30 dias, depende de que(m) ?

Há sete anos, parecia estar longe a data de início dos Jogos Rio 2016. Mas só faltam 30 dias.

Como no período que antecedeu a Copa do Mundo FIFA, em realidades diferentes, muita especulação e muitos problemas reais. No caso da Copa, a sensação que tenho é de que mexia mais com os brasileiros, afinal era futebol, tínhamos 12 cidades sede, com temas que pareciam mais perto de nossa gente. Agora, os cariocas parecem sentir mais de perto a pressão, no entanto, também me parece que a dimensão para nosso país é tão grande ou maior do que aquela de 2013 ou 2014.rio 30 dias

O cenário econômico e político estão mais deteriorados; os problemas, tais como segurança ou Zika virus, além de serem nossos, também afetam as pessoas que participam do evento. E a repercussão internacional para a imagem do Brasil é maior nos Jogos Olímpicos do que na Copa; além disso, os temas negativos se somam àqueles divulgados em 2013 e 2014, tornando mais complexa a percepção que o mundo tem de nosso país.

Como mencionei em seminário realizado pela CNC e pelo jornal O Globo antes do início da Copa, podemos dizer que teremos três tipos de repercussão do que vai ocorrer nos Jogos; e irá depender fundamentalmente da experiência de quem vier para cá. A primeira é aquela das pessoas que estarão longe, vendo pela TV, pela internet e acompanhando as notícias sobre o Brasil; essa será impactada pelo sucesso da cerimônia de abertura, dos fatos e acontecimentos no período dos jogos, assim como da forma como cada nacionalidade já vê o Brasil e irá receber as diversas mensagens. A segunda, aquela das pessoas que virão ao Brasil, como atletas, jornalistas, formadores de opinião, e depois vão contar suas histórias em seus lugares de origem; colaborando assim para falar (bem ou mal) de sua experiência, levando mensagens indiretas sobre suas experiências. E a terceira, aquela que me parece a mais promissora, tal qual na Copa, a experiência em si das pessoas no Rio e no Brasil que será vivida e compartilhada de forma instantânea nas redes sociais; essa última, irá retratar a emoção, a hospitalidade, a riqueza da cultura e da natureza do Brasil.

Os destinos turísticos brasileiros podem, ainda, por meio de suas estratégias digitais, aproveitar a visibilidade do Brasil e divulgar seus atrativos e produtos, utilizar o Media Center no Rio e tantas outras ferramentas para espalhar conteúdos de qualidade e positivos sobre o Brasil.

Vamos acompanhando e aproveitando o que resta de oportunidades.

Câmbio direciona fluxos mundiais

3d illustration: Land and a group of suitcases. To take a vacation rental

Novos dados da OMT mostram os efeitos da valorização do dólar americano sobre o turismo mundial.

A OMT divulgou os resultados dos gastos dos viajantes mundiais em 2015, que aumentaram 3,6%, quando as chegadas de turistas cresceram 4,4%. A importância da atividade turística na economia global mostra que a indústria é responsável por 7% do total das exportações do planeta. São US$ 4 bilhões por dia que os viajantes deixam nos destinos ao redor do mundo.

A marca da variação cambial não ficou somente aqui pelo Brasil, chegou à Europa, que viu sua moeda se desvalorizar 20%, e também à Rússia, com desvalorização do rubro de 60% (!!!!). Os gastos dos brasileiros no exterior caíram 32% em 2015, e esse ano já mostram uma queda de 43,21% nos primeiros meses do ano.

O câmbio ainda permanece um dos grandes drives do turismo em 2016, colocando as mudanças de fluxos turísticos, as novas direções das viagens e o tamanho dos mercados à mercê de fatores externos ao centro da atividade turística. Essa que se mostra resiliente e capaz de se recuperar durante as crises.

Por aqui, entre maio e outubro de 2016, a pesquisa de intenção de viagens do Mtur aponta queda nas viagens, pequena recuperação na vontade de ir ao exterior, mas direciona 80% dos fluxos de brasileiros para seu próprio país. A preferência é o nordeste (47,5%(, seguido do sudeste (24,5%) e do sul (15,1%).

