Pacific Coast Highway

viagem pela pacific coast highway, na califórnia

Viajar pela Pacific Coast Highway é um programa que encanta até quem não é grande adepto de road trips. A estrada, também conhecida como Califórnia Highway 1 ou California 1, percorre o litoral do Estado mais famoso do Oeste dos EUA de norte a sul. Seu trecho mais procurado é entre Santa Mônica (Los Angeles) e São Francisco.

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São 730 km que poderiam ser percorridos entre nove e dez horas, se o objetivo fosse viajar em apenas um dia, direto. Mas, para quem quer apenas chegar de um ponto ao outro, melhor fazer o roteiro pela I5, em seis horas, ou combinando essa rodovia com a US-101 (nesse caso, são seis horas e meia). Pela Pacific Coast, o mais importante não é o destino, mas sim tudo aquilo que se encontra pelo caminho.

E há de tudo: cânions, praias, pontes, serras, paisagens deslumbrantes e muitos locais que merecem algumas horas de visita, ou até mesmo um dia todo. Por isso, o ideal é passar pelo menos duas noites em pontos diferentes da Pacific Coast Highway. Se você tiver mais tempo, melhor ainda: fique mais, porque vale a pena.

Há pontos em que US-101 e Pacific Coast Highway são a mesma estrada
Há pontos em que US-101 e Pacific Coast Highway são a mesma estrada

Meu roteiro completo pela Pacific Coast Highway foi de sete noites, sendo três no ponto de partida (São Francisco) e duas em Los Angeles. As outras duas foram divididas entre San Luis Obispo e Santa Barbara, ambas na Pacific Coast Highway.

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Pacific Coast Highway: a estrada

Há alguns trechos da Pacific Coast Highway que têm pista dupla, especialmente nos momentos que ela se confunde com a US-101. Isso ocorre um pouco à frente de San Luis Obispo (mais precisamente em Gaviota Beach). As duas vias só voltam a se separar muitos quilômetros depois, na aproximação a Malibu.

Mas a maior parte da Pacific Coast Highway é composta por pista simples, em estrada cheia de curvas, com montanhas e muitas pontes. Na maioria dos trechos, à direita o Oceano Pacífico sempre está à vista (no meu caso, que parti de São Francisco rumo a Los Angeles), com seu tom azulado.

Há uma grande variação de velocidade máxima permitida. Nos trechos de serra mais travados, fica em torno de 35 milhas por hora (56 km/h). Nos demais pontos de pista simples, é permitido acelerar até 55 mph (88 km/h). Nos locais em que a pista é dupla, a máxima é de 65 mph (104 km/h).

O piso da Pacific Coast Highway é bem pavimentado na maior parte dos trechos, e a estrada é bem sinalizada. Entre São Francisco e Los Angeles, não há pedágios nessa via.

Fiz a Pacific Coast Highway ao volante de uma RAM 1500, pois minha viagem foi mais ampla do que esses sete dias – incluindo parques como Death Valley, em que algumas áreas são mais fáceis de percorrer com um veículo robusto. Mas qualquer tipo de automóvel é adequado para o trajeto.

Como a estrada é cheia de curvas, esta pode ser uma excelente oportunidade para alugar um carro que ofereça mais esportividade ao volante, como um BMW 320i ou um Ford Mustang (mais comuns nas locadoras). No trajeto, encontrei muitos Chevrolet Corvette e Porsche 911 – que já são um pouco mais difíceis de achar em empresas tradicionais de locação.

Bixby Bridge, na Pacific Coast Highway
Bixby Bridge, na Pacific Coast Highway

Como chegar e o que ver

Navegadores GPS do próprio carro ou os usados no smartphones (Maps e Waze, por exemplo) costumam calcular a rota usando vias expressas e o caminho mais rápido. Para não ter erro, em São Francisco coloque a localização Pacifica no dispositivo.

Assim, logo que sair de São Francisco, você já estará na Pacific Coast Highway. No trecho inicial, já são avistadas inúmeras montanhas e praias como Montara Beach. Cerca de duas horas e meia depois, seguindo pela CA-1, chega-se a Monterey, que vale algumas horas de visita.

Ao lado, está uma cidadezinha ainda mais interessante, Carmel-by-the-Sea. A viagem continua em direção à região de Big Sur. E é neste ponto que estão as paradas mais interessantes e cênicas, que têm pontos de observação para produção de imagens.

Em Whaler’s Cove, grandes perdas emergem do Pacífico e, dependendo da hora do dia, as nuvens parecem se projetar do mar ao céu. Bixby Bridge é a ponte mais famosa da Pacific Coast Highway. Logo adiante, o Hurricane Point é um belíssimo desfiladeiro, com uma pequena praia ao lado.

Outras paradas importantes a caminho de Los Angeles são San Luis Obispo, Santa Barbara, Malibu e, finalmente, Santa Mônica.

pacific coast highway: Carmel e Monterey

Monterey é a cidade sede do concurso de elegência de Pebble Beach, o mais famoso evento de carros clássicos dos Estados Unidos – aliás, coincidentemente, este ocorreu uma semana antes de eu passar por lá.

Em Monterey vale passear por Old Fisherman’s Wharf e Cannery Row – região que abrigava antigas fábricas de sardinha e se transformou em ponto turístico. Nos dois locais, você terá lojas, restaurantes e belas vistas do Pacífico. Se houver tempo, a cidade tem um interessante aquário.

Além de praias lindas (e um tanto geladas), Carmel-by-the-Sea investe na preservação histórica. Seu epicentro é a Ocean Avenue, que termina na praia Carmel Sunset Beach. Estacione o carro nos arredores e vá conhecer os charmosos cafés, restaurantes, inúmeras galerias de arte e lojas de grifes de luxo.

Minha recomendação de hospedagem para a primeira noite na Pacific Coast Highway é Carmel, após visitar Monterey. Para ficar no epicentro da cidade, escolha o Pinne Inn, belíssima propriedade cuja decoração clássica combina com o clima retrô da cidadezinha.

Por lá, o estacionamento é gratuito. Diárias a partir de US$ 260 em outubro. Uma curiosidade sobre Carmel: fundada em 1916, ela já teve como prefeito ninguém menos que Clint Eastwood. Aliás, quem acaba de comprar uma mansão histórica em Carmel é Brad Pitt.

pacific coast highway: Big Sur

Se Monterey tem um centro revitalisado e muito turístico, e Carmel investe no clima retrô, a parada seguinte traz um clima de Velho Oeste à Pacific Coast Highway. Em Big Sur, a cerca de 40 minutos de Carmel, estão pontos importantes citados acima, como Bixby Bridge e Hurricane Point.

A área de Big Sur tem cerca de dez quilômetros com complexos que parecem ter saído de um filme de faroeste. Incluem postos de combustível, restaurantes, lojas e hotéis de rodovia. O destaque fica por conta do River Inn, com diárias a US$ 250 em outubro.

Big Sur, na Pacific Coast Highway

Para quem quer uma hospedagem com mais clima de clássica road trip americana, Big Sur tem esta e outras opções. Inclusive, alguns campings. Já San Luis Obispo acabou sendo apenas uma parada para dormir, por causa de problemas logísticos que enfrentei (explico abaixo). O local, no entanto, merece ser explorado, segundo os turistas com quem conversei por lá.

Santa Barbara

A segunda noite foi em Santa Barbara, que merece mais que um dia de visita. Mas, como eu não tinha esse dia extra, aproveitei a belíssima orla da cidade com uma passagem pelo Stearns Wharf, seu pier mais famoso (com restaurantes, algumas lojinhas e estacionamento gratuito).

As praias do centro são East Beach e West Beach, com faixa de areia (branquinha) longa e boa infraestrutura. Na parte oeste, a água é extremamente calma. Outro ponto que visitei foi a State Street, considerada o centro de Santa Barbara.

Santa Barbara

A zona animada tem alguns dos restaurantes mais bacanas da cidade. Recomendo o espanhol Loquita (202 State St), em que comi uma das melhores paellas da vida. É importante fazer reserva, pois o local é concorrido.

O estilo espanhol, aliás, domina a cidade. E pode ser visto em uma das melhores opções de hospedagem de Santa Barbara, o hotel Californian. Descolado e contemporâneo, está bem ao lado da State e tem diárias a partir de US$ 800 em outubro, com US$ 48 de estacionamento por dia.

Para economizar, tanto as praias do lado leste quanto do oeste têm boas opções de hotéis no estilo bed & breakfest, com estacionamento gratuito. Eu recomendo o Blue Sands Inn (US$ 200), com quartos confortáveis, piscina, visual contemporâneo.

Fica do lado oeste. Nas proximidades, por cerca de US$ 70 a mais por dia, mas com uma oferta bem melhor de serviços, há um resort a beira mar: Hilton Santa Barbara Beachfront.

São Francisco de carro

Pontos inicial e final da viagem, São Francisco e Los Angeles são visitas obrigatórias para quem quer começar a conhecer a Califórnia. Qualquer roteiro sobre ambas merece uma reportagem exclusiva. Por isso, aqui o foco é o automóvel nessas duas grandes cidades.

São Francisco, com atrações mais concentradas, merece pelo menos três dias. Tem entre os destaques a orla de Fisherman’s Wharf, Golden Gate Bridge, as ladeiras, as casas de estilo vitoriano e o distrito Haight-Ashburry, epicentro do movimento hippie.

São Franscisco, ponto inicial de minha viagem pela Pacific Coast Highway

E sabe o que é ideal em São Francisco? Explorar sem carro. Por isso pode ser mais interessante começar a jornada na Pacific Coast Highway pela cidade do norte. Nesse caso, você só precisa alugar o automóvel no dia de partida.

Dá para explorar San Francisco a pé, de ônibus, bonde, Uber ou táxi (estes ficam sempre entre US$ 10 e US$ 15). Já estacionar o carro nos hotéis pesa no bolso. No meu, a diária para o automóvel era de US$ 67 (com manobrista). Mas como minha RAM 1500 é de porte grande, a conta subiu para US$ 77 por dia. Não vale a pena.

Hospedei-me na região de Union Square, que é central e está a um táxi rápido da maioria das atrações. Além disso, concentra a maior parte dos hotéis. Minha escolha foi o Beacon Grand, que ocupa um prédio histórico, mas foi completamente remodelado. Tem um excelente bar rooftop, um bom restaurante e quartos muito modernos. Diárias a partir de US$ 310 em outubro.

Los Angeles de carro

Los Angeles, extremamente espalhada e com péssimo sistema de transporte, é cidade que exige carro para ser explorada. Três dias é o mínimo, mas dá para ficar bem mais, pois as atrações são inúmeras – incluindo as imediações.

Táxi e Uber em Los Angeles são caríssimos. De Santa Monica a Beverly Hills, por exemplo, você vai gastar pelo menos US$ 70. Então, o carro vale a pena. O problema é que nos bairros mais badalados as diárias de estacionamento custam entre US$ 50 e US$ 70. Mas há alternativas.

No moderninho Andaz Calabasas (US$ 200), que fica naquele que é hoje um dos bairros residenciais mais valorizados da cidade, o estacionamento custa US$ 15 por dia, uma excelente oferta para Los Angeles. As opções noturnas na área, porém, são bem restritas.

