Agosto sem desgosto (vídeo)

img_7154Agosto, o mês em que passaram por aqui os Jogos Olímpicos 2016 e em que o dólar teve queda, deu uma movimentada no nosso ano no quesito economia. É o que mostra os dados da receita e despesa cambial turística, divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira.

De acordo com o resultado da receita, turistas estrangeiros gastaram a US$602 milhões no Brasil, um crescimento de 38,14% quando comparado ao mês de agosto do ano anterior (ou seja, US$ 166 milhões a mais). No acumulado do ano, para a receita, há um percentual de aumento de 9,78% em relação ao mesmo período de 2015; totalizando o valor de US$ 4,33 bilhões.

A despesa cambial, por sua vez, teve aumento de 2,3% em relação a agosto do ano passado, indo de US$1,26 bilhão para US$1,29 bilhão. Foi a primeira vez, em um ano e meio, que as despesas dos brasileiros no exterior tiveram alta em comparação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, porém, a variação é negativa em -28,62%, em relação ao mesmo período (de janeiro a agosto) de 2015.

Os dados de agosto conferem um breve suspiro aliviado para a indústria do turismo, que vem agonizando neste ano de 2016. A expectativa é que os números de setembro também tragam algum consolo, ainda que em menores proporções, graças à taxa de câmbio e à Paralimpíada Rio 2016. Longe de ser uma cura e considerando que a situação ainda é de crise, ainda há que se reconhecer que o quadro é crítico, o que não podemos é desistir de buscar soluções para o setor.

Assista vídeo com a análise aqui: RECEITA E DESPESA agosto 2016

Gastos aqui e lá fora

Os dados divulgados pelo Banco Central sobre receitas e despesas do turismo no Brasil mostram comportamentos diferentes na série histórica por causa da realização da Copa do Mundo FIFA.
Os gastos dos brasileiros no exterior foram negativos no primeiro trimestre do ano, mas com forte recuperação no mês de abril (+11%). A média anual de janeiro a maio está praticamente zero (+0.8%).
Os gastos dos estrangeiros no Brasil também são bastante negativos no período de janeiro a abril, com uma pequena recuperação em maio (+1,81%). Mas o BC indicou grande crescimento em junho na prévia apresentada, mas a média no ano ainda está negativa (-6%).
As perspectivas são de aumento ainda dos gastos dos estrangeiros no Brasil nos meses de junho e julho, efeito direto da Copa. Provavelmente o inverso será verdadeiro, ou seja, nesses meses o gasto dos brasileiros no exterior deve cair. O ponto de atenção será o segundo semestre, até agora sem indicações de que o efeito Copa irá se prolongar.
Os brasileiros já mostram sinais de que irão viajar bastante após a Copa, segundo estudo da FowardKeys/ Pires&Associados.