Os países e a Copa 2014

IMG_0148Quando elaboramos o Plano Aquarela 2020, com metas e uma estratégia de promoção para além de 2014 e 2016, tínhamos como um dos objetivos alcançar maior visibilidade ao Brasil como destino turístico. Especialmente, lembrávamos que a 6 meses do evento a definição das chaves e das cidades aonde as seleções iriam se hospedar seria também uma grande oportunidade de visibilidade das cidades sede (12) e de outras cidades brasileiras.

Pois bem, conheço o trabalho de algumas cidades para sediar seleções, e vemos que muitas oportunidades irão surgir; seja de receber jornalistas, seleções e torcedores dos países que terão suas seleções nas bases de treinamento. A pergunta é: como esses destinos estão se preparando para receber jornalistas ? Qual seu posicionamento enquanto destino turístico? Que mensagens, que imagens serão divulgadas pela imprensa nacional e internacional sobre a cultura e as riquezas naturais desses destinos ? Existe uma estratégia para promover esses destinos nos países de origem dessas seleções ? Existe um website em outras línguas para a busca de informações ? Existe uma estratégia de comunicação digital?

As oportunidades serão aproveitadas ? E depois da Copa ? Quais os próximos passos para dar seguimento ao trabalho de promoção turística e de captação de eventos ?

Veja a lista das cidades aonde as seleções irão se hospedar.

AMÉRICA DO SUL
Brasil – Teresópolis(RJ)

Argentina – Belo Horizonte (MG)
Colômbia – Cotia (SP)
Chile – Belo Horizonte (MG)
Uruguai – Sete Lagoas (MG)
Equador – Viamão (RS)
AMÉRICA DO NORTE E CENTRAL
Estados Unidos – São Paulo (SP)
México – Santos (SP)
Honduras – Porto Feliz (SP)
Costa Rica – Santos (SP)
EUROPA
Alemanha – Santa Cruz de Cabrália (BA)
Rússia – Itu (SP)
Holanda – Rio de Janeiro (RJ)
Espanha – Curitiba (PR)
Suíça- Porto Seguro (BA)
França – Ribeirão Preto (SP)
Portugal – Campinas (SP)
Croácia – Praia do Forte (BA)
Itália – Mangaratiba (RJ)
Grécia – Aracaju (SE)
Bósnia – Guarujá (SP)
Bélgica – Mogi das Cruzes (SP)
Inglaterra – Rio de Janeiro (RJ)
ÁFRICA
Camarões – Vitória (ES)
Nigéria – Campinas (SP)
Gana – Maceió (AL)
Costa do Marfim – Águas de Lindóia (SP)
Argélia – Sorocaba (SP)
 
ÁSIA
Irã – São Paulo (SP)
Coréia do Sul – Foz do Iguaçu (PR)
Japão – Itu (SP)
Austrália – Vitória (ES)

2014, 2015… 2017

Quando paro para pensar que 2014 já está aí, logo me vem à cabeça que esse é o blog da Contagem Regressiva.

Pois então preciso já pensar em 2015. Apressada mesmo. Porque depois vem 2015 e 2016, Jogos Olímpicos Rio 2016. E já estou em 2017. Sim, para o turismo precisamos começar a trabalhar para 2017, se é que já não deveríamos ter começado.

Tudo isso pode ser um pouco de exagero, e por isso desejo comentar 3 pontos:

1. Em 2014 e assim por diante, precisamos ter planejamento e continuidade nas políticas de turismo. Claro que com inovação, melhorias e muito profissionalismo

2. Em 2014 e assim por diante, o pensar a longo prazo deve fazer parte da cultura do desenvolvimento do turismo, seja no setor público ou privado. Perder essa perspectiva pode ser fatal

3. Em 2014 e assim por diante, devemos ser obstinados por criatividade, inovação, conhecimento e também introduzir em nossa cultura corporativa que tudo muda muito rápido em nossa indústria. Perde essas perspectiva já é fatal.

UM SUPER 2014 PARA TODOS.

P.S. Quero agradecer à equipe do JP e a todos os leitores e colegas do Blog Panrotas por essa oportunidade de aprender e compartilhar.

 

Conhecemos nossos produtos e destinos ?

Quando começamos a fazer o trabalho de relações públicas no mercado internacional, na época da EMBRATUR, conseguimos perceber que a profundidade e qualidade dos conteúdos que tínhamos para falar do Brasil e das experiências que o turista tinha por aqui eram insuficientes.

