UbEr vendE Vôos e OTAs pedEM gorjetas – O impacto Hooper!

A Hopper foi lançada em 2015 como uma OTA canadense com interface simplificada e amigável, e até hoje segue estampando as manchetes dos sites especializados da nossa indústria pelo mundo. Geralmente com alguma novidade que ‘dá o que falar’.

Home da Hopper

Ela ficou conhecida por seus recursos de previsão de preços, que utilizam algoritmos e dados históricos para prever se os preços de voos e hotéis tem mais probabilidade de subir ou cair. Isso permite que os usuários tomem decisões informadas sobre o momento ideal para reservar suas viagens. Além disso, seu aplicativo é centrado em alertas, e avisa o usuário quando encontra tarifas aéreas ou de hotéis com preços baixos, permitindo que aproveitem as melhores ofertas.

Embora ofereça reservas de hotéis, seu foco são as viagens aéreas. Para isso, têm acesso a inventários diretos de companhias aéreas e hotéis, e também de várias outras OTAs.

Uber vendendo Vôos

No Reino Unido, um novo serviço da Uber em parceria com a OTA Hopper, apenas para celular, já permite que usuários reservem voos domésticos e internacionais.

De um lado, especialistas dizendo que a Uber dá mais um passo para se tornar um ‘superapp’. Do outro, os que afirmam que a Uber apenas se tornou mais uma afiliada da Hopper como um canal simples para projetar o estoque e preços da OTA. Expedia, por exemplo, tem dezenas desses associados.

Mas a pergunta que fica é: Hoje, o viajante lembra da Uber na hora de pedir um transfer do aeroporto para o hotel. Será que lembrará semanas ou meses antes, nas primeiras etapas do planejamento de uma viagem, quando a passagem aérea é uma das primeiras decisões a serem tomadas?

No Brasil, a Rappi (cia. colombiana) lançou sua vertical de viagens em Outubro de 2021 e a Travel4Business focada em viagens corporativas em Janeiro de 2022? Ela adquiriu a tecnologia da Netactica, especializada em tecnologia de viagens, e se conectou com mais de 50 sistemas diferentes e parceiros como Amadeus, Sabre, Expedia, Hotelbeds e Omnibees, entre outros. Curiosidade: o CEO atual da Rappi Travel atuou por mais de 20 anos na Netactica.

A grande pergunta é: Você lembra da Rappi para cotar suas viagens?

A Amazon já deixou há tempos de ser uma livraria online. Então é possível Uber, Rappi e outros marketplaces se tornarem canais de viagens, certo? Bem, com altíssimos investimentos em marketing e muita paciência para que o consumidor os entenda como parceiros nos momentos de decisão de compra, talvez.

Algumas questões ainda estão no ar, como a forma da Uber ganhar $ visto que as cias aéreas não estão pagando comissões. E a pergunta mais importante:Onde está a proposta de valor que a Uber oferece na cadeia de valor das reservas de voos?

Hoje, ela não oferece programa de milhas, preços diferenciados, produtos e ofertas exclusivos, etc. É preciso possuir preço, disponibilidade e produto de viagem, como Expedia, Booking, Airbnb proporcionam para oferecer valor.

E você, vai comprar passagens com a Uber?

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OTAs pedindo Gorjetas

Em um painel de especialistas na Hospitality Net World recentemente, foi debatido a última novidade da Hopper: o pedido de “gorjeta” como parte da reserva. A gorjeta é incluída automaticamente no preço final na página de pagamento final antes de concluir a reserva. Detalhe: o cliente deve colocar o botão na posição desligado Ou seja, tomar uma ação, para não pagar.

A gorjeta em si é uma taxa fixa (US$ 5) ou uma porcentagem da reserva, dependendo do tipo de reserva, de acordo com o site da Hopper.

Área de pagamento do aplicativo da Hopper

Posicionamento da OTA: “Esta gorjeta vai para Hopper e é totalmente opcional. Os clientes podem optar por oferecer ou não.

Argumentos A FAVOR da gorjeta:

  • Hopper está inovando.
  • É totalmente legal (juridicamente falando).
  • É opcional. Decisão segue com o cliente.

Argumentos CONTRA a gorjeta:

