros:

  1. Rio de Janeiro
  2. São Paulo
  3. Foz do Iguaçu
  4. Florianópolis
  5. Salvador
  6. Búzios
  7. Guarulhos
  8. Fortaleza
  9. Abraão
  10. Porto Alegre

Essas informações são importantes, mas só são úteis se as cidades e estados brasileiros, assim como as empresas que trabalham no turismo estiverem fazendo uso dos dados para fazer mais negócios e atrair mais visitantes ao destino. Atualmente, grande parte dos destinos no mundo trabalha com antecipação de demanda, ou seja, monitoram através de big data como estão as reservas para suas cidades com até 1 ano de antecedência. No Brasil, os dados oficiais, além de insuficientes, também são desatualizados, enquanto o mundo trabalha com o futuro, nós nem conseguimos olhar para trás e saber o que se passou.

Muitas empresas globais trabalham com dados e fazem estudos profundos sobre o turismo, e também apresentam resultados de pesquisas sobre o comportamento dos brasileiros e de muitas nacionalidades durante as viagens. Já falamos nisso por aqui. Digo isso porque considero urgente o avanço do turismo nacional rumo a uma maior profissionalização, debate, estudos e experiências que nos ajudem a entender o que se passa com a vinda de estrangeiros ao Brasil; e ir além, conhecer seus hábitos, sentimentos, expectativas. Trabalhar com dados subjetivos e qualitativos que sirvam de instrumento para uma promoção eficaz do Brasil no exterior.

Veja aqui algumas informações sobre o comportamento do consumidor de turismo: crescimento do turismo de experiência: 3 top trends para 2019, 3 tendências dos viajantes latino-americanos.

menos para as mídias sociais na busca de informações em viagens?

Uma surpresa a ser mais explorada a afirmação do IPK essa semana sobre a menor relevância das mídias sociais na escolha de destinos turísticos. Além de ser uma opção de menor escolha para os pesquisadores de viagens, também mostra que ainda permanece relevante a pesquisa em sites de operadores.

Há 10 anos, em todo o mundo, 46% das pessoas recorriam à internet como fonte de informação na decisão e organização de sua viagem. Sabe quanto é hoje? 82%, quase unanimidade. Mas que internet? Aonde? Muito se fala sobre o papel do marketing digital, ótimo, e das mídias sociais como grandes impulsionadores das buscas para viagens. Será que isso não é bem assim?

O informe do World Travel Monitor 2018, feito pelo IPK, diz alguns meios tradicionais e os intermediárias ainda são relevantes. Em pesquisa realizada em cerca de 90% dos mercados emissores pelo mundo, foram identificados os locais na internet em que as pessoas mais fazem buscas de informações para viagens, e os sites ganham. Os mais usados, em múltiplas escolhas, são de hospedagem (45%); destinos (37%); cias aéreas (32%); reservas on-line como Booking e Expedia (26%); opiniões como TripAdvisor (20%), operadores de turismo (19%) e redes sociais (19%).

Ok, mas quais são essas mídias sociais? Importante saber para ver aonde vamos apostar nosso conteúdo e nosso dinheiro: blogs de viagens, fóruns de viagens e redes sociais como Facebook e Instagram. Também o relatório aponta quais seriam os outros lugares, além da internet, que as pessoas buscam informações, e permanecem fontes que conhecemos há tempo: 33% nas agências de viagens; 27% com amigos e parentes; 13% em guias de viagens e 8% na imprensa, TV e rádio.

Opa! Ainda precisamos então levar em consideração duas coisas que parecem ainda ser relevantes em nossa indústria quando se trata de conteúdo, de informação, de subsídios para vendas e promoção de destinos. Primeiro são os intermediários, operadores e agentes de viagens continuam como meios importantes na informação, e claro, na venda; o segundo são as pessoas, guias de turismo e a tradicional mídia (com menos importância do que as demais fontes). Quais os canais usados por sua empresa? Você concorda que o marketing é on-line, mas também off-line no que diria Kotler para o marketing 4.0?

Os brasileiros pretendem gastar mais no verão?

Segundo uma pesquisa realizada pelo Booking.com 34% dos brasileiros pretendem gastar mais nas férias de verão. Uma porcentagem considerável, uma vez que a mesma pesquisa aponta que 60% dos brasileiros acreditam que a crise econômica vai afetar a viagem de alguma maneira.

O aumento dos gastos não deixa de ser um reflexo da predileção de boa parte dos brasileiros por essa época do ano. E, considerando que a maioria dessas viagens será realizada dentro do território nacional, a região mais beneficiada com esses gastos deverá ser a região Nordeste, que detém 60% da preferência dos viajantes como destino. Esses dados também mostram que, optando pelos destinos nacionais, os brasileiros aumentaram a possibilidade de gastos. A não necessidade de conversão da moeda, e uma provável consequente desvalorização, pode permitir mais dias de viagem e mais poder de compra.

Mas para além dos 34% citados, há um número expressivo de turistas que pretende manter o percentual de gastos ou, ainda, diminuí-los. No caso deles, existem algumas alternativas para economizar. Uma das possibilidades é a realização de viagens mais curtas. Hospedagens mais baratas também pode ser outra opção. Assim como, para os que vão viajar de avião, ficar atentos às promoções de passagens aéreas.

Tripadvisor you can book

Tripadvisor 2Novidade que os usuários do TripAdvisor receberam hoje: reserva de hotéis pelo aplicativo ou pelo website. Fui testar e achei muito fácil, rápido e interativo, você busca por local, tudo geo-referenciado, e aparecem os melhores hotéis na avaliação dos usuários do TripAdvisor.

Parecido inicialmente com o Trivago, porém mais fácil de usar. Gostei da facilidade em localizar no mapa da cidade os hotéis (parecido com o booking), e as parcerias são feitas com os sites dos hotéis, mas também com o Booking, com o Hotéis.com, Expedia  e outros, ou DIRETO pelo TripAdvisor. São cerca de 200 sites que trazem 320 milhões de melhores avaliações e preços. Também existe a opção de patrocínio, indicada no alto da página ao lado do hotel que usou esse recurso.

Gostei muito da facilidade em avaliar os preços, aparecerem de forma clara, quem vende, as diferenças e os links para acessar e reservar.

Atenção! O estudo The Global Economic Contribution of TripAdvisor Report, feito pela Oxford Economics para o próprio TripAdvisor, revelou que a empresa gerou 22 milhões de viagens e 352 milhões de pernoites durante o ano, além de US$64 bilhões em gastos.