Brasileiros voando mais

A intenção do brasileiro em viajar de avião aumentou 3 pontos percentuais de acordo com a última pesquisa de Sondagem do Consumidor  – Intenção de Viagem, do Mtur, divulgada ontem. O resultado mais recente, de julho, informa que, dos brasileiros que pretendem viajar num horizonte de 6 meses, 62% pretende ir de avião, intenção maior do que a observada em junho deste ano (que foi de 57%).

Já a intenção de viajar de automóvel e de ônibus caiu 2 pontos percentuais cada uma em julho, se compararmos a junho deste ano.

A preferência pelo o transporte aéreo também é uma das maiores do ano, que chegou a ter 50% das intenções no início de 2017. Paulatinamente, os brasileiros têm mostrado mais confiança econômica para realizar viagens, o que tem movimentado o ramo da aviação. Entretanto, o momento ainda é de incertezas por aqui.

Mas, por enquanto, está dando pra ser otimista: de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEAR), em julho deste ano houve um crescimento de 3,83% na busca por voos domésticos e de 4,43% no volume de passageiros transportados, somando 8,6 milhões viagens realizadas. Esse percentual obtido quando comparado o mês de julho de 2017 a julho do ano passado.

Ainda segundo a ABEAR, além da procura, a oferta de transporte oferecida por companhias como Avianca, Gol, Latam e Azul teve um aumento de 4,59% em relação a julho do ano passado.

Atualmente, o governo possui a meta de chegar a 100 milhões de brasileiros viajando em 2022. Nos dias de hoje, esse número é de 60 milhões. A que velocidade precisamos andar para conseguir os 100 milhões? Será que, em menos de 5 anos, conseguiremos o feito, dado o momento político e econômico que (ainda) temos atravessado?

Enquanto não temos respostas, seguimos fazendo o turismo da melhor forma que sabemos e acompanhando de perto todos percalços e estímulos do setor.

Gastos no exterior sobem 34% em maio

De acordo com dados do Banco Central, os brasileiros gastaram em viagens no exterior US$ 1,50 bilhão no mês de maio, 34,5% a mais do que no mesmo período em 2016. Esse é também o maior valor para o mês de maio desde o ano de 2014. Para o acumulado do ano, os gastos de brasileiros lá fora somaram US$ 7,30 bilhões, o que corresponde a um percentual de 41% superior ao mesmo período em 2016 (quando a soma da despesa cambial foi de US$ 5,16 bi).

A tendência para os próximos seis meses é de que esses gastos continuem em alta. Segundo mais recente pesquisa de Sondagem do Consumidor e Intenção de Viagem do MTur, realizada em maio deste ano, entre os brasileiros que desejam viajar nos próximos 6 meses, 23% desejam visitar destinos internacionais, o que equivale a quatro pontos percentuais a mais do que o observado em pesquisa de maio de 2016.   

Já os turistas estrangeiros seguem na contramão com queda de 3,4% no mês de maio, menor que a receita cambial do mesmo período no ano passado. A queda também aparece para o acumulado do ano, de janeiro a maio de 2017, a receita cambial foi de US$ 2,68 bilhões, 2,6% menor do que o mesmo período em 2016 (quando a receita foi de US$ 2,75 bilhões).

Dólar

O aumento dos gastos dos turistas brasileiros no exterior em maio se deve ao valor do dólar durante este período, que estava em torno de R$ 3,25. A variação cambial também traz efeitos no comparativo do ano, já que no mesmo mês do ano passado, por sua vez, o dólar oscilava ao redor de R$ 3,70. 

Viagens domésticas

Também no mês de maio, a demanda por voos domésticos cresceu pelo terceiro mês consecutivo, ao registrar aumento de 2,55% em relação ao mesmo período em 2016, dados da ABEAR. Do mesmo modo, a oferta de assentos nos aviões registrou crescimento, ficando 3,24% superior quando comparada a maio do ano passado. Caminhando juntamente com a demanda, está a intenção dos viajantes: dos 21,5% que planejam viajar nos próximos 6 meses, 58% pretende ir de avião, de acordo com o MTur. No total do mês de maio, foram transportados 7,1 milhões de passageiros, aumento de 4,12% em relação a maio do  ano passado.

