Papel do Gerente Geral no Revenue Management

Ainda hoje há dúvidas sobre o papel do Gerente Geral na gestão de receitas. Converso com muitos, e as opiniões geralmente são distintas. Já ouvi de tudo:

  • ‘O RM define tarifas.’
  • ‘O RM só deve abrir e fechar disponibilidade e canais, pois quem define tarifa sou eu.’
  • ‘O RM flutua as tarifas, mas claro que de vez em quando eu preciso usar meu feeling.’
  • ‘O RM coleta dados e usa como base para saber qual a melhor tarifa do dia. Mas isso é seu trabalho parcial, pois ele precisa atuar como Reservas também.’
  • ‘O RM só dá opiniões com base nos relatórios que extrai do sistema. Quem define tarifas é Vendas, afinal, eles é que conhecem o cliente. Aliás, o RM reporta para vendas.’
  • ‘O RM cuida de preços, mas o Marketing cuida das OTAs, pois estão no ambiente online. Internet é com Marketing.’

Muito de vez em quando ouço algo como: ‘O RM é estratégico, reporta direto para mim, participa das reuniões do comitê executivo, e defende suas recomendações de igual para igual com Vendas e Marketing.’

Tudo bem variar de acordo com a organização e política de cada empresa, mas em todos os casos, o GG precisa liderar o processo de RM para garantir que a estratégia seja consistente e as equipes sigam na mesma direção.

Captura de Tela 2016-05-11 às 00.12.29

Imagem: ‘Gestão de Receitas é uma cultura, não uma pessoa’

Portanto, para incrementar sua rentabilidade nesse novo ambiente de negócios:

  1. Tenha uma visão aberta sobre os canais de distribuição online.
  2. Empodere seu RM (salário, posição e reporte adequados).
  3. Saiba gerenciar um bom debate entre Vendas, Marketing e RM. Isso reflete que todos estão pensando em melhores formas de aumentar seu faturamento. Mas não deixe que o ambiente se torne uma zona de batalha. Incentive a argumentação embasada, e tome decisões isentas.
  4. Esteja preparado para assumir riscos, e incentivar os ‘tomadores de risco’ da sua equipe, desde que eles ofereçam boas razões.
  5. Esteja alinhado com seu RM. Se ele colocar/retirar restrições em alguns períodos e você não acatar, o trabalho em conjunto de educação das equipes e do mercado vai por água abaixo. Isso se a sua receita não for junto. Não pode existir desacordo sobre qual estratégia tomar.
  6. Tenha em mente que seu principal papel não é analisar planilhas, mas criar valor para o cliente (de todos os segmentos), alcançando as metas do hotel.
  7. Seja obsessivo com a assertividade do forecast. Atualmente, a vida ou a morte de um hotel pode depender da sua habilidade de prever demanda e ocupação. Para isso, agregue outra obsessão a sua lista: um sistema com informações confiáveis. Dica: comece por quem insere dados no sistema (Reservas, Eventos, Grupos e Recepção).
  8. Se você costuma fazer uma SWOT Analisys (Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças) anualmente para seu plano estratégico, comece a fazer por segmento. Dica: Comece a pensar seriamente sobre Segmentação. Ela é uma das bases do RM, e você precisa descobrir qual o mix ideal de clientes para o seu hotel.
  9. Mensure TUDO. Agregue outras métricas à Diária Média e Ocupação. Até mesmo o RevPAR já não é mais suficiente. Abrace os cálculos de Market Penetration Index (MPI), Revpar Index ou RGI, ProPAST, ProPOST, ARI, etc.
  10. Construa uma verdadeira CULTURA de RM. Dica: Foque em Pessoas, Processos e Tecnologia.

==============

Leia também:

Matéria especial que escrevi para o Portal Panrotas já em 2014: ‘RM é Coisa do Passado

Paradigmas de RM que precisam morrer

Leia antes de baixar preço

Como Lidar com a nova realidade da Distribuição

Para aprofundar o assunto, participe da ROC (Revenue Optimization Conference), da HSMAI Brasil, dia 11 de Agosto/16, das 9 às 12hs no Maksoud Plaza/SP. Clique AQUI para informações e inscrições.

Paradigmas de RM que precisam morrer

Acabou de sair ‘do forno’ o mais novo vídeo da HSMAI Foundation, com vários profissionais de mercado falando sobre as ideias retrógradas de Revenue Management que ainda existem no mercado. Let’s move on!

Nota importante: você notará que muitos dos itens estão conectados com Distribuição. E a explicação é simples, nos USA, que está pelo menos 10 anos na nossa frente nesse assunto, RM engloba tudo (precificação, distribuição, etc).

Leia e deixe sua opinião nos comentários sobre o que precisa acabar/mudar JÁ:

1) As palavras ‘Revenue’ e ‘Management’

ADOREI! O que queremos maximizar é o lucro, não somente  a receita. Também não gerenciamos, mas desenvolvemos e implantamos estratégias que trazem mais $$ para o hotel.

2) Trabalhar com OTAs causa dependência

Ampliar sua capilaridade e disponibilidade para clientes que não sabem da sua existência é ‘um sonho realizado’. Tem um custo, claro, mas se for bem gerenciado, vale à pena.

3) As OTAs vão acabar

Ao invés de ficar repetindo isso, os hoteleiros deveriam achar um jeito de trabalhar com elas da forma mais rentável possível.

4) OTAs são inimigas

Elas tem o seu lugar e…seu custo, como qualquer aquisição de cliente.

5) Pricing perdeu sua importância

É preciso uma visão mais holística, considerando o valor total por cliente + custo de aquisição + rentabilidade por cliente. Ou seja, o Pricing precisa renascer.

6) Revpar Index como critério de sucesso

Entre outros fatores, ele não considera o custo de distribuição.

7) 100 de Revpar Index como Fair Share

Tudo depende de quem está em sua cesta competitiva. Se você não define a concorrência perfeita, esse índice não funciona.

8) Vários descontos no mesmo dia

Estamos treinando as pessoas a procurarem/esperarem por esse tipo de desconto…isso é o pior!

9) RM não pode ser feito remotamente

Decisão antiquada.

Segue vídeo na íntegra (em inglês) AQUI. Se quiser em Português, é só ativar a legenda do vídeo no próprio YouTube.

https://www.youtube.com/watch?list=PLTWVLtbzywGC3A868HmJKpYR4xxsakVrF&v=93F1Mn-4X_c

Conheça mais a HSMAI (Hospitality Sales and Marketing Association International):

Site HSMAI Brasil (Português)

Canal YouTube HSMAI Brasil (Português)

Debates HSMAI no Linkedin (Inglês)

HSMAI Brasil no Facebook (Português)