Conheça a Mondee, holding de travel techs que foi para a bolsa na raça!

Na semana passada, especificamente no dia 16 de julho de 2022, a Mondee, uma holding de travel techs lançada em 2011, se tornou uma empresa pública em Nasdaq, através de um SPAC com a empresa de investimentos ITHAX, o veículo conhecido como “cheque em branco” foi o mesmo utilizado pela AMEX GBT, que foi listada em maio deste ano (que a propósito já perdeu 30% de valor).

Com a listagem, a Mondee fica avaliada em aproximadamente U$ 750M em valor de mercado, algo como 5X a sua receita anual.

Este talvez seja o pior momento, para uma empresa de tecnologia ir para Nasdaq, suspeito que desde o crash das “ponto.com” em 2001, não tenhamos um período de tanto pessimismo.

O momento atual de pessimismo do mercado financeiro, já supera inclusive a crise de subprime em 2008.

O índice NASDAQ já caiu 21% este ano, e o o índice EMCLOUD, que lista ativos de tecnologia que vendem softwares como serviço na nuvem, já caiu 42% este ano.

Veja no gráfico abaixo:

Dado o cenário atual, podemos dizer que a Mondee foi pra bolsa “na raça”, em um momento com baixa liquidez para ativos de tech.

Um pouco mais sobre a Mondee

Lançada em 2011, a Mondee desenvolve tecnologia para agências de viagens de lazer e para TMCs, operadoras de turismo, empresas, e para consumidores finais, quase sempre pautados em modelos de recorrência através de assinaturas.

Ela se posiciona como a empresa líder em plataformas para próxima geração de viagens.

A Mondee fez 14 aquisições ao longo dos últimos 10 anos, e tem um interessante storytellng que conecta sua marcas em um ecossistema, que deixaria os acionistas da CVC com inveja (convenhamos, a gigante de Santo André historicamente só empilhou receita com suas aquisições e nunca conseguiu criar conexão entre suas marcas), veja as 14 aquisições abaixo:

E aqui, como todas as plataformas se conectam no ecossistema de “viagens” da Mondee, e na geração de valor para cada cliente.

As principais marcas da Mondee é a TripPro, que entrega uma plataforma “self-booking” para TMCs e agentes de viagens, e conta com mais de 50mil cientes, a RocketTrip, uma plataforma de incentivo para grandes corporações estimularem seus colaboradores a reduzirem custos, que possui mais de 50 clientes, a TripPlanet, uma plataforma “all-in-one” para SMBs poderem gerenciar e realizar reservas e a Unpub, que ainda em “soft-launch”, tem a intenção de ser um grande clube de assinatura para pessoas viajarem com descontos, com planos a partir de U$ 49,95 por ano.

Aqui um pouco do resumo, o segmento e a base de clientes de cada uma das marcas.

Os Principais números da empresa

Os números atuais mostram que a Mondee ainda está longe de ter lucro, no primeiro trimestre deste ano (Q1) teve prejuízo de U$ 7M, mas a receita cresceu 179%, saindo de U$ 13,5M para U$ 37,7M, o forecast de receita para o ano é de U$ 152M.

Em sua apresentação, a Mondee alega ter U$ 3.1B em reservas no seu marketplace em 2019, com U$ 171M de receita, o que dá um take rate de aproximadamente 5,4%, um valor de certa forma “baixo” e que deve aumentar a medida que a empresa tiver êxito em aumentar a receita com outros produtos como anciliares, assinaturas e serviços financeiros.

A Mondee espera atingir um take rate de 7,9% em 2023.

Mais aquisições pela frente

Em seu prospecto, a Mondee deixou claro que tem um pipeline de aquisições potenciais que podem trazer U$ 225M de receita incremental com U$ 45M de EBITDA, sendo que 8 a 10 aquisições podem ser realizadas em curto prazo.

Será que tem algum alvo na América Latina em vista?

Conclusão

Eu estou convicto que os dados da Mondee podem ensinar muito sobre estratégia de negócios para empresas de tecnologia e turismo, aqui embaixo você pode clicar e ver a apresentação completa (51 páginas) com todos os dados da empresa recém listada em Nasdaq, desejo uma boa leitura, bons estudos e espero que o conteúdo seja útil!

Published by

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *