Entrada liberada

vistobrasilA Olimpíada acabou, mas alguns dados do turismo no período dos jogos continuam sendo divulgados. O Ministério do Turismo informou nesta terça-feira (30) os resultados da isenção unilateral e temporária de vistos para turistas americanos, japoneses, australianos e canadenses. A medida foi bem sucedida: segundo o MTur, de 28 de julho a 15 de agosto, 40 mil turistas destes países foram beneficiados com a entrada facilitada no Brasil e injetaram U$$ 48,5 milhões na economia do país.

No entanto, os turistas advindos desses países não foram a maioria. Das quatro nacionalidades beneficiadas com a isenção de visto, apenas os EUA estão entre os países que trouxeram mais visitantes à Rio 2016 (na primeira colocação, diga-se de passagem). Em seguida estão a Argentina e a Inglaterra; já Austrália, Japão e Canadá não estão nem entre os dez primeiros.

Especialmente nos Estados Unidos a isenção foi amplamente divulgada, a embaixada criou um blog para informar os cidadão americanos a respeito e fez campanha em redes sociais. Bom para nós, já que o turista norte-americano é o que mais gasta no Brasil no segmento lazer. O gasto médio por dia do visitante aqui é de US$ 125,21, enquanto a média global é de US$ 87.

E se adotarmos a medida permanentemente? O MTur comunica que o fluxo de turistas aumentaria em 20% e teríamos um impacto de U$$ 175,2 milhões na economia ao ano. Mas ainda há muito a ser debatido antes de tornar vigente a permanência da medida de incentivo e na contabilização dos efeitos da isenção.

Vale ressaltar que os resultados do levantamento são parciais e restritos à Rio 2016, uma vez que a isenção de vistos passou a valer em 1º de junho e continuará até 18 de setembro, data em que se encerram os Jogos Paralímpicos. Essa e outras medidas que possam significar a retirada de barreiras para a entrada de visitantes são debatidas há muitos anos, continuar insistindo e convencendo as lideranças parlamentares é uma importante tarefa dos profissionais e entidades do setor.

Marcas e Jogos Rio 2016

Mascote Tom - ParalímpicoHá uma semana entraram em circulação os cartões pré-pagos comemorativos dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Disponíveis na Mega Store Rio 2016, os cartões possuem design exclusivo dos Jogos em modelos com os mascotes, Vinícius e Tom, ou uma aquarela do Pão de Açúcar e podem ser adquiridos, com carga mínima de R$ 20, recarregados posteriormente em alguns quiosques do evento no Rio e usados em qualquer lugar do mundo, desde que seja um terminal bandeira Visa.

Lançados pela Visa, patrocinadora global, e Bradesco, patrocinador oficial dos Jogos, a ideia é um ótimo exemplo de estratégia de marketing que transcende as experiências do evento, relacionando a marca das empresas com a dos Jogos. Além de ser envolvido pela atmosfera visual dos Jogos Olímpicos, estampada nas edificações, competições, espalhada pela cidade e cerimômia de abertura, por exemplo, o turista se envolve ainda mais com o evento quando é apresentado à temática através de itens menores, como um cartão de compras. Esse é o ” look of the games“, usado pelos patrocinadores oficiais como estratégia de vincular suas marcas aos valores e ambiente do evento.

Um cartão pode parecer irrelevante; mas a construção dos detalhes do evento é o que enriquece a vivência e, consequentemente, forma opinião. O cartão será o mecanismo que proporciona ao turista, atleta, jornalista ou o carioca a compra de uma lembrança, objeto e vivência de uma experiência inesquecível. Já estive em 3 Jogos Olímpicos e posso garantir, fica guardado na memória, inesquecível. Imagina em nosso país.

Investir na experiência é um dos fatores mais significativos quando falamos de turismo. O Marketing e o Turismo de Experiência possuem o mesmo embasamento: aproveitar vivências positivas que cativem os turistas, agregando, através da experiência, um valor à marca, evento ou cidade. No caso dos -bem pensados- cartões pré-pagos, temos um combo dos três.

“Achismo” não dá

Acredito muito que deveríamos entender melhor os benefícios e riscos de sediar os grandes eventos esportivos de forma a sair das análises genéricas e dos “achismos”.

Um dos assuntos que merece especial atenção é o SETOR DE EVENTOS. O que acontece com esse segmento de mercado depois da realização dos grandes eventos ? Como os resultados e desempenho dos negócios é analisado ?

Comento aqui um relatório – 2013 London Venues Business Report, feito por organizações inglesas sobre a ocupação dos espaços de eventos depois de Londres 2012. Foram feitos levantamentos em 110 atrações turísticas, espaços de eventos e hotéis na cidade de Londres, chegando-se a algumas conclusões:

– existe um otimismo em 94% dos equipamentos depois dos Jogos Londres 2012;

– 63% dos espaços prevêm crescimento positivo em 2013

– 73% dos espaços vão investir recursos para ampliar e melhorar suas áreas em 2013

– 40% dos equipamentos revelam que não mudam preços em períodos de baixa ou alta temporada de eventos

– 80% das empresas oferecem wireless aos público de eventos sem cobrar pelo serviço

– a comunicação online é uma das ferramentas de venda e relacionamento mais importante, tanto para vendas diretas como para divulgação boca-a-boca

E me pergunto: quais os dados temos sobre nossa indústria no Brasil HOJE ? Qual a capacidade de negócios instalada e quais os investimentos futuros, seu retorno econômico e as tendências do mercado ? Como estamos preparando e divulgando nossa capacidade para realizar congressos, feiras e eventos de diversos perfis depois dos eventos esportivos ? Temos alguma estratégia em andamento ?

“Big Day” Londres 2012

Há apenas algumas horas da abertura dos Jogos Londres 2012 o sucesso do evento é habitualmente marcado pelo sucesso da cerimônia de abertura.

O revezamento da tocha olímpica acabou em grande estilo pelo rio Tâmisa, tendo a paisagem da cidade como pano de fundo e ao mesmo tempo um grande suspense sobre como a tocha irá chegar ao Parque Olímpico e “acesa” durante a abertura.

No Hyde Parke e em diversos pontos da cidade, grande telões são a oportunidade para compartilhar com londrinos e visitantes o espetáculo que marca o fim de 70 dias do revezamento da tocha e o início dos Jogos de Verão de Londres. Pela terceira vez a cidade recebe os Jogos Olímpicos.

A cidade está super movimentada, o que na opinião dos londrinos acaba “atrapalhando” seu cotidiano e ao mesmo tempo combinando o orgulho em sediar o evento e ter os olhos do planeta voltados para o país. A possível comparação dessa edição com a última sediada na cidade em 1948 contrasta com uma cidade que estava devastada pela guerra e hoje é vibrante e ao mesmo tempo enfrenta uma crise econômica.

Ao final, sempre ficam as mensagens de paz, esperança, melhores dias, mais visibilidade e a transformação que o esporte pode trazer às pessoas. Lembrando o slogan dos Jogos 2012: INSPIRAR UMA GERAÇÃO.