“Achismo” não dá

Acredito muito que deveríamos entender melhor os benefícios e riscos de sediar os grandes eventos esportivos de forma a sair das análises genéricas e dos “achismos”.

Um dos assuntos que merece especial atenção é o SETOR DE EVENTOS. O que acontece com esse segmento de mercado depois da realização dos grandes eventos ? Como os resultados e desempenho dos negócios é analisado ?

Comento aqui um relatório – 2013 London Venues Business Report, feito por organizações inglesas sobre a ocupação dos espaços de eventos depois de Londres 2012. Foram feitos levantamentos em 110 atrações turísticas, espaços de eventos e hotéis na cidade de Londres, chegando-se a algumas conclusões:

– existe um otimismo em 94% dos equipamentos depois dos Jogos Londres 2012;

– 63% dos espaços prevêm crescimento positivo em 2013

– 73% dos espaços vão investir recursos para ampliar e melhorar suas áreas em 2013

– 40% dos equipamentos revelam que não mudam preços em períodos de baixa ou alta temporada de eventos

– 80% das empresas oferecem wireless aos público de eventos sem cobrar pelo serviço

– a comunicação online é uma das ferramentas de venda e relacionamento mais importante, tanto para vendas diretas como para divulgação boca-a-boca

E me pergunto: quais os dados temos sobre nossa indústria no Brasil HOJE ? Qual a capacidade de negócios instalada e quais os investimentos futuros, seu retorno econômico e as tendências do mercado ? Como estamos preparando e divulgando nossa capacidade para realizar congressos, feiras e eventos de diversos perfis depois dos eventos esportivos ? Temos alguma estratégia em andamento ?

Rio está entre as tarifas hoteleiras mais altas do mundo

O índice global de preços de hotéis medido pelo Hoteles.com, da Espanha, apontou que no primeiro semestre deste ano as tarifas hoteleiras tiveram um aumento médio de 4% em todo o mundo. Do total de 74 países incluídos na pesquisa, 48 tiveram alta, 22 reduziram os preços e quatro se mantiveram estáveis.

A pesquisa indica que o Rio de Janeiro está entre os destinos com as tarifas hoteleiras mais caras, só perdendo para Capri, na Itália, 239 euros. Na capital fluminense o preço médio dos hotéis cresceu 24% no período e está em torno de 210 euros, quando a média global está entre 110 e 150 euros.  O tema é polêmico,  mas deve ser discutido de forma correta e responsável porque tem grande influência na imagem do destino e do próprio Brasil. O debate também deve envolver qualidade de serviços e relação entre o produto e o seu custo, já que vivemos num mercado global e altamente competitivo, e a comparação de produtos e preços é uma realidade entre os viajantes na hora de escolher um destino.

Na classificação por país estão Seychelles, com uma média de 249 euros por quarto – um aumento 10% em relação a 2011, a Ilha Maurício, 178 euros, mais 17%, e Brasil, 166 euros, mais 11%.

Os maiores aumentos por país foram registrados na Arábia Saudita, 34% (115 euros), Emirados Árabes, 29% (153 euros), Taiwan, 25% (110 euros), Chile, 23% (114 euros) e Montenegro, 22% (82 euros).

O Camboja foi o país com os preços mais baixos, 50 euros, que representam um aumento de 3% em relação ao mesmo período do ano passado. A Bósnia, 53 euros, menos 1%, a Bulgária, 55 euros, mais 3%, o Vietnã, 58 euros, menos 7%,  a Lituânia, 61 euros, mais 5%, a Sérvia, 75 euros, menos 6%, e a Turquia, menos 6%, 91 euros.

A nossa contagem regressiva

Hoje, depois de 16 dias de realização dos Jogos de Londres, tem maior peso a nossa contagem regressiva.

Serão 1453 dias para os Jogos Olímpicos e 1486 dias para os Jogos Paraolímpicos Rio 2016. Aprendizados, comparações, superações, alegrias e frustações marcam a vida de atletas, organizadores, futuros organizadores, torcidas e tantos espectadores pelo mundo afora.

Conhecemos mais sobre Londres e sobre o Reino Unido, presenciamos a realização de Jogos da mais alta qualidade, seja na organização do evento, no belo desempenho da Grã Bretanha com seu “Team GB”, no aprendizado que o programa de observadores trouxe para o Brasil e, sobretudo, na inspiração que nos trazem os atletas.

Podemos comparar essa contagem regressiva com a preparação dos atletas. Anos de dedicação, superação, erros e acertos que levam muitos a medalhas e muitos à busca de forças para 2016, quando será a vez do Brasil. Profissionalismo, dedicação, trabalho em equipe, disciplina, transparência, valores, transformação; essas e tantas outras palavras estarão nas mentes e corações daqueles que lideram a preparação dos Jogos Rio 2016 e dos atletas que estarão nos representando daqui  a quatro anos.

INSPIRAR UMA GERAÇÃO, esse é o lema de Londres !

O “durante” Londres 2012

Depois da grande expectativa com a cerimônia de abertura e o início dos jogos, segue a programação das competições, as histórias e os desafios dos atletas. Grande participação de nossa atleta de judô que ganhou medalha de ouro, Sarah Menezes, exemplo de auto confiança e determinação.

