O Desafio da Lucratividade para a Hotelaria

Muitas coisas estão mudando, e com elas a necessidade de maior conhecimento dos hoteleiros para enfrentarem  as ‘conversas difíceis’ com seus clientes. É preciso estar atento à:

  • Comportamento de compra
  • Transparência na precificação
  • Impacto das mídias sociais
  • Crescimento incontestável do mobile
  • Mudança nas condições econômicas

Com isso, o grande desafio é construir estratégias de preço lucrativas e entender toda sua complexidade.

Mas muitos ainda estão quebrando a cabeça com isso. A grande conclusão é que Revenue Management, o centro dessa estratégia, é como sexo na adolescência:

1) Todos falam sobre isso, mas ninguém sabe bem como fazer.
2) Todo mundo pensa que os outros estão fazendo, então todos dizem que fazem também.

Pode ser engraçado olhando de fora, mas quem está no dia a dia, saber que é preciso entender e implantar um controle de dados mais apurado, faz toda a diferença. A economia digital abriu oportunidades, mas muitos ainda se perdem na turbulência de informações.

Coloquei abaixo os 4 tópicos mais relevantes da última HSMAI ROC (Revenue Optimization Conference), que aconteceu mês passado em Toronto/US, e reuniu quase 650 DORMs (Directors of Revenue Managers):

  1. TRANSPARÊNCIA

A transparência de preços está evoluindo para transparência de valor, e o melhor uso da automação poderá liberar mais tempo para gestores lidarem com questões realmente importantes, ao invés de continuarem a ‘apagar pequenos incêndios’ (por falta de planejamento) o tempo todo.

Além disso, os dados e sistemas do setor hoteleiro ainda são bastante fragmentados. Frase do Diretor Comercial da Citizen M sobre o assunto: “Cada empresa decide um preço em um mercado, e cada um tem seus próprios sistemas e níveis de sofisticação. Eles têm suas próprias ferramentas e cometem seus próprios erros.”

2. DADOS ASSERTIVOS

Simplicidade é importante quando se trata de dados. Não adianta partir para uma plataforma ou metodologia complicada e robusta, sem saber o que fazer com os relatórios e informações. Importante que você trabalhe em algo fácil de implantar e controlar.

Além disso, importante lembrar sobre o volume de dados e custo para adquiri-los.

3. RECEITAS EXTRAS

A hotelaria está muito atrás de outras indústrias em sua capacidade de gerar receitas auxiliares e encontrar oportunidades para aumentar sua rentabilidade.

As cias. aéreas são ‘craques’ nisso, e foi uma mudança transformadora para elas. Hoje em dia, existem deptos. exclusivos de ‘ancillary revenue’ nessas empresas. Pode até não ser algo muito divertido de fazer, mas acredite, é altamente lucrativo.

E não são só as cias. áereas, mas cruzeiros e locadoras de carros também são consideravelmente mais habilidosos para gerar receita dessa maneira em comparação com a hotelaria. O foco nas boas margens tem que chegar logo aos hotéis. Estamos atrasados!

4. EXPERIÊNCIA DO HÓSPEDE

Sim, ainda são primordiais na otimização de receita.

A receita é: Hóspedes felizes = Melhor Reputação = Melhores Resultados

Afinal, os custos de aquisição de clientes são altos, e a maneira mais fácil de garantir negócios é garantir uma reputação positiva.

5. SEU SITE, CANAL DE RECEITA MAIS IMPORTANTE

Essa é a melhor fonte de hospedagem de um hotel independente para reservas sem comissão. Defina um orçamento para Search Engine Optimization (SEO) e publicidade online, e trabalhe na otimização do site, melhorando a velocidade e o design da página.
O motor de reservas é provavelmente a parte mais importante do site. Portanto, tenha absoluta certeza de que possui um mecanismo de reservas confiável e eficiente com integração em tempo real.

Minha dica: MANTENHA-SE INFORMADO!

A hospitalidade como indústria está evoluindo a uma velocidade vertiginosa.