Malibu

Para explorar bares e restaurantes de táxi e Uber, o melhor é hospedagem em locais que tenham vida noturna mais animada, como Hollywood, West Hollywood, Beverly Hills e Santa Mônica. E aqui vai uma dica: em Fairfax, entre Beverly Hills e West Hollywood, o The Beverly Laurel tem estacionamento gratuito, com manobrista.

É uma propriedade no estilo road hotel (que os americanos chamam de motel) em pleno coração de Los Angeles. Todo reformado, é simples e sem muitos serviços, mas charmoso e confortável. Além disso, tem restaurante próprio investe em um ar retrô, pois é uma propriedade histórica. Diárias a partir de US$ 170 em outubro.

Dicas importantes

Faz calor na Califórnia no verão? Muito! Em áreas de deserto, as temperaturas são altíssimas. E mesmo em Los Angeles, a estação é muito quente. Mas não a beira mar. A brisa do Pacífico pode deixar as temperaturas bem mais baixas nas zonas litorâneas até em julho e agosto.

Hurricane Point

Em locais como Carmel, Monterey, Malibu, Santa Barbara e Santa Mônica, houve momentos em que, mesmo com sol, eram 19 graus Celsius nos termômetros. Recomenda-se, portanto, estar preparado. Para quem sente mais frio, um agasalho é importante para essas regiões mesmo no verão.

É comum a neblina na Pacific Coast Highway. Em locais como o Hurricane Point, deixa a paisagem mais bela. Em outros, pode atrapalhar bastante. Houve pontos em que nem dava para ver o Pacífico, embora ele estivesse bem ao lado.

A neblina na região é mais comum pela manhã. Por isso, pode valer a pena explorar alguns locais na parte da tarde, para ter uma experiência melhor.

Monterey é uma das atrações da Pacific Coast Highway
Monterey é uma das atrações da Pacific Coast Highway

Logo abaixo de Big Sur, há um trecho da Pacific Coast Highway em que o asfalto desabou, formando um buraco. Por isso, em alguns momentos do dia, a rodovia pode estar fechada (como ocorreu em um dos dias em que a percorri). Nesse caso, é preciso voltar até Monterey para fazer o roteiro pela US-101.

Antes de viajar, pesquise se a estrada está completamente aberta. Se não estiver, vale a pena sair cedinho de Carmel, visitar Big Sur e depois voltar para Monterey para ir locais como San Luis Obispo e Santa Barbara pela US-101. Se deixar para fazer isso no fim do dia, será cansativo.

Pristine Luxury Camping

Pristine: tesouro escondido no deserto de sal da Argentina

O conceito de glamping recebeu destaque durante a pandemia, quando o turismo de isolamento ganhou adeptos que procuravam escapar de casa em segurança. No período, passou a se falar mais sobre campings de luxo como o Pristine Luxury Camp.

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Esta experiência de lifestyle é um tesouro escondido em um dos locais mais espetaculares da Argentina. Reunindo design, contato com a natureza e gastronomia, o Pristine Luxury Camp está em Salinas Grandes, o segundo maior salar – ou deserto de sal – da América do Sul.

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Salinas Grandes

O deserto de sal está localizado no norte da Argentina, entre a pré-cordilheira de Jujuy e a cordilheira dos Andes. Fica próximo às fronteiras com a Bolívia, ao norte, e Chile, ao oeste.

Salinas Grandes tem origem vulcânica, a partir de uma bacia que se formou entre as montanhas. Quando as águas secaram, restou o deserto branco, de sal.

Por lá também há os locais conhecidos como ojos de salar, lagos que podem ser vistos em alguns locais do deserto. A planície de sal ocupa área de 212 km², a 3.450 metros acima do nível do mar.

Como chegar

A melhor maneira de chegar a Salinas Grandes é partindo de Salta, que tem voos regulares de companhias argentinas a partir de diversas cidades do país, e até de Brasil – uma vez por semana, saindo de São Paulo.

Da Salta a Salinas Grandes, são 230 km e cerca de quatro horas de viagem. Isso se você não parar nenhuma vez na belíssima viagem pelas montanhas coloridas de Jujuy, pela Ruta 9 e a Ruta 52 – esta estrada termina no Chile.

Há alguns mirantes irresistíveis, além de quebradas (vales) como a de Humahuaca, em que se avista o rio Grande – de desgelo, seco durante o inverno.

Vale a pena parar em alguns dos mirantes da estrada, ou mesmo em cidades como Purmamarca, que tem feirinha de artesanato e onde está um dos destaques da paisagem do caminho, o Cerro de Los Siete Colores (Montanha das Sete Cores). A partir de Salta, a viagem é rumo ao norte.

Para quem prefere ir de carro a partir do Brasil, será necessário fazer algumas paradas no caminho. O salar está a pouco mais de 1.600 km tanto de Campo Grande (MS) quanto de Foz do Iguaçu (PR).

Pristine Luxury Camp

O Pristine Luxury Camp é uma fileira de cabanas que lembram os iglus do Círculo Polar Ártico. São brancos, todos com varanda privativa. Os maiores têm também jacuzzi a céu aberto.

Dentro das cabanas estão quartos e suítes luxuosos, com banheiro privativo, amenidades de banho, closet e minibar. O destaque fica por conta da parte transparente da cabana, com vista para o salar e as montanhas.

Claro que há cortinas black-out, para que a luminosidade extrema não atrapalhe o sono. De acordo com a administração, os hóspedes procuram a acomodação para passar finais de semana.

O objetivo é curtir a calmaria do salar e observar o espetáculo do céu iluminado do deserto à noite. Além das cabanas, a hospedagem tem uma tenda comum aos hóspedes e um restaurante.

Gastronomia

O Pristine Luxury Camp se classifica como camping de luxo por oferecer a experiência de acampar, mas com glamour. E a gastronomia é também uma atração.

A propriedade opera no sistema all inclusive (tudo incluído), com variedade de vinhos da Argentina, especialmente do norte, e pratos com ingredientes típicos da região. O carro-chefe é a lhama, servida, por exemplo, em ensopados. Outro destaque é a mortadela de lhama. As diárias partem de US$ 1.000 (cerca de R$ 5.600) em quartos para duas pessoas.

United Polaris

A melhor classe executiva dos EUA: United Polaris

As companhias aéreas americanas não são unanimidade. Já foram as melhores. Atualmente perderam status, em todos os quesitos, para concorrentes – especialmente as do Oriente Médio. Mas uma delas vem se destacando no quesito conforto, hospitalidade, atendimento e serviços em terra e a bordo, ao menos na classe executiva: United Airlines, com sua United Polaris.

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São três as companhias americanas que operam no Brasil: United, American Airlines e Delta. Desde 2022, quando após um hiato de quase dois anos pudemos voltar a viajar sem restrições, os Estados Unidos vêm sendo meu principal destino no exterior.

Por trabalho ou lazer, já visitei os EUA sete vezes desde março de 2022. Voei ao país de Latam, Copa Airlines, Aeromexico e com as três americanas que operam no Brasil: Delta, American Airlines e United Airlines. Na maioria das vezes, de business class. Meu veredito é: United Polaris.

Você já viu uma resenha da United Polaris aqui em 2022. À época, eu estava fazendo minha primeira viagem fora do Brasil após a pandemia. O serviço da companhia ainda estava abalado pela crise de saúde global. Agora, conto de novo como é a experiência, mas sem os reflexos da covid.

United Polaris: ponto problemático

Eu vou começar pelo pior. Porque este ponto é, na realidade, minha única crítica à experiência na United Polaris. E essa questão é o cardápio. Ou a falta dele. Nesta reportagem, vou contar sobre a experiência que tive em abril de 2024. O trecho de ida foi de São Paulo a Las Vegas, com conexão em Chicago.

A volta foi de Vegas a São Paulo, mas com stopover de quatro dias em Chicago. A United Airlines opera diretamente para outros três destinos a partir do aeroporto de Guarulhos – e deles falarei mais abaixo. Também contarei adiante sobre as possibilidades de upgrade para a business – em ambos os trechos, eu estava originalmente de econômica premium.

Em 2022, a United Polaris não tinha cardápio. O comissário solicitava seu pedido de alimentação logo após a descolagem, e citava quais eram as opções. Ao menos, sabia descrever os pratos, com acompanhamentos – coisa que os de Aeromexico e Copa Airlines não conseguiram fazer (e isso em 2023, já sem restrições da pandemia).

À época, questionei ao marketing da United, após a viagem, sobre a ausência do cardápio. Atribuíram isso a restrições da pandemia. Pois bem: estamos em 2024. No voo de ida, de São Paulo a Chicago, o cardápio era impresso em uma única folha sulfite, com letras desbotadas. E apenas com as refeições.

Na volta, Chicago a São Paulo, estava bonitinho, como de um restaurante. Porém, novamente veio sem todos os detalhes sobre o que é oferecido no voo. Havia as refeições (jantar e café da manhã) e a carta de vinhos. As demais bebidas, porém, não estavam listadas. Falha!! As demais companhias americanas têm o menu completo. A Latam também.

Serviço em alta

Cardápio à parte, não há nenhuma outra grande reclamação sobre a United Polaris. Para começar, de todas as companhias americanas, é a que tem os comissários mais solícitos e profissionais. São muito bem treinados.

Além disso, há um mimo extra. Além de duas refeições, parte das companhias aéreas oferecem um “lanchinho” extra na classe executiva. São sanduíches frios, bolachas e snacks que ficam nas galerias durante todo o voo, à disposição dos passageiros.

Na United Polaris, houve algo a mais no voo de Chicago a São Paulo. A qualquer momento, o passageiro podia solicitar aos comissários opções extras quentes. Havia sopa e sanduíches.

Pode parecer pouco, mas é um grande diferencial. Isso é comum nas companhias do Oriente Médio. Já as norte-americanas, latino-americanos e europeias vêm restringindo cada vez mais as opções de refeição desde 2022. Nesse sentido, os destaques negativos são Copa Airlines (resenha aqui) e TAP (publicarei o review em breve).

Com esse mimo, a United Polaris consegue se diferenciar nas demais no serviço. Além disso, vale destacar que em todos os meus voos com a companhia desde 2022, a qualidade das refeições chamou a atenção. Carnes no ponto certo e opções de frutos do mar bem preparados e saborosos são alguns dos pontos positivos.

Check-in e salas VIP

A Sala VIP destinada aos passageiros da classe executiva da United no terminal 3 do Aeroporto de Guarulhos é a do Banco Safra. Esse lounge era da Star Alliance, aliança da qual a americana faz parte.

Quando a administração foi passada à instituição financeira brasileira, a maioria das companhias que usavam o lounge mantiveram a parceria. Além de United, também têm acesso passageiros de business e primeira (quando disponível) de Lufthansa, Swiss, TAP e Copa Airlines (todas integrantes da Star Alliance), entre outras.

Considero esse lounge um dos melhores do terminal tanto em design quanto em conforto e comodidades. A Sala VIP nunca está lotada e há diversos ambientes, como restaurante, áreas de descanso, sala com TVs e espaços individuais de trabalho. Há snacks e opções de pratos quentes (buffet) e boa variedade e bebidas. Também agrada a vista panorâmica para o terminal.

