Vamos ressuscitar a liderança ?

Estou lendo um livro que se chama A liderança está morta (Jeremie Kubicek). Adoro livros sobre o tema, e este me chamou a atenção por causa do título. Liguei isso ao evento que ocorreu na abertura do Fórum Panrotas 2014 quando as entidades entregaram ao Ministro Vinicius Lages um documento com suas demandas e dados que mostram a importância da indústria de viagens e turismo para o Brasil.

Meu debate é em torno da pergunta: que lideranças queremos no turismo? Nas entidades e organizações do setor privado ?

As grandes transformações por que passa o setor de turismo em nosso país e no planeta exigem que as entidades também mudem, se renovem. E para isso acontecer precisamos de líderes. Homens e mulheres, jovens, não de idade, mas de idéias, de espírito aberto para representar seus segmentos de mercado e não somente para se dizer que é Presidente da A…

Precisamos de líderes empresariais que conheçam e exerçam os compromissos de sua categoria, que liderem com a razão e com o coração, que estejam acima das vaidades e apresentem resultados. Líderes que renovem suas associações, que permitem que outras lideranças assumam sua entidade. Precisamos urgente de líderes que exerçam INFLUÊNCIA, baseada em dados, números, estudos, demandas organizadas. Líderes que pensam e agem com visão global do turismo, além de suas demandas específicas.

Precisamos de líderes que aceitem a diversidade, todas as diversidades, inclusive de opinião. Líderes de uma indústria que gera empregos, traz empregos e investimentos e que precisa se colocar como importante fator de desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Nós somos esses líderes ?

Forum Panrotas, o negócio que ganhou tropicalidade

Trata-se aqui de uma reflexão rápida e objetiva. O Fórum Panrotas além de ser “O” evento da indústria brasileira de turismo que debate tendências, temas de mercado, polêmicas sobre problemas antigos e novos desafios é também o lugar de encontrar amigos e apertar a mão do “networking”, ou ainda conversar com o “relacionamento”.

Mas a grande vantagem do Fórum, além de outras que não citei, é colocar diversos atores juntos, atores com interesses em seus negócios específicos, mas que tem uma certeza comum: só vai dar certo para meu segmento se der certo para todos os outros.

É o negócio da conexão e da escala. O negócio da emissão e da recepção; do crachá e do coffee break. É o negócio do check in e do late check out, sim da mobilidade, do upgrade. O negócio do pacote, do transfer e da gestão. Sem esquecer do sistema, do tkt, do lock ou da distribuição. Passou a ser o negócio dos sites, das redes sociais e que dá grande importância aos comentários.

Esse negócio com tantas palavras em inglês ganhou TROPICALIDADE nesse Forum 2014, porque aprende com outras experiências mas constrói sua história com brasilidade.

É sim o negócio que realiza sonhos que só que concretizam se sonhados por todos da indústria.

Turismo: PIB – Empregos – Divisas

Fabulosa a contribuição da indústria de viagens e turismo no mundo e no Brasil ano passado e boas perspectivas para 2014.

foto PIB

Segundo dados divulgados em 19 de abril pelo WTTC – World Travel & Tourism Council a contribuição total (efeitos diretos e indiretos) do turismo no mundo e no Brasil tiveram os seguintes resultados:

TURISMO NO MUNDO – Impactos totais

PIB – A indústria representou 9,5% do PIB em 2013 com tendência de crescimento de 4,3% em 2014

EMPREGOS – 8,3% dos empregos gerados direta e indiretamente no mundo em 2013 vieram do turismo; a projeção é de crescimento de 2,5% em 2014

EXPORTAÇÕES – O turismo contribuiu com 5,4% das exportações no mundo ano passado e deve crescer a um ritmo de 4,8% em 2014

TURISMO NO BRASIL – Impactos totais

PIB – A indústria representou 9,2% em 2013

EMPREGOS – 8,4% dos empregos gerados direta e indiretamente no BRASIL em 2013 vieram do turismo

EXPORTAÇÕES – O turismo contribuiu com 2,5% das exportações no BRASIL ano passado e deve crescer ao ritmo de 11,7% em 2014

INVESTIMENTOS – o setor contribuiu com 5,8% do total das exportações do BRASIL em 2013 e a tendência de crescimento em 2014 é de 21,8%

(FONTE: WTTC, março 2014)

Somente quantos turistas ?

É um debate importante para fazer em poucas linhas, mas vamos tentar resumir: o número de turistas não é indicador de resultados para a indústria de viagens e turismo, se usado isoladamente.

Estudos mostram que para avaliar os resultados do desenvolvimento do turismo de um destino precisam conjugar dados estatísticos, informações e inteligência comercial. Mais do que isto, conjugar diferentes indicadores que mostram quantos turistas chegaram, quantos dias ficaram, quanto gastaram: VOLUME DE TURISTAS X PERMANÊNCIA MÉDIA X GASTO MÉDIO DIÁRIO.