Tecnologia, tendências de reservas, padrões de gastos, comportamento dos clientes, nada permanece o mesmo durante muito tempo e manter-se a par dos últimos desenvolvimentos é obrigatório.

Mesmo que o gerenciamento de receita dependa mais de dados do passado, o conhecimento sobre novos acontecimentos pode ajudá-lo a encontrar melhores estratégias para o futuro. 

Ainda hoje, muitos proprietários e gestores de hotéis independentes subestimam o valor do gerenciamento de receita, considerando-o um processo desnecessário e demorado.

Considerando que vivemos em uma era de vendas on-line e metasearches, as práticas de gerenciamento de receita, como estratégias de preços dinâmicos, ajudam os proprietários a obter o máximo de cada negócio. Invista em Revenue Strategy. Você vai se surpreender!

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O Futuro do Revenue Management

RevPAR alto e GOP baixo tem solução!

Todo gestor hoteleiro já sabe que precisa gerenciar proativamente a distribuição para lidar com dezenas de novos parceiros e canais, e para que os custos não comprometeram os lucros.

Mas por causa dos variados modelos de comissão, muitos gestores não tem a verdadeira visão do quanto esses custos impactam seu status financeiro. Resultado? o RevPAR até pode subir, mas o GOP (Lucro Operacional Bruto) não.

E 2 são os motivos:

  1. Custos operacionais mal gerenciados.
  2. Gestão deficiente das despesas de aquisição de cliente (vendas, marketing, distribuição, etc).

Partindo do pressuposto que você tenha um bom gerenciamento do item 1, vamos ampliar a análise para o item 2.

A verdade é que muitos hotéis ainda não tem a definição de objetivos para um mix de canais ideal, descobrindo o lucro de cada um, e gerenciando essas metas.

Mas quanto custa realmente adquirir um cliente?

Existem 3 tipos de custos, com objetivos diferentes:

Lembra do Funil de Vendas?

     1. Atrair o cliente (‘Namoro‘) – É preciso desenvolver uma relação, fazer com que o cliente prefira sua marca sobre a outra.

Ações: branding, publicidade, esforços de vendas, programas de parceria, redes sociais, visibilidade nacional (e até internacional), etc.

   2. Conseguir a reserva (‘Noivado’) – É o momento em que o cliente já decidiu ficar com você, mas pode fazer a reserva de várias maneiras.

Ações: otimização do site, treinamento do Depto. de Reservas, boas parcerias com OTAs e outros intermediários, ótimo motor de reservas, excelente channel manager, Recepção preparada para a venda ao telefone, upselling e walk-ins, etc. A maioria dessas transações inclui um componente tecnológico e todas tem algum custo associado. A gestão desse custo, que inclui comissões, taxas por transação, etc, é importante para o hoteleiro saber qual o custo da venda direta x indireta, conseguindo tomar decisões bem mais assertivas.

     3. Levá-lo a comprar novamente (‘Casamento’) – Também conhecidos como ‘esforços de retenção’.  Item ainda desprezado por muitos hoteleiros, a Retenção de Clientes deve ser uma das prioridades estratégicas da empresa.

Ações: email marketing, promoções exclusivas para quem retorna, links especiais, presentes, etc. A tendência é (ou deveria ser) que o cliente volte ao hotel através de um canal direto. Isso pode minimizar custos de reservas, mas sempre haverá algum custo em qualquer método de reserva.

Obs.: Todos os 3 itens fazem parte do budget de vendas & marketing, e dividi-los vai te possibilitar uma gestão bem mais assertiva.

Dicas Finais:

  1. Saiba os custos exatos de cada canal (comissões, taxas de transação, etc)
  2. Estabeleça o melhor mix de canais com base na Diária Média Líquida.
  3. Determine a eficiência das suas estratégias de Marketing e Vendas. É preciso saber responder: Quanto tenho de retorno a cada R$ 1 gasto em vendas e marketing?

Resumo

Gerir de forma assertiva os custos de distribuição significa direcionar seu orçamento de aquisição de cliente em ações que valorizem sua Diária Média Líquida. Seu GOP agradece!

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