Dólar e vontade de viajar caminhando juntos

De acordo com dados do Banco Central, os brasileiros gastaram no exterior, nesse último mês de abril US$1,32 bilhão. O valor é 23% superior ao registrado no mesmo mês do ano passado.

O aumento dos gastos dos turistas brasileiros no exterior em abril se deve ao valor do dólar durante este período, que estava em torno de R$ 3,17. No mesmo mês do ano passado, por sua vez, o dólar oscilava ao redor de R$ 3,60.

Caminhando junto ao câmbio do dólar está a intenção de viagem dos brasileiros ao exterior (veja post aqui) que, nos mês de abril, teve o índice mais alto de perspectiva de viagens internacionais do ano, com 29% das intenções.

No acumulado do ano, as despesas dos brasileiros no exterior avançaram 43%, chegando a US$ 5,79 bilhões.

Gastos dos estrangeiros no Brasil

Já os gastos dos estrangeiros no Brasil não tiveram muita variação. Ainda de acordo com os dados do BC, em abril deste ano, as receitas ficaram em US$ 417 milhões, contra US$ 475 milhões registrados no mesmo mês em 2016.

22% dos brasileiros querem viajar nos próximos 6 meses

O Mtur divulgou a pesquisa de sondagem do consumidor que mostra a intenção de viagem dos brasileiros no mês de abril. A pesquisa se refere à perspectiva de viagem dos brasileiros nos próximos 6 meses e revela que 22,1% dos entrevistados têm planos de viajar nesse período. A porcentagem é maior do que a do mesmo período em 2016, que foi de 17,3%.

A região Nordeste segue sendo o destino preferido, tendo 48% das intenções de viagem e o transporte mais procurado é o avião, com 64% da procura nos planos de viagens. Sobre a forma de se hospedar, ainda no comparativo, os hotéis e pousadas estão mais procurados: 52%, seis dígitos a mais do que no mesmo período do ano passado.

Dólar disparado

Como um reflexo de um início de recuperação econômica apresentado em 2017, os planos de viajar para o exterior, de acordo com a pesquisa de abril, subiram de 20% no ano passado para 29% nesse ano. Porém a alta repentina do dólar, provocada pelos acontecimentos políticos dos últimos dias foi um fator com o qual nenhum turista contava. A moeda chegou a ser cotada a R$ 3,70.

Sendo o Turismo uma indústria de diversas variáveis, é difícil prever até quando e o quanto será sentido de impacto no desenrolar de cada capítulo político. Mas, como todos já sabemos, o Turismo é resiliente, possui solidez em tempos turbulentos e por aqui, temos o otimismo dos turistas brasileiros. Seguimos fazendo o Turismo e acompanhando de perto a indústria.

O brasileiro quer viajar, sim!

Enquanto a estimativa, segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), de receita do turismo para o Carnaval é a pior dos últimos três anos, uma boa notícia: a intenção de viagem do brasileiro para os próximos meses cresceu.  De acordo com a primeira edição de 2017 da Sondagem do Consumidor em Intenção de Viagem,  a vontade do brasileiro em viajar nos próximos 6 meses aumentou de 19,1% para 22,7%. Os dados são do Mtur e da FGV e foram coletados levando em consideração o período de fevereiro a junho e o crescimento é referente ao mesmo período em 2016.

Durante esses meses, estão três grandes feriados (21 de abril, 1 de maio e 15 de junho) e a expectativa é que essas folgas gerem 4,8 milhões de viagens e movimentação de R$ 9,7 bilhões.

É um número que nos deixa mais otimistas em relação à receita do turismo e o que ele revela é que, mesmo diante do momento econômico fragilizado, viajar continua nos planos da família brasileira, porém com algumas adequações: de acordo com a pesquisa, o número de turistas em potencial irá optar por viajar de ônibus, opção que apresentou crescimento de 11,9% para 18,7%, em relação a 2016. A intenção de trocar a hospedagem paga por casas de parentes ou amigos também subiu de 36,3% em 2016 para 40,5% nesse ano.

São ajustes que a família brasileira está fazendo para não deixar de viajar nos próximos feriados por motivos de crise econômica. Viajar de avião continua sendo a opção mais almejada (é a escolha de 50,8% dos turistas em potencial) e os hotéis e pousadas ainda lideram a escolha na hospedagem (com 45,3% de intenção).

