Administração de Tempo é Estratégico

Administração do Tempo é tema frequente nos treinamentos e coachings que faço. Se vale para todos, imagine para quem trabalha em um negócio que funciona 24hs?

Gosto das ideias (não todas) do historiador e professor Leandro Karnal. Então decidi compartilhar as 10 ideias dele para administrar tempo e estratégia. Impossível você não se identificar.

1. Ter noção da equação Tempo relógio + Capacidade.

Para saber se você tem condições de fazer uma tarefa, é preciso entender qual a capacidade do seu limite. Exemplos:

  • Algumas pessoas podem atravessar a noite trabalhando, outras não.
  • Algumas precisam de 5 horas de sono para descansar, outra 8hs.
  • O tempo até a concentração cair varia de pessoa para pessoa.
  • O número de páginas que você consegue ler BEM por minuto também varia.

2. Multitarefas

Focar ou dividir atenção? Algumas pessoas conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, outras não. Simples assim!

3. Priorizar

Definir o que é urgente, o que é prioridade, o que é de curto e de longo prazo.

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Imagem: Livro ‘Os Sete Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes’ – Stephen Covey

4. Evitar sempre a tarefa seguinte.

Pensar na próxima coisa que você tem que fazer é sempre o envenenamento da atual.

Esteja inteiro no que estiver fazendo. Concentre-se!

5. Usar os recursos eletrônicos e não ser usado por eles.

Sair dos 99,9 grupos do Whatsapp que você está.

Parar de receber informações inúteis, que não agregam nada, e só te atrasa.

Características de um perdedor é dividir sua atenção com coisas sem importância.

Se libertar do vício das redes sociais. Não existe uma lei que obriga você a informar tudo. Compartilhe o que é importante, e deixe os outros falarem o dia inteiro sobre o ‘nada’.

Não é o patrão que deve barrar o ‘Face’, é você! Estabeleça um filtro para sua vida.

6. Diversificar tarefas seguidas.

O cérebro responde muito bem a uma atividade física, seguida de uma atividade intelectual, e de uma atividade afetiva.

Trabalhe em uma planilha Excel, mas mude para um texto mais geral. Não fique em uma atividade só o dia todo. O corpo tende a mudar o foco, e o cérebro desliga automaticamente quando a repetição acontece.

7. Tempo para estratégias de médio e longo prazos.

O que chega até nós são as tarefas do cotidiano. Portanto, estabeleça um tempo para pensar a médio e longo prazo, senão nunca terá esse planejamento.

8. Assassinos do tempo

  • Celular
  • Computador
  • Falta de objetividade (reuniões, etc). Exemplos: pessoas seduzidas pela própria voz, pessoas que introduzem um tema longamente.
  • Trânsito
  • Falta de Planejamento

9. Autoconhecimento

  • O que provoca minha ansiedade?
  • O que faço do meu tempo fora dos olhares dos outros?

A maioria de nós tem um déficit enorme de autoconhecimento.

10. Ócio Criativo

Se você está atolado em trabalho das 6 da manhã às 23hs, nunca fará algo significativo. A frase parece polêmica, mas não é.

Um das grandes capacidades da produção humana é o ócio criativo. E não confunda-o com o ‘nada’. Exemplo: Escute uma música sem que ela seja o fundo de alguma coisa. Ficar zapeando com o controle da TV ou pulando de site em site não é ócio criativo, é tédio!

Resumo: O relógio é absoluto, mas o TEMPO é relativo!

Exemplo: Se imagine em 10 anos milionário, excelente saúde, relações familiares incríveis. O que você faria? O que realmente te faz feliz?

Seja senhor de si! E não do jeito ‘auto-ajuda’, onde você pode tudo, mas entendendo que estratégia é uma decisão pessoal, racional, que uma vez decidida, terá que contrapor à estratégia dos outros.

‘Não importa o que a vida fez de você, mas o que você fez com o que a vida fez de você.’

Sartre

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Leia também:

Limpar ou não Limpar? (O debate da cobrança para limpar o apto.)

