receita +13%, gastos -43%

change-1-1563676A receita e a despesa cambial do turismo brasileiro em 2016 mostra comportamento diferente nos primeiros meses de 2016 em relação a 2015. Na verdade o ano passado foi totalmente atípico, pois comparado a 2014, ano de Copa do Mundo, alterou o comportamento em relação aos anos anteriores. Tanto receita como despesa foram negativos no acumulado de 2015, mostraram retração de -14,59% e de -32,11% respectivamente.

O primeiro trimestre do ano mostra aumento de receita e diminuição do gasto, esse último motivado principalmente com a alta da moeda americana e do euro e pela crise econômica do Brasil que reduziu o emissivo nacional (assim como os gastos dos brasileiros no exterior). Os gastos dos estrangeiros no Brasil tiveram aumento de 12,72% nos três primeiros meses do ano, com destaque para janeiro e fevereiro que chegaram a quase 15% cada. Já a despesa, ou seja, os gastos dos brasileiros no exterior tiveram uma retração de 43,21%, também com as maiores quedas nos meses de janeiro e fevereiro (meses tradicionais de férias dos brasileiros).

Esse cenário vem acompanhado de pouca atividade de promoção do Brasil no exterior, seja pelas frequentes mudanças no comando do turismo nacional ou pelo orçamento reduzido; e também pelo desinteresse dos mercados internacionais no emissivo brasileiro, que diminuiu de tamanho e, sobretudo de gasto. Um cenário ruim porque diminui a atividade de entrada e saída do país e reduz os resultados de médio e longo prazos.

O cenário ainda é ruim do ponto de vista da balança comercial, mesmo com números positivos de receita, a chegada de estrangeiros ainda é tímida e a imagem do Brasil no exterior está bastante abalada pelo cenário político, econômico e ainda com os reflexos do zika virus. Sem mencionar a inexistência de estratégia para aproveitar os Jogos Rio 2016 para a projeção de aspectos positivos do turismo e da cultura nacional.

Receita e despesa em baixa

Os dados de receita e despesa dos estrangeiros no Brasil e dos brasileiros no exterior, respectivamente, já consolidam um ano ruim nos dois sentidos para o turismo. A comparação com o ano da Copa, o desempenho econômico do país e a taxa cambial são os fatores que mais contribuem para esses resultados.

Os dados divulgados hoje (22/09/15) pelo Banco Central mostram que em agosto os estrangeiros gastaram US$ 436 milhões no Brasil, isso significa uma queda de 11,73%; de janeiro a agosto, o acumulado é negativo em 20,88%. Em parte era esperado um desempenho ruim de junho e julho por causa da realização da Copa do Mundo em 2014, que certamente iria influenciar os resultados negativos desses dois meses; mas o fato é que todo o ano é negativo (somente o mês de março apresentou crescimento de quase 3%).

No lado dos gastos dos brasileiros no exterior, os dados no acumulado do ano são maiores, uma queda de 25,13% de janeiro a agosto. O mês de agosto registrou uma queda de 46,27%, a maior do ano de 2015. Também nesse caso, todos os  meses tiveram desempenho negativo em relação a 2014, somente o mês de fevereiro registrou um aumento de 6,5% nos gastos dos brasileiros lá fora.

O déficit na balança do turismo, embora menor entre janeiro e agosto de 2015 em relação a 2014 ainda é alto, de US$ 9 bilhões; era de US$ de 12 bilhões para o mesmo período de 2014.

Aqui, só pra lembrar, às vésperas da realização dos Jogos Rio 2016, deveríamos estar atraindo muitos estrangeiros ao Brasil, pelo aumento da visibilidade e pelo que deveria ter restado de imagem da Copa de 2014.

Eventos: e a banda passando

A Copa do Mundo foi aqui. Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 serão aqui em 430 dias (nossa!!!). O Brasil já atingiu seu máximo no ranking da ICCA. Minha pergunta: para onde vai o setor de eventos de nosso país? Qual a estratégia para o setor de eventos associativos, eventos esportivos e outros tipos de eventos para um país que fez tantos investimentos em infra-estrutura turística e em equipamentos para receber todos os tipos de eventos ?

Não vejo nenhum debate sobre a visão que temos do setor para daqui a dez anos, quais os próximos passos a seguir ? Como inovar e avançar no processo de captação de eventos ? Como podemos expandir políticas para os eventos esportivos? Por acaso estamos estudando o que fez a Inglaterra ou o Canadá para aprender com outras experiências? Ou também vamos jogar fora essa oportunidade?