No retorno a São Paulo, usei o lounge Polaris no aeroporto de Chicago. Espaçoso, bem iluminado e com vista para as aeronaves na pista, é exclusivo para passageiros desta classe de viagem em voos internacionais. Para os internos, a companhia oferece as salas United Club, mais simples.

Além de buffet com pratos quentes e frios, o United Polaris também oferece um restaurante a la carte, com entrada, prato principal, sobremesa e uma boa carta de vinhos (rótulos americanos e europeus). Há ainda cabines privativas com chuveiros.

Conforto na United Polaris

A United opera de SP a Chicago, e vice-versa, com o Boeing 787. A disposição da Polaris é 1-2-1, com acesso direto de todos os passageiros ao corredor. Um dos destaques é a privacidade. Quem viaja sozinho pode ir no centro sem nenhum contato com o passageiro da poltrona ao lado, pois há uma divisória com acionamento elétrico.

As poltronas estão em verdadeiras cabines privativas – bem mais espaçosas que as médias das companhias ocidentais. Porta não há. Mas há diversos porta-objetos, entre eles um pequeno armário para guardar água, necessaire e objetos pessoais. O compartimento é iluminado e sua porta traz espelho na parte interna.

Logo abaixo estão tomada, entrada USB (do tipo A) e entrada para o fone de ouvido. Tudo bem posicionado, colocando a ergonomia como ponto forte. As poltronas têm três posições pré-determinadas por meio de teclas sensíveis ao toque. Mas há também um botão giratório para que o passageiro possa combinar encosto e apoio para os pés da maneira que desejar.

A tela da central de entretenimento é sensível ao toque. Rápida e intuitiva, traz inúmeras opções de filmes, séries, músicas e programação para crianças.

Upgrade e Mileage Plus

Para quem não está disposto a pagar pela United Polaris, há uma opção interessante. A companhia oferece upgrade no dia do embarque a partir de US$ 699 (cerca de R$ 3.800) o trecho.

O interessado deve entrar em contato com a central de atendimento da companhia na manhã do dia do voo, por e-mail (lojasbrasil@united.com) ou WhatsApp (11 98801 5875). Está sujeito à disponibilidade.

Também é possível tentar o upgrade no balcão, no aeroporto. Mas, nesse caso, as chances de os lugares já estarem esgotados aumenta. Além disso, o preço costuma ser mais alto.

Quem tem milhas no programa de fidelidade da United, Mileage Plus, pode usá-las para reduzir o preço do upgrade de cabine. Nesse caso, a operação é feita online, fazendo login no site da companhia com o código de reserva.

Passageiros com status premium no Mileage Plus também podem entrar na fila para upgrade de cabine. Nesse caso, a confirmação apenas será feita bem próxima ao horário de embarque. A United não faz leilão para upgrade de classe.

Além do Milega Plus, os passageiros que voam United pontuam em programas de outras companhias da Star Alliance, como Lufthansa e TAP, e o Tudo Azul, da brasileira Azul.

A partir de São Paulo, a United opera voos para Chicago, Houston, Washington e Nova York (Nova Jersey). Todos as aeronaves são equipadas com a classe executiva United Polaris.

Radino Wine

Puglia: restaurantes imperdíveis na região do sul da Itália

Lembra que entre o fim do ano passado e o começo deste eu comecei uma série sobre a Puglia? Levou tempo para retomar, mas ainda há muito para se falar sobre a região do sul da Itália. E um assunto essencial em qualquer destino do país é a gastronomia. Por isso, hoje vou contar quais foram os restaurantes da Puglia que visitei e considero imperdíveis.

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Quando eu vou viajar, uma de minhas principais fontes de busca sobre dicas gastronômicas é a lista da Time Out, constantemente atualizada. Já errei seguindo as sugestões desse website, mas na maioria das vezes, elas são um acerto. Desta vez, não foi diferente.

Mas não é apenas a Time Out que me guiou em meu tour gastronômico pela Puglia. Procurei também dicas com amigos que já visitaram a região e, evidentemente, nos hotéis em que me hospedei. Todos foram bons? Longe disso. Mas os que valem a visita estão aí nessa listinha.

Série sobre a Puglia

Gastronomia na Puglia

Quais são as particularidades da gastronomia na Puglia? Como em quase toda região da Itália, as massas são destaque. Mas, aqui, há alguns ingredientes extras, um deles relacionado à geografia local. Trata-se dos pratos à base de frutos do mar.

A Puglia é banhada tanto pelo mar Jônico (que é parte do Mediterrâneo) quanto pelo Adriático. E isso faz com que seja uma das regiões mais legais da Itália para saborear frutos do mar.

Gastronomia e restaurantes na Puglia
Grotta Palazzese, em Polignano a Mare

Outro destaque fica por conta do azeite. Os da Puglia estão entre os mais famosos do mundo. Inclusive, ao redor das estradas da região, são comuns as oliveiras, que alternam espaço na paisagem com os vinhedos.

Isso porque o vinho também é um elemento importante da Puglia. O carro-chefe é a uva primitivo. Mas há bastante espaço também para a negroamaro. E tudo isso você encontra nos restaurantes da região. Abaixo, os imperdíveis.

Incluo também na lista opção em Matera. A cidade está na Basilicata, região vizinha. Porém, por ser uma das mais antigas do mundo, é uma visita comum para quem explora a Puglia.

Radino Wine – Matera, Basilicata

Em Matera, a gastronomia é um ponto alto. Há diversos restaurantes, inclusive estrelados. Muitos ficam dentro das cavernas das Sassi, o centro antigo da cidade. Um deles, belíssimo, é o Radino Wine.

Gastronomia e restaurantes na Puglia

Aqui, os pratos foram criados para combinar com a extensa carta de vinhos da casa, de todas as regiões da Itália, mas com foco nos primitivo e negroamaro. Afinal, um dos locais da Puglia mais próximos de Matera é Manduria, famosa por seus Primitivos.

Gastronomia e restaurantes na Puglia

O cardápio está sempre em renovação. Eu experimentei um saboroso tagliolini “cacio e pepe” com trufas raladas (17 euros). De entrada, vale provar a mortadela com foccacia ao pomodoro (13 euros).

E não se esqueça de pedir o famoso pão de Matera, que vem com azeite e é gratuito. Meu gasto total foi de 40 euros, com entrada, primeiro prato e taça de vinho e serviço.

Signoria – Noha, Puglia

Este sofisticado restaurante fica no Nohasi Palace, um dos hotéis em que me hospedei na Puglia. É na pequena Noha, ao lado da mais famosa Galatina (em Salento, parte sul da região). O menu é a la carte, mas na alta temporada também há o degustação.

Gastronomia e restaurantes na Puglia - Signoria

Sempre em mutação, tem combinação mais típica da Puglia: massas, peixes e frutos do mar. Mas também oferece carnes entre os segundos pratos. Eu escolhi um delicioso taglioni com manteiga trufada e camarões, que não está disponível no menu de abril.

Mas a experiência vai além do prato escolhido, começando com degustação de azeites e ofertas de algumas entradinhas, como tartar de atum e pãozinho com tomate. O atendimento é impecável.

As entradas, que incluem croquete com batata, burrata e carpaccio, custam entre 7 e 10 euros. Os primeiros pratos saem entre 14 e 18 euros e os segundos, de 16 a 18 euros. De sobremesa, experimente o cheesecake (10 euros).

Meu gasto foi de 45 euros, com entrada, primeiro prato, taça de vinho e serviço.

Meraviglioso – Osteria Moderna – Polignano a Mara, Puglia

No coração de Polignano a Mare, é recomendado pelo Guia Michelin, mas sem estrelas. Trabalha com menus fechados, degustação e a la carte. No terceiro caso, é obrigatório pedir pelo menos dois – primeiro e segundo prato, ou entrada e segundo, por exemplo.

Gastronomia e restaurantes na Puglia - Meraviglioso

Aqui, há interpretações modernas para a culinária italiana, com foco em peixes, frutos do mar e também em carnes. Escolhi camarão rosa com molho de entrada e filé mignon, que veio em um ponto perfeito, como principal – esses pratos não estão disponíveis no cardápio de abril, mas há similares.

O serviço começa com pães quentinhos, azeite e uma pequena entrada. Tudo cortesia de casa. As entradas custam de 15 a 22 euros. Os primeiros pratos saem entre 18 e 28 euros e os segundos, de 23 a 28 euros.

Como pedi apenas entrada e prato principal, gastei cerca de 85 euros, com taça de vinho. Foi uma das melhores experiências da viagem. Reserve pelo site do restaurante.

Grotta Palazzese – Polignano a mare, puglia

Gastronomia e restaurantes na Puglia - Grotta Palazzese

É considerado um dos restaurantes mais belos do mundo, por estar instalado em uma gruta, com vista para para o mar e os precipícios de Polignano a Mare. É preciso reservar com antecedência, pois é disputado, especialmente no verão europeu.

Só trabalha com menus fechados de no mínimo três pratos, mais sobremesa. E são pratos mesmo, não degustação. Os preços partem de 195 euros – sem bebidas.

Vale a pena? A comida é boa, mas não vale tudo isso. Já a experiência é inesquecível. Eu fiz uma matéria apenas sobre o Grotta Palazzese, que você pode ler aqui.

Buddy Guy´s

Três bares de jazz e blues para conhecer em Chicago

Em 2022 eu fiz o circuito da música, no sul dos Estados Unidos, e explorei tanto a capital mundial do blues, Memphis, quanto a do jazz, Nova Orleans. Mas esses dois ritmos também fazem parte da história de Chicago, cidade eleita em fevereiro a melhor metrópole dos Estados Unidos pelo sétimo ano consecutivo pelos leitores da Condé Nast Traveler.

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O jazz era a trilha sonora dos famosos bares clandestinos de Chicago nos anos 20, época da Lei Seca, que proibia a fabricação, transporte e vendas de bebidas alcóolicas nos Estados Unidos. Essa história, na cidade do Estado de Illinois, se confunde com a do famoso gângster Al Capone.

Já o blues entrou em evidência na cidade nos anos 40 e 50 e teve como principais expoentes à época o lendário Muddy Waters e sua gravadora, a Chess Records. Aliás, é possível visitar a gravadora para entender sua história e também saber mais sobre o blues em Chicago.

Uma curiosidade: a Chess Records já esteve na tela dos cinemas. Sua história, que inclui também as origens do rock and roll – por meio de Chuck Berry, no fim dos anos 50 -, foi mostrada no filme “Cadillac Records”. Com Adrien Brody (Leonard Chess, dono da gravadora), Beyoncé (Etta James), Jeffrey Wright (Muddy Waters) e Mos Def (Chuck Berry), o longa está disponível no Max (ex-HBO Max) e para locação no Prime Video, Google Play e Apple TV.

A Chess contribuiu bastante para transformar o blues em um forte elemento cultural de Chicago, que sobrevive com protagonismo até os dias de hoje. Por isso, quem vai à cidade não pode deixar de visitar alguns dos bares locais. Dos intimistas às grandes casas de show, estão espalhados por toda a metrópole.

Visitei Chicago e estive em três bares com música ao vivo. Dois deles são dedicados ao blues e um, ao jazz. Confira as dicas.

