As 5 principais tendências para a América Latina

Turistas com +50 são tendência para a indústria latino-americana (Foto: WTM Latin America)

A WTM Latin America em associação à Euromonitor apresentou o “WTM Latin America Trends Report 2017”, um relatório das principais tendências na indústria de turismo e viagens que vão tomar forma nos próximos anos na América Latina.

Cada vez a mais, a orientação regente tem sido a procura de ofertas e serviços personalizados alinhado à busca pelo fazer, ver e sentir (experiência), em detrimento do ter e comprar.

O relatório analisa mudanças comportamentais e demográficas, como o envelhecimento da população e o novos hábitos femininos, por exemplo, e o impacto destes na indústria do turismo. Das tendências listadas abaixo, as 5 mais expressivas que moldam e irão influenciar ainda mais o futuro da indústria na América Latina, de acordo com o relatório, irei realizar postagens futuras para explanar as tendências, com base nas considerações do estudo. As tendências observadas serão:

Envelhecimento da população e influência no turismo
Profissionais sem chefe e sua forma de viajar
Empoderamento das mulheres
O mundo digital: compartilhamento de experiências
Vendas por dispositivos móveis

3ª idade viajante

O aumento da população idosa já é uma tendência global para os próximos anos graças ao aumento da expectativa de vida promovida pelo avanço da medicina, tratamentos e prevenção de doenças. Segundo o relatório, a geração que está envelhecendo (os baby boomers) traz a perspectiva de que essa classe será uma parcela fundamental para o turismo na América Latina.

Isso porque os baby boomers irão transformar os hábitos de consumo desta faixa de idade. A estimativa é de que, em 2020, mais de 88 milhões de turistas da América Latina tenham mais de 50 anos (um crescimento de 40% em relação ao número de turistas desta faixa etária em 2010), correspondendo a 28% da parcela total de turistas latino-americanos.

O que essa tendência traz para a indústria? Políticas públicas que atenderão às necessidades de melhorias e adaptações nos destinos para receber turistas idosos, linguagem promocional direcionada à faixa etária, agências de turismo especializadas no consumo dessa classe de turistas. É também um impulso para a economia do turismo, jé que, por serem, em maioria, turistas aposentados ou com trabalho flexível (de carga horária reduzida), estes turistas dão um forte incentivo para viagens de baixa temporada, segundo o relatório.

Turista brasileiro: o rei das redes sociais

turista-brasileiro-selfieMesmo trabalhando com viagens, você é do tipo de turista que não perde de postar um clique nas suas redes sociais? Então você faz parte da estatística de que o turista brasileiro é o que mais partilha fotografias de viagens nas redes. O dado é da momondo, buscador de passagens aéreas e reservas de hotéis.

Para a pesquisa, foram analisados os hábitos de viagens de turistas de 20 países diferentes; sendo observado que 58% dos viajantes do nosso país publicam postagens enquanto realizam os passeios. Se restringimos a pesquisa a jovens brasileiros entre 25 e 35 anos, o dado chega a 70%.

Os números são bastante expressivos, principalmente se considerarmos que a Bélgica e a Dinamarca, países em última colocação neste ranking, possuem 16% de turistas que afirmam compartilhar suas viagens em tempo real.

Entre nossos conterrâneos, a rede social mais utilizada para publicação de fotos de viagens é o Facebook, usado por 90% dos turistas daqui, em seguida vêm o Whatsapp, com 72%, o  Instagram, com 52%  e o Twitter, com 34%. A famigerada e, ainda assim, pouco pesquisada rede social Snapchat não entrou na pesquisa.

Com uma conectividade tão evidente, é de se esperar que o turista brasileiro também valorize um bom WiFi disponível. A pesquisa revelou que o Brasil também é o que mais aprecia o serviço: 97% dos entrevistados brasileiros acreditam que o WiFi é importante, principalmente em hotéis, aeroportos e restaurantes. Em último lugar neste quesito, ficaram a Áustria e a Alemanha, países em que apenas 21% de entrevistados priorizam a disponibilidade de WiFi em estabelecimentos.

O poder das redes sociais

Durante as Olimpíadas Rio 2016, comentei aqui no blog sobre a força das redes sociais e a expressiva presença dos brasileiros. Com poder de gerar interação de personalidades, formar opinião ou trazer à tona fatos, o conteúdo deste tipo de mídia não pode ser ignorado e deve sim ser usado como estratégia de fomento de turismo.

Quanto mais o tempo passa, mais temos evidências de que, com o brasileiro reinando quase que soberanamente nas redes, essa responsabilidade é ainda maior por aqui. Ignorar a essencialidade da presença de promoção de turismo nas redes sociais é ignorar também a presença dos próprios turistas, e mais: arrisco dizer que é uma forte recusa ao desenvolvimento de marketing e às novas práticas do turismo que se estabelecerão, com ou sem o nosso consentimento.

 O desafio dos destinos

O maior desafio dos destinos para desenvolver um marketing eficaz e de resultados, não é somente desenvolver um site bem estruturado ou estar presente nas redes sociais: é necessário estabelecer uma política contínua de conteúdo de imagens e vídeos que tragam interatividade, ao mesmo tempo em que promovem o destino. Cativar, ser ativo nas redes e interagir com clientes em potencial é essencial e exige planejamento e dedicação.