Entre os dias 25, 26 e 27 de maio acontece, pela primeira vez no país, o Africa Fashion Week Brasil. O evento, que faz parte do circuito African Fashion Week Londres e African Fashion Week Nigéria, tem o objetivo de projetar a estilização africana, por meio do incentivo e promoção de novos designers que desejam exposição e não têm recursos para fazer a apresentação das suas coleções e do seu trabalho.
E o Brasil está pronto para receber esses maravilhosos sem cometer racismo ?
Apesar de muitos crimes de racismo serem cometidos dentro de hotéis não vemos muitos deles fazendo investimento em inclusão e diversidade principalmente para o seus gestores , afinal são os líderes que precisam se desconstruir e automaticamente toda a equipe fará o mesmo . O mais complicado é que mais de 80% das lideranças são homens e brancos e isso também abre discussões que devem ser pautadas pelas redes hoteleiras.
Quanto aos aeroportos me lembro quando fui para a África do Sul e como todos nós ficamos apaixonados pela cena que vimos, um movimento de embarque e desembarque de pessoas pretas , cartazes com pessoas pretas . Enquanto isso no Brasil com população de 56,2% de negros , meus amigos africanos ficam confusos ao desembarcar a ponto de achar que chegaram na Europa e não no Brasil .
Não tem como falar de moda sem falar de turismo , e se a moda é afro então é Afroturismo, onde há movimento de negros viajando é Afroturismo .
Moda como instrumentO ANTIRRACISTA
O evento também vai reunir designers consagrados e aptos a promover a interação entre gerações, ativação de marcas, workshops de inovação do setor, nos segmentos B2B e B2C, exportação, importação e encontro privado com investidores.
“A estratégia e o foco principal do evento é lançar mão da moda como um instrumento de sustentabilidade e de mudança social. AFWB é uma ferramenta de combate ao racismo estrutural, responsável pela manutenção de um mercado da moda eurocentrado”, enfatiza Silvana Saraiva.
No âmbito do circuito AFW, 90% da força de trabalho é composto por pretos, mulheres, LGBTQI+, estudantes de moda e comunidades marginalizadas. Oferece uma experiência singular de trabalho, projetada em um evento de grande porte.
A essência do AFW demonstra que incluir também é apoiar, fomentar e provocar as mudanças dos padrões de estilo do setor têxtil. Busca tornar acessível ao consumidor que deseja uma moda mais em sinergia com sua cultura, seu estilo de vida e seu bem estar.
Em síntese, o espírito do AFW, que chega ao Brasil em um momento ungido pela esperança, envolve moda, música, dança, gastronomia, arte têxtil, design, receptivo de luxo em quilombos, artesanatos e outras expressões. É intimamente relacionado com a cultura dos povos originários (o Brasil possui mais de 350 etnias indígenas) e presente na raiz da maioria da população brasileira (preta e parda). E esses são valores que compõem diferenciais turísticos valorizados no mercado internacional. ( fonte site https://afwb.com.br/imprensa)