Veja também: Rota da música nos Estados Unidos

Blue Chicago

É o melhor – e mais divertido – bar dessa lista. A pequena, intimista e até um tanto rústica casa destoa bastante do bairro de alta renda em que está localizada, River North, que reúne os mais sofisticados hotéis da cidade, muitas lojas de luxuosas e espetaculares edifícios residenciais.

O Blue Chicago é bem escuro e tem um palco pequeno. O atendimento, tanto na entrada – que custa US$ 12, pagos na hora – quanto no bar não é dos mais cordiais. Aqui, não há aquele desespero da gorjeta típico dos Estados Unidos, nem atendimento nas mesas (convencionais e do tipo bistrô).

Você mesmo vai ao balcão pegar sua bebida – não se esqueça de comer algo antes, pois o Blue Chicago não tem cozinha. As cervejas partem de US$ 7 e o bourbon whisky, de US$ 8 (há variadas opções da bebida). O whisky escocês custa US$ 9 (o rótulo mais famoso é Johnny Walker, nas versões Red e Black).

Mas o atendimento atípico para os padrões americanos fica em segundo plano quando a banda começa a tocar clássicos do blues, que vão desde os mais conhecidos a alguns mais “lado B”. O destaque mesmo, porém, começa no segundo set, quando uma cantora passa a acompanhar a banda. O Chicago Blues é focado em vocalistas femininas, sempre priorizadas na casa.

É nesse momento que todos saem de suas mesas e cadeiras no balcão e vão para a pequena pista dançar ao som de blues tradicional e todas as suas vertentes, como soul e rhythm and blues. Impossível ficar sentado ao ouvir a música de altíssima qualidade.

Diferentemente de outros bares de blues da cidade, que abrem cedo, o Blue Chicago só recebe clientes a partir das 20h. Se quiser pegar uma mesa, é recomendável chegar nesse horário. Os shows começam às 21h, e vão até 2h30, dependendo do dia. O bar funciona de quarta-feira a domingo.

Blue Chicago: serviço


Endereço: 536 N Clark St, River North
Horários: quartas às sextas-feiras e domingo – 20h à 1h30; sábado – 20h às 2h30
Entrada: US$ 12 (não é possível fazer reserva)
Não aceita cartões; apenas dinheiro

Green Mill Cocktail Lounge

Fica em Uptown, um pouco afastado da região central de Chicago. De River North, onde eu fiquei hospedada, são entre 15 e 20 minutos de táxi – uma boa distância em uma cidade na qual se faz quase tudo a pé. Mas o local merece ser visitado, pois trata-se do mais antigo bar de jazz em Chicago ainda em atividade, nascido durante a época da Lei Seca.

O local era um bar clandestino (chamado nos EUA de speakeasy) e frequentado pela turma de Al Capone. Em 1933, a proibição às bebidas alcóolicas nos EUA foi encerrada. A partir de então, o Green Mill passou a receber nomes que se tornaram os maiores da história do jazz, como Louis Armstrong e Billie Holiday.

O ambiente é fiel às origens. No Green Mill, você se sente transportado aos anos 20 e 30. Há mesas, mas também dá para sentar no balcão. Os sets de jazz são de altíssima qualidade, e vão das 20h a 00h.

Porém, é recomendável chegar bem antes, pois o bar abre às 16h (todos os dias). Meu grupo chegou às 18h, e conseguiu pegar a última mesa – distante do palco, e sem nenhuma visibilidade, pois muitos ficam de pé à frente. Logo, o bar lotou, e se formou uma enorme fila na porta – situação que é recorrente, segundo relatos.

O ideal é ir em duas pessoas, ou um grupo pequeno, de no máximo quatro. Isso porque, assim, aumentam as chances de conseguir uma mesa mais à frente, o que é o ideal. Além disso, não é recomendável para grupos grandes, pois conversas não são toleradas uma vez que os sets começam.

Há atendimento nas mesas e no balcão mas, como o Blue Chicago, o Green Mill não tem cozinha. As cervejas partem de US$ 6 e o whisky (há rótulos americanos e europeus) de US$ 7. O bar tem também uma interessante carta de coquetéis (preços a partir de US$ 10). A entrada custa US$ 15.

Green Mill: serviço


Endereço: 4802 N Broadway, Uptown
Horário: todos os dias da semana, das 16h à 1h
Entrada: US$ 15 (não é possível fazer reserva)
Não aceita cartões, apenas dinheiro, mas há um caixa eletrônico dentro do bar

Buddy Guy´s Legends

Considerado um dos melhores bares de blues de Chicago, o Buddy Guy’s Legends leva o nome de seu proprietário, uma das maiores lendas da história do blues. Aliás, dizem que, em janeiro, o próprio Guy costuma aparecer constantemente, e dar uma canja no palco.

O ambiente destoa do dos outros dois bares, que são mais intimistas e pequenos. O Buddy Guy’s é grande, repleto de mesas e lembra uma típica lanchonete americana dos anos 50. No corredor de acesso aos banheiros, estão expostas fotos de muitas lendas do jazz. No bar, guitarras desses artistas – inclusive Eric Clapton, que já chegou a cantar no palco da casa.

O Buddy Guy’s também é restaurante, mas não há nada de muita qualidade. Hambúrgueres e frango frito são os destaques do cardápio. As bebidas são um pouco mais caras que nos outros dois bares, com whisky partindo de US$ 10 e cervejas, de US$ 8 – há também variados tipos de chopp, e muitos coquetéis.

A casa vende ingressos antecipadamente online – mas dá para chegar e comprar na hora, desde que não seja muito tarde e o bar já esteja lotado. Por todas essas características, o Buddy Guy´s é o mais turístico dessa lista. Há enormes grupos de pessoas que estão em Chicago a negócios ou em uma das muitas convenções sediadas na cidade.

Isso acaba atrapalhando um pouco, pois nota-se que boa parte do público não é apreciadora da música, e tende a ser barulhenta demais. Mas a música é de qualidade. Três bandas se apresentam por noite. O blues é a alma do Buddy Guy’s, mas há espaço também para ritmos como soul e até country.

Buddy Guy’s Legends: serviço


Endereço: 700 S Wabash Ave, Downtown/The Loop
Horários: quartas-feiras a domingo, das 17h à 1h
Entrada: US$ 15 (online) ou US$ 25 (adquirido na hora)
Aceita cartões de crédito

Nova classe executiva da Copa Airlines: os prós e contras

Voar de classe executiva da Copa Airlines é a mesma coisa que ir de econômica. Certo? Isso era uma ideia não muito distante da realidade. Porém, apenas até a estreia da Dreams, a nova business class da companhia aérea do Panamá.

No Instagram: @rafaelatborges

Na verdade, a nova classe executiva da Copa Airlines não é assim tão nova. Estreou no Brasil pouco antes da pandemia. Mas aí veio a crise sanitária global, e a aviação só começou a voltar a ser o que era a partir de 2022. Foi naquele ano que tentei ter minha primeira experiência na Dreams. Não rolou.

Em 2023, consegui, mas acabei não escrevendo a resenha. O que foi ótimo, pois em janeiro de 2024 voei novamente na classe executiva da Copa Airlines e pude comparar as experiências. Que foram idênticas.

Mas o que é a Dreams? É o produto classe executiva oferecido pela Copa Airlines em suas cerca de 20 aeronaves 737 MAX 9, com poltronas que viram cama. Nos demais aviões (737-800), as poltronas são mais largas que as da classe econômica, e reclinam um pouco mais.

Algumas trazem apoio para os pés. Porém, é isso. Nos 737-800, a experiência de classe executiva semelhante à de companhias que voam com aeronaves maiores não existe. E é isso que a Dreams se propõe a oferecer.

E o veredito vem antes mesmo de entrar nos detalhes: a Dreams é inferior às classes executivas da Latam e companhias aéreas norte-americanas. As concorrentes da Copa Airlines são essas, uma vez que os destinos mais comuns da panamenha a partir do Brasil são Caribe e Estados Unidos.

Aqui, vale uma pontuação. A Azul também faz voos aos EUA, a partir de Campinas. E, por fotos e relatos que já vi, li e escutei, acredito que tenha uma ótima classe executiva. Porém, não posso opinar, pois nunca fiz um voo internacional com a aérea.

De volta à Copa Airlines: mesmo sendo um produto inferior, a Dreams vale a pena? Em algumas situações, vale muito a pena. Muito mesmo. Aqui, eu vou mostrar quais são os prós e os contras dessa classe executiva.

Outras resenhas de classes executivas

Dreams: bom produto da Copa Airlines

A Copa Airlines tem alta frequência de voos no Brasil, partindo de diversas cidades com destino à Cidade do Panamá, na América Central – hub da companhia. A partir do Aeroporto de Guarulhos, todos os cinco voos diários são com o 737 MAX 9 – ou seja, equipado com a classe executiva Dreams.

Já em voos partindo de outras cidades do Brasil, a empresa também usa o 737-800 (classe executiva antiga). Mais adiante, vou ensinar como saber se o produto adquirido é ou não é Dreams.

Nessa classe executiva, as poltronas viram camas confortáveis, garantindo uma boa noite de sono ao viajante. Porém, não há milagre. Aqui estamos falando de uma aeronave de médio porte e apenas um corredor.

copa airlines classe executiva

Por isso, a disposição é 2-2. São duas poltronas à direita, uma ao lado da outra, e duas à esquerda. Quem viaja na janela não tem acesso direto ao corredor. E quem embarca em voo solo vai necessariamente se sentar ao lado de um desconhecido.

Isso é exclusivo da Copa? Não é. Nos 787 da Aeromexico que fazem a rota entre a capital mexicana e São Paulo a cabine da classe executiva é 2-2-2, também tirando o acesso ao corredor dos passageiros que vão ao lado da janela.

A Latam também tem o 787 na configuração 2-2-2 para algumas rotas – entre elas, São Paulo (GRU) – Cidade do México. Já para os Estados Unidos, a maioria dos aviões usados pela companhia binacional (brasileira e chilena) é com a nova classe executiva, 1-2-1.

Isso garante acesso de todos os passageiros ao corredor e privacidade para quem está viajando sozinho. O mesmo ocorre com os voos partindo de São Paulo de todas as companhias americanas que operam no Brasil (Delta, United e American Airlines).

Contra: entretenimento de bordo

As poltronas da Dreams são sim um ponto positivo. Se o objetivo do viajante que adquire o produto é ter conforto e uma noite de sono razoável (afinal, são apenas sete horas de voo), está garantido com esse produto da Copa Airlines.

copa airlines classe executiva

Mas, se espera mais, vai se decepcionar. O entretenimento de bordo, apesar da tela de boa resolução e sensível ao toque, mas também com comando remoto, é muito limitado. Poucas opções de filmes e séries e sem títulos novos interessantes.

Ou seja: tem entretenimento e dá sim para passar o tempo com ele. Mas o pacote é muito inferior ao da Latam e companhias americanas. Ah, vale ressaltar que a Gol, apesar de ter alguns voos diretos para EUA e América Central, não oferece classe executiva. Por isso, não está sendo considerada nas comparações desse review.

Serviço de econômica em ‘traje’ de executiva

O serviço deixa a desejar. Dependendo da configuração da aeronave, a Dreams pode ter 12 ou 16 passageiros. E há apenas um comissário de bordo para todos eles. Se o serviço oferecido é café da manhã (o que ocorre na maior parte dos voos partindo do Brasil, que são na madrugada), funciona.