Por que isso é importante? Principalmente porque o objetivo em atrair turistas para um destino é atrair negócios para os empresários, gerar empregos e contribuir para a entrada de divisas e ingressos. Além disso, alguns destinos podem receber dezenas de milhares de visitantes (destino de praia ou de cidades, por exemplo), mas outros só podem receber números menores de turistas (destinos de ecoturismo). Além disso, condições históricas, nível de maturidade do turismo no destino, posição geográfica e outros fatores exercem grande influência na atração de turistas de diferentes mercados emissores.

Na verdade, quanto mais desenvolvido e sustentável é  um destino mais exigentes são empresários e comunidade local quanto ao tipo de visitantes que recebe e quais os verdadeiros resultados que lhes interessam.

O que o mundo pensa de nós?

A resposta a essa pergunta não está no que “achamos” que as pessoas de outros países pensam de nós. A resposta, ou indícios dela estão em pesquisas e índices elaborados para entender como os países são vistos por outros países.

Há cerca de dez anos o Brasil era pouco conhecido, e diversos motivos, entre eles o fato de estar sediando a Copa da FIFA e os Jogos Rio 2016 fizeram e ainda fazem com que os olhos do mundo se voltem para nós. E certamente estes olhos estão vendo coisas positivas e negativas.

A melhor resposta à pergunta sobre o que o mundo pensa de nós é: O que queremos que ele pense ?

Aí sim começamos a tratar de um tema complexo de forma positiva e afirmativa. Para o turismo, essa atitude é fundamental no sentido de aproveitar a oportunidade de visibilidade e nos posicionarmos. Quais as mensagens estamos passando ao mundo desde que ganhamos a disputa para sediar os eventos esportivos ? Como estamos pensando nosso marketing para depois desses eventos? Qual nossa relação com a direção desses eventos em termos de estratégia de imagem? Qual nossa relação com os patrocinadores? Enfim, eu poderia adicionar ainda muitas perguntas, mas o fato é que o Brasil precisa colocar sua opinião sobre “como queremos que o mundo nos veja” por meio de mensagens que cheguem a todos aqueles que trabalham na organização dos grandes eventos, a todos da cadeia do turismo e aos consumidores.

Afinal, somos nós, BRASIL, que temos o dever de construir nossa imagem de país.

Dos dados à inteligência

Sou apaixonada por informações, dados, tudo aquilo que possa ajudar a entender a realidade do mercado turístico e nos ajudar na tomada de decisões.

Como decidir investimento num determinado mercado, em aumento de equipe de vendas, em novos negócios sem dados? E sem informações? E sem conhecimento ? E sem inteligência ? Como são investidos milhões sem ter como base dessa decisão um conjunto de informações que permitem minimizar os riscos ?

Esses são os caminhos a percorrer para conhecer melhor o mercado e nos ajudar na tomada de decisões tanto em nossas empresas como no setor público. Começamos com os dados estatísticos, as pesquisas, que nos trazem informações ( dados agregados, comparação, análises ). Depois disso, vem o conhecimento, que nos permite utilizar técnicas de análise para o conhecimento e atualização sobre o mercado e, finalmente, a inteligência que acontece com a experiência, a precisão de análise e possibilita a orientação e maior acertividade na tomada de decisões.

Faço essa reflexão porque entendo que o turismo brasileiro avançou muito nos últimos anos no fornecimento e dados e informações, mas ainda muito é necessário para que possamos ter mais dados, mais informações detalhadas e possamos desenvolver nosso conhecimento e nossas técnicas de inteligência de mercado. Mesmo a Espanha, que é o país que podemos considerar mais avançado nesse campo continua a aprimorar e criar novas formas de conhecer o turismo e analisar o mercado.

As 100 cidades mais visitadas

O Euromonitor International publicou em 26 de Janeiro de 2014 o ranking das 100 cidades mais visitadas do mundo (número de visitantes) em 2012.

As grandes estrelas são asiáticas, com destaque para Hong Kong, Cingapura, Macau e Bankok. Londres também se destaca, está quarto lugar; Nova Iorque é a oitava e Paris a décima mais visitada.

O desempenho da América Latina ainda é pequeno nesse cenário, mas Lima foi o segundo maior crescimento mundial de 2011 para 2012; a cidade está na 34a colocação. Buenos Aires está no 44o lugar, e o Brasil no final do ranking, com Rio na posição 90 e São Paulo na 97.

Veja o infográfico clicando aqui100 cities 2012

Os países e a Copa 2014

IMG_0148Quando elaboramos o Plano Aquarela 2020, com metas e uma estratégia de promoção para além de 2014 e 2016, tínhamos como um dos objetivos alcançar maior visibilidade ao Brasil como destino turístico. Especialmente, lembrávamos que a 6 meses do evento a definição das chaves e das cidades aonde as seleções iriam se hospedar seria também uma grande oportunidade de visibilidade das cidades sede (12) e de outras cidades brasileiras.