Levar informações ao turista antes que ele chegue ao destino, ou mesmo quando ele já chegou é um desafio complexo e que exige muito conhecimento sobre como pode ser a visita, mas só que nos mínimos detalhes. O visitante quer descobrir sozinho, experimentar, vivenciar; e para isso ele precisa encontrar informações histórias, geográficas, culturais, curiosidades e detalhes sobre o produto ou serviço que deseja desfrutar. Bem, as ferramentas para isso são muitas, a linguagem, a forma, tudo irá influenciar no resultado da viagem e ainda mais na opinião que o visitante levará adiante em seus comentários.

Mas a pergunta que me faço é: o quanto nós, agentes do turismo, ligados ao mercado ou ao setor público conhecemos nossos destinos e produtos, o quanto estamos nos preparando para disponibilizar informações e serviços para que o turista de fato seja seduzido pelo que estamos “vendendo”. Se realmente conhecemos, aonde estão essas informações? Preparadas em formato e linguagem que atenda o ponto de vista do visitante ? É fácil encontrá-las ? E se ele vem a negócios e eventos? E se ele veio a lazer, como o tratamos com suas necessidades específicas?

Tudo isso, porque não basta ter uma ótima hospedagem, um restaurante delicioso, uma praia deslumbrante, um cultura vibrante. Tudo isso porque ao final precisamos responder: o que nos diferencia ? o que nos torna únicos ? o que nos torna desejados como destino turístico ?

EMBRATUR aos 47

Na minha opinião estamos aos 47 minutos do segundo tempo. No dia 18 de novembro a EMBRATUR comemora 47 anos de existência. Às vezes as pessoas não gostam de aniversários, mas sinto que a grande maioria gosta de ser lembrada, de celebrar a vida, de relembrar momentos e de refletir sobre o futuro.

Para a EMBRATUR, tão cara aos brasileiros e, especialmente àqueles que trabalham no turismo ou àqueles que passaram pela entidade, são quase 50 anos de história. Momentos distintos que acompanharam a vida do Brasil e a tão recente caminhada do turismo. Oportunidade para lembrar de amigos, reverenciar memórias e festejar o turismo.

Hoje, com as mudanças nos hábitos de viagens, com o maior acesso ao turismo, as pessoas conhecem um pouco mais a importância dessa indústria. Creio que muitos avanços podem ser mencionados, e também muitos desafios se colocam à frente. Para os leitores da Panrotas, só quero mencionar um desafio que considero condição essencial para que a promoção internacional do Brasil e, por consequência a EMBRATUR, precisa enfrentar: a mudança de seu modelo de gestão.

Para que a EMBRATUR possa acompanhar as rápidas mudanças por que passa o turismo mundial é necessário uma grande mudança a ser aprovada pelo executivo e pelo legislativo. É necessário ter agilidade para que suas ações sejam efetivas, consigam atingir parcerias com o setor privado, para que seus resultados sejam mensurados e mostrados como importante fonte de desenvolvimento econômico, gerador de empregos e de valorização da cultura.

“Achismo” não dá

Acredito muito que deveríamos entender melhor os benefícios e riscos de sediar os grandes eventos esportivos de forma a sair das análises genéricas e dos “achismos”.

Um dos assuntos que merece especial atenção é o SETOR DE EVENTOS. O que acontece com esse segmento de mercado depois da realização dos grandes eventos ? Como os resultados e desempenho dos negócios é analisado ?

Comento aqui um relatório – 2013 London Venues Business Report, feito por organizações inglesas sobre a ocupação dos espaços de eventos depois de Londres 2012. Foram feitos levantamentos em 110 atrações turísticas, espaços de eventos e hotéis na cidade de Londres, chegando-se a algumas conclusões:

– existe um otimismo em 94% dos equipamentos depois dos Jogos Londres 2012;

– 63% dos espaços prevêm crescimento positivo em 2013

– 73% dos espaços vão investir recursos para ampliar e melhorar suas áreas em 2013

– 40% dos equipamentos revelam que não mudam preços em períodos de baixa ou alta temporada de eventos

– 80% das empresas oferecem wireless aos público de eventos sem cobrar pelo serviço

– a comunicação online é uma das ferramentas de venda e relacionamento mais importante, tanto para vendas diretas como para divulgação boca-a-boca

E me pergunto: quais os dados temos sobre nossa indústria no Brasil HOJE ? Qual a capacidade de negócios instalada e quais os investimentos futuros, seu retorno econômico e as tendências do mercado ? Como estamos preparando e divulgando nossa capacidade para realizar congressos, feiras e eventos de diversos perfis depois dos eventos esportivos ? Temos alguma estratégia em andamento ?

