Se você é também um viajante costumeiro, provavelmente já usufruiu (ou pelo menos cogitou a possibilidade) dos serviços de locação de plataformas especializadas em intermediar acomodações cuja máxima é “there’s no place like home”. Se você trabalha com turismo também já se questionou os impactos da atividade no setor de hospedagens. O ramo tem crescido a cada ano e possui o Airbnb como pioneiro e principal site nas buscas de quem procura acomodação fora do circuito tradicional.
A verdade é que não está tão “fora” assim. Apesar de estar à margem das regulações do mercado hoteleiro em alguns países como o Brasil, ele possui efeito sobre este mercado e, mais, sobre a indústria de turismo. Para se ter uma ideia, a start up foi responsável pela hospedagem de 85 mil pessoas no Rio de Janeiro durante os Jogos Olímpicos, faturando aproximadamente R$ 100 milhões.
O sucesso do compartilhamento de acomodações para turistas se deve à precedente modificação nos hábitos do consumidor, isso acontece em diversas áreas de nossa indústria. Com a ideia de alugar espaços disponíveis em propriedades privadas para que o turista tenha uma experiência mais próxima da vida cotidiana na cidade em que está, a procura por este tipo de serviço é resultado de uma mudança de interesses dos turistas, que priorizam experiências, acomodações personalizadas e ambientes exclusivos.
Apesar de alguns defenderem que o serviço oferece uma ameaça, é mais sensato sinalizá-lo como um meio complementar de hospedagem e como um condutor de mudanças no setor, ao chamar atenção para os novos hábitos de viajantes, que já dava indícios através da busca pela originalidade. É imprescindível lembrar que o Airbnb e outros sites atendem a um grupo que busca atendimento em itens específicos da viagem. Há diversos elementos que se diferenciam dos serviços de hotéis e pousadas, como o nível de comodidade e a facilidade de informações, por exemplo. A velha casa de amigos e parentes ganha uma nova roupagem e um novo jeito de experimentar os lugares como um local.
A plataforma e os serviços oferecidos atendem a milhares de consumidores que não só existem, mas sabem exatamente o que querem. Devemos aprender com eles, entendendo que, nem de longe, o setor de turismo é um mercado estático. Ainda bem.