Porém, se é almoço ou jantar, é lento, pois antes o comissário serve castanhas e bebidas. Depois, prepara a bandeja de cada passageiro. E só então começa a servir.

Em um de meus voos de 2023 (Panamá a São Paulo, à noite) levou quatro das sete horas de viagem para o serviço ser concluído (uma turbulência após a decolagem contribuiu para a demora). Isso acabou deixando pouco espaço para dormir no trajeto (como eu queria escrever review e estava produzindo o vídeo que você vê abaixo, precisei esperar o jantar).

copa airlines classe executiva

E por falar em serviço, há apenas um completo na classe executiva da Copa Airlines. De São Paulo e Panamá, em janeiro de 2024, era café da manhã. Como o voo partia de madrugada, foram servidas bebidas (a variedade é até boa, mas os vinhos oferecidos naquele dia eram ruins) e um sanduíche pequeno, frio e muito ruim.

Na aproximação ao Panamá, foi servido um café da manhã razoável, com omelete e tomates, mas sem pães quentinhos. Já na experiência de 2023, era jantar. Opções: carne ou frango. Eu queria carne mas, como estava na última fileira, tive de me contentar com frango – sem graça, servido com legumes.

Não há cardápio na classe executiva da Copa Airlines. Então, como na econômica, você escolhe entre carne ou frango no jantar e almoço, omelete ou panqueca no café da manhã. Qualidade e apresentação são de razoáveis para ruins.

Ou seja: serviço e gastronomia de classe econômica com louça de classe executiva e bebidas alcoólicas e não alcoólicas à vontade. Aqui, é importante pontuar que, em minha opinião, um serviço completo apenas é aceitável para um voo de apenas sete horas.

Mas não é minha opinião que conta. É preciso olhar para o que a concorrência está fazendo. O voo de São Paulo a Miami leva também cerca de sete horas. A American Airlines oferece dois serviços completos, jantar e café da manhã.

Quem quiser dormir mais pode simplesmente recusar um, ou ambos. Mas fato é que tem a opção.

Principal ponto positivo: conexão

A Copa Airlines é a melhor conexão para o Caribe. Trata-se da maneira mais rápida e menos distante de chegar às atrações dessa região da América Central. E também pode ser um ótimo negócio para quem está viajando para os Estados Unidos.

A partir de São Paulo, a Latam oferece voos diretos a Miami e Nova York diariamente. Boston, Los Angeles e Orlando têm duas ou três frequências por semana. De American Airlines, dá para chegar sem conexão a Miami, Dallas e Nova York, partindo do aeroporto de Guarulhos.

Nova York também é um destino atendido por United Airlines e Delta, a partir de São Paulo. A primeira voa ainda a Houston, Chicago e Washington. A segunda, a Atlanta. A Azul voa de Campinas a Miami (Fort Lauderdale).

Se seu destino final não for nenhum desses, o melhor negócio é ir de Copa Airlines. Eu voltarei a escolher a companhia até mesmo para Los Angeles (algo que fiz recentemente), se os dias não coincidirem com o voo direto da Latam.

A Copa Airlines também é boa opção para Las Vegas, Orlando e Boston (em dias sem voo direto). A companhia voa ainda do Panamá a São Francisco, Tampa, Denver, Baltimore e Raleigh, além dos destinos que têm conexão direta com o Brasil.

A vantagem é a rapidez da conexão, que acaba também reduzindo o tempo total da viagem. Como são muitos voos a partir do Brasil, em horários diversos, o passageiro terá quase sempre paradas rápidas no Panamá.

Em uma das experiências, fiquei apenas 50 minutos no aeroporto, e sem risco de perder o voo. Os portões não costumam ser distantes uns dos outros (com raras exceções) e não é preciso passar por imigração.

Além disso, quando há checagem de segurança (nem sempre é necessária), é feita no próprio portão de embarque. Os passageiros de classe executiva têm acesso preferencial. Portanto, não precisam enfrentar filas nesse processo.

Igual a conexão nos Estados Unidos, né? Só que não. Conectar em um aeroporto norte-americano é quase sempre um grande contratempo. O procedimento de imigração é muito demorado, mas inevitável – seja em voo que partiu do Brasil ou do Panamá.

Só que a imigração pode levar até duas horas. E, para quem vai fazer conexão, em seguida ainda há o procedimento de segurança. Alguns aeroportos, como o de Las Vegas, oferecem prioridade a passageiros de executiva e primeira para esse processo. Outros, não.

Mas mesmo com prioridade, o procedimento, demorado e minucioso, pode demorar até uma hora. Ou seja: para não correr risco de perder a conexão, a parada tem de ter no mínimo duas horas, na chegada aos EUA – mas é melhor que seja de três horas. Isso aumentará muito o tempo de viagem. Fora o perrengue.

Na volta a conexão não precisa ser tão longa, pois não há imigração (só checagem de segurança). A não ser que você esteja conectando nos EUA no retorno de outro país, coisa que já fiz. Voei Cidade do México – Dallas – Guarulhos.

A imigração demorou tanto em Dallas que tive de ir pedindo gentilmente ao pessoal da fila para passar na frente. Se não tivesse feito isso, perderia meu voo internacional – só haveria outro no dia seguinte.

Segundo trecho com mais conforto

Voar a Los Angeles leva cinco horas a partir de Miami, cinco horas e meia de Nova York, quatro horas de Chicago e três horas de Dallas e Houston. Voando de primeira classe (nome que as companhias americanas dão à classe executiva doméstica), as poltronas são mais largas que na econômica, mas não há apoio para os pés.

Na maior parte desses voos, feitos por companhias aéreas americanas, não há entretenimento de bordo. Mas claro que você pode dar sorte. Já voei de Dallas a Miami em um 777-200 da American Airlines, com classe executiva de voo internacional (poltronas que viram camas, entretenimento completo, etc). É raro. Muito raro. Mas acontece.

copa airlines classe executiva
Classe executiva da Copa Airlines no 737-800 (trecho entre Cidade do México e Panamá

Mas mesmo nessa aeronave, o serviço é o de primeira classe doméstica. Uma refeição que pode ser quente ou fria e bebidas (pode haver ou não oferta de alcoólicas). Tudo depende do horário do voo. E a qualidade é bem inferior a de voos internacionais.

Voar do Panamá a Los Angeles leva seis horas. E você vai de Dreams, na poltrona que vira cama. O serviço é o de voo internacional da Copa Airlines. Pior que o das americanas em trechos de e para o exterior? Sim! Mas superior àquele oferecido por American, Delta, United e outras companhias dos EUA em voos domésticos.

Mas nem sempre o produto oferecido pela Copa Airlines para os EUA é com a Dreams. A maioria dos voos, na verdade, é com o 737-800. Isso porque, no geral, as distâncias são bem mais curtas que o trecho do Brasil ao Panamá.

Ainda assim, a classe executiva “antiga” da Copa Airlines oferece mais conforto que a primeira classe doméstica das americanas. As poltronas são mais largas e, em algumas aeronaves, com um bom apoio para os pés.

Além disso, grande parte dessas aeronaves oferecem entretenimento de bordo individual. E o serviço é sempre de voo internacional. Por isso, no segundo trecho, de classe executiva da Copa Airlines você vai mais confortável que na primeira classe das americanas.

Sala VIP

A sala VIP da Copa Airlines no aeroporto do Panamá era trágica. Quente, pequena, com poucas opções de comidas e bebidas. Mas a empresa criou um novo lounge, que ficou belíssimo, espaçoso e com serviços de qualidade.

Não que necessariamente você vá conseguir usar, porque as conexões são muito rápidas. Porém, se houver tempo, vale dar uma passada no lounge de dois andares, com vista panorâmica para o terminal, chuveiros e comidas e bebidas variadas.

Até piscina o lounge tem (aberta em alguns períodos do ano). E não se assuste com a fila na porta, tá? É que a Sala VIP pode ser acessada por integrantes de clubes, sejam eles associados ou não a cartões de créditos (Lounge Key, Dragon Pass, Priority Pass – não sei exatamente quais são filiados, mas basta checar nos apps de seu cartão).

Porém, há duas filas separadas. A grande é para o pessoal do cartão do crédito. Já o acesso para passageiros da executiva é exclusivo (na minha experiência, não tinha fila).

Em Guarulhos, a Copa Airlines utiliza o lounge do Banco Safra (Terminal 3, de onde partem os voos da aérea), como outras companhias da Star Alliance, aliança da qual a panamenha faz parte. Aqui, vale uma informação. Dá para creditar pontos no programa da aliança ou de outras parceiras, como United, TAP e Lufthansa – caso você não queira se filiar ao da própria Copa.

E dá também para pontuar no programa Smiles, da Gol, que é parceira da companhia aérea do Panamá. De volta aos lounges, nem tudo é festa, tá? No aeroporto de Cidade do México, por exemplo, a Copa Airlines não tem parceria com nenhuma Sala VIP. Eu tive de usar meu cartão de crédito para acessar a da Aeromexico.

Preço da classe executiva da Copa Airlines

E aqui vai a vantagem definitiva de voar Copa Airlines. Preço. A companhia é uma aérea de baixo custo e, quase sempre, tem tarifas bem mais interessantes que a de outras empresas que fazem os mesmos trechos. Isso vale também para a classe executiva?

Não necessariamente. Há situações em que a business da Copa Airlines é até mais cara. Porém, se reservar com antecedência, você provavelmente vai encontrar não apenas a viagem no menor tempo, mas também com o melhor preço (muito melhor, em alguns casos).

Fiz uma simulação de São Paulo a Las Vegas, com partida em 8 de maio, e retorno no dia 15 do mesmo mês. Ida e volta com a Copa Airlines, de classe executiva, sai por R$ 16.846 – tempo total de viagem na ida é de 15h59min e na volta, 15h18 min.

copa airlines classe executiva

Na opção mais interessante (e também mais barata) da Delta para as mesmas datas, de classe executiva, o tempo sobe para 18h20 na ida. Na volta, é mais rápido que a Copa Airlines: 14h35min. O valor é de R$ 20.663 e a conexão, em Atlanta.

Para essas datas, preços e tempo total de voo na ida e na volta na American Airlines são, respectivamente: R$ 22.034, 17h19 min (duas conexões, em Dallas e Phoenix), 13h55 min (conexão em Dallas). Há opção com uma parada apenas na ida. Só que, no período de pesquisa, a partir de R$ 60 mil.

Na United a opção mais interessante sai por R$ 33.880, com conexões em Houston nos dois trechos. Na ida há um bilhete com tempo total de 14h50min. Porém, arriscada, por ter apenas uma hora e meia de conexão. É mais seguro pegar a opção de 17h, pelo mesmo preço. Na volta, a viagem dura 13h50min.

Fiz também uma simulação com datas mais adiante, de 24 a 31 de outubro, de São Paulo a Los Angeles (ida e volta), em classe executiva. Veja os resultados:

Copa Airlines (conexões no Panamá)

Ida 15h19
Volta 14h50
R$ 15.612

Opção mais em conta da Copa Airlines (porém, mais demorada)

Ida – 15h29
Volta – 18h19
R$ 12.486

Latam

Ida (voo direto) – 12h35min
Volta (conexão em Lima) – 14h55min
R$ 20.851
OBS: de Lima a São Paulo o voo é de 5 horas em premium economy do A320 (assentos comuns, com o do centro bloqueado e serviço superior ao oferecido na econômica tradicional)

United Airlines (conexões em Houston)
Ida – 15h37
Volta – 14h
R$ 26.353

American Airlines (conexões em Miami)
Ida – 15h41
Volta – 14h56
R$ 18.552

Como saber se é Dreams

Quando postei detalhes das minhas viagens de classe executiva da Copa Airlines em meu perfil no Instagram, houve uma pergunta recorrente: como saber se é Dreams? Isso é fácil.

Ao reservar o bilhete, verifique qual é a aeronave. Se for 737 MAX 9, é Dreams. Mas, se quiser assegurar, entre no mapa de assentos. As poltronas da nova classe executiva da Copa Airlines têm posição conhecida como espinha de peixe, na diagonal.

Além disso, à frente do desenho da cabine você vai ler a palavra “Dreams”. Já as poltronas da classe executiva do 737-800 têm posição normal, direcionadas para a frente da aeronave.

Veredito final

Para facilitar, aqui vai um resumo de prós e contras.

Voe na classe executiva Dreams da Copa Airlines sem medo se:

  • O preço estiver mais interessante;
  • O destino final for o Caribe;
  • O destino final for Las Vegas, Austin, Baltimore, Raleigh, São Francisco, Tampa e, dependendo do dia do voo, até mesmo Boston, Orlando e Los Angeles;
  • Uma boa noite de sono for seu principal objetivo ao adquirir o produto business class;
  • Passar perrengue em conexões é algo que você sempre prefere evitar.

Não voe na classe executiva Dreams da Copa Airlines se:

  • Você é desses que não dorme em avião (nem na classe executiva) e faz questão de entretenimento de bordo variado;
  • Serviço rápido e eficiente a bordo é fundamental para você;
  • Classe executiva só é classe executiva se a comida for de qualidade;
  • Ao viajar sozinho, você faz questão de ter privacidade em sua poltrona;
  • Seu destino EUA for uma cidade com voos diretos e diários a partir de São Paulo (Miami, Nova York, Dallas, Houston, Atlanta, Washington e Chicago). Isso, obviamente, se você não fizer questão de economizar no valor do bilhete.
Polignano

7 cidades e vilarejos na Puglia (e imediações) que são visitas obrigatórias

No segundo capítulo sobre a região de Puglia (Apúlia), na Itália, o tema são as cidades e vilarejos que merecem ser visitados. Eu selecionei seis, e mais um que não fica nessa província, e sim na vizinha, Basilicata.

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Trata-se de Matera, um local tão incrível que acabou se tornando obrigatório para quem vai à Pugllia e é apaixonado por história. Para relembrar, o primeiro capítulo da série sobre essa belíssima região italiana mostrou as praias mais legais.

Já quando pensamos em cidades e vilarejos, tudo vai depender de quantos se pretende ficar, e de que tipo de viajante você é. Eu dediquei sete noites à Puglia (considerando uma passada em Matera).

Como era fim de verão, fiz aquele tipo de programa lento, começando o dia sempre na piscina ou em uma praia e me dedicando às cidades e vilarejos de meados da tarde em diante.

Por isso, faltaram locais que eu gostaria de ter visto, como Ostuni, Manduria e Taranto, além da capital Bari e de algumas praias na oeste (banhado pelo Mar Jônico, enquanto as do leste ficam no Adriático). Acabei também não explorando Monopoli, apesar de estar hospedada em suas imediações. Só fui ao centro jantar em uma das noites.

Assim, poderia ter ficado tranquilamente em Puglia durante dez dias, ou mais, sem repetir a programação. Por outro lado, no outono e no inverno, em sete dias dá para fazer o meu programa e ainda acrescentar os locais que não visitei. Isso porque a piscina sai do “cardápio”, e as praias nessas épocas são só para ver, não desfrutar.

A Puglia é dividida em regiões. Salento é ao sul, e tem Lecce como principal cidade. Mais ao norte, o Vale D’Itria tem como destaques Monopoli e Polignano al Mare, e fica nas imediações de Bari. Por isso, fazer duas bases é fundamental.

Eu acabei fazendo três, por incluir Matera no programa. A cidade da Basilicata, porém, pode ser visitada a partir da mesma base usada para Manduria e Taranto (nas quais não fui). E como se locomover entre elas? A melhor opção é alugar um carro. Mas todo o serviço sobre Puglia ganhará um capítulo dedicado no final dessa série.

Vale destacar que, em todas os locais visitados, além das atrações exclusivas, há diversas lojas para vendas de produtos típicos de Puglia – azeites e vinhos Primitivo e Negroamaro, entre outros. Sorveterias também são item de série.

Alberobello e as trulli de Puglia

Muitos chamam o local de cidade dos smurfs. Seu centro histórico é composto pelas trulli (plural de trullo), casinhas brancas com tetos cônicos que formam um dos cenários urbanos mais peculiares do mundo.

Alberobello, Puglia

Há diversas teorias para a origem das trulli. A mais comum é que surgiram como moradia de camponeses na época do Reino de Nápoles, ainda no período feudal. Há quem defenda que têm a arquitetura de teto cônico para que estes fossem fáceis de remover.

Assim, não poderiam ser classificados como moradia e ficariam livres de impostos. Essa teoria, porém, é menos aceita. Fato é que, atualmente, as trulli abrigam hotéis, lojas, bares e galerias de arte. São Patrimônio da Unesco desde 1996.

Matera

A cidade não está na Puglia, embora fique na divisa com essa região. Na Basilicata, Matera tem distância entre uma e duas horas dos destinos do “salto da bota”.

Matera é, oficialmente, a terceira cidade mais antiga da Itália. Porém, seu centro histórico (Sassi de Matera) é considerado um dos locais habitados mais antigos do mundo. Isso porque abriga pessoas desde 7.000 AC (período estimado), ainda na era pré-histórica.

A Sassi de Matera é composta por fachadas construídas em cavernas. Dividida entre Sasso Caveoso e Sasso Barisano, pode ser vista de vários observatórios nas praças da cidade, ao lado de igrejas e museus. Inclusive, o por do sol nesses locais é uma experiência única – e há artistas de rua executando músicas clássicas, o que dá ainda mais beleza ao evento.

Restaurante dentro de caverna na Sassi de Matera

Nos anos 50, a Sassi de Matera foi considerada o local mais miserável da Itália. Então, o governo levou seus moradores para conjuntos habitacionais modernos, e deu início à revitalização do local.

Agora, na Sassi, as cavernas abrigam restaurantes (inúmeros recomendados pelo Guia Michelin), galerias de arte, lojas de especialidades da região e bares Speakyease (a la Nova York e Chicago, escondidos sobre fachadas de outros estabelecimentos). Há ainda os hotéis, inclusive opções de luxo, que oferecem a possibilidade de hospedagem dentro das grutas – o esquisito é que a entrada dos quartos e suítes fica na área pública.

A gastronomia é tão festejada em Matera que há quem passe dias na cidade apenas para experimentar seus restaurantes. Além daqueles dentro das cavernas, há os com vista para a Sassi, mais legais no almoço. Desde 1993, o local é Patrimônio Mundial da Unesco.

Polignano a Mare, boa base para o norte de Puglia

A cidade das praias de grutas é cheia de belezas naturais combinadas a um lindo centro histórico. Ele tem vários decks de observação do mar esverdeado, no Adriático.

Polignano a Mare, Puglia

Em Polignano estive em dois dos restaurantes mais legais da Puglia: Grotta Palazzese (aquele da gruta; leia mais aqui) e Meravigloso. É considerado um dos locais mais importantes para se visitar na região, e escolhido por muitos como base para explorar o Vale D’Itria.

Polignano é terra de alguns grandes nomes da cultura italiana. Entre eles, o cantor Domenico Modugno. Há até um monumento dedicado ao artista ao lado do centro historico murado.

Lecce

É a cidade mais importante de Salento (a parte sul de Puglia). Marcada pela arquitetura barroca, tem diversas igrejas e catedrais nesse estilo, que formam um verdadeiro oásis de preservação histórica.

Porém, é preciso pagar para entrar nessas igrejas e catedrais. O preço é de 7 euros por uma e 11 euros por quatro. Lecce tem também um anfiteatro romano e diversos restaurantes e bares descolados.

Lecce, Puglia

Outro destaque? De todos os locais que visitei, é o único da Puglia com lojas mais conhecidas (lembrando que não fui a Bari, uma grande cidade italiana) – como Sephora, por exemplo. Nas demais, o comércio é mais voltado para produtos locais.

Otranto

A cidade mais oriental da Itália tem também uma das orlas mais lindas do país. Aqui, a cor do Adriático é encantadora. Além disso, o entorno de Otranto, que fica em Salento, tem algumas das praias mais lindas de Puglia.

No centro, à noite, os bares com músicas eletrônicas leves animam o clima a atraem os jovens. A catedral é uma aula de história, e uma lembrança da invasão otomana que castigou a cidade no século XV.

Otranto

Na capela, há vidros com crânios que podem perturbar os desavisados. Eles pertencem aos mártires italianos assassinados durante a invasão, considerados heróis pelo povo da cidade.

Locorotondo

A cidade branca lembra bastante as vilas da Grécia e chama a atenção pelos restaurantes e cafés com jazz, blues e até MPB ambiente.

É um bom local para degustação de vinhos de Puglia. Há muitas casas especializadas no produto para o visitante conhecer. Delas, também saem tours para as vinícolas das imediações.

Locorotondo, Puglia

Outro destaque de Locorotondo: do alto da cidade murada, há uma vista magnifíca do Vale D’Itria, com direito a algumas trulli. As casinhas brancas cônicas estão mais concentradas em Alberobello, mas podem ser vistas em diversos locais do vale.

Gallipoli

É a principal cidade da parte da Puglia banhada no Jônico. O centro murado fica em uma ilhota que começa com um belíssimo castelo.

Gallipoli

A orla é legal ao por do sol, com vários bares que oferecem vista privilegiada. Vale conferir o fenômeno no Cafe del Mar. Apesar de tocar músicas eletrônicas que nos levam a pensar que trata-se de uma filial da famosa casa de Ibiza, além do nome a de Gallipoli nada tem a ver com a espanhola.

E isso fica bem claro no final do evento de por do sol no Cafe del Mar. O eletrônico é substituído por alegres músicas italianas, dando um tom mais local e tradicional para o bonito fim de tarde.

Polignano a Mare

Puglia: seis praias incríveis para visitar na região italiana

Este blog começa agora uma série de reportagens sobre a Puglia, na Itália. Região menos famosa entre os brasileiros que Toscana, Veneto, Costa Amalfitana, Sicília e Sardenha, a Puglia vem ganhando mais evidência nos últimos anos. E glamour, com hotéis badalados e até um desfile inesquecível da grife Dolce & Gabbana, na primeira metade de 2023.