Voltei

Amigos, conforme nota veiculada no Panrotas  estou de volta às atividades no turismo.
Alguns meses aprendendo na área de cultura reforçaram ainda mais minha convicção sobre a importância do setor de viagens e turismo para a economia brasileira, para aproximar nosso Brasil do mundo e também confirmaram minha paixão por esse setor.
Quero também retomar a participação aqui no time de blogueiros do Panrotas e contribuir para o debate de idéias e opiniões de nosso setor.

O que diz o WTTC para 2013

O WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo, apresenta anualmente seus dados para o crescimento da economia do turismo no mundo e em diversos países.

Fui dar uma olhada nas quatro variáveis estratégicas avaliadas, o que está projetado para o Brasil e para o mundo, confira:

PIB DIRETO DO TURISMO

O turismo brasileiro contribuiu com R$ 150,6 bilhões para o PIB do país em 2012, 3,4% do total.

Para 2013 a previsão de crescimento para o Brasil é de 5%, e para o mundo 3,1%

EMPREGOS DIRETOS

O turismo brasileiro empregou diretamente 2.950.000 pessoas em 2012, isso representa 3% do total de empregos no País.

Para 2013 a previsão de crescimento é de 3,4% dos empregos diretos no Brasil e 1,2% no mundo.

GASTOS DOS ESTRANGEIROS

O total de gastos dos estrangeiros no Brasil em 2012 foi de R$ 14,6 bilhões, o que representa 2,7% do total das exportações.

Para 2013 a projeção de crescimento para nosso país é de 7,6% e para o mundo de 3,1%.

INVESTIMENTOS

No ano passado foram investidos pelo setor público e privado R$ 43,5 bilhões em turismo, o que significou 5,4% dos investimentos realizados no Brasil.

Para 2013 a projeção é de que os investimentos em turismo cresçam 8,4% no Brasil e 4,2% no mundo.

 

FONTE: WTTC

Mês de julho atípico?

Os dados divulgados pelo Banco Central e pela INFRAERO, apontaram que as receitas, as despesas cambiais e os desembarques de passageiros trouxeram algumas novidades para o mês de julho de 2012.

O cenário mostra algumas mudanças. Veja abaixo uma breve análise dos números:

– confirma-se a alta redução dos gastos dos brasileiros no exterior. Nos meses de junho e julho se repete uma queda de cerca de 10% em relação a 2011;

– em julho tivemos o maior aumento anual dos gastos dos estrangeiros no Brasil. Os gringos gastaram 14,75% a mais em julho deste ano do que em julho do ano passado. Mas atenção, junho foi um mês ruim, com uma queda de quase 2%. Portanto, não sabemos como será o restante do ano por causa do cenário econômico em diversos países emissores para o Brasil;

– seguem crescendo, mesmo em ritmo mais lento do que no ano passado, os desembarques de passageiros domésticos. Já são 49 milhões de viagens dentro do Brasil (brasileiros e estrangeiros );

– excepcionalmente, o mês de julho registra queda nos desembarques internacionais. Isso mostra que os brasileiros viajaram um pouco menos para o exterior. As chegadas internacionais registraram quedas de 2% em julho e de 6% em abril. Os demais meses do ano foram positivos, chegando a um crescimento anual de 4,77% de janeiro a julho de 2012.

O “durante” Londres 2012

Depois da grande expectativa com a cerimônia de abertura e o início dos jogos, segue a programação das competições, as histórias e os desafios dos atletas. Grande participação de nossa atleta de judô que ganhou medalha de ouro, Sarah Menezes, exemplo de auto confiança e determinação.

No turismo, os destaques gerais que percebo nos primeiros dias dos jogos:

– a cidade está cheia, ao que parece normal aos londrinos durante o verão, exceto pelo trânsito mais complicado

– ainda existem lugares nos hotéis com preços justos por categoria e localização

– um dos pontos fortes da organização é justamente o trânsito e o deslocamento das pessoas, que contam com muita, mas muita informação no metrô, nos ônibus, cruzamentos de ruas e locais de grande movimentação ou de jogos. Pontos de informação provisórios são vistos em muitos lugares da cidade, com grande número de pessoas trabalhando

– a agenda cultural, algo oficial dos Jogos Olimpicos e que poucas pessoas conhecem, é muito intensa com opções para todas as idades, gostos, horários e dias da semana. Há também muita informação e divulgação dessa agenda, tanto em Londres como em outras cidades do Reino Unido

– lugares vazios nas arenas olímpicas: esse é o assunto desde ontem na imprensa local. Não se consegue entender quem deixou de distribuir ingressos ou de comparecer, federações esportivas, patrocinadores, público em geral. Vamos acompanhando o debate

De Londres, Jeanine Pires para o blog Panrotas: 30 de Julho de 2012.