No turismo, os destaques gerais que percebo nos primeiros dias dos jogos:

– a cidade está cheia, ao que parece normal aos londrinos durante o verão, exceto pelo trânsito mais complicado

– ainda existem lugares nos hotéis com preços justos por categoria e localização

– um dos pontos fortes da organização é justamente o trânsito e o deslocamento das pessoas, que contam com muita, mas muita informação no metrô, nos ônibus, cruzamentos de ruas e locais de grande movimentação ou de jogos. Pontos de informação provisórios são vistos em muitos lugares da cidade, com grande número de pessoas trabalhando

– a agenda cultural, algo oficial dos Jogos Olimpicos e que poucas pessoas conhecem, é muito intensa com opções para todas as idades, gostos, horários e dias da semana. Há também muita informação e divulgação dessa agenda, tanto em Londres como em outras cidades do Reino Unido

– lugares vazios nas arenas olímpicas: esse é o assunto desde ontem na imprensa local. Não se consegue entender quem deixou de distribuir ingressos ou de comparecer, federações esportivas, patrocinadores, público em geral. Vamos acompanhando o debate

De Londres, Jeanine Pires para o blog Panrotas: 30 de Julho de 2012.

“Big Day” Londres 2012

Há apenas algumas horas da abertura dos Jogos Londres 2012 o sucesso do evento é habitualmente marcado pelo sucesso da cerimônia de abertura.

O revezamento da tocha olímpica acabou em grande estilo pelo rio Tâmisa, tendo a paisagem da cidade como pano de fundo e ao mesmo tempo um grande suspense sobre como a tocha irá chegar ao Parque Olímpico e “acesa” durante a abertura.

No Hyde Parke e em diversos pontos da cidade, grande telões são a oportunidade para compartilhar com londrinos e visitantes o espetáculo que marca o fim de 70 dias do revezamento da tocha e o início dos Jogos de Verão de Londres. Pela terceira vez a cidade recebe os Jogos Olímpicos.

A cidade está super movimentada, o que na opinião dos londrinos acaba “atrapalhando” seu cotidiano e ao mesmo tempo combinando o orgulho em sediar o evento e ter os olhos do planeta voltados para o país. A possível comparação dessa edição com a última sediada na cidade em 1948 contrasta com uma cidade que estava devastada pela guerra e hoje é vibrante e ao mesmo tempo enfrenta uma crise econômica.

Ao final, sempre ficam as mensagens de paz, esperança, melhores dias, mais visibilidade e a transformação que o esporte pode trazer às pessoas. Lembrando o slogan dos Jogos 2012: INSPIRAR UMA GERAÇÃO.

3 dias para Londres 2012

No dia mais quente do ano em Londres, também foi registrado o aumento do movimento nos aeroportos. Alguns trens do metro fizeram uma rápida greve e um grande contingente de tropas do exército foi colocada em alguns dos lugares de competição para substituir a falha da empresa contratada para o serviço.

Os destaques de hoje, além das acusações a diversos jornalistas do News of the World e políticos sobre escutas telefônicas sobre o assassinato de uma jovem, foram alguns acontecimentos olímpicos. Ontem a rainha recebeu os membros do Comitê Olímpico Internacional, ela fará a abertura oficial dos Jogos 2012 no dia 27 de julho. Hoje, a chegada dos atletas olímpicos do Reino Unido – o Team GB – na Vila Olímpica, se juntando a mais de quatro mil atletas que já estão por aqui, teve um grande evento em cerimônia na praça das bandeiras da Vila Olímpica.

Já se comenta muito sobre o legado dos Jogos Londres 2012. O Parque Olímpico, localizado na região de Stratford terá destino planejado depois dos jogos. Moradias, prédios comerciais, hotéis e um grande centro de entretenimento, que dará origem a um novo “bairro totalmente sustentável” até 2014.

No campo do turismo, a ocupação dos hotéis em Londres está em 80%, alguns fazem promoções para datas específicas e procuram preencher alguns dos quartos devolvidos pela organização dos jogos. Os preços não parecem estar altos nesse período, embora há alguns meses atrás, as tarifas estivessem um pouco mais altas.

 

Londres 2012: contagem regressiva… 4

Estou em Londres acompanhando os dias da contagem regressiva para o início dos Jogos 2012.

A chegada no aeroporto, embora alguns dias antes do período de maior movimento foi bastante tranquila. Na chegada já se observa o ambiente de preparação e o “look of the games”, todas as formas de utilização da marca olímpica e seus símbolos que indicam a “Inspirar uma Geração” – INSPIRE A GENERATION.

A cidade está muito cheia em todos os lugares, desde o centro, onde irão acontecer algumas competições de rua, até Stratford, onde fica o Parque Olímpico e seu grande complexo de entretenimento e comprar chamado Westfield.

Alguns hotéis ainda fazem promoções de última hora; lojas fazem liquidações imperdíveis, as atrações culturais estão com horários extras e existe muita informação para influenciar os visitantes em visita a lugares de competição fora de Londres ou ainda para passeios.

E finalmente, o verão chegou. A tocha olímpica passeia pelos diversos pontos da cidade desde o último dia 20 mostrando pontos turísticos, históricos e envolvendo a população na celebração.