O Brasil não teve estratégia de imagem para a Copa do Mundo, não tem para os Jogos Olímpicos, não sabemos quais as mensagens queremos passar para o Mundo. As pesquisa de imagem com os estrangeiros mostram EXATAMENTE a mesma coisa há 10 anos. E o setor de eventos, também vai ser espectador nesse cenário? Parece que estamos sentados na arquibancada vendo a banda passar, e que não temos nada a ver com o que está acontecendo.

WTM: Londres 2012 e Rio 2016

Um dos temas abordados durante a WTM de Londres em 2013 foi o balanço que a indústria de viagens e turismo faz dos resultados do Jogos de Londres e as perspectivas para o Rio de Janeiro.

A própria feira faz uma pesquisa com expositores e buyers para tratar de alguns temas que fazem parte do World Travel Market 2013 Industry Report. Cinco temas são tratados: Jogos Olímpicos, Aviação, Mercados Emergentes, Ferramentas de Viagens e Tendências para o Reino Unido.

JOGOS OLÍMPICOS

1. A metade das empresas de turismo aumentaram sua oferta para Londres e o Reino Unido depois dos Jogos 2012;

2. Executivos seniors do setor (64%) disseram que a demanda por férias em Londres aumentou

3. A confiança no sucesso dos Jogos Rio 2016 é grande em 25% dos executivos de turismo; eles irão aumentar a oferta para o Rio independente dos resultados da Copa do Mundo FIFA 2014

4. De cada 10 executivos de turismo, 4 deles tendem a direcionar sua oferta para coincidir com os Jogos Rio 2016.

 

Existe ainda outro relatório da ETOA – Associação Européia de Operadores de Turismo “Lessons from London 2012: Fact, Fantasy and Legacy que traz balanço dos jogos no período de sua realização, mostrando que o período dos Jogos é anornal, trazendo distorções:

1. Suspende o ritmo dos negócios rotineiros

2. Bate de frente com as restrições de capacidade

3. Traz uma demanda irregular para o setor de serviços

4. Demanda uma infraestrutura permanente

 

Sabemos que o período é anormal, que a visibilidade é grande, fica o desafio de entender da melhor forma essa demanda de turismo e, sobretudo, lembrar de promover o Brasil. Pois o Rio estará ocupado no período dos Jogos, mas ainda temos todo o Brasil a explorar. Já vi operadoras internacionais vendendo “Lugares para visitar no Brasil durante os Jogos 2016″.

 

Inspiração de 2016

Na agenda da cultura e do turismo brasileiro estão os grandes eventos esportivos. A integração do esporte com a cultura e o turismo irá colaborar para a geração de projetos comuns e para a internacionalização da cultura brasileira.

Em especial, a realização dos Jogos Rio 2016 traz em seu programa oficial as Olimpíadas Culturais: período que se inicia em 2013 e vai até 2016. Para termos uma idéia, o Festival Londres 2012 reuniu quase 20 milhões de pessoas em 12 semanas de eventos com cerca de 25 mil artistas se apresentando.

Eventos como o Revezamento da Tocha e a Cerimônia de Abertura trazem imensa visibilidade e um impacto de imagem imensuráveis.

Essa semana no Rio de Janeiro, damos seguimento a um projeto de intercâmbio com Londres. O Fórum Cultural Olímpico trará as experiências de Londres com a participação de líderes culturais e produtores ingleses, assim como de lideranças brasileiras. Queremos nos inspirar no espírito de transformação que lidera o espírito olímpico internacional.

Quer saber mais ? Veja: http://transform.britishcouncil.org.br/pt-br/content/forum-cultural-olimpico-e-paraolimpico

 

 

A nossa contagem regressiva

Hoje, depois de 16 dias de realização dos Jogos de Londres, tem maior peso a nossa contagem regressiva.

Serão 1453 dias para os Jogos Olímpicos e 1486 dias para os Jogos Paraolímpicos Rio 2016. Aprendizados, comparações, superações, alegrias e frustações marcam a vida de atletas, organizadores, futuros organizadores, torcidas e tantos espectadores pelo mundo afora.

Conhecemos mais sobre Londres e sobre o Reino Unido, presenciamos a realização de Jogos da mais alta qualidade, seja na organização do evento, no belo desempenho da Grã Bretanha com seu “Team GB”, no aprendizado que o programa de observadores trouxe para o Brasil e, sobretudo, na inspiração que nos trazem os atletas.