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A Puglia é encantadora, oferecendo ao viajante uma combinação que é irresistível para quem visita a Itália: história, gastronomia e praias paradisíacas. Por isso, é tanto um destino de verão quanto de outras temporadas, diferentemente de locais como Costa Amalfitana e Sardenha, que atraem mais pelo litoral.

Localizada no salto da bota que é o mapa italiano, a Puglia é banhada por dois mares: o Adriático e o Jônico, um braço do Mediterrâneo. É também sua localização a responsável por parte importante da história multicultural que se vê nos costumes e arquitetura.

Área arqueológica de Rocca Vecchia, na Puglia
Área arqueológica de Rocca Vecchia, na Puglia

Ponto mais ao leste da Itália, já foi ocupada, ou povoada, por vários povos dessa parte da Europa, como turcos e gregos. Tem também influência germânica e normanda. Os centros históricos de algumas cidades são Patrimônio Mundial da UNESCO, e têm peculiaridades que não se vê em nenhuma outra região italiana.

A localização é uma importante influência também na gastronomia, com constante combinação de frutos do mar à clássicos da culinária italiana. O azeite é fundamental. Puglia é uma das principais referências mundiais quando o assunto é o produto.

O blog dividirá esta série entre praias, cidades e vilarejos, hotéis e gastronomia. Para começar, vamos falar do litoral.

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A Puglia das praias paradisíacas

Os clubes de praia são uma tradição em diversos locais da Europa, inclusive na Itália. Oferecem boa infraestrutura para quem quer passar o dia à beira mar sem perrengue – e sem superlotação. Há diversas opções em Puglia.

Mas há também as belíssimas praias públicas, algumas de fácil acesso, outras que exigem caminhadas mais longas, e até trilhas leves. São mais cheias, mas valem a visita nem que seja para conhecer.

Pescoluse, praia na costa da Puglia banhada pelo Jônico
Pescoluse, praia na costa da Puglia banhada pelo Jônico

Há lindas praias por toda a Puglia. Cavernas e falésias são comuns na paisagem do litoral da região. O sul, na região de Salento, é interessante para conhecer opções no Jônico, que tem águas mais mornas que o Adriático. Mas, do lado oposto, também há praias lindíssimas, especialmente nas imediações de Otranto.

Mais ao norte da Puglia, uma região de praia interessante é Monopoli, próxima a Polignano a Mare – que é um dos locais mais conhecidos e turísticos da região. Abaixo, considerei seis praias que visitei e valem a visita – entre públicas e privadas.

Baia dei Turchi

A Baia dei Turchi é uma praia pública a 5 km do centro de Otranto. Para chegar, anda-se 1 km desde o estacionamento privado mais próximo (4 euros), sendo 300 metros por uma trilha linda (e, fique tranquilo: bem fácil). Dá para parar no início dessa trilha, em um estacionamento público. Mas é preciso chegar muito cedo para conseguir uma das poucas vagas.

A praia também tem história. Otranto passou por uma invasão de turcos otomonos no século XV, e as marcas desse capítulo triste e sangrento estão até hoje presentes no centro da cidade (falaremos mais disso no capítulo sobre vilarejos). Foi pela Baia dei Turchi que eles chegaram à região.

O local é belíssimo, com falésias, pedras e uma pequena faixa de areia branquinha (nenhuma das praias que visitei na Puglia é de pedras). E as cores do Adriático nessa praia são de um verde cristalino impressionante.

Não há grande infraestrutura. Por isso, é recomedável levar comidas e bebidas se for passar o dia. Mas ficar na Baia dei Turchi por muitas horas pode não ser uma ideia das melhores, pois a visitei às 17h, e ainda estava lotada. Se você é avesso a lugares cheios, o ideal é ir só conhecer, tomar um banho de mar e partir para o próximo programa.

Grotta della Poesia

É uma piscina natural em uma formação arqueológica no Adriático que garante uma paisagem espetacular. A praia, repleta de cavernas, é pública, mas para chegar à gruta paga-se 3 euros.

Não há faixa de areia. Ali, o legal é mergulhar nas águas cristalinas da piscina. Muitos gostam de pular das pedras mas, para os menos destemidos, há escadas de acesso.

A Grotta della Poesia está em uma área conhecida como Rocca Vecchia e é um dos lugares mais lindos da Puglia. Fica em Melendugno, entre Otranto e Lecce. Dá para programar sua parada no deslocamento entre as duas cidades. O estacionamento é público, com parquímetro – de 0,50 a 0,80 centavos de euros a cada meia hora, dependendo do dia e horário.

Lido Santo Stefano

Clubes de praia geralmente não ficam em faixas de areia paradisíacas. O Lido Santo Stefano é exceção. Está ao lado de um castelo, cercado por carvernas e o mar esverdeado e cristalino é quase uma piscina natural.

Em minha opinião, esse é um dos segredos mais bem guardados da Puglia. Inclusive, o público é bem italiano. São poucos os estrangeiros presentes. O local fica escondidinho em uma baía na região dos clubes de praia de Monopoli. É também muito legal para a prática de atividades como stand up paddle.

Passar o dia na infraestrutura do clube parte de 60 euros para duas pessoas, e ainda paga-se 8 euros por cada toalha (o estacionamento é gratuito). Esse é o ponto negativo, pois o preço é o mesmo (ou até mais alto) dos clubes mais sofisticados da Puglia, mesmo sem oferecer sofisticação.

Há banheiros limpos, mas simples, assim como os trocadores. O serviço não é dos melhores. Mas as cadeiras de sol são bastante confortáveis e, a melhor parte: não há superlotação no local mesmo no alto verão.

Na mesma área, o clube de praia mais badalado é o Lido Bambu, com excelente restaurante e cadeiras e camas de sol muito confortáveis. Parte de 60 euros para duas pessoas (na parte do jardim). Na praia, paga-se 90 euros.

O problema é que a faixa de areia é pequena em um local de mar cheio de pedras, e sujo nas imediações. É mais legal para badalar, comer bem e ser bem atendido do que para pegar praia.

Pescoluse

Pescoluse é uma das praias legais para visitar e passar o dia na parte do Mar Jônico. Não tem grutas, não tem falésias, mas tem águas cristalinas e morninhas. Além disso, os clubes de praia são bem legais.

Passei o dia no confortável e lindíssimo Le Cinque Vele, a partir de 55 euros para duas pessoas. O atendimento é excelente e a infraestrutura, bonita, luxuosa e confortável. O restaurante tem alta qualidade, com destaque para os pratos baseados em frutos do mar típicos da Puglia.

O estacionamento é gratuito. Fica bem ao sul da Puglia, a cerca de 30 minutos de Gallipoli, que é uma das principais cidades da costa jônica da região.

Praias urbanas na Puglia

As praias urbanas não são muito legais para passar o dia. Estão quase sempre cheias e nem sempre a faixa de areia (muitas vezes pequena) é limpa. Mas há duas em que vale passar mesmo que seja para dar uma olhada. Além de belas, ficam nos centros históricos.

Spiaggia della Puritá, na Puglia
Spiaggia della Puritá, na Puglia

Em Gallipoli, a Spiaggia della Purità (no Jônico) tem areias claras e mar esverdeado. Fica em uma uma avenida do centro histórico repleta de restaurantes e bares com música ambiente animada, bem legais para ver o belíssimo por do sol.

Lama Monachile, praia urbana na Puglia
Lama Monachile, praia urbana na Puglia

Em Poligano a Mare, a Lama Monachile está entre cavernas, aos pés do centro histórico da cidade. É belíssima para se ver dos observatórios à beira dos precipícios disponíveis nesse local. Altamente instagramável.

Grotta Palazzese

Grotta Palazzese: vale a pena pagar R$ 1.000 pela experiência no restaurante dentro da caverna?

O Grota Palazzese é uma atração turística da Puglia. Há quem visite a região tendo como principal objetivo conhecer o restaurante de Polignano a Mare instalado dentro de uma gruta escavada em um penhasco, com vista impressionante para o Mar Adriático.

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O local, usado para festas e banquetes desde o século XVIII, já foi eleito o restaurante mais romântico do mundo. É também considerado um dos mais belos. Fato é que trata-se de uma experiência inusitada. E, por causa do preço, também bem exclusiva.

Não dá para simplesmente visitar o Gruta Palazzese. Para conhecer o restaurante, é preciso viver toda a experiência gastronômica no local. Caso contrário, o máximo que você vai conseguir é contemplá-lo a partir de um dos observatórios para os penhascos de Polignano a Mare.

No Grotta Palazzese, são servidos apenas menus fechados. Não se trata de degustação, e sim das tradicionais refeições italianas de no mínimo três pratos. Os preços partem de 195 euros, ou pouco mais de R$ 1.000.

Para quatro pratos, são 235 euros e para cinco, 350 euros. Todos incluem sobremesa. Para comparação, o Due Camini, com uma estrela Michelin e um dos melhores restaurantes da Puglia, cobra 180 euros por seu menu degustação com inúmeros passos.

Grotta Palazzese está dentro de uma gruta escavada em um penhasco
Grotta Palazzese está dentro de uma gruta escavada em um penhasco

Na internet, há inúmeras resenhas de visitantes criticando a qualidade gastronômica do Grotta Palazzese. Mas será que essas impressões condizem com a realidade? E como é a experiência nesse restaurante? Eu a vivi, e conto agora cada detalhe.

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O início: reserva obrigatória

No auge do verão europeu, entre julho e agosto, a recomendação é fazer reserva no Grotta Palazzese (que é o restaurante do hotel de mesmo nome, no centro de Polignano a Mare) com pelo menos dois meses de antecedência. Caso contrário, é grande a chance de não conseguir uma vaga. Já em setembro, eu obtive a minha de um dia para o outro.

Mas não foi assim tão simples. Talvez eu tenha dado sorte. Havia um único horário disponível nos três dias que eu passaria nessa região da Puglia: 21h30 de 14 de setembro. Não era exatamente o que queria. Minha intenção era conseguir o primeiro turno, às 18h30.

É um horário atípico para o jantar do brasileiro. Mas a intenção era conferir o por do sol no Adriático. Porém, topei aquela única chance, e efetuei a reserva por meio do site. É necessário usar cartão de crédito para pré-autorização de 75 euros.

O cancelamento sem custo pode ser feito até 48 horas antes do turno marcado. Se ocorrer depois disso, o valor pré-autorizado será cobrado. O restaurante funciona no almoço, a partir de 12h, e no jantar, com início às 18h30. Cada turno de refeição pode durar no máximo duas horas.

Não existe dress code definido, mas estão vetados chinelos e bermudas para os homens. As crianças só são recebidas no almoço e no primeiro turno do jantar. Para elas, o valor do menu é de 100 euros. Todas essas orientações estão no site do Grotta Palazzese, e é preciso aceitar os termos.

Após a reserva efetuada, é enviado um e-mail de confirmação, com a localização do estacionamento gratuito do restaurante – a cerca de 1 km -, para quem vai de carro. Vans de transporte estão sempre disponíveis, na ida e na volta, para levar os clientes dessa área até a entrada do hotel.

O ambiente do Grotta Palazzese

Duas checagens de reserva são feitas, uma ainda no estacionamento e outra na chegada ao hotel Grotta Palazzese. Após confirmada pela hostess, desci uma escada que parece não ter fim. Ao final, uma viradinha à esquerda e, logo à frente: uau!