Uma Nova Ordem (O impacto da nova geração na hierarquia tradicional)

Assuma seu papel no Negócio do Sono (A importância da qualidade do sono para a hotelaria)

Papel do Gerente Geral no Revenue Management

Ainda hoje há dúvidas sobre o papel do Gerente Geral na gestão de receitas. Converso com muitos, e as opiniões geralmente são distintas. Já ouvi de tudo:

  • ‘O RM define tarifas.’
  • ‘O RM só deve abrir e fechar disponibilidade e canais, pois quem define tarifa sou eu.’
  • ‘O RM flutua as tarifas, mas claro que de vez em quando eu preciso usar meu feeling.’
  • ‘O RM coleta dados e usa como base para saber qual a melhor tarifa do dia. Mas isso é seu trabalho parcial, pois ele precisa atuar como Reservas também.’
  • ‘O RM só dá opiniões com base nos relatórios que extrai do sistema. Quem define tarifas é Vendas, afinal, eles é que conhecem o cliente. Aliás, o RM reporta para vendas.’
  • ‘O RM cuida de preços, mas o Marketing cuida das OTAs, pois estão no ambiente online. Internet é com Marketing.’

Muito de vez em quando ouço algo como: ‘O RM é estratégico, reporta direto para mim, participa das reuniões do comitê executivo, e defende suas recomendações de igual para igual com Vendas e Marketing.’

Tudo bem variar de acordo com a organização e política de cada empresa, mas em todos os casos, o GG precisa liderar o processo de RM para garantir que a estratégia seja consistente e as equipes sigam na mesma direção.

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Imagem: ‘Gestão de Receitas é uma cultura, não uma pessoa’

Portanto, para incrementar sua rentabilidade nesse novo ambiente de negócios:

  1. Tenha uma visão aberta sobre os canais de distribuição online.
  2. Empodere seu RM (salário, posição e reporte adequados).
  3. Saiba gerenciar um bom debate entre Vendas, Marketing e RM. Isso reflete que todos estão pensando em melhores formas de aumentar seu faturamento. Mas não deixe que o ambiente se torne uma zona de batalha. Incentive a argumentação embasada, e tome decisões isentas.
  4. Esteja preparado para assumir riscos, e incentivar os ‘tomadores de risco’ da sua equipe, desde que eles ofereçam boas razões.
  5. Esteja alinhado com seu RM. Se ele colocar/retirar restrições em alguns períodos e você não acatar, o trabalho em conjunto de educação das equipes e do mercado vai por água abaixo. Isso se a sua receita não for junto. Não pode existir desacordo sobre qual estratégia tomar.
  6. Tenha em mente que seu principal papel não é analisar planilhas, mas criar valor para o cliente (de todos os segmentos), alcançando as metas do hotel.
  7. Seja obsessivo com a assertividade do forecast. Atualmente, a vida ou a morte de um hotel pode depender da sua habilidade de prever demanda e ocupação. Para isso, agregue outra obsessão a sua lista: um sistema com informações confiáveis. Dica: comece por quem insere dados no sistema (Reservas, Eventos, Grupos e Recepção).
  8. Se você costuma fazer uma SWOT Analisys (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) anualmente para seu plano estratégico, comece a fazer por segmento. Dica: Comece a pensar seriamente sobre Segmentação. Ela é uma das bases do RM, e você precisa descobrir qual o mix ideal de clientes para o seu hotel.
  9. Mensure TUDO. Agregue outras métricas à Diária Média e Ocupação. Até mesmo o RevPAR já não é mais suficiente. Abrace os cálculos de Market Penetration Index (MPI), Revpar Index ou RGI, ProPAST, ProPOST, ARI, etc.
  10. Construa uma verdadeira CULTURA de RM. Dica: Foque em Pessoas, Processos e Tecnologia.

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Leia também:

Matéria especial que escrevi para o Portal Panrotas já em 2014: ‘RM é Coisa do Passado

Paradigmas de RM que precisam morrer

Leia antes de baixar preço

Como Lidar com a nova realidade da Distribuição

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