hoteleiro, 3 perguntas: resultados pré pandemia + evasão de mão de obra + atenção aos movimentos de mercado.

Como está sua estratégia para 2022?

Seguem algumas perguntas e dados para incentivar o pensamento estratégico.

1) Volta dos Resultados Pré Pandemia

Os resultados da sua empresa estão acompanhando a recuperação do mercado da sua região?

Segundo pesquisa da HSMAI Brasil, 50% dos Hoteleiros acreditam que a receita de 2022 será similar a de 2019. Em geral, sabemos que os números estão melhorando, mas a hotelaria corporativa (como o mercado de SP) ainda requer atenção não só em demanda, mas principalmente quanto à Diária Média.

Comparativo YTD Janeiro 2019 x 2022 de RevPAR dos associados FOHB

Provável que você já tenha visto os números acima, então vamos analisar nossa situação em relação a alguns números de mercados internacionais:

Os dois destinos que mais demonstraram recuperação:

  • Miami superou seu GOPPAR de 2019 em 14%.
  • Dubai atingiu 95% de seu GOPPAR pré-pandemia. O Oriente Médio, inclusive, é considerado a região mais recuperada do setor, com RevPAR apenas cerca de 14% abaixo dos níveis pré-pandemia.

Entre os países que mostram ainda a necessidade de uma recuperação considerável estão:

  • Estados Unidos – atingiu apenas 52% de seu GOPPAR de 2019 no ano passado. Ocupação em 2022 (YTD) é de 50%, apenas 12,2% a menos que a mesma semana de 2019. Já o RevPAR caiu 13,9% em relação ao mesmo período. Obs.: A AHLA (American Hotel & Lodging Association) prevê que a hotelaria dos EUA levará pelo menos até 2025 para se recuperar. Motivo: falta dos viajantes de negócios, que foram fonte de receita de mais de 50% do setor em 2019.
  • Canadá – com RevPAR atingindo 54% em comparação a 2019. Embora Vancouver está fora dessa curva, apresentando ótimos resultados.

Soluções: reforçar seu POSICIONAMENTO e implantar uma ótima Estratégia de PRECIFICAÇÃO alinhada com a marca.

2) Evasão de Mão de Obra

Sua empresa está comprometida em convencer as pessoas que nosso setor é onde elas poderão construir uma carreira e ter uma boa vida?

O tema não é novo, e segue preocupando o setor de turismo e hotelaria do mundo todo. Sempre se falou sobre a dificuldade de captação de mão de obra qualificada para o setor. Agora, a questão é mão de obra em geral, qualificada ou não. Difícil achar um executivo da nossa indústria que não fale das vagas abertas e da dificuldade de encontrar profissionais. 94% dos varejistas do país também estão encontrando o mesmo problema.

Nos USA, o problema se repete. Cerca de 700.000 funcionários da hospitalidade jogaram a toalha em 2021. Bares, cafés e restaurantes estão com 1,3 milhão de trabalhadores a menos em relação aos 16,9 milhões empregados antes da covid-19. Em 4 de janeiro, o Bureau of Labor Statistics informou que um recorde de 4,5 milhões de americanos deixaram seus empregos em novembro, um aumento de 9% em relação ao mês anterior. O fenômeno tem sido chamado de a “Grande Renúncia”, com um recorde histórico de 2,7% da força de de trabalho do país terem deixado suas funções. E o dinheiro não necessariamente é a questão principal. Os motivos apontados são:

  • Mudança de vida durante a pandemia. Muitos perceberam que queriam passar mais tempo com a família, aventurar-se a mudar de emprego ou abrir um negócio próprio.
  • Muitos colaboradores não tem contrato permanente que garantam benefícios importantes para eles, assim como os baixíssimos salários oferecidos.
  • Exaustão por carga de trabalho excessiva, visto que muitos assumiram diversas funções durante a redução de quadro na pandemia.
  • Também há aqueles que pediram demissão, pois o empregador exigiu que voltasse ao escritório. Muitos querem chegar a um acordo de, pelo menos, encontrarem um modelo híbrido.
  • Além, claro, de muitos trabalhadores de baixa renda, como funcionários de hotéis e restaurantes, que procuraram outras indústrias por medo de pegar o vírus.

Soluções: AMBIENTE de trabalho SAUDÁVEL + Maior FLEXIBILIDADE nos contratos de trabalho.

3) Atenção aos Movimentos do Mercado

Você está acompanhando de perto os números e as estratégias (cases e melhores práticas) do seu segmento?