A visão inicial do Grotta Palazzese realmente impressiona. O salão principal fica na parte mais baixa, e há outras mesas em um piso mais alto. À frente, as águas esmeralda Mar Adriático.

Se não havia mais sol para ver se por àquele horário, a noite também traz luzes para deixar o ambiente mais bonito. O prédio ao lado do Grotta Palazzese, sobre as grutas, é iluminado de azul. Enquanto isso, o fundo do restaurante traz uma coloração verde.

Descrevendo, pode parecer brega, mas ao vivo não é. A iluminação forma um bonito contraste com o ambiente escuro da gruta.

O ponto negativo da ambientação do Grotta Palazzese é a música, cujo objetivo é incrementar o clima de romance do jantar à luz de velas. Na prática, o saxofonista usa como acompanhamento bases pré-gravadas em órgão, a la churrascaria. Cafona? Demais!

Uma curiosidade: o Grotta Palazzese é o local na Puglia em que mais encontrei brasileiros. Ao meu redor, pelo menos quatro mesas eram formadas por compatriotas, em casais ou grupos.

Menu de três pratos

As refeições do Grotta Palazzase são esplêndidas. Isso mesmo: esplêndidas. Talvez os críticos de internet se revoltem tanto em relação a ela porque, de fato, a experiência meramente gastronômica não vale o que cobra. Come-se bem melhor na Puglia por muito menos.

Entrada do menu de carnes no Grotta Palazzese
Entrada do menu de carnes no Grotta Palazzese

Por isso, se optar por ir ao Grotta Palazzese, tenha em mente que não é apenas sobre gastronomia. O valor é por toda a experiência. Outra dica é optar pelo menu de três pratos. Como expliquei, não é menu degustação.

São pratos mesmo, de tamanho normal. O menu de entrada tem três opções: uma mais baseada em peixes e frutos do mar, outra que investe mais nas carnes e a vegatariana. Nos dois seguintes, há uma opção de cada. Só o topo de linha traz preparação com trufas brancas e seleção de caviar.

Combinei o menu de carnes com o primeiro prato de peixes de frutos do mar no Grotta Palazzese.
Combinei o menu de carnes com o primeiro prato de peixes de frutos do mar no Grotta Palazzese.

O caviar, no entanto, é usado na preparação de pratos desde o menu de entrada – assim como as trufas negras, ou tartufo. Quanto à definição do cardápio, não dá para dizer que é tipicamente pugliese. Traz muito elementos da região, bem como de outras partes da Itália e de outros paises. Está mais para internacional com leitura moderna e criativa.

Combinação

Para quem opta pelo menu de entrada, dá para fazer uma fusão de pratos – é o que o Grotta Palazzese chama de a la carte. É possível escolher, por exemplo, entrada e sobremesa do menu de peixes e primeiro e segundo pratos do de carnes. As combinações são livres.

Eu optei pelo menu de carnes, mas com o primeiro prato do de peixes e frutos do mar. Antes, é servido um couvert com pão italiano quentinho, focaccia, taralli (biscoito com óleo e vinho típico da Puglia), manteiga trufada, azeites da Puglia e outras delícias.

Minha entrada foi rosbife recheado com laranja, damasco e azeite, acompanhado por um creme de cenoura. A combinação ficou deliciosa. O primeiro prato também mereceu aplausos: ravioli com camarão e caviar. O principal foi um filé mignon alto em ponto perfeito combinado à batata trufada empanada e coberta por caviar.

Segundo prato do meu menu Grotta Palazzese
Segundo prato do meu menu

Este foi o melhor da experiência, e me arrependi por não ter comido porções menores dos dois primeiros, já que não consegui finalizá-lo. Só não gostei da sobremesa, um doce cítrico com rum e gosto para lá de esquisito.

A adega do Grotta Palazzese é riquíssima, com rótulos de qualidade de toda a Itália. Já os vinhos servidos por taça têm apenas três opções, todas da Puglia – com as uvas Primitivo e Negroamaro.

Cada taça custa 20 euros, valor bem mais alto que a média dos bons restaurantes da região para vinhos semelhantes – entre 8 e 12 euros. Não é possível harmonizar o menu de entrada com vinhos. Isso só ocorre a partir do intermediário (paga-se mais 165 euros).

Já para quem pede o topo de linha, a opção é uma garrafa de champanhe Cristal brut por 1.000 euros.

Grotta Palazzese: vale ou não vale?

O Grotta Palazzese vale a pena. Digo isso pois não me arrependi de ter investido. Simplesmente adorei a experiência. Tive uma excelente refeição em um ambiente único, excêntrico, até emblemático. Desses que dificilmente você vai ver em outro lugar.

Há locais que precisamos conhecer, mesmo com alto investimento, e o Grotta Palazzese é um deles. Mas eu iria de novo? Não! Como expliquei, a comida é muito boa, mas não é memorável.

Então, para mim, está visto. Mas, se você ainda não foi, definitivamente precisa ver. Só acho que podiam cortar o saxofonista com base de órgão pré-gravada. Destoa do ambiente. Um saxofonista apenas, sem o efeito churrascaria, seria muito mais legal.

Baja Califórnia Sur

Um retiro de corpo e alma na sofisticada Baja Califórnia Sur

O Caribe é o destino de praia mais popular do México, e atrai turistas de todo o mundo, especialmente os americanos. Do lado oposto do país, há um destino de praia bem mais exclusivo. O turista dos EUA é o visitante mais frequente também, mas aquele que está à procura de experiências mais sofisticadas. Trata-se da Baja Califórnia Sur.

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Coberta pelo Pacífico e pelo Golfo da Califórnia, repleta de belas praias e desertos, a região é um hotspot mexicano. Nos últimos anos, seu mercado imobiliário vem passando por expansão, impulsionada por californianos endinheirados à procura de um destino longe do turismo de massa.

As impressionantes casas de veraneio ao estilo Malibu e Calabasas (nas imediações de Los Angeles) vêm ganhando destaque no cenário da Baja Califórnia Sur. A região, no entanto, oferece também opções sofisticadas para quem ainda não tem uma propriedade para chamar de sua.

Uma delas está na pequena vila Todos Santos, a cerca de uma hora e meia dos dois aeroportos que servem a região (La Paz, a capital, e Los Cabos). Trata-se do hotel Paradero Todos Santos, construído no deserto e com diárias a partir de R$ 3,5 mil (valor sem taxas).

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Retiro no deserto da Baja Califórnia Sur

O conceito do Paradero Todos Santos é de retiro do corpo e alma. Para quem está acostumado a hotéis e resorts de luxo cheios de amenidades, o local pode causar certo estranhamento logo de cara, com seu conceito rústico chique.

Localizado no deserto da Baja Califórnia Sur, tem design impressionante, com amplo uso de madeira e cimento. A ideia é que tudo no Paradero Todos Santos remeta a um santuário. Spa e academia (não há aparelhos eletrônicos, apenas aqueles que auxiliam a usar o próprio corpo no exercício) estão instalados em tendas.

Diariamente, há atividades como ioga, meditação, caminhadas na praia (Palm Beach, a 200 metros do hotel) e passeio de catamarã (em grupo ou exclusivos). O conceito de alimentação e bebidas investe em ingredientes saudáveis. Os pães, por exemplo, são de fermentação natural.

Os refrigerantes, por sua vez, não estão disponíveis no hotel – que os substitui por sucos naturais combinados a água com gás. Bebidas alcóolicas, no entanto, estão disponíveis, com direito a drinks autorais e criativos e uma bela carta de vinhos.

Experiências

A restrição a alimentos não saudáveis não torna a gastronomia um problema. Pelo contrário: os pratos são saborosos e criativos, uma perfeita interpretação de um prazeroso detox. O café da manhã é outra experiência impressionante.

A la carte, tem algumas opções e sugestões. Porém, o fato é que a cozinha é capaz de preparar, de maneira criativa, qualquer especialidade de café da manhã que o cliente deseje, combinando ingredientes como pães, ovos, legumes e vegetais e queijos, por exemplo.

As amplas suítes impressionam, mas também causam estranheza em um primeiro momento (leia mais abaixo). Nelas, menos é mais. A piscina de borda infinita é climatizada e tem uma linda vista para o deserto e montanhas, além de uma segunda parte, aquecida.

Ao final de 24 horas os hóspedes já começam a se sentir revigorados. A combinação de atividades revigorantes, contato com a natureza e a alimentação saudável geram, de fato, um detox de corpo e alma e uma extrema sensação de paz.

Suítes

O Paradero Todos Santos tem 30 suítes, divididas entre garden (jardim) e mountain (montanha). As do primeiro grupo, térreas, têm 60 metros quadrados. Há opção com ou sem ofurô na varanda.

A minha hospedagem foi na categoria mountain, de 72 metros quadrados e três níveis. No primeiro está apenas a entrada. O segundo começa com uma varanda com vista para os cactus. Do lado direito está o quarto e do esquerdo, o banheiro.

Sim, é preciso atravessar a varanda ao ar livre para ir de um a outro, e no deserto, as temperaturas são muito baixas à noite. Roupões quentinhos, no entanto, estão nos quartos, para resolver esse problema.

E por falar em quartos, não há TV, nem minibar, nem telefone. O contato para solicitação de serviços é feito via WhatsApp, acessado por um QR code entregue junto com a chave, no check-in. Mas há uma deliciosa cama king size, travesseiros e plumas e enxoval de altíssima qualidade.

No quarto, além da cama, há balcões, tapete de ioga, gavetas, espelho e vistas panorâmicas para o deserto.

O banheiro, rústico, tem poucas amenidades, como xampu, sabonete líquido e secador. O box tem parede de vidro, para que o hóspede possa tomar banho observando a paisagem do deserto e montanhas.

O terceiro andar é um terraço com cadeiras de sol e uma rede para observação de estrelas. Na região desértica, elas têm um brilho impressionante, é apreciá-las antes de dormir (de preferência, muito bem agasalhado) é uma atração à parte.

Highlights sobre a Baja Califórnia Sur

Minha visita à Baja Califórnia Sur foi no início de junho, primavera nessa região do mundo. As manhãs e noites são geladas. Já os dias são quentes, com temperaturas que podem ultrapassar facilmente os 30 graus.

A aproximação à Baja Califórnia Sur por La Paz é um espetáculo à parte, com uma linda vista para o Golfo da Califórnia. Por lá, se observa diversas marinas com barcos impressionantes. Impressionantes também são as suntuosas aeronaves particulares no pátio do aeroporto.

A Baja Califórnia Sur tem a praia que é considerada a mais bonita do México, Balandra, no golfo. Fica próxima a La Paz. Por lá, foi inventada uma das bebidas mais tradicionais do país, a margarita.

A Aeroméxico e todas as companhias americanas têm voos para La Paz ou Los Cabos, com conexões em Cidade do México ou outros diversos destinos dos EUA. Eu voei com a American Airlines. Na ida, fiz conexão em Miami. Na volta, em Dallas.

Apesar de as diárias no Paradero Todos Santos partirem de R$ 3,5 mil, há algumas promoções em sites de viagem. No booking.com, por exemplo, há descontos que reduzem o valor inicial para cerca de R$ 2,5 mil no próprio mês de junho. O café da manhã é incluído.