Para o Nordeste do país

A região Nordeste permanece sendo a escolha favorita dos brasileiros. Entre os que querem viajar, 79,9% preferem destinos nacionais e, desses, 48% pretendem visitar a região.

Dá pra perceber que viajar segue sendo uma opção de lazer procurada pelo brasileiro, que começou recentemente a enxergar o turismo como uma das prioridades. Por atingir todas as faixas de renda, sondagem de intenção de viagem afirma ainda mais a força do setor e a capacidade do turismo em atravessar períodos tenebrosos. Seguimos acompanhando.

O Carnaval e a crise

A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) divulgou hoje o estudo de expectativa de faturamento do setor produtivo no período do Carnaval em 2017. De acordo com a pesquisa, o maior feriado do calendário nacional deverá movimentar aproximadamente R$5,8 bilhões. Só os segmentos de alimentação fora do domicílio, tais como bares e restaurantes (R$ 3,31 bilhões), transporte rodoviário (R$ 977,9 milhões) e os serviços de alojamento em hotéis e pousadas (R$ 652,5 milhões), responderão por mais de 85% de toda a receita gerada.

Falei recentemente aqui sobre a expectativa do setor para o período: uma oportunidade a ser aproveitada ao máximo. Mas nem tudo é festa: a receita estimada para o período corresponde ao pior desempenho nos últimos 3 anos. Quando descontada a inflação no setor é a maior em pelo menos cinco anos, com 8,6% de queda. Em relação ao Carnaval de 2016, a receita calculada é 5,7% menor.

A redução da receita das diversas atividades turísticas ligadas ao Carnaval é, em grande parte, decorrência do planejamento e ajustes de orçamento da família brasileira, impulsionados pelo momento econômico em que atravessa o país. Em pesquisa em que foi apurada a ICF (Intenção de Consumo das Famílias) divulgada em janeiro deste ano, o índice revelou uma queda de 1,7% em relação ao período de verão de 2016. Na busca pela adaptação econômica em meio à crise, os gastos com lazer acabam sendo reduzidos e geram impacto no setor.

Quanto ao aumento de preços típicos de bens e serviços, a CNC afirma que não origina tanta influência na estimativa da receita para o Carnaval, já que, de acordo com a confederação, Nos últimos 12 meses, a variação média desses preços (5,8%) foi a menor desde 2009 (5,5%) e significativamente inferior à de 2016 (13,2%). O que reforça ainda mais o entendimento de que a motivação da queda na receita é adaptação à crise econômica.

Expectativa versus Realidade

galeaoHá algum tempo, falei aqui no blog sobre as mudanças da intenção de consumo dos brasileiros e como viajar nas férias se tornou uma opção importante de consumo, atrelada a necessidades básicas como acesso a lazer. Fiz o seguinte questionamento: diante do quadro econômico atual, até onde essa intenção sairia do planejamento para se concretizar?

Na contramão do aumento expressivo da intenção de viagens domésticas registrado no decorrer deste segundo semestre de 2016, a demanda por vôos domésticos teve, neste mês de setembro, uma queda de 4,4%, em relação ao mesmo período do ano de 2014. É o que informa a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).

Considerando o acumulado do ano, de janeiro a setembro, 65,4 milhões de passageiros realizaram vôos domésticos e, de acordo com balanço divulgado, o número também expressou queda de 6,07% em relação ao mesmo período em 2015.

Segundo a pesquisa de Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, do MTur, a intenção de viagens pelo Brasil continuou em alta no mês de setembro, tendo a maior porcentagem do ano, 24,3%. Entretanto, em períodos de economia desfavorável, a expectativa pode não se tornar realidade para uma parte dos futuros viajantes, como já pudemos observar.

Mas não dá para desanimar. Ainda assim, o fato de que o brasileiro mantém em alta a expectativa de viagens domésticas é um bom sinal para quem faz o turismo. O interesse demonstrado abre oportunidades de mercado para a indústria do Turismo. Estamos encerrando o mês de outubro, mas ainda há muito o que ser observado no desenvolvimento do setor no Brasil. Vamos acompanhando de perto.