Podemos comparar essa contagem regressiva com a preparação dos atletas. Anos de dedicação, superação, erros e acertos que levam muitos a medalhas e muitos à busca de forças para 2016, quando será a vez do Brasil. Profissionalismo, dedicação, trabalho em equipe, disciplina, transparência, valores, transformação; essas e tantas outras palavras estarão nas mentes e corações daqueles que lideram a preparação dos Jogos Rio 2016 e dos atletas que estarão nos representando daqui  a quatro anos.

INSPIRAR UMA GERAÇÃO, esse é o lema de Londres !

Estádios e aeroportos: avançamos ?

Algumas notícias recentes nos colocam ao par de alguns dos temas relacionados à preparação do Mundial de 2014 e mesmo ao atendimento do crescimento das viagens dentro do Brasil. Pelos dados apresentados para estádios e aeroportos, parece que uma parte do ceticismo pode ser substituída por resultados objetivos, mesmo num cenário onde não se espera que os eventos esportivos resolvam todos os problemas mas sejam uma referência com data marcada para avanços mais do que urgentes.

Um dos comentados assuntos, os estádios ou arenas de eventos, estão apresentando resultados mais visíveis na metade de 2012.

Segundo levantamento do Portal da Copa do governo federal, cinco dos 12 equipamentos estão com mais da metade das obras concluídas, veja abaixo o status de construção em Julho de 2012.

No caso dos aeroportos, ontem ( 07/08/12 ) o Ministro da Aviação Civil Wagner Bittencourt afirmou que chegaremos em 2014 com aeroportos mais seguros, menos atrasos de vôos, funcionários qualificados e melhor capacidade de atender aos passageiros. Em termos de infraestrutura teremos mais 10,5 mil metros de pistas, 380 mil metros de pátio e 289 mil metros quadrados de terminais de passageiros. Segundo ele, até 2014 teremos um aumento de 53% da capacidade de transporte de passageiros em relação ao volume transportado em 2011: 95 milhões de pessoas.

Com a privatização, Brasília, Campinas e Guarulhos vão ter até 2014 investimentos de 8,4 bilhões de recursos públicos e privados. Guarulhos terá capacidade para atender 12 milhões de passageiros, Campinas 5,5 milhões e Brasília 8 milhões. O Rio, Galeão, saltará de  17 para 44 milhões de passageiros.

Essa nova capacidade para atender nos aeroportos, além de contribuir para receber melhor durante os grandes eventos, deve atender ao crescimento registrado nos últimos anos na aviação civil do Brasil, em média de 12% entre 2003 e 2011.

Em minhas viagens pelo Brasil é possível ver algumas cidades com obras diversas: Rio de Janeiro, Fortaleza, Recife, Brasília. O que você tem visto pelas cidades sede do Mundial de 2014 ?

 

OBRAS DOS ESTÁDIOS: o que já está pronto em cada uma das cidades sede.

1. Fortaleza: 83%

2. Belo Horizonte: 70%

3. Brasília: 69%

4. Salvador: 65%

5. Rio de Janeiro: 59%

6. Recife: 49%

7. Cuiabá: 46%

8. Curitiba: 45%

9. São Paulo: 45%

10. Manaus: 42%

11. Porto Alegre: 31%

12. Natal: 30%

 

1 dia para Londres 2012

Um dia antes da cerimônia de abertura dos Jogos Londres 2012 o clima na cidade está cada vez mais aquecido, seja pelo intenso calor, seja pela contagem regressiva. Veja o relógio oficial da contagem na foto.

Ontem e hoje os eventos brasileiros marcaram a agenda. O lançamento da nova campanha da EMBRATUR, a inauguração na nova Embaixada com uma exposição sobre inovação e o evento da Casa Brasil da Rio 2016: todos com a presença da Presidente Dilma e diversas autoridades brasileiras.

A tocha olímpica que está na cidade desde o dia 20 depois de passar por todo o Reino Unido se aproxima dos pontos de referência da cidade. O Palácio de Buckingman, o Hyde Park e a Trafalgar Square foram alguns dos lugares em que milhares de pessoas acompanharam a passagem do símbolo esportivo.

Os primeiros jogos iniciaram ontem com os jogos de futebol. As notícias sobre os atletas já começam a surgir, uma atleta que deixa os jogos por dopping e outra por postar opinião pejorativa no twitter. Nesse último caso, as novas tecnologias que permitem manifestações públicas e acabam mostrando que não há espaço para preconceitos ou valores que não estejam de acordo com o espírito olímpico.