O Conselho de Administração da HSMAI Americas recentemente discutiu as tendências dos negócios atuais. Entre os insights, estão:

  • Os negócios do grupo estão voltando com força.
  • As viagens (demanda) estão resilientes ao período de Omicron.
  • O poder da precificação é um dos itens mais fortes no momento.
  • Há uma melhoria significativa no ritmo de reservas do GDS para o 3º trimestre e além.
  • Forte demanda nos ‘shoulder nights’ (expressão para os amigos RMs entenderem) e aumento de ocupação de Domingo e Segunda-feira (típica do segmento corporativo).

Sobre Viagens de Negócios:

  • 64% disseram que algumas voltaram e apenas 36% disseram que pouquíssimas voltaram.

As principais métricas que os membros do conselho estão observando para monitorar o retorno do viajante de negócios incluem:

  • Métricas de reserva do GDS
  • Voltar ao escritório x trabalhar em casa
  • Dados semanais do STR (Smith Travel Report)
  • Relatórios internos das marcas (membros do conselho) de demanda
  • Feedback de parceiros
  • Reservas de companhias aéreas
  • Produção no meio da semana de grandes contas corporativas
  • Atividade em destinos tipicamente corporativos

Não dá para ‘deixar a vida levar’ sua estratégia.

Soluções: Assinar bons relatórios de análise de mercado (rate shoppers, análise OTAs, GDSs, gestão de performance, gestão de reputação, etc), Implementar boa análise de dados internos e, principalmente, tomar decisões mais assertivas com base em dados qualificados.

Profissionalização constante (da gestão à operação), atenção às constantes mudanças de comportamento de consumo e Coragem são os 3 pilares da recuperação. Mãos à obra!

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Onde estão os Hoteleiros Apaixonados?

R.I.P. RFP

Se perguntarmos para hotéis, TMCs ou gestores de viagens, todos terão a mesma resposta sobre a época dos ‘benditos’ RFPs: um processo ‘chato’ e ultrapassado.

Mas será que o mercado está pronto para dar o próximo passo?

Um estudo recente da GBTA com 161 gestores de viagem mostrou que 66% deles estão satisfeitos com o processo de contratação de hotéis, e explicam que não vêem razão para inovar um processo tático, ou não sabem como.

Mas não é exatamente de inovação que nossa indústria precisa?

Será que o velho ‘envio em setembro, aceite em outubro, carregamento em novembro, disponível em janeiro’ seguirá intocável por outras tantas décadas?

Do lado dos buyers: reunir dados, enviar ofertas, negociar, negociar novamente, negociar mais uma vez, assinar um contrato, verificar o carregamento dos preços, verificar a disponibilidade dos preços, começar tudo de novo. Ufa!

E abaixo os critérios que mais os influenciam na seleção de um hotel:

Do lado dos hotéis: RFP entra na comercialização como a força contrária ao esforço e investimento em recursos tecnológicos e humanos para implementar revenue management, preços dinâmicos, acordos de curto prazo, desintermediação, compra online, etc. E tudo isso, muitas vezes, com dados imprecisos e incompletos para a tomada de decisão, em função de um database ineficiente.O diretor de vendas da MGM Resorts International, Michael Dominguez, diz: “Estamos muito aquém da velocidade da mudança que precisamos. Dizemos que somos inovadores, mas somos inovadores em termos de produto. Precisamos começar a ser mais inovadores no processo“.

Alguns especialistas arriscam palpites sobre o RFP no futuro:

  • Contratos que continuarem de longo prazo incluirão um mix de tarifas fixas, descontos dinâmicos por hotel, e monitoramento diário.
  • Expansão das empresas de ‘sourcing’, que negociam em nome dos gestores, e tem 75% de aprovação dos mesmos.
  • Programas limitados a hotéis onde tenham, por exemplo, 100 diárias ou mais.
  • O desempenho do hotel e da marca será monitorado em tempo real.
  • Se uma negociação não acontecer naquele momento ou se o mercado tiver mudado, a empresa ou o hotel poderão cancelar o contrato e um novo RFP poderá ser solicitado. Isso substituirá a negociação somente anual.
  • Contratos flexíveis, conectados com a dinâmica de mercado.

Em resumo, mesmo sabemos que os clientes mudam, as equipes mudam, e os padrões de viagem mudam, a indústria de viagens corporativas é lenta para mudar, e o processo contratual estático é um exemplo disso.

Flexibilidade será a base da contratação de hotéis no futuro (próximo).

E você?  Qual seu time?

  1. Vida Longa ao RFP! Melhor processo já inventado ever…
  2. Ok manter, mas definitivamente precisa ser modernizado.
  3. Coisa do passado! Precisamos inovar JÁ!

Deixei seu comentário.

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