Pois bem, conheço o trabalho de algumas cidades para sediar seleções, e vemos que muitas oportunidades irão surgir; seja de receber jornalistas, seleções e torcedores dos países que terão suas seleções nas bases de treinamento. A pergunta é: como esses destinos estão se preparando para receber jornalistas ? Qual seu posicionamento enquanto destino turístico? Que mensagens, que imagens serão divulgadas pela imprensa nacional e internacional sobre a cultura e as riquezas naturais desses destinos ? Existe uma estratégia para promover esses destinos nos países de origem dessas seleções ? Existe um website em outras línguas para a busca de informações ? Existe uma estratégia de comunicação digital?

As oportunidades serão aproveitadas ? E depois da Copa ? Quais os próximos passos para dar seguimento ao trabalho de promoção turística e de captação de eventos ?

Veja a lista das cidades aonde as seleções irão se hospedar.

AMÉRICA DO SUL
Brasil – Teresópolis(RJ)

Argentina – Belo Horizonte (MG)
Colômbia – Cotia (SP)
Chile – Belo Horizonte (MG)
Uruguai – Sete Lagoas (MG)
Equador – Viamão (RS)
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
Estados Unidos – São Paulo (SP)
México – Santos (SP)
Honduras – Porto Feliz (SP)
Costa Rica – Santos (SP)
EUROPA
Alemanha – Santa Cruz de Cabrália (BA)
Rússia – Itu (SP)
Holanda – Rio de Janeiro (RJ)
Espanha – Curitiba (PR)
Suíça- Porto Seguro (BA)
França – Ribeirão Preto (SP)
Portugal – Campinas (SP)
Croácia – Praia do Forte (BA)
Itália – Mangaratiba (RJ)
Grécia – Aracaju (SE)
Bósnia – Guarujá (SP)
Bélgica – Mogi das Cruzes (SP)
Inglaterra – Rio de Janeiro (RJ)
ÁFRICA
Camarões – Vitória (ES)
Nigéria – Campinas (SP)
Gana – Maceió (AL)
Costa do Marfim – Águas de Lindóia (SP)
Argélia – Sorocaba (SP)
 
ÁSIA
Irã – São Paulo (SP)
Coréia do Sul – Foz do Iguaçu (PR)
Japão – Itu (SP)
Austrália – Vitória (ES)

2014, 2015… 2017

Quando paro para pensar que 2014 já está aí, logo me vem à cabeça que esse é o blog da Contagem Regressiva.

Pois então preciso já pensar em 2015. Apressada mesmo. Porque depois vem 2015 e 2016, Jogos Olímpicos Rio 2016. E já estou em 2017. Sim, para o turismo precisamos começar a trabalhar para 2017, se é que já não deveríamos ter começado.

Tudo isso pode ser um pouco de exagero, e por isso desejo comentar 3 pontos:

1. Em 2014 e assim por diante, precisamos ter planejamento e continuidade nas políticas de turismo. Claro que com inovação, melhorias e muito profissionalismo

2. Em 2014 e assim por diante, o pensar a longo prazo deve fazer parte da cultura do desenvolvimento do turismo, seja no setor público ou privado. Perder essa perspectiva pode ser fatal

3. Em 2014 e assim por diante, devemos ser obstinados por criatividade, inovação, conhecimento e também introduzir em nossa cultura corporativa que tudo muda muito rápido em nossa indústria. Perde essas perspectiva já é fatal.

UM SUPER 2014 PARA TODOS.

P.S. Quero agradecer à equipe do JP e a todos os leitores e colegas do Blog Panrotas por essa oportunidade de aprender e compartilhar.

 

Conhecemos nossos produtos e destinos ?

Quando começamos a fazer o trabalho de relações públicas no mercado internacional, na época da EMBRATUR, conseguimos perceber que a profundidade e qualidade dos conteúdos que tínhamos para falar do Brasil e das experiências que o turista tinha por aqui eram insuficientes.

Levar informações ao turista antes que ele chegue ao destino, ou mesmo quando ele já chegou é um desafio complexo e que exige muito conhecimento sobre como pode ser a visita, mas só que nos mínimos detalhes. O visitante quer descobrir sozinho, experimentar, vivenciar; e para isso ele precisa encontrar informações histórias, geográficas, culturais, curiosidades e detalhes sobre o produto ou serviço que deseja desfrutar. Bem, as ferramentas para isso são muitas, a linguagem, a forma, tudo irá influenciar no resultado da viagem e ainda mais na opinião que o visitante levará adiante em seus comentários.

Mas a pergunta que me faço é: o quanto nós, agentes do turismo, ligados ao mercado ou ao setor público conhecemos nossos destinos e produtos, o quanto estamos nos preparando para disponibilizar informações e serviços para que o turista de fato seja seduzido pelo que estamos “vendendo”. Se realmente conhecemos, aonde estão essas informações? Preparadas em formato e linguagem que atenda o ponto de vista do visitante ? É fácil encontrá-las ? E se ele vem a negócios e eventos? E se ele veio a lazer, como o tratamos com suas necessidades específicas?

Tudo isso, porque não basta ter uma ótima hospedagem, um restaurante delicioso, uma praia deslumbrante, um cultura vibrante. Tudo isso porque ao final precisamos responder: o que nos diferencia ? o que nos torna únicos ? o que nos torna desejados como destino turístico ?