  • As gorjetas são coisas que pagamos a uma pessoa que nos ajudou. Na Europa é para alguém que nos ajudou além do normal. Nos EUA parece que a gorjeta substituiu o salário. Pedir gorjetas como essa é como as taxas de resort, as taxas verdes e todas as outras taxas aleatórias que as empresas estão adicionando de forma a dar uma falta transparência de preço mais baixo. Se a empresa precisa de mais dinheiro para sobreviver, a solução é cortar custos ou aumentar o preço. Manter um preço baixo e adicionar taxas ou gorjetas é propaganda enganosa.
  • Coletar gorjeta COM ANTECEDÊNCIA, antes mesmo do serviço começar, é antiético.
  • Pedir gorjeta para uma empresa com fins lucrativos e que deveria estar ganhando dinheiro?
  • Porque não chamar de taxa de serviço, prática comum e aceita no meio, ao invés de gorjeta? Outros intermediários cobram taxas de serviços por transações não comissionáveis. (Curiosidade: A Priceline – grupo Booking – cobrava taxa de serviço de USD 5 à USD 6 por reserva aérea até 2009, quando removeu a taxa e as outras OTAs seguiram o exemplo).
  • ‘Você dá gorjeta ao seu consultor de viagens que te oferece um serviço completo? Porque dar gorjeta ao programador de um self-service?
  • Eles são um canal de vendas que, como visto na pandemia, pouco ajudou os clientes com problemas quando mais precisaram. A proposta é hipócrita – eles deveriam chamar essa cobrança do que ela realmente é, uma taxa de transação adicional projetada para aumentar sua receita.
  • Dar gorjeta para um algoritmo de previsão de viagens é equivalente a minha mãe dizer ‘por favor’, ‘obrigado’ e ‘muito bem, meu filho’ ao falar com o ChatGPT.
  • Plataformas online, como OTAs, são exemplos clássicos de mercados de dupla face, geralmente tentando combinar a oferta com a demanda. Como tal, enfrentam o dobro dos custos dos negócios ‘normais’, uma vez que precisam garantir que haja oferta suficiente para atender à demanda e vice-versa. Para compensar isso, muitos (principalmente o Airbnb no setor de viagens) tentaram cobrar de ambas as partes (fornecedores e clientes), na maioria das vezes sem sucesso. Independentemente de você chamá-lo de encargos administrativos, taxas ou gorjeta, a reação do consumidor até o momento aos custos divididos dessa maneira tem sido extremamente negativa. E tornar essas taxas opcionais, mas marcar a caixa com antecedência, mostra um pensamento incrivelmente de curto prazo. Talvez gere alguns dólares de clientes desavisados ​​que não prestam atenção, mas seu efeito de longo prazo na satisfação do cliente certamente será negativo. Hopper pode estar inovando, mas não no bom sentido. A inovação pode ser interessante, mas apenas quando guiada pelos erros do passado.

E você, o que acha de OTAs cobrarem gorjetas?

Deixe seus comentários sobre as duas novidades da Hopper e como imagina os próximos passos do mercado.

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Dias atrás realizamos pela HSMAI mais um roundtable do grupo de Revenue Managers Sêniors das principais redes, hotéis de luxo e resorts do país. Abaixo compartilho alguns insights do debate, que foi sobre DATA SCIENCE. Comente abaixo sua opinião sobre a análise de dados da hotelaria brasileira:

1) Ainda hoje, os hotéis levam muito tempo tratando dados manualmente ‘dentro de casa’. Tem muita ‘sujeira’. A parte do tempo que é trabalhada para desenvolver um modelo que agregue ao negócio é pequena. Não deveria ser. Alguns sistemas não entregam, mas existem muitas oportunidades de negócios.

2) Momentos em que cada empresa se encontra:

  • Data Aware – Data Proficient – Data Savvy – Data Driven
    • 2.a) AWARE – A cultura de dados é secundário. Dados não são guardados para posterior decisões. Input manual.
    • 2.b) PROFICIENT – dados inseridos nas mesmas plataformas e da mesma forma em todo o hotel, mas sem estarem integrados com os outros departamentos.
    • 2.c) SAVVY – dados inseridos e validados automaticamente, com uma qualidade alta, e integrados ao longo dos vários departamentos do hotel. Aqui, dados financeiros estão misturados com reservas.
    • 2.d) DRIVEN – O negócio do hotel e os seus dados alimentam-se mutuamente. Os dados são de qualidade, e se extrai muitas informações aqui. Nesse estágio é onde habita o Total Revenue Managment. Colaboradores trabalham com IA no dia a dia. Insights tirados dos dados são bem mais profundos.

3) Desafios para o hotel do futuro:

  • O próprio cliente é dono da informação que é colocada no banco de dados. Hoje, ainda temos uma pessoa entre o dado do cliente e o serviço. Enquanto for assim, o erro de dados inseridos no sistema seguirá acontecendo.
  • É preciso oferecer benefícios aos clientes para ter seus dados de forma consistente. Para isso, é necessário envolver setores que estão mais imaturos em termos de dados como A&B, Governança, etc.

4) A qualidade da distribuição é uma preocupação hoje. O preço que está entrando para o caixa do hotel é muito diferente da tarifa publicada.

5) Houve um descontrole completo da distribuição pós pandemia. Exemplo: 9,6 de 10 hóspedes que procuram hotel no Trivago encontram preços mais baratos em alguns intermediários específicos (que centralizam essa ação), em comparação aos sites dos próprios hotéis. Não existe nenhum outro país no mundo com tanta disparidade como no Brasil. Estamos falando de 96%. E o tamanho dessa disparidade é em torno de 14% no preço.

6) Não existe como falar de dados sem uma grande organização da informação. A arquitetura de dados da Aviva, hoje, é uma área estratégica no negócio.

7) Para resorts, por exemplo, o próximo passo será saber o horário, o tipo e o local que o hóspede toma uma caipirinha. Isso facilitará a ativação de diversas ações, e ter um entendimento maior do comportamento do hóspede, acompanhando toda a experiência dele durante a hospedagem.

8) Principais aplicações de Big Data em Revenue Management e Distribuição.

  • Customização total de experiências
  • Refinamento da precificação com base na curva de demanda por canal de distribuição.
  • Otimização de overbooking inteligente para aumentar ocupação.
  • Tomadas de decisões mais rápidas e redução de erros estratégicos.
  • Criação de visões automatizadas que facilitam elaboração de análises para ganho de tempo em ação.
  • Diversificação da estratégia por nicho de mercado/cliente, maximização de diversos pontos de vendas e maior controle de custos de canais.
  • Tomadas de decisões mais rápidas e redução de erros estratégicos.

9) A grande barreira para implantação de dados é, em primeiro lugar, profissionais qualificados. Em segundo, tecnologias adequadas disponíveis no mercado.

Igor Castelo – Diretor de Vendas e Marketing da Amarante Hotéis

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