Bem-vindo à Miami

Não raro, quando destinos são acometidos por circunstâncias imprevisíveis e das quais não se pode ter controle, o Turismo possui o desafio de se reerguer atravessando algumas consequências. Conforme acompanhamos, Miami foi recentemente visitada pela força do furacão Irma, que abalou edificações, derrubou árvores e guindastes e inundou ruas da cidade.

A indústria de Turismo local foi uma das primeiras a se movimentar a fim de manter a comunidade em andamento: após o restabelecimento da ordem e em busca de uma rápida recuperação, Miami e suas praias já estão abertas para negócios de Turismo e dão as boas vindas aos visitantes.

O setor é uma das principais indústrias da cidade, que recebe visitantes nacionais e estrangeiros em todas as épocas do ano.

Para incentivar os visitantes a visitarem Miami, o Greater Miami Convention & Visitors Bureau (GMCVB) lançou uma nova campanha, a #MiamiNow que conta com uma variedade de pacotes promocionais para atrair turistas ao destino. A promoção apresenta uma série de ofertas em que os visitantes se beneficiam de descontos em acomodações, restaurantes, spas, museus atrações e compras.

O principal objetivo do incentivo é dar suporte aos diversos componentes e empresas da indústria do Turismo local e trabalhar na manutenção dos empregos ligados ao setor. De modo que, praticamente, toda a cadeia envolvida na indústria tem se empenhado a atrair visitantes e minimizar ao máximo os efeitos do furacão Irma no Turismo de Miami.

Não é de hoje que afirmamos que o Turismo é uma força em prol de desenvolvimento. O setor tem, cada vez mais, se mostrado um apoio econômico-social indispensável nos destinos que o priorizam. Seguimos acompanhando.

O efeito “Trump slump”


Enquanto mais pessoas estão viajando no mundo todo (de acordo com a UNWTO), cada vez menos turistas estão escolhendo os Estados Unidos como destino. É o que informam os dados da U.S. Travel Association (Associação de Viagens dos EUA): as chegadas de turistas internacionais caíram abruptamente na terra do Tio Sam desde o começo de 2017.

No primeiro trimestre desse ano, a associação informou o número de 7,3 milhões de chegadas de visitantes internacionais (excluindo Canadá e México), ou seja, uma queda de 7,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O decréscimo foi notado em quatro dos primeiros sete meses do ano, mas foi mais percebido nos meses de fevereiro e março, que apresentaram queda de 6,8% e 8,2%, respectivamente.

A queda de desembarques internacionais nos EUA alimenta o receio de que a política vigente esteja afastando os turistas, sendo um dos efeitos “Trump slump”. Principalmente porque as quedas foram mais observadas nos meses seguidos à posse do presidente norte-americano.

A queda mais acentuada veio dos turistas do Oriente Médio; a já esperada diminuição é resultado da chamada “proibição muçulmana”, norma da administração Trump que afeta viajantes do Iraque, Irã, Síria, Iêmen, Sudão, Líbia e Somália e entrou em vigor ainda em janeiro, logo após Trump assumir a presidência.

Os países do Oriente Médio estão longe de ser os principais emissores de turistas para os EUA, mas ainda assim, prevê-se que o país americano irá perder, até o final do ano, a receita de mais de $350 milhões de dólares de turistas de países muçulmanos.

Ainda, as visitas aos EUA dos viajantes mexicanos  (cujo país de origem é o principal alvo do sistema anti-imigratório da atual Casa Branca) diminuíram também este ano, apresentando queda de 7% no primeiro semestre.

Além disso, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) também acredita (declaradamente!) que as políticas do presidente estão tendo um efeito resfriador no turismo vinculado aos EUA,  não apenas por parte dos países afetados pela proibição muçulmana, mas também de outras partes do mundo.

De acordo com UNWTO, foi registrado no Barômetro do Turismo de 2017 uma alta de 4% no número total de desembarques internacionais nos Estados Unidos. Mesmo assim, as organizações do Turismo americano preveem uma leve queda no fechamento deste ano.

Força do dólar

Em contrapartida, subjacente ao declínio no turismo vinculado aos EUA, tem sido o dólar forte, o que torna os EUA mais caro para os estrangeiros visitarem. A queda dos visitantes nos EUA pode ser produto da combinação do reflexo da política Trump com a força da moeda americana.

Brasileiros nos EUA

Em 2016, os Estados Unidos receberam 1,69 milhão de turistas brasileiros. O número é o menor desde 2011 e 24% abaixo do que o registrado em 2016, mas ainda assim expressa 2,2% do total de turistas no país durante o ano passado.

Para 2017, a previsão é de que esse número caia ainda mais: a Associação de Viagens dos EUA prevê uma queda de 23% na chegada de visitantes brasileiros. Entretanto, como não é tão difícil observar, é provável que esta queda seja consequência não da política Trump, mas resultado de nossas próprias políticas.

Seguimos acompanhando.