O que eu e o Lewis Hamilton temos em comum!

Esse é o meu primeiro texto para o Blog Check-in Afro da Panrotas e eu, Bia Moremi, chego me comparando a lenda viva Lewis Hamilton, você pode achar que sou muito pretensiosa, e talvez eu realmente seja.

Lewis Hamilton está de férias em seu “Summer Break” realizando um sonho, sonho esse que eu tenho como missão de trabalho e vida. Ele está viajando pelo continente Africano traçando de volta as suas raízes ancestrais. 

No dia 18 de Setembro de 2018 durante uma tradicional festa para jovens negros eu tive a seguinte ideia “E se eu criasse uma agência de viagem que engajasse todas as pessoas pretas a fazerem um teste de DNA laboratorial para descobrir as suas ancestralidades e assim planejassem uma viagem para vários países do continente Africano de forma contemporânea, urbana e entendendo que estes países podem ser tão interessantes quanto aos países europeus que eu já visitei?”. Corta para hoje, 08 de Agosto de 2022 e a Brafrika Viagens é uma agência premiada, desejada e vem crescendo no mercado.

A criação de pacotes de viagens que tragam essa conexão com a ancestralidade, com a cultura local e também cheio de festas e festivais possibilita esse resgate ancestral de forma urbana e contemporânea, incitando o imaginário de mais de 50% da população brasileira a ver o continente Africano como um destino de desejo, de sonho, de realização e de diversão. 

A indústria do turismo, imersa dentro dessa estrutura racista que sustenta nosso país não foi capaz de criar (e ainda não é) produtos e serviços que tragam essa mistura de interesses no continente Africano. Muito me espanta ver essa indústria chamando qualquer lugar do mundo fora da Europa e da América do Norte de EXÓTICO. Exótico aos olhos de quem? Exótico se comparado a quem? Você que me lê, já parou para se perguntar sobre isso? 

Voltando ao Lewis Hamilton, ele escreve com paixão sobre o momento que está vivendo, irei abrir aspas para ele em uma tradução livre “Essa viagem tem sido uma redefinição de mudança de vida. Eu sinto como se tivesse ganhando uma nova perspectiva na vida, maior e ainda mais forte no meu amor pelos animais e ainda mais próximo dos meus irmãos que estão dividindo essa jornada especial comigo. Minha primeira parada foi na Namíbia, um dos lugares mais esplêndidos que eu já vi com meus próprios olhos. Palavras e fotos não fazem justiça a este lugar. Eu não poderia pensar em um lugar melhor para passar esse tempo livre. Enviando a todos paz e luz.”  

Quando leio “redefinição de mudança de vida” ou em inglês “life changing reset” eu sei que não é exagero, não é força de expressão, é a realidade que nós negros da diáspora sentimos quando fazemos o caminho de volta ao continente que é mãe dos nossos antepassados. Saber que pudemos voltar de maneira digna, com a cabeça erguida, alimentados e vestidos, com o coração e o bolso cheio para nos divertir é profundamente transformador.

Agora que você já sabe o que eu e o Lewis Hamilton temos em comum, eu peço que você continue acompanhando esse blog que trará muita informação, reflexão e tendências sobre esse turismo que trata o continente africano e a diáspora negra como uma joia rara, seja bem vindo ao Afroturismo.

Fico por aqui e até a próxima,

Bia Moremi

CEO e DIretora Criativa da Brafrika Viagens.   

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8 thoughts on “O que eu e o Lewis Hamilton temos em comum!

  1. Nossa
    Tô impactada com toda verdade em suas palavras. Muito bacana a matéria, irei acompanhar as postagens e já mostrar para o meu filho (de três anos a importância das nossas raizes, da nossa ancestralidade. (João, um cacheado loirinho de olhos verdes precisa ter consciência de onde vieram a cor da pele da mãe, o cabelo crespo, toda história de bravura e beleza da África, que um dia teremos o prazer de conhecer, espero que com vc!)

  2. Amei. Também quero ter isso em comum com você e Hamilton: voltar às origens. Ansioso pela minha primeira viagem ao nosso continente Mãe. Parabéns pelo blog. 🤎🤎🤎

  3. Sim é realmente transformador a conexão com o Afroturismo, mudou a minha vida!!!
    Desejo que mais pessoas, de todas etnias se abram para a experiência, vivam a alegria que é essa conexão ancestral!

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