Classe executiva da KLM

Como é voar na classe executiva da KLM

Estive na Holanda pela primeira vez em 2013 e o que mais me impressionou, mais que os museus, os jardins e a liberdade de Amsterdã, foi a gentileza do povo holandês. São simpáticos, prestativos e adoram conversar e interagir com novas culturas. É uma gente sem preconceito, que se interessa pelo turista e faz com que todos se sintam em casa. A mesma sensação eu tive ao experimentar a classe executiva da KLM.

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Meu voo foi de São Paulo a Genebra, com escala em Amsterdã, hub da companhia aérea holandesa. A aeronave, um Boeing 777-200, tem configuração 2-2-2. No 777-300, maior, a configuração é a mesma, mas há mais lugares na executiva (são 18, no 200). Os Boeing 747 e 787 trazem a configurações diferentes.

POLTRONAS DA KLM

Para falar a verdade, no quesito acomodação e conforto, a classe executiva da KLM não traz nada de especial. Os assentos viram camas flat-bed (superfície plana) e há apenas dois ajustes automáticos (vertical e cama). Na maioria das companhias, há um ajuste automático intermediário, para a opção “descanso”.

Isso não é um grande problema, já que é possível fazer combinação entre assento, apoio para os pés e encosto de diversificadas maneiras – algo que muitas companhias não oferecem. Além disso, é um grande avanço ante a antiga executiva, com a inclinação conhecida como “tobogã” – em que os pés ficam apontados para baixo quando a poltrona está na posição cama, algo bastante desconfortável.

A poltrona e a configuração geral são muito parecidas com as da Lufthansa. Porém, a KLM oferece um apoio para os pés à frente da poltrona, que se integra a ela para formar a cama – algo que a alemã não tem.

INTERATIVIDADE

A tela do sistema de entretenimento é imensa e sensível ao toque. O dispositivo de comando remoto é um destaque. Parece um tablet (embora menor) e também é sensível ao toque.

Mas o melhor é que dá para ver coisas diferentes na tela e no dispositivo remoto. Dá para assistir um filme em um e acompanhar o status do voo (mapas, local em que o avião se encontra, velocidade e tempo para chegada, entre outros dados) em outro.

Um ponto negativo foi que em pelo menos quatro assentos o sistema multimídia não estava funcionando. Falha grave, já que não havia outros locais disponíveis para todos esses quatro passageiros.

GOLAÇOS DA TRIPULAÇÃO DA KLM

Aí veio o primeiro golaço da tripulação. Eles deram a esses passageiros formulários de reclamação, que devem ser enviados ao SAC da KLM, relatando o problema. Segundo os comissários, há possibilidade de devolução de parte do dinheiro gasto na compra da passagem aos passageiros que foram lesados.

Outro golaço foi em uma situação que estive envolvida. Como meu voo de Amsterdã a Genebra era em classe econômica, perguntei à comissária se poderia usar a sala VIP no aeroporto da capital holandesa. Rapidamente, ela conversou com o comandante, que entrou em contato com o pessoal de terra para ter todos os detalhes.

Em pouco mais de dez minutos, veio a resposta – a mim e ao passageiro que estava ao meu lado, que não viajava comigo, mas estava na mesma situação. Sim, é possível. Basta ter a passagem do voo anterior comprovando que o trajeto foi feito em executiva.

Alguns meses depois, ao voar Alitalia, estava na mesma situação. Voei o primeiro trecho na executiva e o segundo na econômica. Por isso, não pude usar a sala VIP no aeroporto de conexão.

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Essa facilidade da KLM, aliás, não é um padrão. Na Europa, nos EUA e no Brasil, o que vale na hora de embarcar é o voo a fazer, não o já concluído. Então, além da gentileza, vale ressaltar também a boa vontade e simpatia da comissária holandesa que nos atendeu – falando português fluente.

E não apenas para resolver essa situação. Ela se interessou por minha viagem, minha conexão, e conversou sobre diversos assuntos, explicando como funciona a rotina de uma companhia aérea. Juro: nunca fui tão bem atendida a bordo.

Serviços em terra e a bordo

O serviço de bordo e a qualidade da alimentação ficou no padrão da maioria das classes executivas. No jantar, havia duas opções de entrada, três de prato principal e quatro de sobremesa – com possibilidade de obter mais de uma. Para o café da manhã, eram duas as opções de prato principal. No geral, as refeições estavam bastante saborosas.

Sala VIP da KLM em Amsterdã

Em terra, o check-in aconteceu sem problemas. Mesmo na classe econômica, eram vários os guichês de atendimento e não houve formação de grandes filas. Na entrega das malas, um ponto negativo: demorou bastante, já que a esteira no aeroporto de Genebra (destino final) era a mesma de dois outros voos.

SALA VIP DA KLM EM GUARULHOS

Em Guarulhos, a sala VIP usada pela KLM, a mesma de Delta e Air France, entre outras, é a pior. Pequena, sem charme na decoração e com buffet bem menos completo que a da Tam e da Star Alliance (Lufthansa, Swiss e United, entre outras). Ao menos, não é tão lotada quanto a da Latam em horários de pico. Em Guarulhos a minha preferida é a da Star Alliance.

Em Amsterdã, a sala VIP da KLM para voos na Europa é espetacular. Imensa, com diversos bares, buffet variado e áreas diversificadas (mesas, sofás para descanso com tomadas, poltronas para dormir, etc). A companhia holandesa é integrante da aliança SkyTeam (junto com AirFrance, Alitalia, Delta e Aerolíneas Argentinas, entre outras).

Sala VIP da KLM em Guarulhos

Se você quer uma companhia que seja destaque em poltronas diferenciadas ou serviço de alimentação a bordo, a KLM pode te decepcionar, ou ao menos não impressionar. Nesses quesitos, ela está no padrão. Boa, mas não excelente.

No entanto, se para você o mais importante é um serviço impecável, comissários prestativos, ótimo atendimento também em terra e uma companhia que resolva a sua vida, em vez de dificultá-la, a KLM é uma escolha muito acertada.

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