Grécia digital

santorini-encosta-credito-thinkstock-164015369A aposta do governo Grego em marketing está praticamente toda direcionada para a internet e as principais empresas que atuam no mercado como Google, Facebook, TripAdvisor e Expedia. Um total de 2 milhões de euros serão investidos para a atração de turistas de vários países, principalmente da Europa e América do Norte.

A Greek National Tourism Organisation – GNTO é diretamente ligada ao Ministério do Turismo da Grécia, entidade pública criada em 1927. Hoje a GNTO tem 19 escritórios de turismo pelo mundo, e o turismo é uma das principais atividades econômicas do país. De acordo com o WTTC – World Travel & Tourism Organisation, o turismo representa diretamente 7% do PIB da Grécia, 9,4% dos empregos e 24,5% do total das exportações.

Temos acompanhando as difíceis negociações e a situação da Grécia, e isso torna o turismo uma das atividades econômicas mais importantes na recuperação da economia do país. Essa campanha vai atuar durante todo o ano de 2016 com o objetivo de atrair mais visitantes. Busca, por exemplo, aparecer 94 milhões de vezes nos mercados selecionados somente no Facebook; a exemplo da campanha similar realizada em 2015 que teve 142 milhões de views em 12 mercados, atingindo 24 milhões de usuários.

World Travel Monitor 2014

A ITB Berlim publicou essa semana o World Travel Monitor Trends 2014, esse relatório, preparado pelo IPK Internacional, apresenta os principais resultados do turismo mundial em 2014 e fala de algumas tendências para o próximo ano. Os dados fazem parte do maior banco de dados sobre turismo coletados em 63 países com representatividade global e cobertura de quase 100% dos principais mercados turísticos. São 63 institutos de pesquisa em diversos países que coletam os dados e transformam em análises e inteligência comercial sob demanda para empresas e destinos turísticos em todos o mundo. O IPK International é representado na América Latina pela Pires & Associados.

Os destaques de maior interesse global e para o Brasil são:

– baixo desempenho das economias russa, brasileira e da zona do euro;

– as tendências verificadas em alguns novos destinos emissores como Brasil, Chile, México, Peru e Colômbia são colocadas em dúvida;

– o turismo está melhor que a economia mundial, deve crescer cerca de 4,5% em 2014

– os gastos dos turistas em viagens internacionais devem fechar o ano em +6%

– a permanência média global está mais curta

– a América do Sul deve fechar o ano com +5% de chegadas sob forte impacto dos números de chegadas da Copa do Mundo

– as viagens de férias (+31% de crescimento nos últimos 5 anos) que mais crescem são as de visita a cidades (+58%) e de touring (+32%); sol e praia está em declínio mas ainda representa quase 30% do market share desse segmento

– os principais destinos de viagens de long haul no mundo são: EUA, Reino Unido, Tailândia, Itália, China e Alemanha

– os principais emissores de long haul são: EUA, Reino Unido, China, Canadá, Japão e Alemanha

– grande crescimento da hospedagem em meios “para hoteleiros” como segunda residência, casa de amigos e parentes e das “sharing firms” como AirBNB, HomeAway, FlipKey e outras

–  o segmento MICE, que representam 54% do segmento de turismo de negócios, aumentou seu market share com tendências de mais escolhas individuais para as viagens, preços menores, maior acesso, flexibilidade, transparência e o uso de comunicações integradas

– as reservas feitas pela internet já representam 66% do mercado, mas crescem a níveis mais baixos; já as reservas feitas pelas agências de viagens representam 24% do mercado e devem se consolidar nesse patamar de market share

– as reservas por telefone aumentam com destaque na China, EUA, Japão e Europa

– o uso de mídias sociais ocorre com grande parte dos viajantes, com destaque para 95% dos chineses, 84% dos brasileiros, 65% dos norte-americanos, 61% dos europeus e 51% dos japoneses.

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